Sem passageiros, os preços das tarifas no Sistema Coletivo Urbano tendem a aumentar e afastar ainda mais os usuários. - Jornal Cruzeiro do Vale

Sem passageiros, os preços das tarifas no Sistema Coletivo Urbano tendem a aumentar e afastar ainda mais os usuários.

04/09/2019

É um ciclo vicioso.

E em Gaspar, esta já é uma tendência em curso que fez a antiga concessionária do serviço correr daqui com a promessa de cobrar na justiça os prejuízos

Na coluna de sexta-feira e feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, mostrei no título geral que “o novo modelo do transporte coletivo de Gaspar é tão velho que passageiro será matéria de segunda para os políticos que dizem ser a voz do povo sofrido”. Na verdade, é uma carga. E não vou escrever que este setor é em todo o lugar uma caixinha de segredos, que quando abertas, revelam corrupção. O caso mais exemplar no Brasil é o do Rio de Janeiro.

Voltemos ao nosso mundinho. A concorrência que está na praça busca apenas dinheiro para os cofres da prefeitura, fantasia uma tarifa baixa que sequer o município e a empresa provisória não conseguem aplicar neste momento em favor da cidade e dos cidadãos, permite ônibus velhos, despreza o conforto, não olha para o futuro, a mobilidade, as interligações e segue à mesma cartilha que afastou a primeira empresa que fez este serviço por aqui, a Viação do Vale.

Então vamos repetir o problema.

E começo pelo óbvio: para se ter uma tarifa mais baixa – ou justa, ou sem subsídio governamental - é preciso, em primeiro lugar, de mais passageiros embarcados e circulando no sistema. É preciso linhas lucrativas para subsidiar outras sem lucro e horários deficitários.

É este o componente da planilha que prova o desajuste e o prejuízo na hora de se discutir as tarifas. E neste edital que está na praça pouco – ou nada - se fez para tornar o sistema de transporte coletivo de ônibus urbano atrativo, eficaz, rápido, confortável, confiável, rastreável e plugado às mudanças da mobilidade urbana e num ambiente conurbado da dita região metropolitana de Blumenau.

Exagero? Então vamos a um exemplo real da semana passada.

Uma manchete estadual trouxe este tipo real de problema à reflexão de todos, principalmente aos políticos que se dizem novos, mas insistem nas velhas práticas administrativas, os de encher às burras da prefeitura com o dinheiro dos pobres, trabalhadores, desempregados e estudantes e não entender que estão eles próprios criando problemas para a cidade, os cidadãos e para as suas avaliações como gestores públicos ou políticos em busca de votos para continuarem no poder.

PLANILHA PARA INGLÊS VER

Em Joinville, a Justiça mandou o governo de lá aumentar a tarifa dos ônibus coletivos: de R$4,40 – como se quer aqui – para R$4,80 – como está por aqui. Derrubou um “acordo” verbal, entre cavalheiros, amigos, que as próprias empresas tinham feito com o prefeito de lá, Udo Döhler, MDB, para mantê-las mais baixas do que indicavam – e obrigavam - as tais planilhas de reajustes.

E qual a justificativa para manter as tarifas mais baixas? O de estancar a perda de passageiros, que gera prejuízos, obriga à revisão dos contratos, faz a prefeitura receber menos, ou obriga as empresas espetar os supostos prejuízos nos bolsos dos passageiros, tudo para dar equilíbrio econômico à operação.

Primeiro: acordo verbal entre políticos com um Contrato de Concessão em vigor? Piada! Um dia a conta do descumprimento do contrato chega. É poupança esperta a favor das empresas concessionárias e contra os cidadãos que vão pagar mais tarde esta conta desta irresponsabilidade com os seus pesados impostos, mesmo que não sejam passageiros dos sistemas de ônibus coletivos urbanos.

Segundo: esta “boa intenção”, prova que essas tais planilhas são coisas para inglês ver. Quem, em sã, consciência, iria deixar de aplicar um aumento e aceitar um prejuízo operacional só para se manter na concessão? Ou há gordura que não se mostra na planilha ou a planilha não consegue mostrar claramente aos auditores as memórias de cálculo que só os empresários as possuem por dominarem esse assunto como poucos.

Terceira: perda de usuários no sistema? Este é o real problema a ser solucionado e que os políticos, gestores públicos e as empresas não estão dispostos à discussão, inovação e atualidade deste modal de transporte em favor da cidade e dos cidadãos, do meio ambiente, da qualidade de vida e não só de pobres, trabalhadores e estudantes.

Os modelos em vigor são do século passado. E nasceram lá pelos anos de 1960, o que por si só mostram o tempo do atraso em que estamos metidos. A prefeitura quer dinheiro – em Gaspar é de R$174.220.653,73 em 20 anos - para resolver seus problemas, não exatamente de mobilidade urbana ou aperfeiçoamento, mas daquilo que não controla.

A conta é essa: Gaspar que R$174 milhões, quer que os empresários tenham ônibus novos e acessíveis que custam caro, querem que eles mantenham a frota e que custa caro, que se dê gratuidade para alguns, que sustentem cobradores que custam caro no sistema e quer ao mesmo tempo tarifa barata? Essa conta não fecha. Não fechou com a Viação do Vale.

Para começar, nada disso é discutido com a sociedade – ouvi-la nas queixas, nas ideias, nas necessidades – e tentar compor, esclarecer até para passar a conta. Foi o que aconteceu em Gaspar. O vereador Cicero Giovane Amaro, PSD, quer fazer isso. É tarde. Este diálogo teria que ser antes do edital que está na praça e que levou três anos, repito, três anos, para ser confeccionado, tudo às escondidas. E agora, ele vem de goela abaixo.

Quem ganhar, se ganhar, pois a tendência é permanecer o provisório, logo vai descobrir que não possui passageiros para a tarifa de R$4,40. E aí haverá uma briga para compensar a falta deles.

E como se dará isso? Na análise da planilha e na ameaça de romper o contrato e ir embora. Apostem! Mais manchetes e discursos.

Então haverá dois caminhos para essa compensação para um serviço velho no modelo e no respeito ao passageiro: aumentar a passagem e afastá-lo ainda mais do sistema, e que por conta disso se tornará mais deficitário e mais caro para ser mantido, ou então a prefeitura terá que abrir mão da milionária verba que ela quer para conceder o serviço. Adivinha o que acontecerá? Acorda, Gaspar!

Uma queda de braço cada vez mais comum entre os políticos, onde quem perde é a cidade e assusta os investidores


No seu gabinete e sem a presença do vereador Rui Carlos Deschamps, PT (esquerda), que intermediava o processo há anos, prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, (à direita) disse aos investidores e empreendedores da Rua Vidal Flávio Dias que a prefeitura não tem mais dinheiro para cumprir a promessa que fez asfaltá-la num trecho de dois quilômetros até a BR-470, com a ajuda dos próprios investidores. E culpou por isso, a oposição.

O Belchior Baixo, no Distrito do Belchior, em Gaspar, pela proximidade da BR 470 e quando as terras ainda eram baratas por lá, tornou-se naturalmente um polo de atração e se formou ali “um distrito industrial” para investidores da região. As empresas que estão ou se instalando lá sem ajuda da prefeitura, geram ou vão gerar mais impostos e empregos para Gaspar.

Desde 2017, ou seja, dentro do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e do prefeito de fato, presidente MDB local e secretário de Fazenda e de Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, MDB, os empreendedores vêm conversando para pelo menos pavimentar dois – dos quatro - quilômetros da Rua Vidal Flávio Dias, para interliga-la à BR 470 e livrar as empresas pelo menos da poeira.

E no pacto que realizaram, os empreendedores iriam contribuir com R$700 mil. De lá para cá, é só ver quanto os materiais encareceram e como mais uma vez, o poder público arrumou prejuízo para todos

Agora, a prefeitura diz que não tem dinheiro para cumprir a promessa num sinal claro a outros investidores de que por aqui, o acordado, não é cumprido.

A alegação é de que a minoritária oposição, e principalmente o vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, que está cumprindo a sua obrigação de vereador em questionar os atos do governo de Kleber está atrapalhando o governo.

O vereador Rui Carlos Deschamps, PT, que vem acompanhando o caso desde o início está indignado. Para ele, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Acha que o governo Kçeber faz chantagem com algo e gente séria. Para o vereador, a dita oposição não está atrapalhando em nada o governo naquilo que é sua obrigação fazer e dentro da lei.

“Como pode estar atrapalhando se nós [oposição] aprovamos R$140 milhões de empréstimos para o governo Kleber fazer as suas obras? Se nesses R$140 milhões estavam o financiamento do Finisa – da Caixa Econômica - e que previa recursos para a pavimentação da Vidal Flávio Dias? O que os empresários que receberam sinal verde do prefeito em 2017 para os seus empreendimentos, têm a ver com uma briga particular do prefeito, do grupo político dele, com um vereador? Isto não é sério. É vingança. E contra Gaspar. Não contra o vereador e nem os empresários”, lembrou Rui no desabafo que fez na Câmara e nos bastidores.

Sem convidar Rui, Kleber recentemente chamou os empresários ao seu gabinete. Explicou que sem o pregão 58, que autoriza um pregão genérico para obras de drenagem e que foi parar no Tribunal de Contas por estar supostamente errado, nenhum asfaltamento será feito na Rua Vidal Flávio Dias.

A denúncia sobre o pregão 58 – e que está suspenso - foi de Cícero. Segundo o relator do processo no Tribunal e a Lei das Licitações, o certo para esses casos seria o de se realizar concorrência pública, como é feita por exemplo com a Rua Bonifácio Haedchen. É que no modelo de concorrência, a verba precisa estar rubricada no Orçamento, e no caso do pregão, não. Vai se usando materiais e serviços da forma que se quer, o que não garante a realização completa de determinadas obras e muito menos, tem-se o controle de qualidade e financeiros delas.

O que a gestão de Kleber está fazendo? Esticando a corda, forçando, jogando e usando os empresários para que contenham Cícero, e com isso, revertam o problema criado pela própria prefeitura. O assunto, já está no tribunal e não há empresário e santo que o reverta. E a prefeitura sabe disso, tanto que para as obras que lhe interessam e possui dinheiro em caixa, já está fatiando o Pregão 58. Enquanto isso, de verdade, atrasa a cidade com o slogan marqueteiro Avança Gaspar. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Sobrou para o Robin? Tão logo circulou nas redes sociais e aqui de que o comissionado Denilson Chechetto tinha acompanhado o funcionário do Samae, Gilberto Goedert, na ameaça pessoal que fez à Eder Muller como intimidação à publicação que fez no facebook sobre os estragos feitos por Gilberto como motorista de caminhão não habilitado, a portaria 76, do Samae exonerou Denilson do cargo de “chefe de frota” da autarquia.

A exoneração valeu a partir do dia primeiro de setembro. Quem pensou que se trata de uma punição ao servidor comissionado pode estar se enganando. Emprego político é do partido e de padrinhos. Nem Gilberto, nem Denilson foram sequer levados à uma sindicadência interna: um por dirigir sem habilitação específica e provocar acidente, e o outro por acompanhar o Gilberto numa ameaça a um gasparense pagador de impostos que publicou na sua rede social essa anomalia.

Denilson já está nomeado desde a segunda-feira, dia dois de setembro, oficialmente, como coordenador geral da diretoria geral  administrativa. Falta publicar no Diário Oficial. Aparece apenas no Portal Transparência.Mas, perguntar não ofende: antes de exonerar, diante das denúncias públicas e do Boletim de Ocorrência registrado por Eder na Polícia não seria obrigação do presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, mandar abrir uma sindicância administrativa, para apurar isso tudo?

Uma comitiva de muitas pessoas, incluindo o prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e o prefeito de fato, o secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB, está em Brasília para participar do Fórum das Transferências da União. Vão mostrar os programas Avança Gaspar, Gecom e Gaspar é Mais Saúde.

Perguntar não ofende. O que verdadeiramente Gaspar ganha com isso? O que isso melhora a vida dos gasparenses se os projetos marqueteiros do “Avança Gaspar” não avançam na prática, se o “Gestão Compartilhada” é um programa eleitoreiro de pequenas obras que apenas substituiu no nome o Orçamento Participativo do PT, e o “Gaspar é Mais Saúde” não resolveu o crônico problema de do Hospital que continua sob intervenção, há falta de médicos nos postinhos e as filas por lá são realidades permanentes.

Ah, mais isso pode ser usada como propaganda e melhorar a imagem do governo. É que ele está preocupado com as pesquisas e a sua reeleição, disse-me um próximo ao poder de plantão, o qual defende o gasto de dinheiro dos gasparenses para ir a São Paulo e criar mais esta espuma. Tancredo Neves já dizia, quando a esperteza é demais, ela come o dono. Acorda, Gaspar!

Comentários

Herculano
05/09/2019 15:12
ESTOU DE ALMA LAVADA? NÃO! ANTEVI ALGUMA COISA NUMA BOLA DE CRISTAL? NÃO! APENAS ESTÁ DEMONSTRADO QUE OS POLÍTICOS, E ESPECIALMENTE OS DE GASPAR, ESTÃO AINDA NA CAVERNA EM PLENO SÉCULO 21.

QUAL O TÍTULO DO ARTIGO DE ABERTURA DESTA COLUNA PUBLICADA NA QUARTA-FEIRA CEDO?

"SEM PASSAGEIROS, OS PREÇOS DAS TARIFAS NO SISTEMA COLETIVO URBANO TENDEM AUMENTAR E AFASTAR AINDA MAIS DELE OS USUÁRIOS. É UM CICLO VICIOSO. E EM GASPAR ESTA JÁ É UMA TENDÊNCIA EM CURSO QUE FEZ A ANTIGA CONCESSIONÁRIA DO SERVIÇO CORRER DAQUI COM A PROMESSA DE COBRAR NA JUSTIÇA OS PREJUÍZOS"

ENTÃO. QUAL O TÍTULO DA REPORTAGEM DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO DA METADE DA MANHÃ DESTA QUINTA-FEIRA?

PROTESTO DE MOTORISTAS E COBRADORES EM AVENIDAS CENTRAIS DE SP

Texto e apuração de Fabrício Lobel, Renata Galf e Karime Xavier. Corredores na Consolação e 23 de Maio travam; categoria se opõe a corte de ônibus e teme demissões

Corredores de ônibus na avenida 23 de Maio, a avenida 9 de Julho e a rua da Consolação, em São Paulo, pararam na tarde desta quinta-feira (5) por causa de um protesto realizado por motoristas e cobradores de ônibus.

Os veículos que circulavam estacionaram nos corredores e nas faixas de ônibus, bloqueando a passagem e levando passageiros a descerem e caminharem.

O alvo do protesto é a gestão Bruno Covas (PSDB), que anunciou que vai cortar linhas e reduzir a frota de ônibus, o que alimenta temor de demissões.

A manifestação estava marcada para a manhã, em frente a prefeitura, segundo o sindicato que representa a categoria. Mas ganhou força apenas à tarde, quando motoristas bloquearam a 9 de Julho e a paralisação passou a afetar outras vias.

Laís Vieira, 25, auxiliar de enfermagem, e Priscila Vieira, 33, auxiliar de enfermagem, estavam juntas em um ônibus para o terminal bandeira, de onde iriam para a rua 25 de Março. Quando o cobrador alertou que estava tudo parado, Priscila pediu para descer. Tentaria pegar outro ônibus na avenida Paulista.

Laís tentou acionar um aplicativo de carros, mas os preços, segundo ela, haviam disparado. "Além de não ter integração para quem tem bilhete único empresarial, ainda interrompem o transporte", reclamou, referindo-se à decisão da Prefeitura sobre o bilhete.

A pressão dos trabalhadores ocorre enquanto a prefeitura tenta tirar do papel a licitação do novo sistema de ônibus da capital. O processo se arrasta desde 2013 e, no último mês, a gestão Covas sofreu uma derrota quando a Justiça decidiu que o prazo dos contratos, que chegaram a ser licitados, estava irregular.

A discussão na Justiça é se os contratos devem ter 15 ou 20 anos. Uma lei municipal prevê 15 anos. Mas a Câmara Municipal, atendendo à pressão de empresários de ônibus, aumentou o prazo para 20 anos. A alteração foi feita pela emenda em um projeto de lei que versava sobre outro tema. Em primeira e segunda instância, a Justiça decidiu que a alteração era ilegal. A prefeitura estuda agora como recorrer da decisão

Enquanto o caso corria, a prefeitura firmou um acordo com os donos de ônibus de São Paulo para que passassem a vigorar as regras dos contratos que já haviam sido licitados e que estavam travados na Justiça. O acordo só foi possível porque as antigas empresas do ramo são exatamente as mesmas que venceram os novos contratos na licitação.

As novas regras dão conta de uma reorganização dos ônibus pela cidade, o que inclui o corte de linhas e frota de ônibus. A antiga frota da cidade tinha 13,6 mil veículos. Os novos contratos preveem 12,7 mil. O sindicato dos motoristas e cobradores calcula que 450 ônibus já saíram de circulação.

A prefeitura defende que um novo desenho de linhas na cidade é necessário para trazer mais eficiência e menor custo. Diz ainda que, apesar do cortes de ônibus, aumentará a oferta de lugares disponíveis nos veículos.
Herculano
05/09/2019 14:50
da série: foi pouco. Vem mais

GRUPO DISCUTIRÁ NOVA REFORMA TRABALHISTA

Uma portaria publicada hoje no Diário Oficial da União estabelece a criação de um grupo de trabalho instaurado com o objetivo de discutir novas mudanças na legislação trabalhista.

O grupo terá 90 dias para apresentar propostas à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.

"A nossa ideia não é simplesmente apresentarmos um projeto de lei, mas termos um documento para começar a discutir de uma forma mais ampla com a sociedade e o Parlamento brasileiro", disse Rogério Marinho, secretário especial da Previdência.
Herculano
05/09/2019 11:51
TROCAR DE ARES

De Milton Neves, comentarista esportivo, no seu twitter:

Cuba comemora hj 60 anos daquela bosta de revolução e atinge a mágica proeza de 91% de pobreza. Qdo os hipócritas comunistas do Brasil vão morar lá e parar de encher o saco por aqui?
Herculano
05/09/2019 11:41
da série: quem planta colhe. Na história da ONU, só ditadores e genocidas ou então durante a Guerra Fria (ideológica que dividia o mundo) isso aconteceu.

RISCO DE BOICOTE NA ONU

Conteúdo de O Antagonista.O Itamaraty vem monitorando a possibilidade de haver um boicote ao discurso de Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, diz o blog de Lauro Jardim em O Globo.

Teme-se que, "em virtude das trapalhadas recentes do governo na política internacional", alguns chefes de Estado decidam se retirar do plenário no momento em que Bolsonaro falar.
Herculano
05/09/2019 09:22
O DIRETOR ADMINISTRATIVO DO HOSPITAL DE GASPAR FOI EMBORA. MAIS OUTRO

1. Ele era capaz profissionalmente e um currículo invejável, mas defendia privilégios e algo podre e que sempre analisei aqui. Culpava a imprensa - e especialmente no Cruzeiro do Vale - e não os políticos pela mancha que estava colocando na sua imagem de bom administrador.

2. Como alguém pode administrar alguma coisa que não sabe quem é o dono, com curiosos, médicos com interesses próprios e principalmente políticos sem compromissos com resultados metendo o bedelho? Quem é mesmo o dono do Hospital de Gaspar?

3. Elson Marson Junior,que foi o bajulado e respeitado secretário de Saúde de Timbó onde reergueu o Hospital de lá, chegou aqui em junho pelas mãos do prefeito de fato e exilado na secretaria da Saúde, o advogado Carlos Roberto Pereira. Um ano depois ele pede demissão exatamente quando seu padrinho estava em Brasília babando para um auditório vazio de barnabés os grandes feitos da Saúde em Gaspar. Rir, é pouco.

4. O nome dado ao Hospital pelo então melhor empreendedor social e comunitário que Gaspar conheceu, o Frei Godofredo, foi o de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Boa intenção. Mas, sugiro trocar de nome do Hospital, para Nossa Senhora da Vitória e Perpétua Saúde (existe?). Talvez, tenha mais sorte e afaste a zica, os políticos, curiosos e outros que o fazem um mendigo permanente. Acorda, Gaspar!

Herculano
05/09/2019 09:10
da série: este artigo baseava-se numa declaração maluca do presidente e feita ontem. Hoje bem cedo ele já tinha mudado de idéia. Ufa!

BOLSONARO BATE NO TETO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente quer dinheiro extra para 'fazer algo'; Guedes e Maia dizem não, por ora

Jair Bolsonaro pediu mesmo a seus economistas que estudem a revisão do teto de gastos. O presidente insinuou a ideia, na manhã desta quarta-feira (4), confirmada de tarde por seu porta-voz e por gente do Planalto.

Qualquer que seja a solução que o governo encaminhe, haverá risco de tumulto, do político ao financeiro. A primeira tentativa será a de acelerar as medidas de contenção de despesa obrigatória, que não devem entrar em vigor a tempo de evitar penúrias.

Até uma meia dúzia de economistas-padrão ("ortodoxos" etc.) aceita a hipótese de rever o teto antes de 2026, data prevista na lei. Mas essa autorização de gasto extra, dizem, deveria ser limitada ao aumento da despesa em obras e reavivar o crescimento, não em gastos correntes do governo.

Dado o limite constitucional para o crescimento da despesa total, o crescimento da despesa obrigatória (Previdência, salários etc.) deixa cada vez menos dinheiro para investir em estradas ou pagar a conta de luz dos quartéis, no comentário característico de Bolsonaro.

O ministro Paulo Guedes (Economia) e companhia como de costume responderam que é possível evitar a paralisação de partes do governo a partir de 2020 com medidas que evitem o crescimento das despesas obrigatórias. Bolsonaro retrucou que é preciso não apenas limitar o gasto obrigatório mas também abrir um espaço para o "governo poder fazer alguma coisa".

Guedes quer diminuir o tamanho do funcionalismo federal, na prática algo muito difícil de fazer hoje em dia, e reduzir o gasto com salários. Para facilitar o expediente, precisa de uma emenda constitucional, que dificilmente passaria neste ano, se tanto.

A esse respeito, é instrutivo notar que uma economia radical com servidores ainda seria insuficiente, dado o tamanho da penúria.

A despesa com folha (ativos e aposentados, civis e militares) está crescendo ao ritmo anual de R$ 16 bilhões. É o dinheiro que o pessoal da Economia está catando neste ano apenas para evitar desastres como não haver dinheiro para universidades ou pagar o serviço de tecnologia de informação para o governo.

Para que houvesse economia relevante, seria preciso congelar a despesa com folha de pessoal por uns três anos, sem aumento nem pela inflação. Difícil.

Guedes quer acabar com o reajuste obrigatório de qualquer despesa, como se sabe. Por exemplo, o gasto federal mínimo com saúde e educação é reajustado pela inflação. Para dar cabo disso, quer propor em breve outra emenda constitucional.

O governo não consegue fazer superávit primário (receita maior do que despesa, afora juros) desde 2014 e tão cedo não conseguirá. O teto foi uma espécie de moratória do superávit. Estava fadado a ser furado, sabia-se desde 2016, mas o fracasso da reforma da Previdência em 2017 e o fiasco do crescimento anteciparam a hipótese de desabamento.

"Um dia, chega-se lá, ao superávit, paciência, temos o teto, um método de ajuste de contas gradual, mas obrigatório", era a ideia vendida aos credores, que a aceitaram (tanto que as taxas de juros ficaram comportadas). Se o governo propuser um furo no teto, o que vai se passar com juros e câmbio?

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, "premiê" das reformas, aliado de Guedes no assunto, diz que vai recusar a revisão do teto, embora lideranças do Congresso tenham ficado animadas com a ideia.

A dúvida é: se essa conversa continuar, Guedes e equipe vão rever a posição ou vão embora?
Herculano
05/09/2019 09:04
SULISTAS LANÇAM SIMONE TEBET PARA PILOTAR O RELANÇAMENTO DO MDB NACIONAL, por Antônio Severo, em Os Divergentes

Retirar de Romero Jucá, José Sarney e Renan Calheiros a direção do MDB nacional? É o que pretendem emedebistas do Sul do Brasil, como o deputado Alceu Moreira, que lançou a senadora Simone Tebet à presidência da velha sigla

A senadora Simone Tebet (MDB/MS) fechou apoio dos estados do Sul para ser a nova presidente nacional do MDB. Segundo o cardeal emedebista Alceu Moreira (MDB/RS), ela está com apoio total dos estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e, "naturalmente do Mato Grosso do Sul. O partido vê nela uma força para romper o círculo de ferro do senador Renan Calheiros", referindo-se ao segmento nordestino que o líder alagoano herdou do ex-presidente José Sarney.

Assim está posta a disputado no MDB. "O Baleia (Rossi - MDB/SP) é um rico de um nome, mas precisamos de algo novo, adequado aos novos tempos", diz o parlamentar que é, também, o presidente da Frente Ruralista, o grupo pluripartidário mais poderoso do Congresso Nacional.

Baleia Rossi também estaria se colocando como opção para derrotar, na convenção nacional do mês que vem, o grupo situacionista, que tem como presidente o ex-senador de Roraima, Romero Jucá.

DNA emedebista

Segundo Moreira, Simone Tebet vem se revelando uma liderança muito segura e consistente no Senado Federal, no entender dos emedebistas. Além disso, somam-se o fato de ser mulher e trazer o DNA de um líder consagrado na história do partido, o falecido senador Ramez Tebet. Tudo isto resultaria numa base sólida com a configuração necessária ao relançamento do partido.

A meta é recolocar o MDB no cenário nacional como protagonista. Para isto, as eleições municipais do ano que vem serão fundamentais, pois este pleito é a antessala de uma reforma política e partidária.

Nestas eleições, os partidos terão de concorrer com suas próprias legendas, sem o reforço das coligações proporcionais. Daí sairá a configuração do futuro modelo de organização partidária que vai se sustentar na reforma política em andamento.

Ou seja: Simone Tebet pode pilotar a nave emedebista no voo solo, sem as bengalas das coligações oportunistas que vigoraram no passado.
Herculano
05/09/2019 09:01
PF INVESTIGA VÍDEO SOBRE SEQUESTRO DA FILHA DE MORO

Conteúdo de O Antagonista. Merval Pereira disse que a PF está investigando o vídeo lulista que narra o sequestro da filha de Sergio Moro:

"O curta-metragem Operação Lula Livre, publicado no You Tube, é ultrajante. Propaganda vulgar pela libertação do ex-presidente, conta a história de um grupo guerrilheiro que sequestra a filha do ministro Sergio Moro, no filme chamado de Mauro, para exigir a libertação de Lula.

O ex-presidente aparece no papel de bom moço, e manda soltar a menina. Trata-se, segundo os autores, de 'uma elocubração fabulatória relativa à progressiva iminência desta eventualidade histórica'. A Polícia Federal está investigando, e os autores podem ser acusados de incentivo ao crime."
Herculano
05/09/2019 08:59
da série: falta alguma coisa na cabeça do presidente e vai virar um sem crédito no mundo

VEXAME INTERNACIONAL GRATUITO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Bolsonaro não perde uma oportunidade para enaltecer a tortura e os assassinatos políticos

Jair Bolsonaro não perde uma oportunidade de enaltecer a tortura e os assassinatos políticos. O presidente levou o país a mais um episódio gratuito de vergonha internacional ao defender o regime militar do Chile, que deixou 3.000 mortos e desaparecidos, e ao ofender a ex-líder Michelle Bachelet.

Para rebater um relatório que apontava ataques a defensores dos direitos humanos e um aumento das mortes provocadas pela polícia brasileira, Bolsonaro apelou para a crueldade pura. Atacou Bachelet, que produziu o texto pela ONU, e celebrou a morte do pai da ex-presidente na ditadura de Augusto Pinochet.

"Se não fosse o pessoal do Pinochet derrotar a esquerda em 1973, entre eles o teu pai, hoje o Chile seria uma Cuba", disse. Alberto Bachelet se opôs ao golpe militar. Foi preso, torturado e morto em 1974.

Nem a direita chilena tolerou a barbaridade. O presidente Sebastián Piñera disse não concordar com as declarações sobre Bachelet, "especialmente num tema tão doloroso".

O brasileiro já havia sido criticado por Piñera uma vez. Em março, o chileno disse que frases de Bolsonaro em defesa de ditaduras eram "tremendamente infelizes".

?Bolsonaro não aprendeu que o Chile é rigoroso com a selvageria dos regimes autoritários. No ano passado, o Exército do país destituiu um coronel que liberou uma homenagem a um brigadeiro punido por crimes praticados no período de Pinochet.

Por aqui, o elogio a ditadores se tornou política de governo. Há dois dias, Bolsonaro disse que o regime militar pode ter sido "difícil em alguma coisa", mas foi "nota dez" na economia e no "amor ao próximo".

Bachelet também produziu levantamentos sobre a violação de direitos humanos na Venezuela. Nicolás Maduro reagiu com críticas pesadas ?"mas sem ofensas à família.

Depois de hostilizar Alemanha, França, Noruega e um possível presidente argentino, Bolsonaro mancha um pouco mais a imagem do Brasil. O país pode ficar isolado, pendurado no paletó de Donald Trump.
Herculano
05/09/2019 08:54
UM BOM RESUMO DA LOUCURA PROMETIDA ONTEM E REVOGADA HOJE CEDO PELO PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO, PSL, DIANTE DA REAÇÃO QUASE UNÂNIME DO MERCADO E PASMEM, DOS PRóPRIOS POLÍTICOS GASTADORES

De Adriana Fernandes, repórter especial e colunista do jornal O Estado de S. Paulo, em Brasília

Em entrevista @iditomazelli, o diretor da Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara, Ricardo Volpe, disse que flexibilizar o teto de gastos significa "caminhar para uma Argentina em pouco tempo"."Quem defende o faz por "falta de conhecimento".
Herculano
05/09/2019 08:49
FALTA DINHEIRO PARA O MÍNIMO ESSENCIAL DA SAÚDE, EDUCAÇÃO SEGURANÇA E OBRAS, MAS NÃO FALTA DINHEIRO DOS PESADOS IMPOSTOS PARA OS POLÍTICOS E PARTIDOS. VEJA ESTE EXEMPLO DE UM NANICO. REFLITA. PARA O MAIORES ISSO SE MULTIPLICA MUITAS VEZES. VERGONHA. VERGONHA. VERGONHA

Do deputado Federal, Novo SP, Vinicius Poit, no twitter:

De Hoje, o @partidonovo30 receberia R$ 45 MILHÕES do fundão eleitoral. Daria p/ pagar:

- 62 escolas p/ 520 alunos
- 300 ambulâncias c/ UTI
- 450 viaturas policiais

Mas agora seremos obrigados a gastar com campanha. Se não gastar, vai ser redistribuído entre os outros partidos.
Herculano
05/09/2019 08:43
CORRUPTORES LEVAVAM MP PRONTA PARA LULA ASSINAR, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Empresários com interesse em comprar medidas provisórias, durante o governo Lula, já chegavam às reuniões para tratar do assunto levando o texto a ser assinado pelo presidente da República e o então ministro da Fazenda, Guido Mantega. Esta é uma das revelações mais contundentes de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda do governo Lula, ao relatar como empresários com dívidas bilionárias em impostos compraram a MP 470, autorizando o parcelamento desses débitos.

VALOR DA PROPINA

Odebrecht pagou R$50 milhões pela MP 470 e totalizou R$14 milhões o suborno pago por Benjamin Steinbruch, da CSN, diz o ex-ministro.

OMETTO SE ENROLOU

O magnata do setor de distribuição de combustíveis Rubens Ometto também participou da compra da MP 470, segundo acusa Palocci.

TRABALHO INTENSO

"Eles trabalhavam intensamente até na redação (das MPs)", afirmou Palocci, durante seu depoimento em acordo de delação premiada.

PAGOU, LEVOU

"Muitas vezes, empresas como a Odebrecht levavam a redação da MP pronta", reforçou o ex-ministro durante depoimento a procuradores.

'ACORDO' COM SISTEMA S É LOROTA DE SECRETÁRIO

O secretário de Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, aos poucos consolida a reputação de um contador de lorotas. Acusado de fazer pedidos pouco republicanos ao ex-presidente da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) Augusto Ferreira, o secretario divulgou haver fechado um suposto acordo para reduzir em 20% a contribuição para o Sistema S. Mais uma lorota: o "acordo" foi negado por todas as confederações consultadas.

PETIT COMITÊ NÃO PODE

A reunião do tal "acordo" trombeteado por Carlos da Costa foi só com Carlos Melles, do Sebrae Nacional, e um presidente de confederação.

REPRESENTATIVIDADE

Acordo com o Sistema S Para será legítimo apenas com a participação das 27 confederações que representam 5.174 sindicatos patronais.

EXPECTATIVA É ENORME

O ex-presidente da ABDI Augusto Ferreira prometeu revelar mais sobre Carlos da Costa, que o parceiro Paulo Guedes levou para o governo.

DILMA DESFILA HIPOCRISIA

Dilma Rousseff esteve no Congresso "contra privatizações" de Bolsonaro, mesmo tendo feito a maior sequência de privatizações da História. Foram mais de 20 trechos rodoviários e ferroviários, os cinco mais rentáveis aeroportos e todo o petróleo no campo de Libra.

PROVA DE VIDA

No Itamaraty, desde junho um embaixador tenta provar que está vivo, no recadastramento anual obrigatório, para continuar recebendo a aposentadoria. Mas os burocratas não lhe dão ouvidos.

QUE CRISE?

Mandachuva na Globo, Boninho foi à festa de aniversário do "pré-político" Luciano Huck, no Rio, em um Lamborghini Urus, SUV da marca de ultra luxo italiana. O modelo de entrada custa R$2,4 milhões.

CAMINHO DE VOLTA

Livre das acusações e filiado ao PTB, o ex-senador petista Delcídio do Amaral (MS) tem recebido afagos de políticos que o ignoravam há tempos. "Meu celular nem vibrava mais. Agora, pula minuto a minuto."

BANCADA DO HOLOFOTE

Com mais de 250 grupos temáticos formados apenas este ano, as frentes parlamentares se proliferam pelo Congresso como ocorreu com sindicatos no Brasil. Todo mundo quer uma frente para chamar de sua.

CASA DE FERREIRO

Na terra de Geraldo Alckmin, Vito Ardito Lerário (PP) promete levar a prefeitura pela quinta vez. Também nasceu em Pindamonhangaba, Ciro Gomes mas após beber água de outros lugares, deu no que deu.

HÁ 135 ANOS

Antes Nestor Forster, hoje no cargo esquentando a cadeira de Eduardo Bolsonaro, o mais recente encarregado de negócios em Washington foi José Gurgel do Amaral Valente. Nos tempos do imperador Pedro II.

OS VICE SE SALVAM

Todos os ex-governadores do Rio de Janeiro desde redemocratização chegaram a ser presos, mas não os vice. No samba do crioulo doido da política fluminense, os vice é que deveriam ser efetivados.

PENSANDO BEM...

...a mais recente delação do ex-ministro Antonio Palocci mostrou que ainda falta gente no presídio de Curitiba.
Herculano
05/09/2019 08:37
da série: Bolsonaro - o salvador da pátria - entrou no rol dos políticos sob dúvidas. A população quer gente honesta e isso os políticos ou não entendem ou não são capazes à prática quando prometem em palanque. Bolsonaro está criando problemas para ele mesmo destruindo as suas fortaleza de valores, como a referência de combate à corrupção como o ex-juiz Sérgio Moro. O resultado está ai. Gente doida.

INTACTO, MORO SUPERA EM 25 PONTOS A APROVAÇÃO DE BOLSONARO, MOSTRA DATAFOLHA

Ministro mais popular e bem avaliado, ex-juiz se tornou alvo de alfinetadas do presidente e tem sofrido derrotas no Congresso

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Flávia Faria. ?Sergio Moro continua como o ministro mais bem avaliado do governo Jair Bolsonaro (PSL), com um patamar de apoio da população que supera o do próprio presidente.

A conclusão é da mais recente pesquisa nacional do Datafolha, feita na quinta (29) e sexta-feira (30) da semana passada. Segundo o levantamento, Moro é conhecido por 94% dos entrevistados, a taxa mais alta na Esplanada.

Dentre os que afirmam conhecê-lo, 54% avaliam sua gestão à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública como ótima ou boa. Outros 24% a consideram regular, e 20%, ruim ou péssima ?"2% não responderam.

Em comparação, são 29% os entrevistados pelo Datafolha que aprovam o governo Bolsonaro, 30% os que o consideram regular e 38% os que avaliam como ruim ou péssimo (2% não responderam).

O titular da Justiça mantém esse nível de aprovação em meio às constantes "frituras" por parte do presidente, a derrotas no Congresso e à divulgação de mensagens que expuseram a sua proximidade com procuradores da Lava Jato e colocaram em dúvida a sua imparcialidade como juiz federal.

A avaliação de Moro se manteve intacta desde o último Datafolha, em julho, com variações dentro da margem de erro, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. Naquele mês, eram 55% os que consideravam sua gestão boa ou ótima, 21% avaliavam como regular e outros 21% como ruim ou péssima (3% não responderam).

Desde julho, contudo, Moro passou por diversas crises. Na mais recente delas, viu Bolsonaro interferir na escolha de cargos da Polícia Federal, que está subordinada ao Ministério da Justiça, e minar sua autoridade.

"Está na lei que eu que indico, e não o Sergio Moro. E ponto final", disse Bolsonaro, em 22 de agosto, indicando que poderia trocar o diretor-geral da PF. Quem ocupa o cargo é Mauricio Valeixo, escolhido por Moro, com quem trabalhou nos tempos de força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.

Nesse intervalo entre as pesquisas, o ministro também foi alvo de novas reportagens baseadas nas mensagens que trocou com procuradores da Lava Jato enquanto juiz responsável pelos casos da operação.

Os arquivos, obtidos pelo site The Intercept Brasil, revelaram, entre outras coisas, que Moro interferiu em negociações de delações premiadas, o que não está previsto na lei, e omitiu uma palestra remunerada ao prestar contas de suas atividades como juiz.

Na pesquisa de julho, cerca de um mês após a publicação das primeiras reportagens (em 9 de junho), 58% reprovaram sua conduta nas conversas com procuradores da Lava Jato e disseram que suas decisões como juiz deveriam ser revistas. Ainda assim, 55% eram contra a possibilidade de ele deixar o cargo.

Na Câmara, o ministro viu pontos de seu pacote anticrime serem barrados ou alterados pelos deputados. É o caso da execução da pena após condenação em segunda instância, item considerado caro ao ex-juiz e que foi retirado do projeto. Bolsonaro, por sua vez, disse que o pacote, prioridade para Moro, não é visto com urgência pelo governo federal.

Na terça (4), em entrevista à Folha, o presidente disse que Moro não tinha "malícia" da política e que era ingênuo até chegar ao governo. Bolsonaro também afirmou que o nome de Moro não seria aprovado pelo Senado em uma eventual indicação para ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) ?"nomeação esta que, em maio, disse ter reservado ao ex-juiz, no que voltou atrás logo em seguida.

As alfinetadas do presidente, contudo, não foram suficientes para descolar sua imagem da de Moro. Os estratos bolsonaristas são os que apresentam os mais altos índices de apoio ao ministro.

Entre os que conhecem Moro, consideram sua gestão como ótima ou boa 80% dos que votaram em Bolsonaro, 88% dos que aprovam o governo e 89% dos que dizem sempre confiar no que diz o presidente. Entre os simpatizantes do PSL, partido de Bolsonaro, 97% apoiam o ex-juiz.

Outros segmentos que se sobressaem pela avaliação positiva do ministro são os que se declaram brancos (60% de ótimo ou bom), os evangélicos (61%) e os moradores da região Sul (64%). Bolsonaro também se destaca nesses estratos, mas com aprovação bem mais modesta: 36%, 37% e 37%, respectivamente.

Moro tem apoio mais discreto entre estudantes (38% de avaliação positiva), moradores do Nordeste (40%) e desempregados (45%). Já Bolsonaro tem alguns de seus piores índices de desempenho nesses mesmos segmentos, acumulando 19%, 17% e 18% de ótimo ou bom, respectivamente.

O Datafolha também pediu que os entrevistados avaliassem a atuação de outros quatro ministros: Paulo Guedes (Economia), Tarcísio Gomes (Infraestrutura), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Abraham Weintraub (Educação).

Desses, Guedes é mais conhecido (81% dizem saber quem ele é) e Weintraub, o menos (31% afirmam conhecê-lo). O titular do MEC e Salles são os mais mal avaliados: entre os que dizem conhecê-los, 32% e 33%, respectivamente, consideram sua atuação ruim ou péssima.

Figura central da crise de queimadas na Amazônia, o ministro do Meio Ambiente foi o único que viu sua reprovação crescer - alta de 12 pontos percentuais em relação a julho, quando somava 21% de ruim e péssimo.

Na outra ponta, Guedes tem a segunda melhor avaliação, perdendo apenas para Moro. O titular da Economia soma 38% de ótimo e bom entre os que dizem conhecê-lo.

Outro ponto questionado pelo Datafolha se refere ao que os entrevistados consideram o principal problema do país quando levadas em conta as áreas de atuação do governo federal. A saúde foi citada por 18%, seguida por educação e desemprego, com 15% cada um.

Segurança pública, sob responsabilidade de Moro, foi mencionada por 11%. No levantamento de julho, as questões relacionadas à violência foram apontadas como o maior problema brasileiro, com 19% das menções.

O Datafolha ouviu 2.878 pessoas em 175 municípios de todas as regiões do país. O nível de confiança é de 95%.
Herculano
05/09/2019 08:26
da série: Bolsonaro desta vez jogou mal. Conseguiu unir a maioria contra ele na intenção dele derrubar humilhando o Ministro Sérgio Moro que Bolsonaro usou para lustra falsamente a sua cruzada contra os corruptos e à corrupção.

O APELO DE JANAÍNA A MORO

Conteúdo de O Antagonista. Janaina Paschoal [deputada estadual pelo PSL de São Paulo, advogada e uma das autorias do impeachment da ex-presidente Dilma Vana Roussouff, PT - fez um apelo a Sergio Moro [pelo twitter]:

"Para o bem do povo e felicidade geral da nação, peço a Moro que FIQUE!"

Seu principal colaborador, o diretor-geral da PF, também deveria ficar.
Herculano
05/09/2019 08:19
da série: Bolsonaro mostra que caráter não é um bem valioso para ele, diz uma coisa, faz outra, e usa outras para melhorar a imagem e que as quer sob o seu relho. Perguntar não ofende: o combate à corrupção e corrupto não era a missão de Bolsonaro? Por que ele agora no poder flerta com esse banditismo dos políticos só para proteger os filhos envolvidos em fatos nada republicanos?

PARA A PF, BOLSONARO QUER ATINGIR MORO

Conteúdo de O Antagonista. A degola do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, é "dada como certa", diz o Valor.

"Para um integrante da cúpula da PF, Bolsonaro quis, mais uma vez, atingir Moro ao mirar Valeixo. Ao dizer que acertou com o ministro a saída do diretor-geral, o presidente impõe uma nova pressão ao ex-juiz da Lava Jato, que terá de decidir se acata a imposição de Bolsonaro ou se enfrenta o presidente e mantém o aliado no cargo.

A mesma estratégia foi usada para forçar a demissão de outro aliado de Moro, o então presidente do Coaf, Roberto Leonel."

A reportagem diz também que, "na segunda-feira, Maurício Valeixo tira 10 dias de férias, que já estavam programadas - mas sabe que pode não voltar ao cargo".

"O momento é crucial, e o resultado do jogo pode ser determinante para o futuro de investigações como a Lava Jato..."
Herculano
04/09/2019 14:42
GRUPOS DE CAMINHONEIROS FAZEM PROTESTOS PONTUAIS POR TABELA DO FRETE

Ao menos dois estados brasileiros registraram movimentação na manhã desta quarta-feira (4)

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Grupos de caminhoneiros fazem manifestações pontuais em estradas de pelo menos dois estados do país na manhã desta quarta-feira (4), segundo informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e das concessionárias das vias.

Os caminhoneiros protestam pela manutenção da tabela do frete. A constitucionalidade da criação dos preços mínimos do transporte rodoviário seria discutida nesta quarta-feira pelo STF (Supremo Tribunal Federal), mas o presidente da Corte, Dias Toffoli, decidiu retirar a pauta do plenário e o julgamento foi adiado.

A decisão de Toffoli atendeu a pedido apresentado pelo relator das ações no STF, ministro Luiz Fux, que não justificou a iniciativa, segundo a assessoria do presidente do Supremo.

No Paraná, um grupo de aproximadamente dez caminhoneiros está reunido desde o início da manhã no pátio de um posto de combustíveis às margens da BR-116 em Quatro Barras, região metropolitana de Curitiba, na altura do quilômetro 67 da pista sentido São Paulo.

Até o momento, não há nenhuma interdição de rodovia federal provocada por manifestantes no Paraná. As informações são da PRF.

Um dos articuladores do movimento de Curitiba, Rodrigo Bernini Souza disse que o protesto ocorre porque o governo não cumpriu com o que havia prometido.

"Está rolando [a paralisação]. No estado do Paraná, cidade de Ponta Grossa, na saída de Curitiba, em Quatro Barras, e em Resende, no Rio. Motivo: falta de palavra do governo, que não nos apoia como apoiamos eles. Fomos a Brasília, ele fez um vídeo e não cumpriu com sua palavra", diz Souza.

No vídeo, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, fala sobre os acordos coletivos, de julho, que surgiram na esteira de uma mobilização depois que a ANTT publicou uma tabela de frete contestada por grande parte dos caminhoneiros.

A expectativa da categoria era de que até 2 de agosto eles recebessem o piso acertado. Apesar das ameaças em julho, a paralisação não ganhou grandes proporções.

A ideia de paralisação não é unanimidade entre caminhoneiros. Segundo informações da coluna Painel S.A. desta quarta, houve um racha entre líderes dos caminhoneiros sobre o movimento.

Isso porque, enquanto os novatos prometeram vias fechadas com faixas de "Fora, Bolsonaro", os mais antigos se negaram a protestar e pediram foco na negociação com o governo.

Alguns veem os atos como precipitados. Havia mobilização para realizar protestos nesta quarta, mas como o STF recuou, parte das lideranças não vê motivo para manter a manifestação nas estradas.

"A lei está do nosso lado [com a suspensão do STF]. Vai fazer paralisação para qual sentido? Mas alguns já estavam com essa data", diz Wallace Landim, o Chorão, de São Paulo.

A opinião é a mesma de Wanderlei Alves, Dedeco, que diz que não é contra a paralisação, mas que não vê motivos para isso diante do recuo do Supremo.

A categoria aguarda uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria), que questionará associados sobre as dificuldades de contratar de forma direta, sejam autônomos ou cooperados.

"Tem uma linha aberta de negociação para trabalhar direto com embarcador, tirando o atravessador. Agora, isso força os embarcadores a virem para a mesa", diz Chorão.

No caso da rodovia Presidente Dutra, no Rio de Janeiro, houve manifestação no km 268, sentido São Paulo, próximo à cidade de Volta Redonda por volta das 8h15.

Teve movimentação também em Barra Mansa tanto no sentido São Paulo (km 274,6) quanto no sentido Rio de Janeiro (km 276), às 7h15.

De acordo com atualizações da concessionária Nova Dutra, no momento não há mais nenhum ponto de manifestação em toda a rodovia.

Não houve registros de ocorrências em Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
Herculano
04/09/2019 12:00
O PERIGO DA QUEDA DAS RESERVAS, por Hélio Beltrão, engenheiro com especialização em finanças e MBA na universidade Columbia, é presidente do instituto Mises Brasil, no jornal Folha de S. Paulo

Estabilidade da moeda depende da qualidade e da suficiência das reservas

O Banco Central está vendendo quase US$ 3 bilhões por semana das reservas internacionais, processo que deve se estender ao menos até o fim deste mês, para segurar a alta do dólar.

E de tempos em tempos também ressurge entre políticos uma ideia similar: por que não usar parte das reservas internacionais em moeda forte para garantir investimento, emprego e renda? Afinal, dizem, as reservas estão lá "paradas", e há um alto custo representado pela diferença entre a baixa remuneração recebida pelo BC no exterior e a Selic, mais alta.

Há complicações técnicas, mas me esforçarei em simplificar sem comprometer a essência. Em primeiro lugar, é preciso dominar a diferença entre o BC, um bicho monetário que cria dinheiro e gerencia a moeda nacional e as reservas, e o Tesouro, um bicho fiscal que arrecada impostos e efetua os chamados gastos públicos. São jurisdições distintas, ainda que existam pontos de contato.

No passado, houve caos inflacionário toda vez que o Tesouro demoliu as paredes legais que separam as jurisdições, tomando para si as chaves da fabulosa máquina de criar dinheiro do BC. Em condições normais, o Tesouro precisa arrecadar impostos ou tomar emprestado (via Tesouro Direto, por exemplo) para obter o dinheiro com o qual efetuará um gasto. Mas, se o Tesouro captura o BC, tudo fica mais fácil: conseguirá todas as fotos da onça-pintada necessárias para gastar o que desejar.

Em suma, apenas uma sólida separação entre essas jurisdições impede que os políticos produzam de imediato uma orgia hiperinflacionária.

Ademais, as reservas têm um propósito fundamental: garantir a moeda nacional. A moeda é tão boa (ou ruim) quanto suas reservas. A estabilidade da moeda depende da qualidade e da suficiência das reservas, que devem ser compostas pelos ativos mais seguros e líquidos.

Se, por suposição, as reservas forem insuficientes para cobrir o dinheiro circulando na economia, haverá risco de fuga de capitais mesmo em cenários benignos, que pode desvalorizar abruptamente o real.

Felizmente, embora o país já tenha amargado diversas crises por insuficiência de moeda forte, há pelo menos dez anos o BC detém reservas superiores a toda a base monetária. A proposição de vender reservas e entregar reais equivalentes ao Tesouro significa solapar a segurança do real e implodir as jurisdições para atender a uma demanda política por mais gastos.

Vale notar também que, quando o real se desvaloriza como nas últimas semanas, o custo de carregamento das reservas despenca e pode até gerar lucro, pois há ganho em reais: os mesmos dólares agora valem mais. O especialista político que cita o cálculo do custo das reservas não costuma incluir tal ganho.

E a qualidade das reservas? Aí reside um problema central do sistema financeiro internacional.

Antigamente se utilizava um bem escasso, o ouro. Hoje as reservas preferidas são títulos públicos americanos, ou seja, uma dívida, que não é escassa. Na prática, ainda que isolados dos políticos por uma eventual "independência", os doutores do BC detêm o brutal poder de monetizar dívida "ad nauseam".

Antes havia o padrão-ouro, agora o padrão-Ph.D. Antes era modesto o poder discricionário dos políticos e banqueiros centrais sobre nosso dinheiro, agora o poder total do BC.

Não discordo do fabiano Bernard Shaw, que dizia que "o mais importante para uma moeda é manter a estabilidade; como eleitor você deve escolher entre confiar na estabilidade natural de um bem escasso (ouro, em sua época) ou na honestidade e inteligência de burocratas". Voto contra monetizar dívidas, e, para isso, é preciso acabar com o BC no formato atual. Voltarei ao assunto.
Herculano
04/09/2019 11:57
COM AVAL DA JUSTIÇA, EX-TIM DEVE ASSUMIR COMANDO DA OI

Rodrigo Abreu assumirá a posição de diretor operacional e, perto do fim do ano, substituirá o atual presidente da operadora

Conteúdo e texto do Infomoney.A Oi recebeu autorização da Justiça para iniciar uma transição no comando da empresa, apurou o Estadão/Broadcast. Nessa transição, Rodrigo Abreu, membro do conselho de administração da Oi e ex-presidente da TIM, assumirá a posição de diretor operacional e, perto do fim do ano, substituirá o atual presidente da operadora, Eurico Teles, no posto desde 2017.

Segundo fontes, o sinal verde foi dado ontem à noite pelo juiz Fernando Viana, da 7.ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, onde corre o processo de recuperação judicial da companhia. Na esteira da notícia, o papel ordinário da Oi subiu 5,22%, fechando a R$ 1,21.

A autorização é uma resposta ao pedido de mudanças na direção feito meses atrás pelo conselho de administração da operadora. O processo de transição no comando corre em segredo de Justiça. Procurada pela reportagem, a Oi não comentou.

Em fevereiro, Viana havia determinado que a Justiça e o Ministério Público deveriam ser avisados previamente pela companhia sobre qualquer venda de ativos, fusões e incorporações, além de eventuais alterações na diretoria. No entendimento do MP, a manutenção dos diretores nos cargos era vista como importante para dar estabilidade ao processo de recuperação judicial.

Mas a pressão sobre Eurico Teles aumentou em agosto, quando o balanço da Oi referente ao segundo trimestre mostrou novo prejuízo e redução do dinheiro em caixa. A gestora de investimentos GoldenTree Asset Management, que tem 14,57% das ações da tele, enviou uma carta ao conselho pedindo a troca do presidente executivo.

Captação. Por causa das dificuldades financeiras que enfrenta, a Oi espera levantar até R$ 2,5 bilhões em uma operação de captação de recursos que será estruturada neste mês, segundo apurou o Estadão/Broadcast.
Herculano
04/09/2019 11:53
MUDANÇAS NOS IMPOSTOS TERÁ CPMF, MENOS IR E CHIFRE EM CABEÇA DE CAVALO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Plano do governo é controverso e não conversa com projetos que andam no Congresso

Quem procurar saber o que é a reforma tributária vai encontrar chifre na cabeça de um cavalo que na verdade é um centauro com rabo de sereia.

Duas propostas tramitam no Congresso, mais ou menos da mesma espécie. No laboratório do governo, rascunha-se um plano que faz parte de outro reino da natureza tributária. Não há como casá-las sem produzir uma aberração, se é que a tentativa não vai produzir um divórcio político paralisante.

Mais do que uma reforma tributária, o governo pretende que a mudança nos impostos seja parte dos seus planos de revolução social. No fim das contas, essa reforma da natureza embutiria uma reforma trabalhista terminal e uma reforma da Previdência radical.

Os economistas de Jair Bolsonaro de fato querem criar uma CPMF, que daria dinheiro bastante, acreditam, para dar cabo da contribuição patronal para a Previdência, para o INSS. A intenção transparece em palavras e números.

Depois de um tempo de transição, a alíquota da Nova CPMF chegaria a 1% (o governo chama o imposto de CST: Contribuição Social sobre Transações). Nos tempos em que se cobrava 0,38% (2002 a 2007, por exemplo), a receita equivalia regularmente a 1,35% do PIB, por ano. Fazendo uma conta no guardanapo, a nova alíquota daria uma receita de uns 3,5% do PIB. É um pouco mais do que a contribuição total das empresas para o INSS, o imposto sobre a folha de salários.

Essa conta de guardanapo não presta, claro, embora sugestiva. Para começar, o que sobrou da economia brasileira mudou muito, depois de uma década. Além do mais, uma alíquota tão alta vai assustar a caça, a base tributária. Quem paga imposto vai inventar estratagemas para fugir da paulada, que deve de resto incentivar reestruturações ineficazes de negócios (como verticalização), o que pode prejudicar ainda mais a receita, entre outras distorções.

Paulada? Sim. Atualmente, a taxa de juro real básica anda pela casa de 1,8% ao ano, por exemplo. A alíquota de 0,38% em tempos de juros de mais de 10% já causava distorções e malabarismos.

No começo, a alíquota seria menor, perto de 0,4%. Compensaria parte da receita perdida pelas empresas que deixariam de contribuir, se contratarem empregados com a "carteira verde e amarela" (emprego lipoaspirado de direitos trabalhistas), parte de um projeto de criar um sistema de capitalização para a Previdência.

O dinheiro talvez sirva também para cobrir as perdas com a arrecadação do Imposto de Renda da pessoa física, projeto querido de Jair Bolsonaro. Para ricos ou para pobres, a alíquota máxima seria de 25% (hoje 27,5%), e a renda tributável seria menor.

Gente do governo diz que a perda de receita seria compensada com a redução das deduções com despesas de saúde e, talvez, educação, de fato socialmente injustas (pobre não paga escola privada e plano de saúde). Mas não vimos as contas, de resto sempre aproximadas e incertas, ainda mais em tributação.

Mais interessante, diz o governo que vai cobrar imposto sobre o lucro de acionistas de empresas. Já sabido, quer unificar três impostos federais (Cofins, IPI e IOF). Ok, mas deixa de fora o ICMS (estadual) e o ISS (municipal), que seriam unificados no projeto que tramita na Câmara.

Como essa propostas vão conversar, técnica e politicamente (fora as emendas e lobbies que virão)? Que bicho vai dar em uma reforma que mantém a demência do ICMS, mumunhas do ISS e uma CPMF (CST) com a extravagante alíquota de 1%?
Herculano
04/09/2019 11:45
JEREISSATI APRESENTA RELATóRIO DA PREVIDÊNCIA COM MUDANÇAS

Conteúdo de O Antagonista.Tasso Jereissati, relator da reforma da Previdência no Senado, acatou emendas e fez mudanças no seu parecer apresentado hoje à CCJ.

O novo texto estabelece que as regras de aposentadoria aplicadas a congressistas também irão valer a ex-parlamentares.

Jereissati retirou do texto a regra que reduzia o direito dos anistiados políticos de receberem indenização, aposentadoria ou pensões. O relator também fez uma alteração para exigir a criação de um modelo especial de contribuição para trabalhadores informais e de baixa renda.

Em seu novo parecer, o tucano estabelece que o valor da pensão não poderá ser inferior a um salário mínimo em qualquer situação. Na primeira versão do relatório, esse direito estava assegurado somente a pensionistas que ganham menos do que o piso nacional.
Herculano
04/09/2019 11:41
O CORPO FECHADO DE POLÍTICOS MANCHADOS. ELES COMEMORAM. E CADA VEZ MAIS A POPULAÇÃO RECEIA SOBRE A JUSTIÇA E COMO ELA APLICA A LEI PARA CASOS NOTóRIOS

JUSTIÇA MANDA SOLTAR ANTHONY E ROSINHA GAROTINHO

Decisão é do desembargador Siro Darlan

Ex-governadores do Rio foram presos na 3ª

Conteúdo do Poder 360, Brasília. O desembargador Siro Darlan, plantonista do judiciário no Rio, concedeu habeas corpus para Anthony Garotinho e Rosinha, menos de 24 horas após a prisão preventiva dos dois ex-governadores. A informação foi publicada nesta 4ª feira (4.set.2019) pelo portal do jornal Estado de S. Paulo.

Os 2 ex-governadores foram presos preventivamente na 3ª feira (3.set), por suspeitas de propinas de R$ 25 milhões nas obras de casas populares em Campos dos Goytacazes.

Na justificativa, o desembargador alega que o pedido de prisão "cita fatos de mais de 10 anos atrás uma total ausência de contemporaneidade demonstrando inexistir nexo causal entre a necessidade da prisão e o decreto formulado pela autoridade coatora".
Herculano
04/09/2019 11:33
CONGRESSO PODE DERRUBAR VETOS À LEI SOBRE ABUSO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Parlamentares do Senado e da Câmara, inclusive de partidos ligados ao Palácio do Planalto, têm feito expressivo silêncio sobre a polêmica envolvendo os vetos de Jair Bolsonaro à Lei de Abuso de Poder. O presidente adiantou nesta terça (3) que pretende vetar cerca de vinte pontos do projeto. A intenção é demonstrar "coerência política", mas sabe que é forte a possibilidade de o Congresso derrubar os vetos.

CADA UM NA SUA

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, mediu as palavras, mas deixou claro: o presidente exercerá suas prerrogativas, o Congresso também.

DESCONFIANÇA GERAL

Aprovada em votação simbólica, a lei sobre abuso de autoridade mexe num vespeiro, sob a desconfiança de que tenta intimidar autoridades.

INTIMIDAÇÃO

O texto final amenizou a clara tentativa da proposta inicial de intimidar procuradores, juízes e policiais, consolidando regras já existentes.

ALGEMAS PROIBIDAS

Bolsonaro já avisou: vai vetar punição a policiais que usem algemas sem necessidade. Mas uma súmula do STF colocou a regra em vigor.

ONG 'INDIGENISTA' LEVOU R$19 MILHõES; ÍNDIOS, ZERO

A área técnica do Tribunal de Contas da União aprofunda a apuração de irregularidades do dinheiro do Fundo Amazônia distribuído pelo "gestor" BNDES a organizações não-governamentais (ONGs). Estão sendo investigados contratos como o que rendeu R$19 milhões a uma ONG CTI, dedicada ao "trabalho indigenista". Auditoria do Ministério do Meio Ambiente entregue ao TCU, revela que não foi possível encontrar qualquer "consultoria", tampouco beneficiários de tanto dinheiro.

O GATO COMEU?

A CTI diz ter gasto parte dos R$19 milhões em eventos, mas a auditoria não comprovou a presença da ONG em qualquer deles.

DESVIRTUAMENTO

A auditoria também verificou "ações quase que totalmente atinentes à esfera de atuação Funai e poucos em relação ao Meio Ambiente."

TCU ESMIÚÇA

O ministro Vital do Rêgo é o relator, no TCU, que coordena a investigação do derrame de dinheiro do Fundo Amazônia para ONGs.

QUE COISA FEIA

Uma nota triste no País em que muitos tentam levar vantagem: 8.500 professores do DF permitiram que usassem seus nomes para descolar gratificação devida só àqueles que trabalham com crianças especiais.

...VERGONHA NO LIXO

Cada professor que tentou a gratificação ilegal receberia R$8.200, e os advogados uma comissão sobre R$70 milhões, o total. O governador Ibaneis Rocha, que é advogado, foi ao STF e derrubou essa vergonha.

PREVIDÊNCIA NO STF

Está na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) de setembro três Ações Diretas de Inconstitucionalidade que questionam a reforma da Previdência... do governo Lula. As três ações tramitam desde 2004.

ELEIÇÃO MUDA TUDO

A expectativa de especialistas em comércio exterior é que a eleição presidencial norte-americana deva alterar o quadro de tensão entre EUA e China. O principal interessado em um bom acordo é o próprio presidente Trump, que disputará a reeleição em novembro de 2020.

SENADOR NO CHÃO

O senador Cid Gomes (PDT-CE) teve um chilique ontem enquanto discursava no Senado. Ele sofre da síndrome de vasovagal, que causa tontura. Foi socorrido pelo senador e médico Otto Alencar (PSD-BA).

ACHADOS E PERDIDOS

Com a prisão dos pais na manhã dessa terça (3) no Rio, os irmãos Garotinho não circularam no Congresso. Já o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) deu alguns passos à frente, no plenário, durante a sessão.

LIBERDADE RELIGIOSA

Ministro do STJ "terrivelmente evangélico", Humberto Martins fará palestra no 26º Simpósio Internacional sobre Liberdade Religiosa em Atlanta (EUA), no dia 7 de outubro. Ele foi convidado pela cúpula da igreja mórmon, da qual faz parte o empresário brasileiro Carlo Wizard.

VIROU FUMAÇA

De acordo com a Perseu Abramo, fundação do PT bancada pelo fundão partidário, "a crise ambiental gerada pela Amazônia" não é um grande assunto nos jornais, "mas continua presente".

PENSANDO BEM...

... nos olhos dos parlamentares, a economia do Brasil deve estar bombando. Só isso explica um fundão eleitoral bilionário.
Herculano
04/09/2019 11:26
EDUARDO BOLSONARO, UM DIPLOMATA, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Diplomata é um indivíduo polido, educado, com habilidade para lidar com pessoas e buscar resolver problemas

Uma das acepções da palavra "diplomata" é "quem tem habilidade para lidar com pessoas, resolvendo ou buscando resolver problemas difíceis". Outro sentido registrado pelos dicionários é "indivíduo polido, educado".

No meio da crise amazônica, o deputado federal Eduardo Bolsonaro compartilhou um vídeo intitulado "Macron é um idiota".

O Senado deverá em breve definir se acatará ou não a indicação de Eduardo Bolsonaro para integrar o corpo diplomático brasileiro assumindo a embaixada em Washington.

O que me interessa discutir aqui é o dispositivo legal que dá ao presidente a prerrogativa de escolher gente de fora da carreira diplomática para chefiar missões no exterior. Não é uma jabuticaba brasileira. Vários outros países têm regulamentos semelhantes. Minha impressão é a de que estamos diante de uma espécie de fóssil legislativo, herança dos tempos em que reis despachavam parentes e amigos para representá-los no exterior.

Será que esse mecanismo faz sentido no século 21? A diplomacia é, cada vez mais, uma atividade técnica, cujo bom desempenho depende de conhecimentos específicos e do domínio de uma linguagem e códigos próprios. Eu não diria que o embaixador é como o cirurgião, que, ou foi treinado para aquilo e sabe fazer, ou deve ficar longe do paciente, mas quem for se arriscar na função precisa ter alguma aptidão.

A lei que regula a matéria, a 9.202, que é de 1946, revela-se surpreendentemente bastante equilibrada. Estabelece, como regra geral, que os embaixadores sejam recrutados entre diplomatas, mas admite "excepcionalmente" a nomeação de pessoas estranhas à carreira, desde que "de reconhecido mérito e com relevantes serviços prestados ao Brasil".

Cabe aos senadores apenas julgar se Eduardo Bolsonaro cumpre os requisitos da lei. Terão de optar entre a sabedoria convencional solidificada nos dicionários e a conveniência política.
Miguel José Teixeira
04/09/2019 11:24
Senhores,


"Fernando Haddad defende livro do "nós pega o peixe".

(https://www.youtube.com ' watch)

Lembram?

leia mais em: https://www.estadao.com.br/noticias/geral,livro-adotado-pelo-mec-defende-falar-errado,718471

O texto abaixo do Elio Gaspari omiti. . .
Herculano
04/09/2019 11:23
NINGUÉM ENQUADRA O STF

Conteúdo de O Antagonista. A PEC que pretendia enquadrar o Supremo, restringindo decisões monocráticas, foi derrotada no Senado.

A proposta de Oriovisto Guimarães, do Podemos, recebeu 38 votos, 11 a menos do que o necessário.

A dupla Davi Alcolumbre e Renan Calheiros enterrou mais uma tentativa de delimitar o poder absoluto dos ministros do STF.
Herculano
04/09/2019 11:18
MAIS UM EXEMPLO COMO OS POLÍTICOS QUE ELEGEMOS, PAGAMOS A PESO DE OURO E QUE DIZEM SEREM NOSSOS REPRESENTANTES NOS ROUBAM, ZOMBAM E TRABALHAM PARA SALVAR A VIDA BOA DELES.

Conteúdo de O Antagonista. Os otários pagam. Os deputados, à meia noite, decidiram que você vai pagar os advogados do Lula.

Mas não foi só isso.

Eles decidiram também que teremos de volta a propaganda partidária no rádio e na TV, que havia sido extinta em 2017 exatamente para destinar recursos ao fundo eleitoral.

VOLTO com a observação que escrevi no twitter @olhandoamare:

E falta dinheiro p saúde púbica, remédios, educação, bolsas de estudos, pesquisas, segurança, obras mínimas de infraestrutura.Os deputados e senadores junto com o STF estão ñ só afrontando o povo pagador de pesados impostos, mas roubando em causa própria como os piores bandidos
Herculano
04/09/2019 11:11
BOLSONORO OCUPA TERRENO E PUXA O JOGO POLÍTICO PARA A DIREITA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente perde popularidade, mas mantém base fiel em grupos cobiçados por rivais

Além do aumento do índice de reprovação de Jair Bolsonaro, a pesquisa Datafolha mostrou que a versão radical de sua plataforma tem sustentação numa fatia considerável do eleitorado. O presidente parece ocupar terreno firme o suficiente para puxar parte do jogo político para a direita nos próximos anos.

Mesmo sob retórica agressiva, sem concessões à moderação, Bolsonaro construiu apoio relativamente estável em grupos-chave. Um terço dos brasileiros de renda média e quase 40% daqueles com renda mais alta dizem que o governo é ótimo ou bom.

No Sul e no Sudeste, embora índices negativos tenham subido, a avaliação positiva ficou praticamente estável desde abril, acima dos 30%.

Os números não são vistosos, mas indicam que Bolsonaro conta com a fidelidade de parte desses segmentos até quando chega ao ponto de defender torturadores e de desdenhar da preservação do meio ambiente.

O presidente decidiu montar guarda nesse extremo da régua ideológica. Acreditando ter dominado o território, ele tenta expurgar potenciais adversários para o campo oposto.

Bolsonaro trabalha para jogar para a esquerda rivais que podem disputar espaço naqueles nichos, como João Doria. A declaração de que o tucano "mamou" em governos do PT ao comprar um jato é um empurrão inicial. O movimento segue a doutrina bolsonarista que infla uma polarização exagerada com a esquerda para espremer posições de centro.

Nas últimas décadas, quem ocupava parte das faixas de renda e das áreas do país capturadas por Bolsonaro era o PSDB, em disputa com os petistas. Candidatos desse campo político não terão abertura para reconquistar espaço pela esquerda, então tendem a reagir pela direita.

Doria testou as águas ao anunciar, nesta terça (3), o banimento de um material que ensinava alunos de 14 anos a usar preservativos. De quebra, atacou a "ideologia de gênero", que nada significa e nada tem a ver com saúde pública, mas é um emblema da extrema direita. O concurso de obscurantismo começou.
Herculano
04/09/2019 11:08
ARMAI-VOS UNS AOS OUTROS, por Carlos Brickmann

Faz mais de 500 anos, pouco depois da descoberta do Brasil. Na França, o Governo católico perseguia os huguenotes, protestantes. Numa só noite, só em Paris, três mil protestantes foram assassinados, apenas pela religião (foi a Noite de São Bartolomeu). O líder dos huguenotes era Henrique de Navarra. Certo dia, ele foi informado de que herdaria o trono da França caso se convertesse ao catolicismo. Disse uma frase célebre, "Paris bem vale uma missa", converteu-se, chegou ao trono. E deu liberdade religiosa aos huguenotes. Depois de mais de 30 anos de guerra, a França voltou a crescer.

Faz mais de 500 anos, mas a lição de que a tolerância é essencial ainda não foi aprendida. Há dias, um restaurante de palestinos refugiados da guerra na Síria foi atacado em São Paulo - parece que apenas por ser palestino. Um humorista, Gustavo Mendes, foi ameaçado de agressão em Teófilo Otoni por fazer piadas sobre Bolsonaro (só ameaças ?" mas porque ele saiu com escolta policial). Abra o blog de Caio Blinder, há pessoas que o odeiam por ser judeu e postam slogans antissemitas.

Só no Brasil? Não, na França há atentados contra judeus e contra imigrantes muçulmanos. Em Londres, manifestantes contrários ao primeiro-ministro Boris Johnson sugerem que ele e seus seguidores sejam mortos em câmaras de gás, "como em Auschwitz".

Protestantes, católicos, judeus, islâmicos creem no mesmo Deus único. Só existe uma raça, a humana. Diante disso, como se pode ser intolerante?

O MAL, ESPALHADO

O Irã condena homossexuais à morte, nos EUA, Inglaterra e França, que guerrearam o nazismo, há nazistas. Há quem discrimine negros. No Brasil, alguns antibolsonaristas supõem que 53 milhões de fascistas votaram nele; e alguns bolsonaristas acham que quem é contra Bolsonaro é comunista. Para Bolsonaro, comunistas deveriam ir para Venezuela ou Cuba, apenas por pensarem diferente. Desconhecem a boa política: não fique tão perto que se transforme em adesista, nem tão longe que não possa reaproximar-se. O mundo vai mal, acreditando em loucuras.

O Brasil da "solução mulata" de Silveira Sampaio, da abençoada miscigenação, vai aderir à loucura geral?

OS DOIDOS EM AÇÃO

Lembra daquele doido que outro dia tentou invadir o Congresso, quebrou as portas de vidro e teve de ser algemado? Há um vídeo dele na Internet, em que promete dar uma facada mortal em Bolsonaro e matar ministros do STF. Precisa surgir alguém propondo trégua e tolerância. Ou vamos acabar mal.

MORRO ABAIXO

A popularidade do presidente Bolsonaro está em queda, conforme as duas últimas pesquisas: pelo Datafolha, ele é reprovado por 38%, contra 29% que o apoiam (em julho, eram 33%, contra e a favor). O Atlas Político, citado pelo site O Antagonista, informa que a rejeição ao presidente ultrapassou os 50%, embora por pouco, pela primeira vez: 50,9%. A avaliação positiva, em junho, era de 50,3%. Em julho, de 46,2%. Agora, caiu para 42,9%.

MORO ACIMA

Já o ministro da Justiça, Sérgio Moro, mantém sua lenta ascensão, diz o Atlas Político. Está com imagem positiva para 51,7% dos eleitores. Em julho eram 51,4%. Em junho, 50,4%. Aparentemente, a divulgação das conversas entre Moro e procuradores da Lava Jato não o prejudicou. Segundo a Paraná Pesquisas, 58,8% querem que ele fique no cargo, contra 34,3% contrários.

O RISCO DO HERóI

Em público, Bolsonaro acostumou-se a desdenhar pesquisas, lembrando que previam que ele perderia o segundo turno contra qualquer adversário. Na prática, já começou a cortar as asas de Moro, dizendo que não prometeu nomeá-lo para o Supremo, chamando-o de "ingênuo" e lembrando que certos cargos são de livre nomeação do presidente, e não de ministro nenhum. Não há quem seja possível candidato à Presidência que deixe de ser atacado: João Doria e Luciano Huck foram apontados como beneficiários de empréstimos privilegiados do BNDES, para comprar jatos executivos da Embraer. Não é verdade: a beneficiária era a Embraer, que ganhava condições de vender seus jatos.

E daí? Moro, se continuar em alta, pode ser a próxima vítima.

DINHEIRO FALTA

A Capes, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, anunciou que, pelo Orçamento, só terá dinheiro para pagar metade das bolsas de pós-graduação em 2020 ?" sim, isso significa que teremos menos gente altamente preparada. O CNPq, Conselho Nacional de Pesquisas, anunciou que o dinheiro de suas 80 mil bolsas dura até o quinto dia útil de setembro.

DINHEIRO ABUNDA

Falta dinheiro para ciência e pesquisa, mas o Orçamento prevê aumento de 48% no Fundo Eleitoral, para pagar a campanha deles com nosso dinheiro. Isso significa que PT e PSL terão R$ 250 milhões, cada, em 2020.

Faça as contas, caro leitor: seus rendimentos aumentam 48% de um ano para outro?
Herculano
04/09/2019 11:03
WEITRAUB E A "SUSPENÇÃO" DAS BOLSAS, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Brasil tem que conviver com ministro que assina documento sem ler e suspende auxílio à pesquisa

Num governo que fez a opção preferencial pelo folclore radical, Abraham Weintraub é um personagem inesquecível. É legítimo herdeiro do general Aurélio de Lyra Tavares, que há exatos 50 anos governava o Brasil na junta militar que empalmou o poder diante da incapacidade do presidente Costa e Silva. O doutor Weintraub pediu dinheiro ao ministro Paulo Guedes referindo-se à "suspenção" de pagamentos. Dias depois, explicou-se dizendo que assinou a carta de oito páginas sem lê-la.

Em março de 1964, o general Lyra Tavares escreveu ao seu chefe, Humberto Castello Branco, falando em "acessoramento", numa carta em que meteu também um "encorage". Como o general acabou seus dias num fardão da Academia Brasileira de Letras o ministro da Educassão tem pouco a temer (quando a ditadura vivia seu período de abrandamento, era comum que panfletos e documentos militares criticassem a "distenção").


Com Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Weintraub compõe o triunvirato folclórico do governo Bolsonaro. Uma cedilha a mais ou a menos não deve ser motivo para condenar uma pessoa. Grave mesmo é que, no dia em que se noticia a suspensão do pagamento de 5.613 bolsas de mestrado e doutorado, o ministro vá para vitrine escrevendo que "tem gente que acredita em Saci Pererê, em Boi Tatá e em Mula sem Cabeça; e tem gente que acredita no Datafolha". Seu chefe manifestou o mesmo ceticismo em relação a uma pesquisa que mostrou a corrosão de sua popularidade, lembrando que tem gente que acredita em Papai Noel. Tudo bem porque qualquer fantasia é admissível para quem se vê mal numa pesquisa, inclusive a de acreditar no bom velhinho.

Ministro da Educação é outra história, sobretudo num país que precisa de pesquisadores. O Brasil que já conviveu com um ministro do Exército que escreveu "acessoramento" pode conviver com outro, na Educação, que assina sem ler um documento mencionando uma "supenção" de pagamentos. Mais difícil será conviver com um administrador que suspende todas (repetindo, todas) as novas bolsas de mestrado e doutorado do país.

Weintraub poderia abrir o debate do financiamento dessas bolsas, de sua qualidade e dos critérios que as orientam. Também poderia reconhecer a gravidade da suspenção, organizando-se para minorar seus efeitos. Nessa discussão haverá espaço para vida inteligente. É sempre bom lembrar que nos seus 21 anos de duração, a ditadura demitiu, prendeu e exilou cientistas, mas também montou uma sólida base de estímulo à pesquisa. Poucos professores foram tão patrulhados pela esquerda em 1964 quanto o reitor Zeferino Vaz, da Universidade de Brasília. A partir de 1966 ele comandou a organização da Unicamp, que está hoje entre as melhores do país. O campus da universidade leva seu nome. Deve-se a Sérgio Buarque de Holanda a distinção, na política brasileira, entre conservadorismo e atraso. Talvez Zeferino fosse conservador, mas atrasado não era. Weintraub é atrasado, só.

Ele acha que existe um boi chamado Tatá. O Boitatá é uma enorme serpente de fogo que protege as matas. Ricardo Salles e Bolsonaro, por exemplo, sentiram o bafo do Boitatá.

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