SILVIO CLEFFI, PSC, PRESIDENTE DA CÂMARA DE GASPAR, DESAFIA ELEITOR QUE LHE QUESTIONA NA REDE SOCIAL. - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

SILVIO CLEFFI, PSC, PRESIDENTE DA CÂMARA DE GASPAR, DESAFIA ELEITOR QUE LHE QUESTIONA NA REDE SOCIAL. - Por Herculano Domício

20/06/2018

OS POLÍTICOS, ATÉ OS QUE ENTRARAM OUTRO DIA NESSE BAILE ANUNCIANDO QUE TOCARIAM MÚSICA NOVA, PRECISAM DE APLAUSOS FÁCEIS E SEM CONTRAPONTO.

A reprodução de um dos bate-bocas recente no Facebook entre o presidente da Câmara de Gaspar, Silvio Cleffi, PSC, e duas cidadãs quase não necessita de comentários à parte. Eles mesmos dizem muito sobre os nossos políticos, suas incoerências e jogadas pelo poder na base do grito e armadilhas. Deixa-me de alma lavada, mais uma vez, naquilo que escrevo, quase todos os dias.

A troca de farpas mostra três coisas: o político Silvio está mal assessorado; enxergou uma oportunidade e não mediu às consequências; e com o poder que lhe deram no jogo político para dar maioria à oposição na Câmara, ele claramente não está sabendo lidar com a pressão, o contraditório e o próprio poder.

Há poucos dias encontrei um político em Gaspar e sua esposa. E eles me contaram que determinado agente público não tinha a mínima noção do que fazia e repercutia na sociedade, apesar de vários avisos e até orientações. Eu lhes retruquei que isso é fruto da tal síndrome da percepção. O poder – e não o dinheiro, que vem por consequência na maioria dos casos -, cega os poderosos.

Muitas vezes os novos e os de sempre empoderados, mas sempre os que não se preparam, os que estão a reboque de causas, interesses e pessoas, acham que são a cocada predileta do tabuleiro. Mal sabem eles, que lhes sobra açúcar e isso em excesso, enjoa, estraga a percepção do doce do sabor.

Nós não somos aquilo que achamos ou queremos ser. Somos aquilo que os outros pensam de nós, tudo resultado do nosso comportamento, atitudes e resultados.

Ora o que deu ao vereador e presidente Silvio Cleffi em desafiar diretamente internautas – uma base que até ontem ele orgulhava tê-la e dominá-la aos milhares? Pior mesmo foi tentar enfrentar e ter que correr de quem ele disse não conhecer? E os internautas toparam o enfrentamento. Silvio teve que recuar. Já era tarde. E recuar significou que Silvio piscou, admitiu o que se lançou de dúvidas. Afinal, como ele mesmo disse, não é um “homem de aposta, mas de fazer”.

Silvio até agora só apostou, mas fez diferente da aposta. E isto é percepção. Senão vejamos.

Apostou em Kleber, mas o traiu e se uniu à oposição.

Apostou em dominar a Saúde, virou refém do seu próprio ego e erro em favor da corporação médica que deixou a Saúde Pública de Gaspar um desastre

Apostou num projeto chamado de Mais Saúde que “unia todos”, mas dividiu. Apenas deixou que essa união fosse de sete dos 13 vereadores.

Apostou em criar uma superestrutura cara de comissionados Câmara com o dinheiro dos pesados impostos dos gasparenses, apesar da manobra para acelerar esse processo teve que recuar diante da brutal repercussão negativa na sociedade.

A lista é longa e o espaço diminuto. Foi tudo isso somado que o minou, o desnudou, o enfraqueceu e agora o levou até a bater boca com internautas, logo num ambiente plural, cheio de armadilhas e onde se vangloriava de dominá-lo.

O gasparense quer sim melhorias na área de Saúde Pública, mas sabe porque foi esclarecido, que parte do desastre teve a mão do próprio Silvio. Então apostar na transferência de culpas, não foi uma grande ideia, ainda mais quando hoje temos as redes sociais tão abertas para a disseminação de fatos para o enfrentamento.

A imprensa veio a reboque, doutor Silvio. E por que? Porque não tinha alternativa. O elástico dela para diminuir impactos tem nova e menor medida ditada pelas redes sociais. Estava perdendo espaços para as redes sociais neste e outros assuntos sempre abordados aqui e que deixa inconformado .

E para encerrar a longa lista de apostas de Silvio Cleffi.

Apostou na construção do novo prédio da Câmara. Depois de tanto murro em ponto de faca, ainda há para ele a chance para iniciar o projeto e deixá-lo como marca do presidente Silvio para a cidade e a Câmara quando sair da presidência. E será muito, até porque gente que se diz competente, executiva e carimbada não conseguiu até hoje. Então é preciso focar, e como um bom médico, ouvir pacientemente os seus eleitores e eleitoras e não, enfrentá-los – em qualquer ambiente, ou ao menos em momentos inadequados só porque ser a cocada da vez.

Silvio prometeu música nova, mas está no descompasso. A música que se ouve no salão é da velha gafieira. E a nova Gaspar, feita de gente esclarecida, ou por jovens, está se negando aos aplausos fáceis. Só isso.

UM CAMINHO DE ERROS

Para rememorar, aos que não conhecem e não são daqui.

Silvio Cleffi, está ainda no PSC, partido onde nasceu politicamente e feito para e por evangélicos pentecostais. Silvio é cria do político mais experimentado do que ele, apesar de jovem, o evangélico da mesma igreja Assembleia de Deus onde funciona Kleber Edson Wan Dall, MDB, e sua família. Silvio é médico e por conta disso, é também funcionário público municipal atuando no postinho do Bela Vista, e na Policlínica como cardiologista – que agora, por incompatibilidade de horários e fiscalização para o cumprimento dele, desistiu.

Mais. Como médico, amigo, afilhado político e próximo de Kleber, como vereador fiel da balança na então estreita maioria de Kleber na Câmara, o paulista Silvio Cleffi interferiu como poucos na Saúde Pública de Gaspar em nome do que tinha como concepção de gestão e principalmente na defesa da corporação médica que representa.

A Saúde Pública virou o caos. E a má fama se alastrou e arrastou o governo, mas livrou Silvio que atuava nos bastidores. A administração do MDB e do PP ficou exposta. E para piorar, o aliado Silvio, em silêncio – não tão assim, pois muito antes do acontecido escrevi aqui, ouvindo fontes do MDB, de que ele era o plano B a Franciele Daiane Back, PSDB. E foi. Virou opositor.

Não que Franciele teria sido melhor na presidência da Câmara. Mas, isso é assunto para outra coluna que está no estoque. Franciele, e menos de dois anos já está na terceira assessora e isso revelador...

Voltando. Três secretários de Saúde, em menos de um ano e meio de governo Kleber, retratam claramente o erro na área da Saúde. Não há como contestar fato tão claro e crasso.

Há, contudo, uma tentativa de acerto, ou ao menos de quebra de paradigma para interromper intromissões, chantagens e improvisos, quando o prefeito de fato de Gaspar, o então secretário da Fazenda e Administração e Gestão, o advogado Carlos Roberto Pereira, MDB, foi parar por iniciativa dele mesmo, quando viu o barco afundando, como titular da secretaria de Saúde.

A missão dele foi a de estancar as interferências corporativas, reverter o quadro caótico e dar identidade mínima à secretaria para melhor ser percebida pelos gasparenses doentes e necessitados de médicos, atendimentos e remédios.

Essa manobra emergencial e fora do que estava combinado no próprio governo, deixou Silvio órfão em seus planos de interferência no setor.

Silvio tentou desmoralizar a decisão de Kleber e capacidade de Pereira. Foi surpreendido por medidas de impacto, mudanças que o tiraram do centro do embate. O jogo de forças foi se esvaziando nessa área.

Agora, restou a Silvio os questionamentos corporativos. Depois do diretor técnico que não se tinha desde que a exigência do Conselho Federal de Medicina estabelecida, vejam só, em 1932, a última foi o tal médico auditor para a secretaria da Saúde. Todos de interesses corporativos e Silvio teima dizer que não se trata disso. Como assim? Está à vista de todos.

Há uma semana Silvio sinalizou um bom caminho, como auditar custos na troca de médicos. É bom, mas está perdido novamente. Está defendendo apenas que está saindo e tinha 15 anos de trabalho por aqui no ambulatório. Não quer os novos. Não quer a suposta melhoria, pois o resultado ainda não pode ser medido. Fiscalizar os erros, os contratos cheios de truques e os altos custos, sim. Defender melhorias no atendimento da população sofrida, sim. Agora, defender o que não funcionava, aí já é tocar a mesma e velha música na gafieira.

Silvio calculou mal o seu salto quando foi para a oposição. Sonhou que com suas manobras teria os pés no governo Kleber e na oposição, como ele mesmo registrou no seu discurso depois da “surpreendente” vitória naquela sessão de meados de dezembro do ano passado. Agora, brinca com outro perigo: o de achar que os eleitores que frequentam a rede social estão errados e ele certo. Pode ser uma aposta equivocada. E ainda, apesar de tudo, há tempo para entender, absorver e corrigir o repertório. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1856 - quarta-feira

Comentários

Herculano
21/06/2018 14:09
EIS QUE A QUESTÃO DO AUXÍLIO-MORADIA DOS JUÍZES E MEMBROS DO MP VOLTA DE FORMA MAIS IMORAL DO QUE ANTES: COM A PALAVRA, LUIZ FUX, O MORALISTA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Ah, meu bom e crédulo brasileiro. O auxílio-moradia de juízes e membros do Ministério Público voltou à pauta, com uma imoralidade ainda mais fulgurante do que antes. Tentaram ajeitar tudo na surdina, longe da vigilância da população. Mas a coisa desandou. E, como verão, é mais acintosa do que antes.

É impressionante, não? Saia a perguntar por aí às pessoas que se interessam minimamente pelo noticiário de política onde estão os verdadeiros "amigos do povo". A resposta, claro!, será "Ministério Público" e "juízes que gostam de prender pessoas". Pouca gente se dá conta de que se está a confundir, hoje em dia, combate à corrupção com vocações autoritárias. Vejam, para ilustrar, o caso de Sérgio Moro: com uma única penada, ele se declarou o dono das provas colhidas pela Lava Jato e de todos os atos tomados pela administração federal que cobram reparação daqueles que fraudaram o erário. Ele os suspendeu. Objetivo: proteger seus delatores de estimação.

Infelizmente, estamos formando uma geração de otários. O caso do auxílio-moradia ilustra à perfeição o modo como se engana um bobo na casca do ovo. Vamos ver. Magistrados e membros do Ministério Público que eram deslocados para trabalhar em cidades distantes de onde mantém residência fixa tinham direito ao tal auxílio para, então, pagar o aluguel de um imóvel.

Pois bem! O ministro Luiz Fux, o mais sensível no STF a apelos corporativistas, concedeu uma liminar em 2014 estendendo a todos os juízes e membros do MP o benefício, que hoje está em R$ 4.375 mensais. Vale dizer: recebe a mamata mesmo quem trabalha na cidade ou área em que mora e ainda que tenha casa própria. Para lembrar: o buliçoso juiz Marcelo Bretas é dono de imóveis, no plural, avaliados em mais de R$ 10 milhões. É um homem rico. Mora num apartamento de mais de 600 metros quadrados. Ele e sua mulher, também da carreira, recebem dois auxílios-moradias. Ele recorreu à Justiça para dobrar um benefício de imoralidade inequívoca e legalidade duvidosa.

Andam a fazer contas estranhas por aí. Fato: existem no Brasil, arredondado, 18 mil juízes (entre estaduais e federais) e 13 mil membros do MPF. Contam-se nos dedos os que abrem mão do tal auxílio. A conta é simples, de multiplicar: esses dois entes consomem, juntos, por mês, algo em torno R$ 135,625 milhões. No ano, mais de um R$ 1,6 bilhão. É mais dinheiro do que a Lava Jato efetivamente recuperou para a Petrobras em seu quarto ano de devastação da vida pública, sob o pretexto de combater a corrupção.

Só em fevereiro deste ano Fux resolveu levar sua liminar à votação. Mas, ora vejam, numa manobra combinada, infelizmente, com a Advocacia Geral da União, ele logo tirou a questão da pauta - estima-se que a maioria do STF vote contra a carteirada nos cofres públicos - e entregou o assunto à gestão da AGU, que criou uma "Câmara de Conciliação", com representantes de órgãos de classe das duas categorias, para... elaborar uma proposta.

Ora, considerando que só havia representantes de quem defende o benefício, dá para imaginar a proposta que saiu de lá. Atenção! Todas essas negociações eram feitas sob o compromisso do sigilo. Trata-se de uma aberração. Não foi possível bater o martelo. O assunto foi devolvido a Fux com duas sugestões:

1: aumentar o teto do funcionalismo, hoje em R$ 33.763, para incorporar o auxílio como ganho;

2: elaborar uma Proposta de Emenda a Constituição com alguma patranha a título de valorização da carreira, que garanta a grana correspondente ao benefício.

A proposta um elevaria exponencialmente os gastos públicos porque a elevação do teto teria de se dar no salário dos ministros do Supremo, que servem para indexar, em cascata, reajuste de praticamente todo o funcionalismo do país. A PEC, na vigência da intervenção no Rio, não poderia ser votada. Também será preciso ver quem assumiria a paternidade do assalto ao bolso do contribuinte.

É impressionante, pois, que se estejam buscando alternativas não para pôr fim à mamata. Ao contrário: o que se debateu em sigilo, nesse tempo, foi uma forma de dar uma roupagem nova a um privilégio odiento. Que coisa, né? Essa gente baba na gravata quando se trata de foro especial por prerrogativa de função para parlamentares. No seu caso, no entanto, até o aumento de salário é debatido não em foro especial, mas secreto. São mesmo os donos do mundo.

E quem paga a conta? Nós, os otários. Afinal, essa gente diz ter a receita para salvar o Brasil. Moro, o exemplo maior da retidão para alguns, é um dos defensores do auxílio-moradia - ele também é proprietário e recebe a mamata. Segundo disse, o auxílio compensava a falta de reajuste salarial.

Não custa lembrar que esse é apenas um dos benefícios. Há muitos outros. Não temos no país uma república de iguais.

Leio no Estadão:
A falta de acordo na Câmara de Conciliação pegou de surpresa as partes envolvidas na negociação. O presidente da Associação de Magistrados Brasileiros, Jayme de Oliveira, disse que não tinha conhecimento da informação. "Eu esperava terminar o negócio ali, rápido, com pelo menos alguma composição dentro do que a gente sempre trabalhou."

Que coisa, não é? Seria um acordo rápido, feito sem o conhecimento e o acompanhamento de quem paga a conta.

E encerro lembrando que a AGU agiu muito mal quando se meteu na questão, oferecendo uma espécie de saída moral a que não tinha saída nenhuma. Que Fux se dispense se continuar a engabelar os otários. A única coisa a fazer é pautar a questão para que vote o conjunto dos ministros. E a gente, num gesto de boa vontade, discute a possibilidade de não cobrar o que foi indevidamente pago até agora.
Herculano
21/06/2018 06:47
SEM CANDIDATO, BLOCO DE CENTRO PODE ROMPER,

Conteúdo da Coluna do Estadão (Andreza Matais) no jornal O Estado de S. Paulo. As dificuldades em encontrar um presidenciável que agrade a todos podem descolar o bloco formado hoje por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade. Como grupo, esses partidos impulsionam qualquer candidatura, garantindo tempo de TV e base congressual. Por isso, são cobiçados por todos os candidatos. Ocorre que o PR resiste a apoiar Ciro Gomes (PDT), nome hoje preferido do DEM e do PP. Outro cotado por integrantes do grupo é Geraldo Alckmin (PSDB). O DEM gosta do tucano, mas acha que ele não vence. Alvaro Dias (Podemos) também não é unanimidade.

Rodada.
Os três presidenciáveis já foram procurados por integrantes desses partidos, que apresentaram suas faturas. O PRB trabalha para emplacar o empresário Flávio Rocha, hoje seu candidato ao Planalto, de vice.

Loteamento.
O DEM quer apoio para reeleger Rodrigo Maia presidente da Câmara. PR e PP, cargos. O PR, de Valdemar Costa Neto, pode ser o primeiro a sair do grupo. Já avisou que só fica se o escolhido for do seu gosto. A sigla tem Josué Gomes como trunfo.

Ganha, mas não leva.
O candidato do Podemos, Alvaro Dias, foi aconselhado pelo presidente do DEM, ACM Neto, a conversar mais com os partidos do centro. Há desconfiança de que, se for eleito com o apoio desse grupo, vai virar as costas após a campanha.

Nem amarrado.
O presidenciável do MDB, Henrique Meirelles, ficou de fora do radar dos partidos de centro. O veto partiu do DEM, que disse ser zero a chance de uma coligação com o partido do governo Temer. A sigla acha que o eleitor quer renovação. Por falta de afinidade, Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro (PSC) também foram descartados.

Olho grande.
O MDB no Senado quer emplacar Emília Ribeiro para a Anatel. O ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, tem outro candidato, Maximiliano Martinhão. A vaga só será aberta em 4 de novembro, quando acaba o mandato de Juarez Quadros, atual presidente da agência reguladora.

Cadê todo mundo?
Presidida pelo senador Otto Alencar, a Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado não tem quórum há um mês. Cinco reuniões deliberativas foram canceladas desde que ele se recusou a votar a nova lei das teles.

Vem pra cá.
Marcelo Odebrecht arrolou dois embaixadores do Brasil no exterior como suas testemunhas na ação penal em que é acusado de pagar propina ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), na chamada Operação Acrônimo.

Listão.
A defesa do empresário chamou Norton de Andrade Mello Rapesta e Antônio Patriota. O primeiro é o atual embaixador no Kuwait. O segundo é o embaixador na Itália. Odebrecht também arrolou o professor de chinês que reside na China, Alessandro Golombiewski Teixeira.

CLICK.
Um erro na página oficial do Palácio do Planalto deixou exposta uma galeria onde aparece a foto do ministro Aloysio Nunes, único tucano no governo, com a legenda "teste".
Herculano
21/06/2018 06:41
TUDO É CULPA DA IMPRENSA, por Mariliz Pereira Jorge, no jornal Folha de S. Paulo

Atualmente, o maior problema do mundo não é a fome, é a interpretação de texto.

Um dos torcedores identificados como participante do que chamam de "brincadeira" disse que a culpa de a história ter se espalhado e de eles terem caído em desgraça perante a opinião pública é da imprensa. É claro. É da imprensa a culpa do comportamento machista e imbecil dos marmanjos.

A mídia, essa demônia, está por trás de tudo, já reparou?

Trump fala de forma chula e machista ao se referir a mulheres, acha correto pôr em prática uma lei com uma brecha abominável que permite separar pais de filhos em situação ilegal no país, mas a culpa é da mídia.

A Organização Mundial da Saúde decide tirar a transexualidade da lista de doenças mentais e o que a mídia faz? Informa, o que é o seu papel. A reação de parte das pessoas é dizer que essas notícias absurdas estimulam crianças a serem gays. Valha-me.

Os jornais são culpados por trazerem reportagens que, veja só, não agradam aos leitores, que talvez pensem que sirvam para deleitá-los e não para reportar, analisar, criticar, endossar. A Folha é com frequência chamada de "Foice de S.Paulo" por uma ala e é incluída no bloco da mídia golpista pelo lado oposto, dependendo da notícia que traz.

É o que ocorre também com a Justiça. Se julga de acordo com as expectativas de determinado grupo, diz-se que a Justiça foi feita. Caso contrário, juízes, desembargadores, ministros, são todos vendidos ao PT, ao PSDB, à CIA. Bem, alguns são mesmo. O engraçado é ver o senador Lindbergh, aquele que com frequência questiona imprensa e Justiça, que está em campanha para anular uma decisão judicial, tuitar que a "justiça foi feita" porque Gleisi Hoffmann foi absolvida.

O pessoal de direita que chama a imprensa de comunista e o de esquerda que a tacha de golpista deveriam se abraçar, pois nasceram uns para os outros. O maior problema do mundo hoje não é a fome, é a interpretação de texto. Mas, é claro, é culpa da imprensa.
Herculano
21/06/2018 06:38
A PROVA DE QUE A GREVE NÃO FOI DOS CAMINHONEIROS, MAS DOS PATRõES ESTÁ NA PRINCIPAL MANCHETE DE CAPA DESTA QUINTA-FEIRA DO JORNAL O ESTADO DE S. PAULO

"Câmara aprova novo pacote de benefícios às transportadoras"

Enquanto elas se safam, os autônomos estão sem transportes porque ninguém quer pagar o frete mínimo e porque está sobrando caminhão no Brasil em crise criada pelo PT e agravada ainda mais pela greve com apoio de intervencionistas e por simpatizantes de Jair Bolsonaro diante de um governo fraco, encurralado pelos políticos espertos do Congresso Nacional. Uma amostra de como será o governo bolsonarista.
Herculano
21/06/2018 06:32
De Luiz P. O. Bragança, no Twitter
?
Sabe pq políticos prometem benefícios infinitos grátis? Pq ele terá mais chances de ser eleito que quem promete austeridade.

O problema é que a conta chega, e caberá ao político austero consertar o país. O que farão os populistas? Pregarão contra as reformas e a favor do caos.
Herculano
21/06/2018 06:19
CPI DAS DELAÇõES É DESCABIDA, MAS É PRECISO APRIMORAR FERRAMENTA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Justiça, MP e PF devem ampliar exigências em colaborações para evitar retrocesso

Ao concluir o relatório da CPI da JBS, no fim de 2017, o então deputado Carlos Marun (MDB) pulou no pescoço do Ministério Público. Indignado com a investigação aberta contra Michel Temer, escreveu que a delação de Joesley Batista era apenas uma tentativa de "derrubar o Representante Máximo da Democracia Brasileira".

Não é surpresa que a comissão tenha sido contaminada por motivações políticas. Parlamentares de diversos partidos exploraram suspeitas de corrupção contra o ex-procurador Marcello Miller para minar todo o instituto da delação premiada - principal pilar da Lava Jato.

Deputados agora tentam abrir uma nova CPI para, de maneira aberta, caçar irregularidades cometidas por advogados, investigados e investigadores nas colaborações que atingem, principalmente, eles próprios.

Os quatro anos da Lava Jato resultaram em 163 delações firmadas em primeira instância e outras 121 submetidas ao STF. Movido por interesses próprios, o Congresso não parece ser o foro adequado para destrinchar essa ferramenta, mas fragilidades evidenciadas nos últimos meses exigem que os órgãos competentes trabalhem para aprimorá-la.

A acusação de que o advogado Antônio Figueiredo Basto cobrava dinheiro para proteger doleiros em acordos de colaboração é grave, mas não demole a aplicação do instrumento em si. O caso deve ser investigado por policiais e procuradores, e não por uma CPI que funcionaria, no máximo, por seis meses.

O próprio Supremo demonstra que será mais rigoroso nos casos baseados em delações. Ao absolver a senadora Gleisi Hoffmann (PT), a segunda turma da corte ampliou a exigência de provas para esses processos.

O papel do STF, do Ministério Público e da Polícia Federal, agora, é aplicar esse padrão de forma mais cuidadosa. Delações vazias e personagens suspeitos alimentam uma sensação de denuncismo indiscriminado que pode significar um retrocesso para a Lava Jato. Nesses casos, não se deve culpar os políticos.
Herculano
21/06/2018 06:15
DEM E CIA ESTÃO MAIS PARA ALCKMIN DO QUE CIRO, por Josias de Souza

Depois da mais recente rodada de negociações, o DEM e seus aliados - PP, PR, Solidariedade e PRB - ficaram mais próximos de Geraldo Alckmin do que de Ciro Gomes. Mas o apoio ao tucano não será automático.

A disposição de Ciro de rediscutir métodos e programas trincou o autoproclamado centro político. Para arrastar o tempo de propaganda do bloco, Alckmin terá de molhar a camisa. O primeiro desafio é se recompor em São Paulo, onde perdeu terreno para Jair Bolsonaro e Marina Silva.

A decisão do blocão pode sair mais cedo do que se imagina, antes do término da Copa do Mundo, marcado para 15 de julho. É grande o esforço dos ex-aliados de Michel Temer para permanecer juntos. Mas não está descartada a hipótese de uma cisão.

Se o grupo optar majoritariamente por Alckmin, o senador piauiense Ciro Nogueira pode levar o seu PP para a coligação de Ciro Gomes. Por outro lado, se a maioria pender para Ciro, o PR de Valdemar Costa Neto e o PRB da Igreja Universal cogitam permanecer com Alckmin
Herculano
21/06/2018 06:09
GILMAR E O "HABEAS CORPUS CANGURU"

Conteúdo de O Antagonista. Em artigo no Globo, o procurador José Augusto Vagos, da força-tarefa da Lava Jato do Rio, critica os critérios usados por Gilmar Mendes para libertar criminosos presos por Marcelo Bretas.

Segundo Vagos, os advogados se especializaram no chamado "HC canguru", que de liminar em liminar pula instâncias, chegando célere ao STF (alguns cangurus mais ousados chegam s saltar diretamente da primeira à última).

Em relação à conduta de Gilmar, o procurador cita recente exemplo, mencionado pela PGR e reproduzido na Crusoé, de um HC pedido pela Defensoria Pública de SP em favor de Valdemiro Firmino, acusado de ter roubado R$ 140 em 2013.

Depois de preso, Firmino contraiu HIV, ficou cego e passou a sofrer convulsões. O ministro, porém, não se sensibilizou. "Na hipótese dos autos, não vislumbro nenhuma dessas situações ensejadoras do afastamento da incidência da Súmula 691 do STF", escreveu.

Nesse mesmo dia, diz Vagos, "a mesma caneta conferiu maior sorte a quatro acusados na Operação Câmbio, Desligo, que desvendou um esquema de lavagem de dinheiro de US$ 1,6 bilhão".

Gilmar considerou que as prisões eram "manifestamente ilegais porque os crimes foram praticados sem violência ou grave ameaça e os fatos distantes no tempo (ainda que muitos tenham sido cometidos até 2017)".

"O que mais aflige as pessoas e deteriora a sociedade: a violência do Valdemiro ou a suposta 'não-violência' de uma macrocriminalidade que se organizou de forma sistemática para corromper, lavar dinheiro de toda espécie de delitos e desviar verbas públicas da segurança, transportes, infraestrutura e saúde?"
Herculano
21/06/2018 06:04
BRASIL SEGUE SEM PERDER A OPORTUNIDADES DE PERDER OPORTUNIDADES, por Fernando Ganzian, no jornal Folha de S. Paulo

Omissão de candidatos sobre insolvência do país pode gerar muito turbulência à frente

A turbulência das últimas semanas no mercado financeiro faz lembrar de tempos difíceis dos anos 1980/90 e de frases da época pouco abonadoras sobre o Brasil.

"Como fazer uma pequena fortuna na Bolsa brasileira? Basta aplicar uma grande fortuna". Ou: "Nunca se perde dinheiro apostando contra o Brasil".

A clássica é o do economista liberal e diplomata Roberto Campos (1917-2001): "O Brasil nunca perde oportunidades de perder oportunidades".

A última perdida foi enorme e pode ser delimitada em uma década. Entre 2008, quando o país foi alçado internacionalmente à categoria de economia segura (grau de investimento) e 2018, quando o governo Temer, prostrado pela corrupção, abandonou a reforma da Previdência.

Assim, entramos na eleição mais incerta dos últimos 30 anos com as contas públicas arrebentadas e tendo perdido a chance arrumar a casa enquanto ainda era tempo.

Nem Lula 1 e 2, Dilma 1 ou Temer reformaram a Previdência, mexeram na rigidez das despesas obrigatórias ou reorganizaram o sistema tributário.
Agora, enquanto EUA e boa parte da Europa voltam a crescer e desmontam a injeção de dinheiro a juros baixos no mundo, países emergentes como o Brasil sofrem com a saída de investidores, que vão procurar rendimentos em alta em mercados mais seguros.

Nos últimos dez dias, reforçando uma tendência, cerca de US$ 5,5 bilhões deixaram os mercados emergentes, US$ 4,2 bilhões saindo só das Bolsas, segundo relatório do IIF (Institute of International Finance).

Já há perdas importantes para investidores na Bolsa e pessoas comuns com algum tipo de aplicação no banco. O dólar também segue em alta, pressionando as expectativas de inflação futura, pois importados devem ficar mais caros.

A depender do cenário eleitoral, a intensidade da turbulência recente pode ser fichinha.

É mais uma oportunidade perdida. Pois, a menos de quatro meses da eleição, o nível de explicações dos candidatos sobre como reverter a insolvência das contas públicas só agrava a intranquilidade.

Por enquanto, a grande preocupação é só com alianças, sobre quem poderá nos governar com quem no pós eleição.

Parafraseando o professor Mario Henrique Simonsen (1935-1997), parece que os pobres ficarão ainda mais pobres depois de escolher aqueles supostamente nomeados para enriquecê-los.
Herculano
21/06/2018 05:58
VAGAS EM AGÊNCIAS AGITAM O PLANALTO E O SENADO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Políticos e executivos ambiciosos já percorrem gabinetes do Senado de olho nas vagas de cobiçadas agências reguladoras. Os cargos têm mandato de até 5 anos. Serão três vagas na Aneel (energia elétrica), uma na Anvisa e outra na Anatel (telecomunicações), cujos mandatos encerram ainda este ano. A iniciativa é legal, mas ilegítima: as vagas serão preenchidas pelo Senado que será renovado em dois terços, nas eleições de outubro, e por um governo que está em fim da mandato.

BOTE DE TITANIC
Brigar pelas boquinhas em agências reguladores de um governo e Senado no fim é como disputar lugar no bote salva-vidas do Titanic.

PODER EXCESSIVO
Agências podem criar regras, algumas suspeitas, como a cobrança de malas nos aviões, que beneficiam empresas e prejudicam o cidadão.

PODER EXCESSIVO
Agência reguladoras têm o poder de fixar o aumento que quiserem nas contas de luz, água etc, sem que o cidadão lesado possa recorrer.

A VIDA COMO ELA É
Agência é "órgão de Estado", mas político manda: Agripino Maia (DEM) e Garibaldi Alves (MDB) apadrinharam vaga na Anatel no início do ano.

MARIDO DE GLEISI AINDA SERÁ JULGADO POR CASO GRAVE
O ex-ministro Paulo Bernardo se livrou da acusação mais amena contra ele, na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal, mas o pior está por vir: o Ministério Público Federal o denunciou em 2016 e outras 12 pessoas no âmbito da Operação Custo Brasil, por integrar organização criminosa que teria roubado R$102 milhões, entre 2009 e 2015, de servidores e aposentados que fizeram empréstimos consignados. Tudo seria feito pela Consist, empresa que fazia a gestão dos consignados.

DESCONTO MALANDRO
Pela denúncia, a serviço do grupo, a Consist descontava quantias quase imperceptíveis das vítimas, que, somadas, chegavam a milhões.

BARRA PESADA
O marido da senadora Gleisi Hoffmann é acusado pelo MPF dos crimes de corrupção ativa, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

SEMPRE OS MESMOS
Entre os denunciados com Paulo Bernardo estão os ex-tesoureiros do PT Paulo Ferreira e João Vaccari, que já cumprem pena de prisão.

FôLEGO DE SETE
Nesta quarta-feira (20), logo cedo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que é chegada a grandes rompantes, já estava na Clínica Respirar, na 713 Sul, cuidando do seu fôlego. Paciente antiga.

DISTANTE DE MARINA
O deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS, negou qualquer chance de aceitar a vice de Marina Silva, na campanha presidencial. Disputará a reeleição e apoia candidatura do tucano Geraldo Alckmin.

CHAPA FICHA LIMPA
O ex-senador Adelmir Santana (DF) e o vice, deputado Laércio Oliveira (PP-SE), anunciam hoje, no Rio, a chapa de oposição, com gestores ficha limpa, que disputará o comando da Confederação Nacional do Comércio (CNC), há quase 40 anos controlada por Antônio Santos.

PROMETEU, NÃO CUMPRIU
O PPS capixaba deu cano em jornalistas e publicitários de Brasília, que fizeram em 2016 a campanha de reeleição do atual prefeito de Vitória, Luciano Rezende. Tem gente até passando necessidade.

CONSUMIDOR GANHA
A iminente venda direta de etanol aos postos reduzirá o preço ao consumidor. A tendência é o etanol virar opção dos donos de carros flex (70% da frota). Com a concorrência, o preço da gasolina deve cair.

APROPRIAÇÃO INDÉBITA
A empresa de abastecimento do DF (Caesb) embolsou mais de R$76 milhões da "tarifa de contingência", inventada na crise hídrica. Agora, não quer devolver a sobra de R$ 22 milhões. Só o fará em 2020.

DINHEIRO NO ESPAÇO
A defesa feita pelo presidente da Telebrás, Jarbas Valente, do contrato com a americana Viasat para operar o satélite brasileiro foi criticada na Câmara. "Se a Viasat não vier, não temos como operar o investimento de R$ 2,8 bilhões?", questionou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).

OS INTOCÁVEIS
Como se não bastassem tantas regalias no setor público, agora carros oficiais já não podem ser multados em Brasília. Podem estacionar em local proibido, trafegar em alta velocidade, tudo. O cidadão, nada.

PENSANDO BEM...
...símbolo do "futebol raiz", o sergipano Diego Costa marcou o terceiro gol pela Espanha na Copa, mostrando a falta que faz à seleção de Tite.
Herculano
21/06/2018 05:50
O PARADOXO DO MOLEQUE, por Sérgio Rodrigues, no jornal Folha de S. Paulo

'Curra simbólica' na Rússia ilustra bem o estorvo que é a molecagem brasileira.

Na vasta literatura em que pensadores de diversas épocas tentaram entender, explicar e eventualmente desatar o nó feito de nós que forma o "homo brasiliensis", talvez ainda falte dar maior atenção à excelente palavra "moleque".

De origem africana, vinda do quimbundo "muleke" e adotada entre nós na primeira metade do século 17, a palavra tinha o sentido original de menino negro ou mulato de pouca idade. O berço já deixa "moleque" na cara do gol para dar conta de um país em que a herança escravocrata - esta sim maldita - ?? representa até hoje o nó central.

Só que a questão foi se complicando com o tempo. Se de um lado a palavra perdeu seu conteúdo mais obviamente racista à medida que passava a ser aplicada a meninos de variadas cores, e logo a adultos também, do outro ganhou expansões de sentido que a projetaram em duas direções principais, uma positiva e uma negativa: a do sujeito engraçado e a do cafajeste.

Curiosamente, o dicionário "Houaiss" - que dá um discreto show de etimologia como bônus em cada um de seus verbetes - ?? informa que as duas acepções, ambas brasileiras, surgiram ao mesmo tempo, registradas pela primeira vez em 1731: a de "pessoa brincalhona, trocista, engraçada" e a de "indivíduo sem integridade, capaz de procedimentos e sentimentos vis; canalha".

Nem sempre os dois sentidos se confundem, claro, mas o leitor perspicaz já terá percebido que, longe de incompatíveis, eles podem ser dois pontos de vista sobre a mesma molecagem.

Com sua irresponsabilidade de criança travessa, o moleque pode nos fazer rir de forma cúmplice ("que FDP!" é uma clássica aprovação brasileira). Com sua indignidade de pessoa desprovida de palavra ou senso de decência, pode também nos revoltar ("que FDP!" é uma clássica reprovação universal).

Essa amplitude semântica é útil ao moleque, que nem precisa mudar de palavra quando, apanhado numa torpeza, corre para se refugiar do outro lado do arco semântico: "Puxa, foi só uma brincadeira". Sim, o moleque é também, com frequência, um covarde que não assume a responsabilidade por nenhum de seus atos.

Que o moleque ocupa posição de destaque na cultura brasileira pode ser constatado no vocabulário do futebol. A história da seleção brasileira é apinhada de episódios em que, vencendo, atribuímos a vitória ao fato de sermos os reis da molecagem: abusados, irreverentes, criativos, debochados. Garrincha é o emblema maior desse ideal futebolístico hoje encarnado em Neymar.

Não menos numerosos são os casos em que, ao perder, atribuímos a derrota ao fato de sermos... bem, moleques: indisciplinados, irresponsáveis, covardes, desprovidos de fibra e hombridade. É o que eu chamo de "paradoxo do moleque": a ideia de que nosso melhor e nosso pior cabem na mesma palavra.

O vídeo em que turistas brasileiros infelizes - mas de modo algum atípicos - ?? expõem uma simpática jovem russa a uma espécie de curra simbólica, sem que ela faça ideia do que está acontecendo, é uma ilustração dolorosa do encosto em que se transformou nossa cultura da molecagem.

"Ah, estavam só brincando", "Erraram, mas são boa gente", "Ninguém tirou pedaço da moça". A defesa do ato vil vai por aí. Como de hábito, o lado benigno da molecagem brasileira é chamado a servir de álibi ao lado escroto.

E assim vão se espalhando as células cancerosas da misoginia, do machismo, da covardia, da violência, do racismo, da indignidade, da dissimulação, tudo aquilo que aparta o moleque do convívio civilizado e o deixa sem a menor chance de construir um país decente ao seu redor.
Herculano
20/06/2018 15:12
da série: o vale tudo da campanha. A notícia do encontro tem duas faces. A primeira mostra mais uma vez como foi com o PT que a esquerda é capaz de tudo para ser poder, inclusive fazendo aliança com a direita movida a dinheiro. A segunda, mostra como a direita dinheirista vai ao encontro não para fazer exatamente aliança, para para aumentar a chantagem e a barganha com entre os seus.

Os eleitores e eleitoras são meros fantoches de seus discursos, alguns deles receados de ódio só para atiçar parte analfabeta, ignorante e desinformada da plateia. Agem como se estivessem nos tempos antigos. Vão se surpreender com os devidos esclarecimentos das redes sociais.

QUEM FORAM OS COMENSAIS DE CIRO, por Vera Magalhães, no BR18

Ciro Gomes se sentou com a nata da centro-direita no jantar em que os chamou explicitamente para uma aliança. Estavam lá o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força, o presidente do PRB e bispo da Igreja Universal, Marcos Pereira, e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira.

O convescote brasiliense foi na casa de um parente do deputado Mário Heringer (PDT-CE), que também acompanhou a conversa. Apesar do entrevero que tinha tido à tarde em Belo Horizonte, Ciro estava "leve e muito bem-humorado", segundo os participantes. /
Herculano
20/06/2018 11:59
da série: aos políticos de Gaspar e Ilhota que detestam a imprensa que lhes vigia.

PARA NOTÍCIAS FALSAS, NóS PRECISAMOS DE MAIS IMPRENSA E MAIS JORNALISMO

"TSE ESTÁ MUNICIADO PARA ENFRENTAR FAKE NEWS", DIZ FUX

Conteúdo de O Antagonista. De Luiz Fux, ainda presidente do TSE, em seminário sobre o impacto social, político e econômico das chamadas "fake news", em Brasília, nesta quarta-feira, segundo o G1:

"As eleições no Brasil serão um exemplo de higidez democrática, exemplo de moralidade e de ética na política brasileira. Para notícias falsas, nós precisamos de mais imprensa e mais jornalismo."

O ministro afirmou que a difusão de notícias falsas causam "dano irreparável à candidatura alheia" e "poluem o ambiente democrático"; e declarou que o TSE "está municiado" para enfrentá-las, atuando na área de inteligência dos órgãos públicos e contando com apoio de marqueteiros, partidos políticos, MPF e PF.

"Mais importante para o TSE é atuar preventivamente do que repressivamente. Queremos que a sociedade brasileira, através do voto, dê uma demonstração de ética, de moralidade, de um voto acima de tudo consciente. Um voto consciente é um voto que se baseia na lisura informacional."

E mais:

"Sempre deve haver uma checagem, não só leitura do título da matéria, mas o seu contexto e acima de tudo aquela checagem profunda antes do compartilhamento que acaba difundindo a fake news."
Herculano
20/06/2018 11:48
MDB DEFINE PRAZO PARA MEIRELES SE VIABILIZAR

Conteúdo da Coluna do Estadão (Andreza Matais), no jornal O Estado de S. Paulo

Dirigentes do MDB têm falado com mais frequência em abandonar a candidatura de Henrique Meirelles ao Palácio do Planalto caso ele não cresça nas pesquisas até a convenção do partido, que dever ocorrer entre o final de julho e o início de agosto. Uma meta estipulada por emedebistas é o ex-ministro da Fazenda, até a reunião do partido que tomará a decisão, encostar no tucano Geraldo Alckmin. O presidenciável do PSDB aparece com 6% e 7% no último Datafolha, a depender do cenário pesquisado. Meirelles, tem 1% das intenções de votos.

Tu mesmo.
Uma ala do MDB garante que a legenda não terá outro candidato ao Planalto em substituição a Meirelles. Nesse cenário, cada um ficará livre para apoiar quem quiser.

Plano B.
Outro grupo faz de tudo para emplacar Nelson Jobim. O nome do ex-ministro também agrada a tucanos, que o veem como uma boa opção de vice na chapa de Geraldo Alckmin. Entre ele e Meirelles, ficam com o primeiro, por não estar associado ao governo.

Assunto fixo.
Apesar do flerte, o PSDB resiste a fechar uma aliança formal com o MDB. Acha que Alckmin perderia tempo tendo de explicar a união com o partido que comanda um governo impopular.

Pragmáticos.
Os tucanos pensam assim: se no primeiro turno, o MDB ajuda Alckmin a aumentar o tempo de propaganda na TV, no segundo essa vantagem desaparece, já que os dois candidatos terão o mesmo espaço. Fica só o ônus.

Pós-jogo.
As avaliações dos tucanos não impedem as conversas. Michel Temer vai num evento sexta-feira, no Palácio dos Bandeirantes, em que estarão Geraldo Alckmin, João Doria e o candidato ao governo de São Paulo, Paulo Skaf.

Lá vem ele.
As especulações em torno de uma dobradinha entre Marina Silva (Rede) e Roberto Freire (PPS) na disputa presidencial levaram tucanos a compararem o líder do PPS com João Doria (PSDB).

Enxaqueca.
"Como o Doria, o Freire vive nos dando trabalho. Já inventou o Luciano Huck, agora é a Marina?", alfineta um tucano. Hoje, o PPS é Alckmin.

Confere lá.
O Diário Oficial da União traz hoje a sanção, com vetos, da MP 812, que altera juros de fundos constitucionais de desenvolvimento. O presidente Temer vetou item inserido pelo Congresso que dividia o risco da inadimplência de estudantes do Fies entre o banco e BNDES.

Trunfo.
Deputados batizaram o projeto do cadastro positivo de "derruba sessão". Há seis semanas, ele entra na pauta e o plenário se esvazia.

CLICK.
O governo divulga hoje novos vídeos em resposta aos principais focos de irritação das pessoas. Neste, explica por que não pode controlar todos os preços.

Esquece.
As prévias da pesquisa encomendada pelo PR para avaliar o nome de Josué Gomes desapontaram o partido. Josué só cresce quando mencionado o nome do pai, o ex-vice-presidente José Alencar. No PR, a avaliação é a de que não há tempo hábil para fazê-lo conhecido a ponto de concorrer ao Planalto.

Escolhido.
Cid Gomes, coordenador da campanha do presidenciável Ciro Gomes, diz que seu irmão prefere disputar o 2.º turno contra Geraldo Alckmin. Garante que não é medo de Jair Bolsonaro. Diz que ele vai "explodir de rejeição".
Herculano
20/06/2018 11:42
De augusto Nunes, de Veja, no Twitter

A 2ª Turma do STF vem agindo como uma usina de habeas corpus administrada por Gilmar Mendes. Os ministros parecem achar que os brasileiros são um bando de idiotas. Tão idiotas que, distraídos com a Copa, nem notarão que Lula foi libertado por comparsas camuflados pela toga
Herculano
20/06/2018 11:40
EUA ALEGAM HIPOCRISIA E DEIXAM CONSELHO DE DIREITOS HUMANOS NA ONU, por Patrícia Campos Mello, no jornal Folha de S. Paulo

Os Estados Unidos se retiraram do conselho de direitos humanos das Nações Unidas nesta terça-feira (19), acusando o órgão de ser "hipócrita" e ter um "viés anti-Israel". A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, afirmou que o conselho "não é digno do seu nome".

É a primeira vez que um país deixa de forma voluntária o conselho. Os EUA se juntam agora a Irã, Coreia do Norte e Eritreia, os únicos países que se recusam a participar das sessões e deliberações do Conselho.

"Neste ano, como nos anteriores, o conselho de direitos humanos aprovou cinco resoluções contra Israel - mais do que as aprovadas contra Coreia do Norte, Irã e Síria juntos", disse Haley.

"Esse foco desproporcional e hostilidade contra Israel é a prova clara de que a motivação do conselho é política , e não relacionada a direitos humanos. Se o conselho vai atacar países que protegem direitos humanos, e proteger países que os violam, então os EUA não deveriam dar a ele nenhuma credibilidade."

Os EUA há tempos criticavam o conselho por ser "seletivo", por aprovar um número desproporcionalmente grande de resoluções contra Israel e abrigar notórios violadores de direitos humanos como Venezuela e Líbia.

Entre 2009 (quando o país ingressou no órgão) e 2018, o conselho aprovou 53 resoluções contra Israel, 21 contra a Síria e dez contra a Coreia do Norte, mas nenhuma contra Venezuela ou China.

O conselho é composto por 47 membros que têm mandatos de três anos e se reúnem três vezes por ano. Os EUA estavam no meio de seu mandato.

Haley disse que os EUA tentaram reformar o conselho baseado em Genebra, sem sucesso. Segundo ela, países aliados não tiveram a "coragem de desafiar o status quo". Além disso, ela afirmou que Rússia, China, Cuba e Irã tentaram minar as tentativas de reformas.

Ela disse ainda que gostaria de "deixar bem claro" que a medida não significa um recuo dos EUA em seus compromissos com os direitos humanos.

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou que a decisão de sair do conselho é "lamentável".

Entidades de defesa dos direitos humanos também criticaram. Para Juana Kweitel, diretora-executiva da Conectas Direitos Humanos, o anúncio não surpreende. "É lamentável, mas coerente com a gestão Trump", disse.

Segundo ela, os EUA conseguiriam lutar por mudanças na chamada seletividade do conselho se permanecessem dentro dele, e não fora.

"Esse governo só se importa em defender Israel no conselho", disse ao New York Times John Sifton, diretor da Human Rights Watch.

Os EUA também queriam mudar o chamado item 7, que determinou, desde a criação do conselho, que as supostas violações cometidas por Israel nos territórios palestinos seriam examinadas em todas as sessões, algo que não ocorre com nenhuma outra questão.

Em maio, o órgão votou a favor da investigação das mortes de militantes palestinos, no começo daquele mês, pelo Exército de Israel, o qual acusou de uso excessivo da força.

A decisão coincide com as críticas aos Estados Unidos pela opção de separar famílias que tentam entrar em território americano pela fronteira com o México. Na segunda (18), o alto comissário da ONU para direitos humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, pediu que Washington interrompesse sua política "inadmissível".

Nesta terça-feira, após o anúncio, al-Hussein afirmou que a saída era uma "decepção, embora não fosse surpresa." Segundo ele, "dado o estado dos direitos humanos no mundo hoje, os Estados Unidos deveriam se envolver mais, e não se afastar".

Não é a primeira que os EUA ficam de fora do conselho. Quando foi criado em 2006, para substituir a comissão de direitos humanos da ONU, cuja credibilidade tinha sido arranhada pela participação de países como Zimbábue e Sudão, o governo George W. Bush não quis participar.

Os EUA passaram a integrá-lo só em 2009, sob Barack Obama.

Na época, o atual conselheiro de segurança nacional dos EUA, John Bolton, criticou a decisão de Obama: "É como subir a bordo do Titanic depois que ele bateu no iceberg", disse. "Legitima uma coisa que não merece legitimidade."

Bolton é um crítico contumaz às Nações Unidas, e já chegou a dizer que, caso destruíssem os dez últimos andares do prédio da ONU em Nova York, "não faria a menor diferença".

A saída do conselho de direitos humanos da ONU é apenas a mais recente rejeição do governo Trump a órgãos e acordos multilaterais.

Desde que Trump assumiu, em 2017, os EUA deixaram a Parceria Transpacífico, o acordo do clima de Paris, a Unesco, o acordo nuclear com o Irã.
Herculano
20/06/2018 11:34
Fato 1. Ontem aqui às 12.50

ESTES SÃO OS DEPUTADOS CATARINENSES QUE ASSINARAM ATÉ AGORA O PEDIDO PELA CPI QUE QUER DESMORALIZAR E ACABAR COM A LAVA JATO

As assinaturas são majoritariamente do PT, MDB e PP os mais envolvidos na corrupção do petrolão. Sintomático.

Pedro Uczai, PT, e os do MDB, Celso Maldaner, Waldir Colatto e Rogério Peninha Mendonça já assinaram para enquadrar promotores e juízes.

Peninha é o deputado federal à reeleição e apoiado pelo MDB de Gaspar e Ilhota. O que ele quer esconder dos seus eleitores e eleitoras. Acorda, Gaspar!

fato 2: ontem aqui as 15.45

da série: os políticos mais uma vez tentaram derrotar as instituições, a imprensa fez o papel dela e eles tiveram que recuar


CPI DA LAVA JATO NÃO TEM MAIS APOIO SUFICIENTE

Conteúdo de O Antagonista. Texto de Diego Amorim

Com 20 pedidos formalizados para retirada de assinatura, a CPI da Lava Jato já não tem mais apoio suficiente para ser instalada na Câmara dos Deputados.

O requerimento foi apresentado em 30 de maio. Os autores dele conseguiram 190 assinaturas - são necessárias 171 para criar uma CPI.

Desde ontem, porém, quando O Antagonista escancarou a lista dos parlamentares que apoiaram a criação de uma CPI encabeçada por Paulo Pimenta - com o aval de representantes de 19 partidos -, para destruir a Lava Jato, os pedidos de retirada de assinatura começaram a chegar à Mesa Diretora.

O sistema acaba de contabilizar o 19º pedido nesse sentido. Com mais o pedido do deputado Jerônimo Goergen, apresentado diretamente ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o número de apoiadores da comissão caiu para 170.

O regimento da Casa, como já informamos, não permite a retirada de nomes depois que um requerimento é apresentado, mas, diante de toda essa debandada, Maia não tem mais condições de avançar com a proposta indecorosa. Ele se reunirá com um grupo de deputados logo mais, às 14h45, para discutir o assunto.

Fato 3. O primeiro catarinense a correr e se mal se explicar, ou seja, admitiu que assina e participa de coisa não claras. Desculpa: sabia exatamente o que estava fazendo, só que foi pego e em ano de eleições isso não pode ser motivo de dúvidas

LAVA-JATO É ESSNEICIAL PARA O COMBATE À CORRUPÇÃO, DIZ COLATTO

Protocolei requerimento de retirada de minha assinatura da lista para criação da CPI cuja ementa propunha investigar as denúncias de irregularidades feitas contra Antônio Figueiredo Basto e outros, inclusive envolvendo escritórios de advocacia, ocorridas no âmbito de alguns processos de delação.

Tendo em vista, os pontos obscuros constantes da proposta, solicitei a retirada da minha assinatura. Os trabalhos da Lava-Jato têm sido essenciais para o combate à corrupção e por isso, tem meu apoio.

No meu entendimento, a delação premiada deveria ser, inclusive, estendida para crimes como o de tráfico de drogas.

Volto. A demagogia sobra para enrolar analfabetos, ignorantes e desinformados.
Herculano
20/06/2018 11:25
TRUMP, O NERO LARANJA, VOLTA A ATACAR, por Vinicius Torres Freire

Líder da desumanidade parece desembestado a ponto de programar um conflito internacional

Donald Trump é uma inspiração para a escória política do mundo, para a extrema direita francesa, brasileira ou italiana; para nacionalistas, racistas, autoritários e desumanos em geral.

Sua política econômica ignorante pode causar danos domésticos, que talvez ricocheteiem pelo mundo, dado o peso dos Estados Unidos. Havia dúvidas sobre sua capacidade de provocar um conflito internacional. O primeiro teste começa em duas semanas, quando em tese passa a valer o aumento de imposto de importação sobre produtos chineses.

No entanto, os danos das escaramuças comerciais já começam a se espalhar pela finança do mundo. Além do mais, Trump ameaçou imposto extra sobre 86% das exportações chinesas, caso a China não se renda.

Em si mesmos, o aumento de tarifas e a retaliação chinesa não são lá grande coisa. Trump prometeu prejudicar importações no valor de US$ 50 bilhões, mas a partir do dia 6 de julho o imposto afeta apenas US$ 34 bilhões. A retaliação chinesa é equivalente. No total, trata-se de 10% do comércio entre os dois países (de US$ 654 bilhões), que juntos têm um PIB de US$ 30 trilhões (o do Brasil é de US$ 2 trilhões).

Mas o confronto não para por aí.

O governo Trump prometeu anunciar nos próximos dias restrições a investimentos chineses nos Estados Unidos, além de sanções contra indivíduos e empresas. Diante da promessa da China de retaliar olho por olho, Trump pediu estudos de sobretarifas que afetem outros US$ 200 bilhões de exportações chinesas. Em caso de novo revide chinês, sobre mais US$ 200 bilhões.

Os americanos calculam que a elaboração da nova lista de produtos prejudicados levaria uns três meses. Há tempo para um tico de sensatez política e uma reação empresarial, que talvez contivessem Trump. Sensatez?

O tipo se vangloria de prender crianças em gaiolas e ainda faz sucesso. Apela ao conflito externo a fim de ganhar apoio popular ensandecido, um clássico da demagogia. De resto, o povo não entende nada de comércio. Tende a ficar ao lado de Trump, talvez até aparecerem os primeiros cadáveres econômicos nos cafundós rurais ou "gadgets" eletrônicos mais caros.

A elite empresarial, pelo menos as grandes associações empresariais, apoiou ou tolerou Trump acreditando que poderia faturar algum, sem risco, como no caso do corte de impostos. Agora, apenas sussurra queixas medrosas. Enquanto isso, se apronta o calendário da escalada: tarifas em julho e bombas comerciais na China em uns três meses.

Os donos do dinheiro grosso reagem. O mundo da finança começa a tomar outra dose de aversão a risco, caem as Bolsas e, pois, patrimônios; há mexidas preocupantes na estrutura de juros americana. Incerteza política e financeira tende a colocar empresas na retranca.

A China tem meios limitados de retaliar os Estados Unidos no comércio, mas pode criar caso com empresas americanas grandes e, no limite, como se especulava nesta terça-feira (19) na mídia especializada mundial, desvalorizar sua moeda, criando mais desordem comercial e financeira, até para si mesma.

Em meados do século 19, canhoneiras americanas e britânicas abriam portos chineses e japoneses a bala. Para os chineses, a humilhação imperialista, que duraria um século, foi o ponto mais baixo da história do país, dizem eles mesmos, que têm memória de mil anos.

Os líderes chineses são mais espertos do que Trump. São pragmáticos etc. Mas não vão deixar barato.
Herculano
20/06/2018 11:22
SEGUNDA TURMA DO STF DEVE MANTER LULA PRESO, por Claudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) não deverá conceder efeito suspensivo da condenação, para que o ex-presidente Lula aguarde em liberdade o julgamento dos recursos, como pede a defesa. É que foi exatamente isso que o plenário do STF já negou em abril, no julgamento de habeas corpus requerido por Lula. E a Segunda Turma não tem o poder de reformar as decisões do plenário da Corte.

SEM TRF-4, NADA FEITO
Outro problema para Lula: o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) ainda não avaliou a admissibilidade do recurso extraordinário.

BARREIRA JURISPRUDENCIAL
Pela jurisprudência de ambas as Turmas do STF, se não houver juízo de admissibilidade do recurso extraordinário, o caso nem é julgado.

EM TESE, FARIA SENTIDO
A Lei da Inelegibilidade, com alteração da Lei da Ficha Limpa, admite o efeito suspensivo. Mas a sólida jurisprudência deve barrar a petição.

DECISÃO Só NA TERÇA, 26
O presidente da Segunda Turma, ministro Ricardo Lewandowski, já confirmou o julgamento do caso Lula para a próxima terça-feira (26).

RESERVAS CAMBIAIS ESTÃO NO MAIOR NÍVEL HISTóRICO
Ao contrário do que pode parecer, as reservas internacionais brasileiras não são afetadas pela forte atuação do Banco Central no mercado para conter a disparada da cotação do dólar, que ontem chegou a R$3,74. As reservas cambiais superaram os US$380 bilhões pela primeira vez na História. O patamar, nunca alcançado durante o oba-oba dos governos do PT, chegou esta semana a mais de US$381,8 bilhões.

RECORDE DE 2017
O maior valor das reservas foi atingido dia 8 de setembro de 2017, com US$ 383,662 bilhões "saindo pelo ladrão".

QUEDA BRUSCA
Durante o governo Dilma, as reservas chegaram a US$ 379,1 bilhões, mas após o impeachment não passavam de US$ 364,9 bilhões.

CADA UM NA SUA
Quando atua no câmbio, o BC não usa reservas, mas paga ou recebe juros e a variação da cotação do dólar em um período determinado.

NÃO RIMA COM ECONOMIA
Ciro Gomes continua dizendo bobagens a granel, para garantir espaço na mídia que tanto despreza. Promete agora reduzir o preço da gasolina para R$3. Funciona na demagogia, não na economia.

DEMAGOGIA CUSTA CARO
Câmara e Senado decidiram isentar de pedágio caminhões sem carga. É como se deixassem de ser veículos. Além da insegurança jurídica, a isenção fica no discurso e provocará aumento no valor dos pedágios.

DATENA SENADOR
Apesar de não ser candidato, Datena seria senador por São Paulo com 36,4% dos votos, se a eleição fosse hoje. Segundo levantamento do Paraná Pesquisas, Eduardo Suplicy teria 33,1% e Marta Suplicy 17%.

PV COM ROLLEMBERG
No DF, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), candidato à reeleição, chegou a convidar o advogado Ibaneis Rocha, que recusou, mas agora considera agora o nome de Eduardo Brandão (PV) para vice.

ARRUDA TAMBÉM QUER
Assim como Lula alimenta a fantasia de ser candidato em outubro, apesar da ficha suja, em Brasília o ex-governador José Roberto Arruda vive a surpreendente expectativa de disputar o governo do DF.

O 'DIREITO' DE SER EXPLORADOR
A distribuidora Raízen virou produtora de etanol após comprar usinas na bacia das almas da crise, e, claro, hoje vende seu produto direto aos postos. Mas quer impedir que mais de 400 produtores do País também façam venda direta. Pretende, assim, ampliar sua concentração.

MILITÂNCIA DE RAPOSA
Como raposa que se recusa a devolver o poder ao galinheiro, Luís Guimarães, presidente da Raízen, que concentra 20% da distribuição, faz militância contra a concorrência da venda de etanol aos postos.

NEM TODO MUNDO É LADRÃO
O ex-presidente da OAB Reginaldo de Castro foi de táxi de Ipanema ao café com amigos na padaria Rio Lisboa, em Ipanema. O taxista voltaria uma hora depois para devolver-lhe o guarda-chuva esquecido no carro.

PENSANDO BEM...
...o Brasil precisa mesmo ser campeão no futebol porque se a Copa fosse de educação, saúde ou segurança, não passava da primeira fase.
Herculano
20/06/2018 11:16
NEGOCIAÇÃO DO DEM COM CIRO PODE DEIXAR PT E ESQUERDA NUMA SINUCA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

À direita, partidos estudam ocupar espaço para enfraquecer petistas no segundo turno

Além de desorientar a direita, o flerte inesperado entre o bloco liderado pelo DEM e Ciro Gomes (PDT) tem potencial para jogar a esquerda em uma sinuca nesta eleição. Em fase inicial, as negociações confundem as bússolas partidárias e podem estreitar os caminhos do PT na corrida presidencial.

Siglas historicamente conservadoras decidiram negociar com Ciro porque enxergam uma chance de deslocar os petistas na disputa. Para dirigentes dessas legendas, a força de suas máquinas políticas ajudaria o pedetista a superar o candidato que substituirá Lula quando seu nome for barrado pela Justiça Eleitoral.

Caciques do PT resistem a uma aliança com Ciro por enquanto, mas admitem que apoiarão o pedetista se ele avançar ao segundo turno. DEM, PP e companhia estudam se antecipar e ocupar esse espaço.

Nos cálculos de líderes do bloco, essa união enfraqueceria os petistas. Caso Ciro chegue a um confronto direto com Jair Bolsonaro (PSL), por exemplo, o PT seguiria o trajeto natural e apoiaria o presidenciável do PDT, mas seu peso relativo na associação seria menor. Atrasado, teria menos influência do que as siglas que fecharam contrato mais cedo.

DEM e PP se movem pelo pragmatismo. Suas agendas são incompatíveis com a maioria dos pontos do programa de Ciro. As siglas estão à direita no espectro político, com uma plataforma amigável ao mercado financeiro e favorável do Estado mínimo. O pedetista, ao contrário, critica banqueiros e defende a participação do governo na economia.

Uma aliança dependeria da superação dessas divergências. Sem disposição para atuar como sócio silencioso de Ciro, esse bloco deve exigir que sua candidatura ande alguns passos para a centro-direita, adotando pautas econômicas mais liberais.

O PT sempre tratou Ciro como
Herculano
20/06/2018 11:15
QUANTO MAIS CARO MELHOR, por Carlos Brickmann

Não é por falta de recursos que o Brasil deixará de eleger os melhores políticos que o dinheiro pode comprar. E, caro leitor, deixe de se queixar dos seus bolsos vazios: cada centavo entregue aos partidos é dinheiro seu.

É dinheiro seu a verba destinada pelo Tesouro à campanha eleitoral, R$ 1,7 bilhão; é dinheiro seu o Fundo Partidário que sai do Orçamento da União, de R$ 888,7 milhões. É dinheiro seu a verba total de R$ 2,5 bilhões.

É um dos motivos que nos levam a ter 35 partidos: nós pagamos a conta.

O partido que mais recebe verba de campanha é o MDB, R$ 234 milhões. O segundo é o PT, R$ 212 milhões. Segue-se o PSDB, R$ 186 milhões; depois, o PP, R$ 131 milhões; PSB, R$ 118 milhões; PR, R$ 113 milhões; PSD, R$ 112 milhões; DEM, R$ 89 milhões; PRB, R$ 67 milhões; PTB, R$ 62 milhões; PDT, R$ 61,5 milhões; SD, R$ 40 milhões; Podemos, R$ 36 milhões; PSC, R$ 36 milhões; PCdoB, R$ 30 milhões; PPS, R$ 29 milhões; PV, R$ 24 milhões; PSOL, R$ 21 milhões; Pros, R$ 21 milhões; PHS, R$ 18 milhões; Avante, R$ 12 milhões; Rede, R$ 10 milhões; Patriota, R$ 10 milhões; PSL, R$ 9 milhões; PTC, 6 milhões; PRP, R$ 5,5 milhões; DC (ex-PSDC), R$ 4 milhões; PMN, R$ 4 milhões; PRTB, R$ 3,8 milhões; PSTU, PCB, PCO, PPL, Novo, PMB, R$ 980 mil cada um. Dá tranquilamente para fazer campanhas confortáveis.

O povo brasileiro é muito generoso com seus políticos.

CONSERVAR, CONSERVAR

Renovação? Sempre há alguma. Mas 70% dos senadores enrolados com a Lava Jato - 17 em 24 tentam se reeleger. Dos 54 senadores eleitos em 2010, 35 já anunciaram que vão buscar mais oito anos. Alguns tiveram mau desempenho e são pouco conhecidos. E há Aécio e Jucá, conhecidíssimos.

DO SHOW AO SENADO

Parte da renovação deve vir de gente famosa: o apresentador José Luiz Datena sai para o Senado pelo DEM de São Paulo (na última pesquisa, está acima de Eduardo Suplicy); Jorge Kajuru sai pelo PRP de Goiás; Frankie Aguiar, "o cãozinho dos teclados", ex-deputado federal por São Paulo e vice-prefeito de São Bernardo, disputa o Senado pelo PRB do Piauí.

ACONTECEU

O sobrinho do respeitado jornalista Oswaldo Mendes foi roubado em São Paulo, na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta, há duas semanas.

Nesta segunda, o aparelho foi localizado no Diretório Municipal do PT em Belém do Pará. Levou 12 dias para percorrer 2.898 km.

O MERCADO E SEUS FAVORITOS

O XP Investimentos, ligado ao grupo Itaú, fez há 15 dias uma sondagem sobre o que 204 investidores institucionais pensam a respeito das eleições e das perspectivas para a Bolsa, os juros e o dólar, conforme o vitorioso.

É uma amostra significativa: as instituições consultadas gerem mais de 50% dos recursos disponíveis no setor.

Os resultados: 48% acreditam que Jair Bolsonaro vencerá as eleições. O segundo turno, acreditam 44%, será Bolsonaro x Ciro Gomes. Efeitos para a economia da eleição de Bolsonaro: 45% acreditam em desvalorização da moeda; 44% acham que a Selic, a taxa básica de juros, hoje em 6,5% ao ano, esteja acima de 8% no final de 2019.

OS CANDIDATOS

Vitórias de Ciro Gomes ou Fernando Haddad seriam ruins para o Índice Bovespa; Álvaro Dias seria positivo para o índice; Marina Silva significaria estabilidade. O candidato que provoca melhores expectativas é Geraldo Alckmin: 97% acreditam que provocará a melhora do Índice Bovespa, e 73% acham que o câmbio ficará abaixo de R$ 3,40.

O CUSTO DA SAÚDE

O Senado já reuniu 27 assinaturas, o suficiente para implementar a CPI sobre as relações da ANS, Associação Nacional da Saúde Suplementar, e as operadoras de planos de saúde. A suspeita é de que a ANS aja mais como aliada do que como reguladora das operadoras de planos ?" o que explicaria como, em 14 anos seguidos, concedeu reajustes de mensalidades superiores à inflação. E é coisa pesada: neste ano, os planos coletivos (na prática, são os únicos que existem, já que planos individuais, mesmo controlados por uma agência generosa, têm algum controle de aumentos) desandaram. Um assíduo leitor desta coluna envia documento comprovando que o aumento sofrido foi de 19,97% ?" contra uma inflação inferior a 3%. Uma CPI tem poderes para analisar os seguidos aumentos superiores (e muito) à inflação.

A POLÍTICA DA BALA

A Câmara dos Deputados deve estar sitiada por um inimigo poderoso: só neste ano, entre janeiro e maio, gastou R$ 1,5 milhão para comprar 29 mil balas .40 de treinamento de pistolas e 1.500 cartuchos calibre 12 de alto impacto, especialmente produzidos para derrubar quem for alvejado.
Herculano
20/06/2018 11:14
STF ABSOLVE GLEISI HOFFMANN E PAULO BERNARDO EM PROCESSO DA LAVA JATO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Letícia Casado, da sucursal de Brasília. Uma das principais lideranças do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do partido, foi absolvida nesta terça-feira (19) da acusação de ter participado de esquema de corrupção e lavagem de dinheiro desviado da Petrobras.

Seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, e o empresário Ernesto Kugler também foram considerados inocentes das acusações da Lava Jato.

Os ministros da segunda turma do STF (Supremo Tribunal Federal) entenderam que a PGR (Procuradoria-Geral da República) não conseguiu provar os crimes que foram imputados pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot.

A PGR ainda pode recorrer à própria turma.

Os magistrados criticaram a estrutura da denúncia, considerada elaborada com base apenas em delações premiadas de pessoas com interesses pessoais em fazer acusações e que não apresentaram provas para corroborar seus depoimentos.

"São tantas as incongruências e inconsistências nas delações premiadas que elas se tornam imprestáveis para sustentar qualquer condenação", disse Ricardo Lewandowski.

De acordo com a denúncia, Gleisi e Paulo Bernardo pediram e receberam propina no valor de R$ 1 milhão, paga em espécie e em parcelas, com valores que teriam sido desviados da Petrobras para financiar a campanha da petista ao Senado em 2010. Kugler teria operacionalizado a entrega, acertada entre Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e Alberto Youssef, doleiro.

A investigação foi aberta em março de 2015, a partir da primeira lista de parlamentares alvos da operação, que incluiu dezenas de parlamentares e foi elaborada por Janot.

A denúncia, oferecida em maio de 2016, incluiu depoimentos de outros delatores, como o ex-senador do PT Delcídio do Amaral e o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE).

Gleisi ainda é alvo de três processos no Supremo, todos relacionados à Lava Jato: quadrilhão do PT, delação da Odebrecht e caso Consist (desvios no Ministério do Planejamento).

Relator da Lava Jato no STF, Fachin considerou que a PGR não conseguiu comprovar que a petista recebeu dinheiro em troca de contrapartida e, portanto, ela não poderia ser condenada por corrupção passiva e consequente lavagem de dinheiro.

No entanto, o magistrado entendeu que os investigadores conseguiram comprovar ao menos uma entrega
de dinheiro.

Com isso, desclassificou a conduta imputada a Gleisi pela PGR e lhe atribuiu responsabilidade por caixa dois. Seu voto foi seguido por Celso de Mello.

"Conforme atesta a prestação de contas apresentada pela denunciada nas eleições do ano de 2010, não se vê a declaração da referida quantia à Justiça Eleitoral, tratando-se de omissão que, por si só, materializa o crime de falsidade ideológica eleitoral", declarou Fachin.

Divergência foi aberta por Dias Toffoli, que votou por rejeitar a denúncia na íntegra. Seu voto foi seguido pelos colegas Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.

Para Toffoli, ao suprimir os depoimentos dos colaboradores, "restam apenas elementos indiciais" que não permitem concluir a prática de crime. "Os depoimentos dos delatores não foram harmônicos no que concerne à solicitação de recursos", disse Toffoli.

As defesas dos acusados sustentaram que a denúncia foi oferecida apenas com base na palavra dos delatores.

"Vou votar pela absolvição pela falta de provas suficientes para condenação. O caso foi estruturado apenas no depoimento de vários delatores, que se contradizem. O reforço de provas materiais é raquítico e inconclusivo", afirmou Gilmar.

Rodrigo Mudrovitsch, que defende Gleisi, disse que a PGR não conseguiu comprovar a entrega de dinheiro ilícito para a senadora e que os delatores apresentaram incongruências nos depoimentos.

"Estamos diante de ação penal única e exclusivamente lastreada nas palavras confusas e contraditórias de colaboradores", afirmou, acrescentando que Youssef apresentou três versões diferentes sobre as entregas de dinheiro.

"Youssef não consegue concordar consigo mesmo", disse o advogado, "o que mostra que ele não deve ter muita certeza sobre o que falar neste caso".

Mudrovitsch criticou o método de trabalho com delação da PGR sob Janot. Para o advogado, as colaborações foram banalizadas. "Estes acordos não passam o teste atual da PGR", disse, em referência às exigências da procuradora-geral Raquel Dodge sobre novos acordos de delação.

Juliano Breda, que defende Paulo Bernardo, também foi enfático nas críticas às colaborações. "Essas delações não passariam hoje", afirmou, destacando que a PGR tampouco conseguiu provar a participação do ex-ministro nos supostos crimes.

Os criminalistas criticaram o que chamaram de "credibilidade seletiva" em relação à palavra dos delatores. "Não há registros de ligações telefônicas entre aqueles que a PGR diz estarem associados. Não há um e-mail, ligação telefônica entre Paulo Bernardo e Paulo Roberto Costa", disse Breda.

Quando o julgamento terminou, a senadora publicou uma imagem em uma rede social com a frase "Gleisi absolvida". Petistas comemoraram a decisão.

Para Mudrovitsch, o STF "estabeleceu marco importante acerca da impossibilidade de condenação de indivíduos apenas com base na palavra de colaboradores premiados".


Breda e Verônica Sterman, também defensora de Paulo Bernardo, disseram que o STF "fez justiça, absolvendo-lhe por unanimidade de uma acusação injusta" e que "a decisão tem importância histórica porque comprova o abuso das denúncias construídas a partir de delações sem prova".

O advogado Cal Garcia, que defende Ernesto Kugler, disse que seu cliente sequer poderia "ter sido denunciado diante da manifesta ausência de provas", mas que o colegiado o absolveu "de uma acusação injusta, fundada em delações inverídicas".
Herculano
20/06/2018 11:13
ABSOLVIÇÃO DE GLEISI HOFFMANN LEVA O PT AO DIVÃ, de Josias de Souza

Ao absolver Gleisi Hoffmann, a Segunda Turma - Jardim do Éden do Supremo Tribunal Federal - acomodou o PT no divã. O paciente é complexo. Combina sintomas de esquizofrenia (perda de contato com a realidade) e paranoia (mania de perseguição). Obcecado pelo discurso da condenação sem provas, o petismo terá dificuldades para lidar com uma absolvição por falta de provas.

Acusada de se apropriar de R$ 1 milhão roubado da Petrobras, Gleisi livrou-se das imputações de corrupção e lavagem de dinheiro por unanimidade. Avaliou-se que a acusação estava excessivamente ancorada em delações. Os ministros Edson Fachin (relator) e Celso de Mello (revisor) votaram pela condenação parcial.

Ambos concluíram que o dinheiro sujo chegou à caixa registradora da campanha de Gleisi ao Senado, em 2010. Como não há registro na Justiça Eleitoral, condenaram a ré pelo crime de falsidade ideológica eleitoral, eufemismo para caixa dois. "Tenho como provado nos autos o efetivo recebimento de valores no interesse da campanha da denunciada", declarou o relator Fachin.

Contudo, os outros três ministros da turma discordaram. Gilmar Mendes, o libertador; Dias Toffoli, o ex-funcionário do PT; e Ricardo Lewandowski, o amigo da família Silva, optaram pela absolvição integral. "Não há aqui qualquer vestígio de prova da entrega de dinheiro para os acusados, inexistindo de resto um único registro externo sequer aos depoimentos dos colaboradores", desqualificou Lewandowski.

Dá-se de barato na Suprema Corte que o resultado seria outro se o julgamento tivesse ocorrido na Primeira Turma, conhecida como Câmara de Gás. Ali, Gleisi não escaparia de uma sentença condenatória. Com a ficha suja, a senadora não poderia disputar uma cadeia na Câmara, como pretende. Mas estaria livre entoar os bordões da "perseguição política" e da "pressão da mídia."

Suprema demência! Ao tratar do caso da presidente do PT e Gleisi com a sensibilidade de um centro terapêutico, o Jardim do Éden do Supremo atordoou o paciente. De maníaco, o PT passará a depressivo. Sem a pose de vítima, o partido não será o mesmo. Vai piorar.
Herculano
20/06/2018 11:11
DIREITOPATAS SE INFLAMAM; ABSOLVIÇÃO DE GLEISI SERIA PRÉVIA DE SOLTURA DE LULA NO DIA 26. UMA COISA NADA TEM A VER COM OUTRA. É Só UM DELÍRIO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A extrema-direita já está babando aquela que é sua única ideologia: o antilulismo. Ah, sim: de preferência, com a garrucha na mão e titica de galinha na cabeça. Por quê? Os direitopatas afirmam nas redes sociais que a absolvição, na Segunda Turma do STF, de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo, por cinco a zero - e não 3 a 2, é bom deixar claro! -, é uma antecipação do resultado de outro julgamento que será feito pelo grupo de cinco ministros. Na próxima terça, na última seção antes do recesso de meio de ano, a Segunda Turma julga um recurso impetrado pela defesa do petista no dia 5 de junho. Pede que se suspendam os efeitos da condenação de Lula - e a prisão depois da segunda instância é um deles - até que o STJ julgue o Recurso Especial, que certamente redundará num Recurso Extraordinário ao próprio Supremo caso aquele tribunal superior referende a condenação.

Para lembrar: Lula foi condenado por Sérgio Moro, no caso do tríplex de Guarujá, a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O TRF-4 majorou a pena para 12 anos e um mês, em regime inicialmente fechado. Ele está preso desde o dia 7 de abril na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.

Será mesmo que o julgamento de Gleisi é uma antecipação do que acontecerá na Segunda Turma no dia 26? Duvido. Acho que a lógica das coisas indica que não. E isso se deve, em boa parte, à, vamos dizer assim, esperteza de Edson Fachin, relator dos casos relativos ao petrolão, que soube operar muito bem o que ouso chamar de "política da toga".

Ao afirmar que dificilmente a Segunda Turma concederá a liberdade a Lula no dia 26, quando será julgado um novo recurso da defesa, por que o faço? Vamos ver. Em abril, Edson Fachin, o relator, poderia ter remetido para a Segunda Turma do Supremo o julgamento daquele habeas corpus, lembram-se?, que foi negado ao petista por seis votos a cinco. O minitro sabia que, então, se submetido à Segunda Turma, a liberdade ao petista seria concedida por quatro votos a um. Ele se colocaria como a opinião isolada. Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello teriam concedido o recurso.

Diante da derrota que considerava certa, Fachin fez o quê? Como se diz em linguagem técnica, ele resolveu "afetar o pleno" ?" vale dizer: pediu que o conjunto dos ministros se manifestasse a respeito. Essa é uma prerrogativa de relator. Até para conceder uma liminar, ele pode fazê-lo sozinho, acionar a turma ou apelar ao pleno.

Fachin tinha como certo, então, que, além do seu, havia quatro outros votos garantidos contra a soltura: Roberto Barroso, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. Como sabia que, além daqueles quatro favoráveis, havia um quinto: Marco Aurélio. A bola ficaria, então, nas mãos da ministra Rosa Weber, que emitia sinais um tanto confusos a respeito. Para lembrar: Sérgio Moro atuou como juiz auxiliar no Supremo, lotado justamente no gabinete de Rosa. No dia 27 de março, oito dias antes do início do julgamento do HC no Supremo, que começou no dia 4 de abril e se estendeu até o dia 6, o juiz rasgou elogios à ministra, deixando claro que esperava a "manutenção da jurisprudência". Na prática, o juiz fez uma cobrança à sua ex-colega de trabalho.

Em 2016, quando o STF decidiu permitir, mas não obrigar, a antecipação da pena depois da condenação em segunda instância, Rosa foi um dos cinco votos contrários. Entendia, e entende, deixou claro, que a Constituição é explicita ao garantir que ninguém pode ser considerado culpado antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Logo, se, aos olhos da lei, a pessoa ainda não é "culpada", como pode cumprir pena.

A doutora lembrou seu ponto de vista, mas deu um cavalo de pau e votou contra a liberdade de Lula. Segundo disse, na votação do habeas corpus, colocaria o colegiado acima da sua opinião. Como, em 2016, tinha havido uma maioria favorável à antecipação da pena, então ela negava o habeas corpus. E Lula ficou preso. Fachin apostou que poderia obter maioria no pleno e obteve.

Em que consiste o que chamei aqui de "esperteza de Fachin" e de "política da toga"? Ora, Fachin, desta feita, apela à Segunda Turma. Agora, não enviou o caso ao plenário. O mais provável é que os ministros declarem prejudicado o pedido, uma vez que haveria o risco de uma câmara tomar uma decisão contrária ao pleno do tribunal. Ainda que o recurso de agora seja distinto, a fundamentação é a mesma. Não creio que uma maioria de ministros na Segunda Turma votará a favor da soltura, havendo o peso de uma decisão do pleno em sentido contrário.

Notem: ao fazer o jogo de ora apelar ao pleno, ora apelar à turma, Fachin busca, na verdade, romper seu isolamento no grupo e demonstrar que Lula está preso com o apoio unânime, ou quase, dos ministros. Recorreu a um truque quando quis ouvir os outros 10 os e agora recorre a outro quando limita o grupo a quatro. Nos dois casos, para manter Lula preso.

Que fique o registro: quando a Segunda Turma estiver decidindo, no dia 26 próximo, se Lula fica na cadeia ou não, estar-se-á a meros 19 dias do fim do prazo para registro de candidaturas. A orientação no PT não mudou: o candidato é o ex-presidente, esteja ele preso ou solto. Até que o TSE não bata o martelo negando o registro, assim será. O prazo final para a corte eleitoral decidir quem disputa e quem não disputa é 17 de setembro. Lula terá sua candidatura indeferida porque a legislação não oferece alternativa. E se estará, então, a três semanas do primeiro turno, que ocorre em 7 de outubro. Será que Lula tentará o milagre de fazer um candidato em tempo tão curto ou escolherá o que hoje parece traçado, embora muitos desconfiem: apoiar Ciro Gomes?

Há chance de Lula deixar a cadeia antes do julgamento do Recurso Especial no STJ, que pode demorar perto de um ano? Acho que sim. Tão logo o Supremo vote a Ação Declaratória de Constitucionalidade, que Cármen Lúcia se nega a pautar, é provável que se obtenha um 6 a 5 contra a execução provisória na pena. Rosa Weber, nesse caso, pode votar contra a antecipação. Afinal, trata-se de matéria constitucional. Dias Toffoli assume a presidência no tribunal no dia 12 de setembro, a menos de um mês da eleição. Acho pouco provável que paute matéria tão explosiva a menos de um mês do primeiro turno. A verdade, meus caros, é que não há petista realista que aposte que Lula possa deixar a cadeia antes da eleição.
Miguel José Teixeira
20/06/2018 10:42
Senhores,

Na mídia:

O Jardim do Éden livrou a presidenta PeTralha das acusações sobre o recebimento de propinas.

Parece-me que eram "recursos não-contabilizados". . .

Ainda bem. . .senão a quadrilha alegaria perseguição política!!!

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