SILVIO CLEFFI, PSC, VAI DESAFIAR A RAZOABILIDADE, OS SEUS ELEITORES E ELEITORAS QUE SÃO CONTRA E NÃO ENTENDEM A DISPOSIÇÃO DELE? - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

SILVIO CLEFFI, PSC, VAI DESAFIAR A RAZOABILIDADE, OS SEUS ELEITORES E ELEITORAS QUE SÃO CONTRA E NÃO ENTENDEM A DISPOSIÇÃO DELE? - Por Herculano Domício

02/05/2018

O presidente da Câmara de Gaspar, Silvio Cleffi, PSC, de primeiro mandato, o “novo” na política, mas com gestos dos antigos, até o final do ano passado pertencente à base do prefeito Kleber Edson Wan Dal, MDB, que o criou politicamente na mesma Igreja Evangélica e enxergando-o como um médico popular de postinho de bairro populoso, como o Bela Vista, vai se arriscar na sessão extraordinária que marcou por ofício para esta sexta-feira?

Silvio é o mais novo “mestre de obras” da oposição PT, PDT e PSD. Ela surpreendeu e enfraqueceu o MDB e o PP no jogo político do poder. “Tirou” Silvio Cleffi da base, foi pragmática e fez a leitura política mais adequada: saciou à vaidade de poder de Silvio e lhe deu a presidência da Câmara para ser contra o seu próprio criador Kleber. Agora, orientado, Silvio acelerou subitamente na semana passada o processo para contratar um “procurador geral” como um comissionado para a Casa, inchando a Câmara, sem explicações convincentes e contra uma maré publica de críticas.

Esta nova “surpresa” de acelerar o processo possui pelo menos três razões de ser e uma contradição explícita.

A primeira é uma manobra para abreviar o mais rapidamente possível o desgaste provocado por esse assunto e buscar a cura dele no menor tempo possível num ano de eleições.

A segunda, é a de impedir palanque ou se livrar de pedras que a base do governo Kleber está colocando no caminho desse projeto de poder ao “pegar” a causa como um ato de moralidade e economia dos gastos públicos, mas em outro poder.

A terceira, como bem me lembrou o proprietário do jornal e portal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt, é a de mostrar unidade e força do bloco oposicionista para que disso não reste a menor dúvida à sociedade gasparense e principalmente ao governo de Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e Carlos Roberto Pereira, MDB, o prefeito de fato, hoje secretário da Saúde, e alvo preferido de todas as iras da majoritária oposição.

E a contradição?

Enquanto Silvio, PT, PDT e PSD quebram os regimes de urgências das matérias do prefeito ou de interesse de Gaspar, cozinhando-os por meses, como foi o caso do PL 103/2017 que autorizava a contratação de empréstimos para obras viárias, o PL 20/2018 do próprio presidente e que contrata comissionado na Câmara, leva pouco mais de um mês e merece até uma sessão extraordinária, fora do dia normal de sessão, para ser levado à votação e abreviar a discussão com a sociedade, a que paga tudo isso.


UM JOGO DE CARTAS MARCADAS

Desde que decidiu por ofício na quinta-feira da semana passada marcar a sessão extraordinária para esta sexta-feira, Silvio e os seus pares de oposição, oscilam entre realizá-la ou não. A sessão foi marcada, segundo Silvio alegou, porque a “maioria absoluta” dos vereadores assim pediu por ofício.

Coisa armada. Essa maioria absoluta, é, coincidentemente, a oposição composta por ele próprio Silvio Cleffi, Mariluci Deschamps Rosa, Dionísio Luiz Bertoldi e Rui Carlos Deschamps, todos do PT, Roberto Procópio de Souza, PT, e Wilson Luiz Lenfers e Cicero Giovane Amaro, ambos do PSD.

Entretanto, exatamente esse fechamento de questão e a garantia dos votos para a aprovação da polêmica matéria, trouxeram dúvidas durante o feriadão prolongado da Câmara. No site da Câmara, fechada para balanço, não havia nenhuma confirmação da sessão extraordinária.

Enquanto isso, nos bastidores, freneticamente, havia sucessivas trocas de mensagens entre os membros da majoritária bancada oposicionista e até com membros da dita situação. Recuar – e dar a sensação de fraqueza - ou perder no voto, ou até ser surpreendido por uma manobra regimental, eram cenários analisados. Vencer, era a palavra de ordem.

Até o fechamento da coluna, nada havia sido revogado oficialmente na Câmara para não se fazer a sessão extraordinária nesta sexta-feira.

O “novo” procurador vai ganhar mais de R$9 mil por mês. Este vencimento é maior até, do que o procurador jurídico, efetivo, concursado há dois anos. Ele ganha R$6,6 mil mensais. A proposta é da mesa diretora da Câmara que é integrada ainda por Mariluci Deschamps Rosa, PT, Roberto Procópio de Souza, PDT e Evandro Carlos Andrietti.

E até agora, não se provou a sua necessidade para desafogar qualquer acúmulo de trabalho na área.

Não foram fundamentadas as razões para essa “contratação”. Ao contrário, gerou mal-estar entre os funcionários da área na Câmara, tomados pela surpresa. Ficou a impressão de que eles não estavam dando conta do recado. Silvio até tentou desmentir uma entrevista que deu sobre isso ao Gilberto e a Indianara Schmitt sobre isso. Até nisso, age como um velho político: a culpa é sempre da imprensa.

Pressionado pela voz contra do povo à contratação, por vereadores como Francisco Solano Anhaia, MDB e Franciele Daiane Back, PSDB do MDB, e até mesmo pelo próprio Ministério Público que cuida da Moralidade Pública, com Andreza Borelli, Silvio Cleffi resolveu encurtar o assunto, o sofrimento e o desgaste em favor da bancada a que se bandeou: marcou uma sessão extraordinária para esta sexta-feira, as 15h30min, para a discussão e única votação da matéria.

Ele só resolveu acelerar depois que teve a sinalização do relator Wilson Luiz Lenfers, PSD, e que botou reparos na matéria. Wilson apesar da observação feita no relatório de que se estava desequilibrando no número de comissionados, votaria com o presidente e a bancada oposicionista no PL20/2018.

Mas, nesta segunda-feira, Silvio já não tinha essa certeza com Wilson. Marcava de perto um suposto voto que poderia ter no MDB. Também não teve certezas. Era aguardada uma decisão definitiva e oficial sobre este assunto para hoje, quarta-feira, antes mesmo da sessão ordinária marcada para esta tarde, pois ontem foi o feriado do Dia Trabalho.


PARA QUEM UM PROCURADOR GERAL NA CÂMARA DE GASPAR PARA ATENDER EXCLUSIVAMENTE A MESA DIRETORA E AO PRESIDENTE?

Respondo-lhes o intertítulo acima, naquilo que já escrevi: para encurralar ainda mais, e principalmente nos erros que cometeu e vem cometendo no âmbito administrativo, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB e sua equipe. Na coluna de segunda-feira, também feita exclusivamente para o portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, atualizado e acessado de Gaspar e Ilhota, mostrei pelo menos dois casos. Vem mais.

Esclarecer dúvidas, punir os que erraram na gestão do município, uma boa causa e o papel constitucional da Câmara de Gaspar, bem como se estabelecer no jogo para voltar ao poder de mando em Gaspar, não justificam desperdícios e o inchamento de modo perpétuo como quer o Projeto de Lei 20/2018 de Silvio, PT, PDT e PSD.

A Câmara de Gaspar já trabalhou normal e ordinariamente acumulando extraordinariamente CPIs e até cassação de prefeito, com apenas quatro funcionários e 13 vereadores, em duas sessões ordinária semanais, afora o funcionamento excepcionais de comissões e sessões. Hoje são 28 funcionários e uma sessão semanal.

Fatos extraordinários, merecem tratamentos extraordinários, com contratações, mas temporárias para suprir as necessidades temporárias ou excepcionais.

Se é preciso contratar advogados ou outros técnicos especialistas para assessorar os vereadores ou comissões para CPIs para produzirem pareceres, diligências e perícias, como a oposição possui maioria, isso ela mesmo pode aprovar. O que não pode, é usar supostos futuros aumentos temporários de carga de trabalho, para justificar a contratação de assessores caros e pela vida toda na Câmara.

Quem desnudou o oportunismo foi o inconformado vereador Francisco Solano Anhaia, líder do MDB. Ele assinou o requerimento 48/2018 ao presidente Silvio Cleffi. Silvio ainda não respondeu. Nem no discurso que fez. Nem pela assessoria. Sintomático.


Anhaia pediu ao presidente da Câmara de Gaspar “apresentar de forma pormenorizada um levantamento de todos os processos jurídicos e/ou pareceres relativos ao Presidente e à Mesa Diretora realizados pelo Procurador Jurídico desta Casa Leis no ano de 2017 e de 2018, juntando documentos, se possível; e responder se, em algum momento, a Procuradoria Jurídica desta Casa de Leis deixou de atender alguma demanda ou de cumprir algum prazo alegando grande volume de prazos e/ou processos ano de 2017 e de 2018? Caso a resposta seja sim, citar de forma específica e pontual em quais situações e processos”.


PROMOTORIA ABRE INQUÉRITO PARA CONHECER MELHOR ESTA SITUAÇÃO

Foi o mesmo Anhaia que fez uma representação. Levou-a ao caso ao Ministério Público e que cuida da Moralidade. Ele usou o “veneno” contido no parecer do relator geral da matéria, Wilson Luiz Lenfers, PSD, o mesmo partido que está querendo abrir uma vaga para todo o sempre na Câmara para um procurador geral comissionado e de alto vencimento. É um cargo supostamente técnico, mas de indicação política, partidária e de confiança, do presidente de plantão na Câmara. E por isso, em tese, mudaria, a cada troca de presidente, que hoje se dá a cada ano. Uma festa.


Wilson mostrou que há suposto desequilíbrio entre os 15 comissionados e os 13 efetivos de hoje, e que isto já teria sido motivo para impedimentos em outras Câmaras, como a de Blumenau, e mais recentemente, em São Paulo, que teve que voltar atrás de suas contratações.


A promotora Andreza Borinelli, pelo sim, pelo não, resolveu, no dia 20 de abril, instaurar o inquérito civil público sobre o assunto e ela deve se focar exatamente nesse desequilíbrio entre comissionados e efetivos.


No discurso que fez na terça-feira na sessão da Câmara, Silvio já tinha sinalizado que não daria bolas para o esperneio de Anhaia e até de Franciele Daiane Back, PSDB do MDB. No caso do MP, orientado, ele julga, que esse assunto é menor, é um embate jurídico e se lá no fim, tiver que voltar atrás, voltará. Quem conhece esse jogo, sabe que não será assim.


Estranho mesmo é ver a imprensa calada neste debate. Praticamente só aqui este assunto é apresentado. Já nas redes sociais, aparentemente, está a Gaspar acordada, a que vai votar em outubro e sabe que nenhum dos lados (situação e oposição) é feito de santos, como querem se vender por aí.


Concluindo. Todos no mesmo balaio e tratando os gasparenses como úteis pagadores de pesados impostos para sustentar a farra política e de poder dos políticos, mesmo dos que se dizem novos na tarefa de passar a pesada conta para os cidadãos e cidadãs. Para ir atrás de supostos erros ou dúvidas administrativas do Executivo, o Legislativo no papel que lhe compete, cria despesas e se escuda em novos erros. Prefere-se perder à legitimidade. Acorda, Gaspar!



NUMA CÂMARA QUE NÃO CUIDA DOS SEUS ASSESSORES, OS POLÍTICOS PRAGUEJAM OS QUE FISCALIZAM OU DENUNCIAM OS DESATINOS. AGORA, O PROTEGIDO DE MELATO E ASSESSOR DE MOURA TERÁ QUE SE EXPLICAR AO MINISTÉRIO PÚBLICO E QUE CUIDA DA MORALIDADE

 

Na coluna do dia 24 de abril mostrei em “onde estava o assessor do suplemente José Ademir de Moura, PSC?”, que José Carlos Spengler, o eterno cabo eleitoral do mais longevo vereador de Gaspar, José Hilário Melato, PP, e hoje presidente do Samae, foi empregado na marra há poucas semanas como assessor parlamentar do suplente de Melato, o Moura.


José Carlos tinha sido o até então a eleição de Silvio para a presidência da Casa, o eterno responsável pelo “projeto” vereadores mirins, apesar desse cargo ser uma indicação política do presidente da Casa. Silvio, por pressão do PT, PDT e PSD, fez valer essa prerrogativa e José Carlos, finalmente, sobrou.


Ao contrário do que se exigia o seu emprego como assessor parlamentar, José Carlos estava a milhares de quilômetros daqui numa excursão pela Terra Santa e Roma – como registram as redes sociais - com outros peregrinos de fé. José Carlos não se licenciou, não tinha direito a férias, pois acertou tudo quando saiu da velha função. Ele pensou que ninguém daria bola para esse passeio internacional fora da órbita do seu local de serviço.


Quando a notícia veio ao público por esta coluna aos gasparenses, não faltou quem lamentasse, quem disse ser tratar um assunto particular do moço (Meu Deus!), ou achasse exagero desse escriba, apesar de serem esses “bombeiros”, também pagadores de pesados impostos para sustentar o salário do assessor e que deveria estar, como estavam os demais, à disposição dos seus empregadores na Câmara ou ao menos em Gaspar.


Apesar da trama pelo silêncio, agora, Moura e seu assessor terão que responder ao Ministério Público sobre essa excursão indevida na hora do trabalho. A promotora Andreza Borinelli, que cuida da Moralidade Pública, abriu um inquérito civil público para se houver provas, leva-lo à Justiça e tentar puni-lo por essa gazeta ao trabalho público, digamos assim.


É bom não falsear dados, documentos e desculpas, porque ainda poderá ser pior do que já está o quadro desenhado. É que agora, pegos, todos estão, vejam só, tramando álibis e procurando na lei, brechas para legalizar o passeio internacional. Afinal nesse ambiente político-administrativo tudo é possível. Os políticos aparentam ao povo serem adversários entre eles. Fachada. É que quando a coisa aperta, unem-se nos bastidores: um salva o outro, e todos ficam em dívidas entre si. É assim que funciona.


O vereador Moura, evangélico, questionado pela coluna no dia 19 de abril sobre a situação do seu assessor católico, está em silêncio até agora. Não quis entrar em dividida, orientado pelo dono do assessor e da vaga, o Melato. Pensam os envolvidos, que quanto menos se mexer nesse vespeiro, menos ferroadas terão.


Então fica combinado assim: não precisa mais me responder para se justificar perante os seus eleitores. O MP é muito mais competente do que eu. Aliás, ele é o foro ideal para apurar melhor o que aconteceu e dar destino às responsabilidades dos envolvidos, padrinhos e bombeiros.


ASSESSORIA DE IMPRENSA MANCA E COM DONO

Pior mesmo foi o comportamento da assessoria de imprensa da Câmara, feita apenas para a propaganda dos vereadores.


João Paulo de Souza, jornalista comissionado, recém contratado, e que reporta diretamente ao presidente Silvio Cleffi, PSC, na última troca de e.mails comigo e depois de longo silêncio, respondeu-me o seguinte na última hora, antes de entrar no feriadão da sexta-feira passada, sem chance de questionamento:


“Informamos que as devidas diligências estão sendo realizadas. Assim que possível, lhe enviaremos os documentos solicitados. Lembrando que, o prazo máximo para fornecimento das informações é de 20 dias, conforme o artigo 11, §1º da lei 12.527/2011, a lei de acesso à informação”.

 

Depois reclamam que não ouço o outro lado. E é preciso?


As assessorias são feitas para atrapalhar, para unicamente negar fatos conhecidos, claros, evidentes e se estabelecendo com isso, no profissionalmente ridículo. Deve ser isso também, que estão ensinando hoje em dia nas faculdades de jornalismo, as madrassas da esquerda do atraso, cujos egressos infestam as assessorias e redações para a causa.


Eu esperar 20 dias? Lei de Acesso da Informação para aquilo que é factual? Bananas para vocês caras-de-pau.


Meus leitores e leitoras não merecem isso. Gaspar e os gasparenses que sustentam essa gente com os seus pesados impostos não merecem isso. Mais um desperdício de dinheiro público: assessor de imprensa para a propaganda e contra a transparência? Assessor obediente a quem contrata e serve que não entende nada de comunicação? Escondendo fatos comprometedores da gestão pública e se escudando falsamente numa lei e não no jornalismo que aprendeu, ou desaprendeu? Era só o que estava faltando. Vergonhoso.


O presidente da Câmara que manda no assessor de imprensa é culpado? Até pode ser! Mas, quem falhando em casos assim é a autonomia profissional da assessoria de comunicação. Nem mais, nem menos. Ah, outro assessor de imprensa efetivo, pago pelo povo, que parece ser decorativo e está calado neste e outros assuntos para com a imprensa.


COMUNICAÇÃO PARA A PROPAGANDA E NÃO PARA A GESTÃO DE CRISE

Continuando. Bom agora, terão – José Carlos e José Ademir de Moura - que responder ao Ministério Público, o que defende a sociedade. E lá, bons advogados poderão invocar leis, como sugere o assessor de imprensa comissionado porta-voz do presidente que não entende nada de comunicação, pois é médico e iniciado na arte da política.


Talvez as leis sejam úteis para mascarar fatos e contrariar provas e desvios éticos. Espero que não digam aos advogados – como insistem de forma torta e irresponsável com as assessorias de comunicação - o que eles devem fazer para livrar os envolvidos dos problemas no inquérito.


Aliás, o presidente Silvio Cleffi nas duas últimas semanas demonstrou que não entende de comunicação e jornalismo, ou acha que nesse ambiente, como presidente da Câmara, vale à sua vontade do poder de mando.


O presidente da Câmara mandou andar o reconhecido profissional da área, Maurilio Moreira de Carvalhom – durou apenas dias. Substituiu-o exatamente por João Paulo na vaga de comissionado que serve à presidência. Na época, registrei aqui que Maurílio ficou calado para não ir à forra. “Não preciso me indispor com moleques”, abreviou-me tudo. E ao mesmo tempo sugeriu-me que perguntasse aos vereadores “o que de fato acontece na Câmara”. Ai, ai, ai.

Há duas sessões e repetiu na última, Silvio insinuou que o Gilberto e a Indianara – editores daqui - escreveram o que ele não teria dito numa entrevista a ambos. É sempre assim. Os profissionais da área estão calejados dessa queixa há séculos.


Na última sessão, a vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, jornalista, com todas as letras, disse na sessão que Silvio interferia, ou até dava preferência aos seus no material e trato da comunicação. Silvio, desmentiu-a nas contra-palavras; pediu provas e tratou a acusação como calúnia. Então...


Entretanto, para finalizar: onde há fumaça, há fogo. E fumaça há...


Essa de esperar 20 dias para se ter um esclarecimento é o retrato acabado da servilidade unilateral num ambiente de conhecimento técnico. Ela mostra como uma função comissionada transforma um profissional num manso, seja de qualquer área, inclusive a de um procurador geral, um diretor geral, um coordenador financeiro numa obediência tácita ao seu dono... e até um assessor de imprensa. Acorda, Gaspar!


TRAPICHE

Ilhota em chamas I - É sempre assim. Tem gente que está prometendo o que não tem. E se tiver, deveria ser o candidato a deputado. O prefeito Érico de Oliveira, MDB, está garantindo para outubro dar três mil votos ao deputado Rogério Peninha Mendonça e 1,5 mil a Aldo Schneider, ambos do MDB.

Ilhota em chamas II – A coragem é tanta, que fez isso sob o testemunho dos dois deputados neste último final de semana. Na plateia, os comissionados nem corados ficaram.

Ilhota em chamas III – Engana que eu gosto? O que que isso? Em tempos de internet, de portal da transparência, tem político que continua no tempo das diligências, onde a mensagem vinha a cavalo, a pé, de trem ou carroça quando não se perdia no tempo.

Ilhota em chamas IV – o vereador, Almir Aníbal de Souza, MDB, estufou o peito ao povo de Ilhota para dizer que o candidato pelo qual é cabo eleitoral, o deputado Federal Rogério Peninha Mendonça, MDB, já trouxe R$9 milhões.

Ilhota em chamas V – Mas, a única emenda para Ilhota do deputado Peninha entre dezenas que ele fez para outros municípios é uma de R$245.850,00. Dúvidas? Consultem a Execução Orçamentária (somente emendas) Convênios de 2017 da Câmara Federal.

Ilhota em chamas VI – Rolo. Acaba de dar entrada na Segunda Vara da Comarca de Gaspar, uma Ação por Violação aos Princípios Administrativos contra a Câmara de Ilhota. Autor? A Promotoria Pública da Comarca.

Ilhota em chamas VII – Qual a causa? Violação aos Princípios Administrativos. O que quer dizer isso? A Câmara de Ilhota fez um Termo de Ajuste de Conduta pela transparência com o Ministério Público há anos. E mandou bananas ao MP. Fez só de fachada. Coisa de políticos metidos espertos. Comemoram o passa-perna. Ainda não se atentaram para o valor do MP.

Ilhota em chamas VIII – Tente saber alguma coisa em trâmite na Câmara de Ilhota, que virou um puxadinho do gabinete do prefeito Érico de Oliveira, MDB. Agora, o presidente e a mesa diretora de plantão vão ter que responder pela irresponsabilidade deles e dos outros com a sociedade na Justiça. Fica a advertência para a Câmara de Gaspar, que apesar dos problemas de transparência nas contas, não se compara no item tramitação das matérias como acontece em Ilhota.

Ilhota em chamas IX – Enquanto os servidores fazem política e exageram nos discursos com os eleitores analfabetos, ignorantes e desinformados a favor de seus candidatos, o Ministério Público que cuida da moralidade, anda de olhos abertos nas dúvidas de lá. Ele acaba de abrir inquérito para apurar se o servidor público Almir Aníbal de Souza andou recebendo diárias não permitidas.

Ilhota em chamas X – Um outro inquérito civil aberto pelo PM contra a administração de Ilhota pode respingar em Gaspar. Ele quer apurar a denúncia de descumprimento da carga horário do médico Mirgon Arend, e da enfermeira Patrícia Gluber. Ela estaria contratada em Gaspar.

Ilhota em chamas XI – Nas chuvas de inquéritos nos últimos dias contra a administração de Érico de Oliveira, MDB, há algumas tempestades. A primeira é até amena. Ela, vai apurar como se deu a dispensa de licitação do processo 8/2018 para a compra da nova central telefônica.

Ilhota em chamas XII – Mas duas podem causar danos irreversíveis e permanentes. Uma trata do impedimento que se fez para não se fiscalizar na área ambiental. E a outra, que vem até de governos anteriores de Ademar Felisky e Daniel Christian Bosi, PSD. É a que deu isenção de IPTU e ITBI ao grupo empresarial Pandini e já amplamente tratada nesta coluna.

Você sabe quanto dos últimos 11 dias a Câmara de Gaspar trabalhou? Quem respondeu essa curiosidade, foi Miro Sálvio, ex-vereador pelo então PFL, hoje comunicador da rádio comunitária Vila Nova FM 98,3. Ele gravou um vídeo na segunda-feira, ponto facultativo, defronte à entrada da Câmara e colocou na sua rede social. Tudo fechado. Nas contas dele: só cinco dos 11 dias corridos foram trabalhados pelos servidores. E apenas 30 horas por semana. Então...

 

Edição 1849 - quarta-feira

Comentários

Erva Daninha
03/05/2018 20:33
Oi, Herculano;

O presidente da Câmara, Silvio Cleffi, deu meia volta? Não vai mais fazer a sessão extraordinária?
Alguém deve ter dado um espelho para ele se enxergar. Já temos um Gilmar Mendes no STF que nos envergonha, não precisamos que o presidente da nossa Câmara vá no mesmo caminho.
#VergonhaAlheia

Mas aqui pra nós dois, bem que de beiço eles são iguais KKK...
Emerson Barth
03/05/2018 11:01
É impressionante a balança da Justiça utilizada em nosso município, de um lado o Ministério Público abre inquérito civil publico para verificar a abertura de uma vaga, que ainda não aconteceu  na câmara de vereadores e a ausência de um assessor do seu posto de trabalho. Do outro lado da balança, não ouvi falar em nenhum inquérito para apurar a situação do Secretário de Planejamento Territorial de Gaspar Alexandre Gevaerd, que ocupa dois cargos de forma a ferir a Carta Magna , O QUAL ESTAVA EM ESTÁGIO PROBAT?"RIO DE PROFESSOR UNIVERSITÁRIO ATÉ SETEMBRO DE 2017, sem que pudesse licenciar-se, mas, desde de janeiro de 2017 estava no cargo de secretário. Ainda nessa seara, ao se falar em desequilíbrio entre efetivos e comissionados, acho que não pode ser esquecido o quintal de casa, pois existem diversos departamentos da prefeitura que são compostos quase que exclusivamente por comissionados, um exemplo disso é a Superintendência de Meio Ambiente, que possui UM SERVIDOR EFETIVO e todos os demais, uns 5 ou 6, são comissionados. Convém lembrar, ainda, a situação da Captação de Recursos, que funcionava com 2 servidores e realmente as coisas caminhavam, agora qual a explicação para a contratação de, aproximadamente, cinco Comissionados e mais uma empresa de consultoria sendo que existem DOIS TÉCNICOS DA ÁREA QUE ESTÃO EM DESVIO DE FUNÇÃO FAZENDO SERVIÇO ADMINISTRATIVO PARA O SECRETÁRIO ONIPRESENTE GEVAERD.

Miguel José Teixeira
03/05/2018 08:46
Senhores,

Eis + um texto horriPilanTe, sobre a desgraceira proporcionada pela quadrilha do PT, que se diz ser o "Partido dos Trabalhadores", cujo líder máximo está "guardado", e cuja RÉpresentante é conhecida neste submundo como "a amante":

"Calote de Moçambique e Venezuela será bancado com R$ 1 bi do seguro-desemprego"

Texto de Bernardo Caram, folha de s. Paulo, ontem

Brasília
O Congresso Nacional aprovou nesta quarta-feira (2) um remanejamento de R$ 1,16 bilhão no Orçamento federal para cobrir calotes dados por Moçambique e Venezuela em obras e serviços financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e pelo Credit Suisse.

Os recursos que serão destinados a essa finalidade serão retirados do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), no programa seguro-desemprego.

De acordo com o Serviço de Matérias Orçamentárias do Congresso Nacional, o orçamento deste ano para o FAT é de aproximadamente R$ 45 bilhões.

Durante os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, empréstimos do BNDES permitiram uma expansão da presença na África e na América Latina de empreiteiras brasileiras ?"companhias que acabaram envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato.

Alguns dos contratos deixaram de ser pagos pelos países contratantes e a conta recaiu sobre o contribuinte brasileiro, por meio do governo federal. Isso porque os financiamentos têm seguro do FGE (Fundo de Garantia à Exportação). Em caso de calote, o pagamento fica a cargo do governo.

De acordo com o Ministério da Fazenda, que controla o FGE, Moçambique tem uma parcela de US$ 7,3 milhões (R$ 26 milhões) em atraso que terá que ser honrada pelo Brasil.

O débito não pago pela Venezuela até o momento é de aproximadamente US$ 275 milhões (cerca de R$ 970 milhões). Esse pagamento precisa ser feito pelo governo brasileiro até a próxima terça-feira (8).
Caso contrário, o Brasil se tornará inadimplente.

Pressionado pelo calendário apertado, o governo teve que aceitar a marcação de uma sessão do Congresso para votar a proposta em uma semana de feriado, que normalmente tem baixa presença de parlamentares em Brasília.

Ainda assim, após apelos do Palácio do Planalto, o número mínimo de deputados e senadores exigido para a votação foi atingido, e o projeto, aprovado.

Culpa do PT

Durante a sessão, parlamentares aliados ao Planalto afirmaram que a política do PT foi a responsável pelo prejuízo que terá que ser arcado pelo governo. O líder do PSDB, Nilson Leitão (MT), disse que o Congresso não foi consultado quando as gestões anteriores autorizaram os financiamentos.

"O dinheiro público brasileiro vai ter que pagar essa conta da obra na Venezuela ou em Moçambique. Olhem o absurdo a que nós chegamos", disse.

O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), disse que o governo foi pouco transparente e apresentou um valor para o remanejamento sem detalhar as dívidas, os contratos e os prazos de vencimento. A oposição tentou obstruir a votação, mas não teve sucesso.

Apesar das críticas, os governistas trabalharam pela aprovação do texto. O deputado Hildo Rocha (PMDB-MA) argumentou que, justos ou não, os empréstimos foram feitos dentro da lei.

"Nós não podemos ficar com o símbolo de maus pagadores. [?] Estamos votando aqui, mostrando que este Congresso tem responsabilidade em abrir um crédito para que o Brasil possa honrar seus compromissos", disse.


Herculano
03/05/2018 07:13
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA E ESPECIAL PARA A EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, DE MAIOR CIRCULAÇÃO EM GASPAR E ILHOTA
Herculano
03/05/2018 07:10
1968 TERMINOU, SIM, E MAL, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

50 anos após revolução frustrada, irreverência e alegria dão lugar a raiva e medo

Ouso contradizer esse extraordinário talento que é Zuenir Ventura, para quem 1968 foi o ano que não terminou, título de seu livro mais emblemático.

Do meu ponto de vista, 1968 terminou, sim, ao menos no Brasil. No dia 13 de dezembro daquele ano, acompanhamos na redação do Estadão, meu jornal à época, a edição do Ato Institucional número 5. Fechamos a edição do dia seguinte e fomos a um boteco na rua da Consolação, em frente à antiga sede do jornal.

Lembro-me de ter dito aos companheiros: o futuro está interditado.

Solene demais, algo brega, meio ridículo, admito hoje. Mas com muita verdade. Tanta verdade que foi preciso esperar 21 anos para poder votar para presidente. E pela primeira vez na vida, já com 46 anos.

O AI-5 consolidou, pois, a castração cívica de toda a minha geração, que o golpe de 1964 já havia iniciado.

Por isso, ouso dizer que 1968 terminou, sim, e terminou mal. Pior: meses antes, com a chamada Passeata dos 100 Mil, no Rio de Janeiro, flutuou a sensação de que a ditadura não resistiria muito mais às massas nas ruas. Ilusão.

Nem havia massas de fato nem a ditadura estava abalada.

No resto do mundo, no entanto, o cenário foi bem outro, embora, no fim do ano célebre, as coisas tenham mudado pouco. Houve, sim, uma revolução cultural, na forma de liberalização dos costumes.

Mas é uma mudança que foi se instalando aos poucos, como todas as mudanças, aliás.

Sempre há a tentação de imaginar que a qualquer momento pode haver um novo Maio de 68, ainda mais quando aquele momento efervescente completa 50 anos.

Seria até divertido um novo levante como aquele, mas me parece estar ocorrendo o contrário. Maio de 1968 foi libertário, irreverente, alegre, iconoclástico.

Hoje, há muito mais raiva que alegria, muito mais sectarismo do que contestação às seitas políticas que se manifestam.

Enquanto, por aqui, coxinhas e mortadelas se matam, ao menos verbalmente e só nas redes sociais, os estudantes franceses de 1968 cantavam que "a humanidade só será feliz quando o último capitalista for enforcado com as tripas do último esquerdista".

Enquanto a moçada de 50 anos atrás acreditava que a imaginação tomara o poder, agora quem está no poder é exatamente a falta de imaginação.

Antes, era "proibido proibir". Hoje, tenta-se, em geral inutilmente, proibir uma porção de coisas.

Em um muro qualquer de Paris, lia-se: "Decretado o estado de felicidade permanente".

Não era verdade, claro, mas era um manifesto de boas intenções.

Hoje, o que há, no mundo todo ou em boa parte dele, é um estado permanente de ansiedade, de insegurança.

No "estado de felicidade permanente", parecia caber todo mundo.

No estado de ansiedade permanente, não cabe o outro, do que dá prova o crescimento da xenofobia, da misoginia, do racismo, do antissemitismo (bom lembrar que um dos slogans de 1968 era "nós somos todos judeus alemães".)

Parece ter sobrado, dos incontáveis e adoráveis slogans de 1968, apenas um: "Parem o mundo, eu quero descer".
Herculano
03/05/2018 07:02
RENTÁVEL NEGóCIO DAS INVASõES NÃO É INVESTIGADO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal deveriam se interessar pelo rentável negócio de invasões de prédios públicos. As famílias carentes, conduzidas como gado nas invasões, pagam "taxa" de R$150 a R$500 mensais aos "líderes" das facções criminosas, como as definiu o ex-prefeito João Dória. Os "líderes" dificultam qualquer negociação para não perder o faturamento das "taxas". Só no prédio que desabou em São Paulo os "líderes" faturavam um mínimo de R$20 mil por mês.

MILIONÁRIOS
Com 70 prédios invadidos em São Paulo e centenas de famílias pagando ricas taxas, os "líderes" podem faturar R$1,5 milhão por mês.

ELES SÃO ESPERTOS
As facções criminosas abusam do tratamento de "movimentos sociais" e do medo dos governantes do desgaste da reintegração de posse.

Só PENSAM NAQUILO
"Líderes" das facções sabem que prédios invadidos são vulneráveis a incêndio e desabamento, mas não se importam. Só pensam nas taxas.

INCOERÊNCIA
A mídia que critica mandados de reintegração de posse de prédios invadidos, no dia do desabamento atacou a "negligência" do governo.

PROJETO NA CÂMARA CRIMINALIZA E PUNE INVASõES
Deve entrar na pauta da Câmara ainda este mês o projeto (10010/18) do líder do PSDB, deputado Nilson Leitão (MT), que tem o objetivo de punir as invasões de propriedades rurais e urbanas. A ideia é criar o crime de "esbulho possessório coletivo", especificamente dirigido contra a invasão de imóvel urbano ou rural, público ou privado. E dá prazo para o cumprimento de decisão judicial de reintegração de posse.

LóGICA, FINALMENTE
Pelo projeto de Nilson Leitão, a vítima da invasão terá direito de ajuda da polícia para retomar ou garantir a posse de sua propriedade.

INSEGURANÇA JURÍDICA
Para o líder do PSDB, a legislação criou "insegurança jurídica" para os donos de imóveis, que ficam sujeitos a invasões sem a proteção da lei.

PUNIÇÃO SERÁ MAIOR
Hoje, o crime de esbulho possessório é brincadeira. O projeto aumenta de seis meses para oito anos a pena máxima para a invasão coletiva.

EDIÇÃO Nº 7.305
Hoje é a edição nº 7.305 desta coluna, que chega neste 3 de maio aos 20 anos, com mais 146 mil notas, grande parte "furos", a serviço do direito à informação. Dando voz aos aflitos e afligindo os poderosos.

BRASIL É TÃO BONZINHO
Bem feito. Apesar das restrições dos Estados Unidos a vários produtos brasileiros, o Brasil se tornou o maior importador do seu etanol podre, poluente, à base de milho: 33% de toda a produção americana.

FICHA LIMPA NA CNC
O deputado Laércio Oliveira (PP-PE), raro ficha limpa na Câmara, que preside a Fecomércio/SE, vai disputar a presidência da Confederação Nacional do Comércio contra José Roberto Tadros, que há 36 anos preside a Fecomércio/AM e que só no TCU é citado em 68 processos.

ESTICADÃO SUSPENSO
Aproveitando-se do feriado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, suspendeu sessões para dar folga para os deputados de 27 de abril ao dia 8. Doze dias na maciota. Mas o presidente do Congresso, Eunício Oliveira, acabou a brincadeira e convocou sessão para esta semana.

NOSSOS GOLEIROS
Após tomar sete gols do Liverpool em dois jogos, como diz o vascaíno Paulo Cunha, Alisson mostrou estar pronto para a Seleção. Mas ainda há um recorde a superar: os dez gols no Júlio César em dois jogos.

MORTADELAS SUMIRAM
Houve fracasso de público nos atos de sindicalistas do 1º de Maio após o fim da contribuição obrigatória, que felizmente a reforma trabalhista tornou facultativa. Faltou dinheiro para pagar cachê a "mortadelas".

CENTRO DE BANDIDAGEM
Além de chamar de "facção criminosa" a turma que liderava a invasão do prédio sinistrado, o ex-prefeito paulistano João Dória (PSDB) revelou que o local era usado como centro distribuidor de drogas.

SEM CUSTOS ADICIONAIS
A TecBan, empresa que controla a rede Banco 24 Horas, garante que os saques em seus caixas não têm custo adicional, mas ressalva que são um serviço contratado junto ao banco respectivo do cliente.

PENSANDO BEM...
...a imprensa brasileira é mesmo especialista em dourar a pílula: fez de favela "comunidade", crime virou "violência" e invasão é "ocupação".
Herculano
03/05/2018 06:59
da série: gente séria não se mete com político, lá e aqui. Não há diferença. Mesmo limpo, sempre sobrará desconfianças para os ingênuos e sérios.

O SANTO DO PROSTÍBULO, por Marco Antônio Canônico, no jornal Folha de S. Paulo

Confirmação de denúncia contra Beltrame sugeriria que ninguém sério se mete com políticos

Secretário de segurança do Rio durante um dos governos mais corruptos de sua história, o de Sérgio Cabral, o gaúcho José Mariano Beltrame sempre foi visto como um homem bem-intencionado e honesto - tanto por gente da área como pela imprensa e, consequentemente, pela população.

"Mariano era honesto? Sim. Casa de prostituição sempre tem um santo enfeitando", disse-me um delegado da Polícia Civil fluminense em conversa há dois meses. Comandando a segurança do estado de 2007 a 2016, Beltrame teve cacife para acabar com o casuísmo político nas nomeações para as polícias Militar e Civil.

Seus resultados foram questionados; sua integridade, quase nunca. A exceção foi o processo por improbidade administrativa que sofreu em 2015, por compra de carros para a PM.

Por isso causou tamanha celeuma a acusação feita pelo economista Carlos Miranda, um dos operadores do esquema de propinas do governo Cabral, em sua delação premiada, revelada pelo jornal O Globo. Segundo ele, Beltrame recebia uma mesada de R$ 30 mil, pagos de modo ainda não bem explicado.

Logo depois da publicação da reportagem, vozes como a do antropólogo e ex-secretário de segurança do Rio Luiz Eduardo Soares saíram em defesa de Beltrame. É possível mesmo que a denúncia tenha sido "fabricada por alguém que está coagido", como afirmou o acusado em sua nota de defesa.

Trocar alguns anos de cadeia pela incriminação de figurões parece sempre uma boa oportunidade para delatores como Miranda, mas as acusações precisam ser provadas, ou a delação cai.

Oxalá a denúncia contra Beltrame se mostre falsa: a confirmação das acusações cristalizaria a (falsa) impressão popular de que ninguém sério e honesto se mete com governos e políticos. Mas ele não pode reclamar de ter sido enlameado, dado que andou com os porcos por tanto tempo.

Confirmação de denuncia contra Beltrame mostraria que ninguém sério se mete com políticos
Herculano
03/05/2018 06:52
INTERROGATóRIO DA FILHA FAZ DE TEMER UM PERSONAGEM AINDA MAIS EMBARAÇOSO, por Josias de Souza.

A Polícia Federal marcou para esta quinta-feira o interrogatório de Maristela Temer, filha do presidente da República. Deseja-se saber de onde veio o dinheiro que bancou uma reforma na casa dela, em 2014. Os responsáveis pelo inquérito sobre o setor portuário suspeitam que a obra foi financiada com verba de propina recebida por Michel Temer. Ninguém disse ainda, talvez por comiseração. Mas a simples intimação de Maristela faz de Temer um personagem ainda mais embaraçoso.

O que mais provoca embaraço não é o lote de perguntas que os investigadores farão a Maristela, mas as respostas que seu pai ainda não foi capaz de prover. Na semana passada, Temer poderia ter saído da encrenca, tomando o caminho da transparência. Mas preferiu a bravata. O último líder político que enveredou por esse atalho foi Lula. Está na cadeia.

Irritado com a notícia de que a PF trabalha com a hipótese de lavagem de dinheiro por meio de reformas e aquisições de imóveis em nome de seus familiares, Temer subiu no caixote. Disse aos repórteres que se considera vítima de uma "perseguição criminosa disfarçada de investigação." Realçou que seus advogados não têm acesso aos autos. E encomendou a apuração de vazamentos de dados sigilosos à imprensa.

Temer não se dispôs a responder a nenhuma pergunta. Simplesmente ralhou, bateu com a mão no púlpito três vezes, virou-se e foi embora. Absteve-se de conceder uma alentada entrevista coletiva porque sabia quais seriam as indagações dos repórteres. Um homem com a sua experiência já deveria ter aprendido: quem tem calos pode se meter em apertos.

Por que a reforma da casa de Maristela foi tocada por Maria Rita Fratezi, mulher do coronel 'faz-tudo' João Baptista Lima?, eis uma das perguntas que Temer não quis ouvir. Como explicar que, no trato com fornecedores e prestadores de serviço, a senhora Fratezi tenha revelado uma predileção pela forma mais primitiva de pagamento: o dinheiro vivo. Por que o coronel Lima se nega a depor há um ano? Ele não deveria ser a segunda pessoa mais interessa em mostrar a improcedência da acusação de que recebeu propinas em nome do amigo-presidente?

No roteiro que traçou para esquadrinhar a reforma, a PF acomodou o interrogatório de Maristela no meio de outros dois depoimentos. Nesta quarta, foi inquirido o arquiteto Carlos Roberto Pinto, contratado pela mulher do coronel Lima para trabalhar na obra da filha de Temer. Na sexta, os investigadores ouvirão Piero Cosulish, da empresa Ibiza Acabamentos. É um dos fornecedores que receberam em moeda sonante. Tudo muito constrangedor.

No ataque de nervos da semana passada, Temer chegou a dizer: "Só um irresponsável e mal-intencionado ousaria tentar me incriminar, minha família, minha filha, meu filho de nove anos de idade, como lavadores de dinheiro. Dizer que lavei dinheiro numa casa alugada. Dizer que gastei R$ 2 milhões. Em que mundo estamos?"

Alguém deveria dar um GPS de presente a Michel Temer. Ele logo descobriria que estamos no planeta Terra, América do Sul, fundos, Brasil. Um pedaço do mundo onde a polícia invade os extratos bancários do presidente com autorização judicial. Um país comandado por um recordista em denúncias criminais. Uma nação que migrou da barbárie moral petista para a decadência ética peemedebista sem um estágio intermediário para chamar de "bons tempos".

Num mundo assim, tão desqualificado, nada é tão embaraçoso que não possa piorar. Além da filha do presidente, encontra-se na alça de mira dos investigadores a primeira-dama Marcela Temer, a quem o primeiro-amigo José Yunes diz ter vendido uma casa. Antes de convocar os repórteres para divulgar novos pensamentos irrefletidos, o presidente talvez devesse passar na frente de um espelho.
Herculano
03/05/2018 06:48
NOSSO SINDICALISMO É UM VERGONHA, por Roberto Dias, secretário de redação na área de produção do jornal Folha de S. Paulo

'Aviso' de sindicalista a repórter é sintoma das fragilidades do movimento

"Vocês falaram mal do acampamento, tu vai lá para onde tá o carro da polícia."

Quem diz isso é o presidente do Sindicato dos Jornalistas do RS, Milton Simas. Vestido com camiseta do MST, ele está no acampamento Marisa Letícia, em Curitiba, onde pessoas que defendem o ex-presidente Lula foram alvo de atentado a tiros no sábado passado (28).

Seu interlocutor é o repórter de televisão Marc Sousa. "Vocês são do SBT", diz Simas. "Não, da Record", responde o repórter. O?erro de informação não lhe importou: "Acho que a imprensa tá toda junto no golpe".

O que o sindicalista queria mesmo era advertir: "Sou jornalista, teu colega, tô te avisando que é para preservar tua integridade. Pro teu bem".

O vídeo é constrangedor. Como tudo é possível neste mundo, a coisa ficou ainda pior quando Simas resolveu se explicar, noutro vídeo.

Dizendo defender "a liberdade de expressão e o livre exercício da profissão" - exatamente o contrário do que praticou -, ele afirmou que a CUT ajudou a bancar a viagem e recorreu a argumentos tão ou mais absurdos para explicar sua atitude.

"Fizemos cursos [sobre] como nós profissionais jornalistas devemos trabalhar em pautas de risco", disse ao justificar seu "aviso" em Curitiba. Ele acha que estava em pauta? Ou que é chefe do repórter?

"Ressalto aqui que não tinha nenhum representante do sindicato dos jornalistas daquele estado [PR]", afirmou. E deveria? Por qual motivo?

Simas é só um sintoma. Vale lembrar a nota do Sindicato dos Jornalistas de SP na prisão de Lula, culpando as empresas pelas agressões a seus profissionais, para ver como o problema está enraizado.

As fragilidades do sindicalismo obviamente atravessam profissões. Ficam por demais evidentes quando vistas dentro da sua. Gente que usa o dinheiro que deveria defender uma categoria para fazer política. O sindicalismo adora culpar todo mundo por seu enfraquecimento - mas ele é que enfraquece a si próprio.
Herculano
02/05/2018 20:14
MEIA VOLTA VOU VER...

O presidente da Câmara de Gaspar, Silvio Cleffi, PSC, não vai mais fazer a sessão extraordinária na sexta-feira para votar a contratação de um "procurador geral" comissionado de mais de R$9 mil por mês, como ele próprio oficiou aos vereadores na quinta-feira da semana passada.

O feriadão que ele avalizou na Câmara, serviu para o vereador Silvio perceber que não havia clima na cidade e que desafiar o Ministério Público, não seria também uma boa opção como queriam seus pares o PT, PDT e o PSD.

Os gasparenses de pagadores de pesados impostos, agradecem. Entretanto, um aviso: não comemorem: o doutor Silvio ainda não desistiu da ideia, apenas a adiou. Acorda, Gaspar!
Mardição
02/05/2018 20:04
Silvio Cleffi e Kim Jong-Un.
Un se esconde atrás da bomba atômica o outro atrás do cargo de presidente da câmara de Gaspar, para não mostrarem aos outros suas incompetências e o medo de enfrentar a realidade da vida. A bomba e o cargo não existem, são criações humanas que desaparecem quando alguém mudar de opinião.
O QUE NINGUÉM DESTR?"I É O CARÁTER.
Ana Amélia que não é Lemos
02/05/2018 18:31
Sr. Herculano:

O REITOR LUIZ CARLOS CANCELLLIER NÃO PRECISA MORRER DE NOVO, por Elio Gaspari.

Querem achar um culpado para o suicida, mas se ele era inocente, porque se matou?
Só no Brasil mesmo, o cara tem mil instâncias, entrou em pânico porquê?
Mariazinha Beata
02/05/2018 18:21
Seu Herculano:

O jornalista Leudo Costa, que critica duramente e o provoca Joaquim Barbosa: "Você não aguenta um grito do Bolsonaro".

O Exército sabe o lado certo da cerca.
Bye, bye!
Grilo Falante
02/05/2018 18:16
Olá, Herculano

Concordo que os invasores do prédio que queimou e desabou em São Paulo não são culpados pela tragédia.
Petistas não tem condição de derrubar um prédio.
A sofisticação intelectual da gentalha vermelha chega no máximo em carimbar notas de real ou colocar fogo em pneus.
Anônimo disse:
02/05/2018 18:01
Herculano, sobre o dr. Sílvio Cleffi, quando eu não o conhecia, gostava dele.
Porém, hoje, o conheço bem!
Periquito Arrepiado
02/05/2018 17:58
Oi, Herculano;

Corrupção tem no mundo todo, mas fã clube de corrupto, só no Brasil.
Belchior do Meio
02/05/2018 17:56
Sr. Herculano;

SAMAE INUNDADO: Mais um dia sem água na rede do nosso bairro.
Mauricio
02/05/2018 16:17
Gestão de contratos:

Na Administração do Zuchi tínhamos 2 servidores de carreira cuidando de contratos e convênios e a gestão de contratos andava, vários convênios foram firmados e finalizados.

Na atual gestão além dos 2 servidores de carreira temos mais 5 comissionados, além de um contrato de valor elevado (um custo mensal de mais de R$ 20.000,00) com Empresa Logos Acessoria para prestar consultoria para gerir contratos e convênios federais e a coisa não anda, vários convênios estão paralizados (Rua Madre Paulina, Urbanização da Rua Itajaí e Escola Olimpio Moreto).

Pergunto isso é eficiência ?

O contrato com a empresa Empresa Logos Acessoria deveria ser investigado, pois não presta nenhum serviço, não ajuda em nada, não entrega nenhum documento de consultoria, é apenas um contrato fictício.
Herculano
02/05/2018 12:01
PODE INVADIR, por JR Guzzo, na Veja

As gangues que exploram a invasão de imóveis estão acima da lei

Invadir prédios ou qualquer outra propriedade imobiliária, seja ela pública ou privada, é crime previsto no Código Penal; não há casos em que a invasão é permitida. Cobrar aluguel das pessoas que moram no imóvel invadido, com ameaças e uso da força, também é crime. Quando um prédio desses pega fogo e desaba em seguida, como acaba de acontecer no centro de São Paulo com um edifício federal de 24 andares, imagina-se que os crimes ficam mais graves ainda. Imagina-se, enfim, que os responsáveis pela invasão, que embolsam os aluguéis (no caso, de 250 a 500 reais por mês por "apartamento") e controlam cada detalhe do funcionamento do prédio, devam ser processados e punidos pelos crimes que cometeram. Pode ser assim no resto do mundo, mas não no Brasil. No Brasil tudo isso é permitido, se os criminosos fazem parte da indústria de invasão de imóveis, descrita na mídia como "movimento social", e se o seu chefe é um político "de esquerda" - se ele também for candidato à presidência da República, então, melhor ainda.

Hoje em dia o governo do Estado, a Prefeitura Municipal, o Ministério Público e a justiça de São Paulo (e de muitos outros lugares por este Brasil afora) autorizam quase que oficialmente as invasões de edifícios em desuso ou terrenos com problemas de escritura. No momento, para se ter uma ideia do tamanho do buraco, há na cidade mais de 200 imóveis invadidos. Muitas vezes, na verdade, o Ministério Público proíbe que se tome qualquer medida para expulsar os invasores - mesmo quando há sentença judicial ordenando a reintegração de posse, a polícia se vê impedida de agir, ou não recebe ordens do governo do Estado para cumprir a decisão da justiça. De qualquer forma, não há a menor hipótese de acontecer o que deveria ser a coisa mais normal deste mundo: indiciar em inquérito os organizadores da invasão e abrir uma ação penal contra eles. Podem botar na cadeia, condenado a 12 anos, até um ex-presidente da República. Mas um líder dos "sem teto"? Nem pensar. O máximo que as autoridades permitem é que seja feita uma "negociação". No caso do prédio que foi ao chão em São Paulo, a Prefeitura e os chefes dos "movimentos sociais" já tinham feito seis reuniões.

Num país em que muita gente boa acredita que os jornalistas praticam um vigoroso "jornalismo investigativo" (a começar por eles próprios, os jornalistas) é realmente uma surpresa constatar que a mídia não faz nenhum esforço minimamente sério para investigar as gangues que exploram a invasão de imóveis nas grandes cidades brasileiras. É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, como na Bíblia, do que encontrar nos jornais, radio e televisão uma única reportagem que aponte, por exemplo, a responsabilidade dos "movimentos sociais" (e do seu candidato presidencial) num caso como o do prédio que desabou em São Paulo. Cobranças iradas foram dirigidas pela mídia ao prefeito Bruno Covas, ao governo do Estado, "ao Temer", ao Corpo de Bombeiros, aos equipamentos anti-incêndio e até à "estrutura mista" de concreto e ferro do edifício. Mas mal se ouviu alguma referência ao MTST e grupos do mesmo ramo de negócio ?" e menos ainda a seu sócio-proprietário, entretido naquele momento em fazer barulho pela "libertação de Lula" em Curitiba. Ao contrário: ele só apareceu no papel de homem público indignado, cobrando das autoridades a "rigorosa apuração dos fatos", etc., etc. Jornalismo investigativo é isso aí.
Herculano
02/05/2018 11:58
AS CONTRADIÇõES DOS POLÍTICOS E DAS REDAÇõES INFESTADAS PELA ESQUERDA DO ATRASO

O presidente Michel Temer, MDB, estava em São Paulo no momento do desabamento do prédio invadido por sem tetos.

Os políticos adversários - quase todos são dele neste momento e inflado pelo PT, PSOL, PDT, CUT, MST, MTST, UNE - e a imprensa esperavam dele à omissão, a ausência para fazer manchetes e ressaltar a insensibilidade do governo e seu representante com os excluídos e pobres.

Temer desafiou à alta impopularidade e tirou discursos da boca dos adversários e as manchetes das redações. E foi ao local do desastre anunciado e permitido pela incúria dos agentes do estado.

Temer foi corrido depois de descoberto e de ter dado entrevistas no local da tragédia.

Como tudo furou porque Temer cumpriu o seu papel institucional, agora estão culpando os assessores dele que "permitiram" ele ir lá e supostamente ter ficado exposto. Viúvas do ocaso e do jogo mal calculado, apenas isso.

Um presidente, um governador (foi lá), um prefeito (foi lá), são imprescindíveis simbolicamente estar nesses momentos de comoção. Precisam demonstrar fisicamente solidariedade, preocupação e demandar resultados. Não apenas, frias notas, protegidas por muros dos palácios e assessorias bem pagas.

Os adversários de Temer, queriam a sua omissão. A imprensa também. Então... sobrou arrumar culpados e ampliar à rejeição popular e gestos de efetiva mudança em muitos privilégios, que determinaram a mínima recuperação econômica do país.

Com Dilma Vana Rousseff, PT, a popular, a queridinha da mídia, estaríamos disputando com Nicolas Maduro, qual dos dois países estariam em piores condições econômica, de liberdade de expressão e desmandos institucionais, inclusive nas casas legislativas e judiciário. Wake up, Brazil!
Herculano
02/05/2018 11:43
TEMER TENTOU VIVER SEUS 15 SEGUNDOS DE BOULOS, por Josias de Souza

A sorte foi malvada com Michel Temer quando ele escolheu dar ouvidos aos assessores que enxergaram no desabamento de um prédio ocupado por famílias pobres uma oportunidade a ser aproveitada politicamente. A pretexto de oferecer um ombro presidencial aos desabrigados, Temer foi ao encontro da tragédia. Saiu enxotado, com a impopularidade de 70% entre as pernas. O presidente mal teve tempo de balbuciar meia dúzia de frases para os jornalistas.

Inconformado com as pesquisas que expõem o estilhaçamento de sua imagem, Temer realiza um esforço para restaurar as aparências. Há mais desespero do que método na estratégia do presidente.

Na noite da véspera, Temer ocupara uma rede nacional de rádio e TV para anunciar, no alvorecer de maio, um reajuste do Bolsa Família que só chegará ao bolso das pessoas em julho. Num pronunciamento concebido para celebrar o Dia do Trabalhador, Temer pediu "paciência" aos 13,7 milhões de desempregados.

Depois de adular a clientela do Bolsa Família, Temer foi dormir na noite de segunda-feira imaginando que havia adocicado os sonhos do eleitorado do presidiário Lula. E acordou na terça-feira achando que poderia viver seus 15 segundos de Guilherme Boulos, o líder das ocupações urbanas. O presidente cutucou a pobreza com o pé. E descobriu que ela morde.
Herculano
02/05/2018 11:41
TEMER E O PóS-MORTE DA ESQUERDA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Derrotas do presidente e economia lerda podem animar ideias de contrarreforma

As derrotas de Michel Temer talvez não incentivem a ressuscitação de programas de esquerda, pelo menos não aquele do PT pós-2010. Afinal, Dilma Rousseff envenenou ou matou e esquartejou tais ideias, além de tentar ocultar os cadáveres com o estelionato eleitoral da virada de 2014 para 2015.

Mas há revolta bastante para tornar atraente alguma espécie de contrarreforma, um contra-ataque ao programa econômico que chegou ao poder com a deposição de Dilma Rousseff.

De menos incerto, se pode dizer que a ruína da esquerda de 2014 e o fracasso de estima do programa liberal de 2016 dificultam a invenção de planos alternativos para a campanha eleitoral e para o governo de 2019. Faltam ideias que sejam tanto palatáveis quanto razoáveis.

O mal-estar na recuperação econômica é o mais recente revés do bloco de poder Temer-Ponte para o Futuro, ora quase desfeito. O problema vem de longe e é maior, porém.

Já em março do ano passado, o Congresso Nacional voltava das férias avesso à ideia de aprovar o pacote amplo de reformas liberais, em particular a da Previdência. Deputados sentiram a fúria com a crise, com as reformas e com o presidente. Não viam futuro eleitoral no combo Temer-reformismo.

Desde 2016, dois terços dos eleitores queriam eleger logo um novo presidente, em votação direta. No fim de abril de 2017, uma greve que, se não foi geral, foi "pop", ajudou a difundir o sentimento antirreformas. Pesquisa Datafolha mostrava então que 85% queriam diretas.

O vazamento do grampo (maio) e a vitória de Pirro no TSE (junho) exauriram Temer. Seu desprestígio pestilencial contaminou de vez a ideia de reforma liberal, que por sua vez já era um motivo de seu desprestígio (dois terços do eleitorado eram então contra a mudança na Previdência).

A recuperação lenta da economia não teria muito apelo a não ser para o terço mais rico da população, se tanto. Retardada, como agora, alimenta mais desconfiança do programa reformista ou de políticos adeptos.

O Congresso derruba projetos do governo, aprova pautas-bombinhas e barra reformas. A lei do cadastro positivo tropeça e cai na boca do povo, causando entre desconfiança e raiva, mesmo contra bancos, que nem fazem força pela mudança, se não o contrário.

É por enquanto impossível dizer se o crescimento deste ano vai chegar ou não perto de 3%, como previsto. Ficando longe, porém, o fracasso vai fazer com que parte da elite pense em alternativa ao plano liberal estrito. Já se ouve rumor disso por aí, velharias.

Seja quem for o eleito, os problemas cruciais são incontornáveis. Será necessária uma mistura de controle duro de gastos com aumento de impostos, no curto prazo. A despesa da Previdência continuará explosiva e, sem algum plano para o longo prazo, o presente será prejudicado. É um caso de cruz e caldeirinha.

Lula da Silva começou a governar em 2003 um país que vinha de crises ruins e não crescia. Manteve a política econômica arrochada, mas tinha crédito com o povo, esperançoso com mudanças.

Decerto Lula não teve de lidar com crise tão catastrófica como a de 2014-17 nem com reformas que afetam o íntimo da vida econômica cotidiana do povo. Ainda assim, o exemplo indica que não seria impossível, em tese, inventar um programa que driblasse a rejeição popular a algum tipo de reforma e que indicasse um fim para a travessia do deserto, talvez com atenuantes pelo meio do caminho.

Em tese.
Herculano
02/05/2018 11:37
MORO QUER PROVAS DE PALESTRAS DE LULA

Conteúdo de O Antagonista. Sérgio Moro determinou à defesa de Lula que demonstre a origem lícita dos cerca de R$ 9 milhões que estão bloqueados em fundos de previdência.

Essa é a condição para que o juiz libere os recursos, como querem os advogados. O dinheiro aplicado seria parte dos ganhos do ex-presidente com palestras.

Entraram na conta da LILS Palestras cerca de R$ 27 milhões. Desse total, R$ 9,5 milhões foram repassados pelas grandes empreiteiras do petrolão: Odebrecht (R$ 3 milhões), Andrade Gutierrez (R$ 2,1 milhões), Camargo Corrêa (R$ 2 milhões), Queiroz Galvão (R$ 1,2 milhão) e OAS (R$ 1,1 milhão).

Moro virou o jogo e agora pergunta: cadê as provas, Lula?
Herculano
02/05/2018 11:35
PAGAR MESADA É COMUM NOS TRÊS NÍVEIS DE GOVERNO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A mesada de R$30 mil que o governo de Sérgio Cabral pagaria ao então secretário de Segurança José Mariana Beltrami é prática comum por meio de contratos superfaturados, das prefeituras aos ministérios. Quando Eduardo Paes era prefeito do Rio, assessores da área de comunicação recebiam "complemento" mensal de R$25 mil, segundo o marqueteiro Renato Pereira, pagos pela agencia de propaganda Prole.

ESTÁ EXPLICADO
O complemento salarial explica a presença no setor público, em cargos de confiança, de profissionais bem remunerados no setor privado.

PRÁTICA ANTIGA
No MS, o governo de Zeca do PT foi acusado de desviar R$30 milhões de contratos de publicidade para pagar "complemento" a assessores.

ATÉ DA FAZENDA
No governo Dilma, o Ministério da Fazenda foi acusado de superfaturar contrato de serviços de comunicação para pagar mesada a assessores.

RICA MESADA
Ministros complementam os salários em conselhos de estatais. Uma reunião mensal rende R$27 mil de "jeton" a conselheiros de Itaipu.

BOICOTE ATÉ NO GOVERNO IMPEDE PRIVATIZAR O MANÉ
Especialista em criar dificuldades, o Tribunal de Contas do DF esperou o dia da entrega das propostas para suspender a licitação cujo edital ele próprio aprovou, para o projeto destinado a ressuscitar o estádio Mané Garrincha, de Brasília, hoje um elefante branco e morto. A ideia é oferecer à empresa que assumir a gestão do estádio a oportunidade de explorar a área de lazer no entorno do complexo esportivo de Brasília.

SETOR DE DIVERSõES
No projeto da estatal Terracap tem teatro, cinemas, restaurantes, lojas, centro de medicina esportiva etc. Tudo isso sem usar dinheiro público.

MODELO DE NEGóCIO
A gestão privada do estádio Mané Garrincha prevê a criação de aluguel para o governo e parte do lucro dos negócios.

QUEM MANDA
O governador aprovou, mas um sub da Secretaria de Gestão de Territórios, Vicente Silva, pode mais: segurou o projeto por um ano.

ELETROBRAS, UM ABACAXI
A comissão especial da Câmara realiza mais uma audiência pública esta quarta-feira (2) sobre a desestatização da Eletrobras. O governo esperar arrecadar R$12,2 bilhões livrando-se desse caríssimo abacaxi.

IMPACTO NAS REGALIAS
Críticos da desestatização, que amam cargos públicos, alegam que "a sociedade será fortemente impactada" com a venda da Eletrobras. Impacto mesmo só nas regalias dos pendurados nas tetas da estatal.

JOAQUIM NA RODA
Com a candidatura ainda no campo das hipóteses, Joaquim Barbosa (PSB) já entrou na roda da pancadaria. Um dos vídeos de maior repercussão nas redes sociais é do jornalista Leudo Costa, que o critica duramente e o provoca: "Você não aguenta um grito do Bolsonaro".

PLANOS PARA O FUTURO
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, não pensa em advogar após a sua aposentadoria, em junho de 2021. Voltará a residir no Rio, onde nasceu, ir à praia na Barra, ver seu Flamengo no Maracanã e ler muito.

ALTÍSSIMA PERICULOSIDADE
O segurança contratado pelo Supremo Tribunal Federal para fazer a ronda em torno da estátua da Justiça, na Praça dos Três Poderes, veste colete à prova de balas durante todo o dia.

GRAÇA PERDEU A GRAÇA
Em maio de 2014, a então presidente da Petrobras, Graça Foster, passava por saia justa na Câmara. Deputados perguntaram na bucha: é contra ou a favor CPI para investigar a estatal? Não quis comentar.

ORDEM NAS ORGANIZAÇÕES
O Senado deve finalmente votar esta semana alterações à Lei das Organizações Sociais, sancionada em 2016. Agora haverá seleção, pré-requisitos de qualificação mais rígidos e punições mais severas.

ESTICADA
O Ministério da Educação prorrogou de 25 de abril para 23 de maio o prazo para a pré-seleção de candidatos participantes da lista de espera do Fies e do P-Fies, o programa de financiamento do Fies.

PENSANDO BEM...
...só está definido mesmo que haverá eleição para presidente, mas não candidatos, até porque uns podem estar presos e outros ainda soltos
Herculano
02/05/2018 11:32
da série como funciona a corrupção em todas as esferas: cai um, cria-se outro para o mesmo crime. Mas, em outubro, não perca a peleja, não reeleja, como diz o leitor brasiliense da coluna, Miguel José Teixeira

SÉRIES DE TELEVISÃO APRESENTAM VISõES DISTINTAS SOBRE CORRUPÇÃO, por Ricardo Balthazar, no jornal Folha de S. Paulo

"O Mecanismo" é mais crítica do que parece, mas a italiana 'Suburra' soa mais persuasiva.

No fim da primeira temporada de "Suburra: Sangue em Roma", série italiana sobre uma disputa entre facções criminosas, políticos corruptos e o Vaticano, um empresário ameaça chamar a polícia quando o líder de uma gangue vai até seu escritório para intimidá-lo. "Vão dizer o quê?", o invasor pergunta. "Eles são piores do que eu."

O universo descrito na série é dominado por criminosos que matam, corrompem e trapaceiam à luz do dia, com certeza de que ficarão impunes. O único policial chamado em cena pelo nome, um tira honesto cujo filho entra no mundo do crime, é morto assim que decide interferir nos seus negócios.

Uma realidade distinta é representada em "O Mecanismo", a série que José Padilha e Elena Soarez criaram para a Netflix, inspirados pela Operação Lava Jato. A política e as empresas brasileiras estão podres, sugere o enredo, mas um grupo de policiais implacáveis está no encalço dos criminosos, e a punição dos culpados parece apenas questão de tempo.

O tom da série é mais crítico do que se nota à primeira vista. Marco Ruffo, o delegado de pavio curto interpretado por Selton Mello cujas teorias conduzem a trama, é mostrado como um desequilibrado, que chantageia suspeitos e adota métodos rústicos de investigação ao perseguir suas obsessões.

Na vida real, procuradores na linha de frente da Lava Jato tiveram papel decisivo, especialmente a partir do momento em que passaram a negociar os acordos de colaboração que persuadiram corruptos a delatar antigos parceiros e assim salvar a própria pele.

Na ficção de Padilha e Soarez, a força-tarefa de Curitiba é reduzida a uma dupla de caráter duvidoso. O chefe parece hesitar na hora de avançar. Seu colega atravessa o caminho dos federais sem pedir licença nem buscar sua cooperação.

Delatores se revelam hábeis ao manipular os investigadores. Quando o principal operador financeiro investigado presta o primeiro depoimento como colaborador, seu advogado vaza para a imprensa uma mensagem telegrafada pelo doleiro para tentar influir na campanha eleitoral em curso.

Será preciso esperar as próximas temporadas para saber até onde os criadores da série pretendem levar sua história. O pior que poderiam fazer seria defender a noção simplista de que, para acabar com a corrupção, basta deixar a polícia à vontade para chutar portas e pôr os bandidos na cadeia.

A italiana "Suburra" soa mais persuasiva. Num filme inspirado no mesmo livro que deu origem à série, também produzido pela Netflix, um deputado corrupto cai em desgraça e perde o mandato. "Não importa", diz o mafioso que o tinha no bolso. "Se houver novas eleições, procuraremos outro."
Herculano Sabidão
02/05/2018 11:30
"analfabetos, ignorantes, desinformados..." as vezes o sr não parece ser uma pessoa de conhecimento intelecto muito aprimorado.

Coloca apenas petistas como culpados por tudo que há de mal no Brasil, como se antes de 2002 tudo fosse flores.

Não enxerga que seus protegidos plumados estiveram 8 anos de poder ou esquece quem agora está no poder e pouco fez.
Herculano
02/05/2018 11:26
CHEGOU A HORA DA BOBEIRA, por Carlos Brickmann

O presidente Temer luta hoje não para que o café venha quente, mas que pelo menos venha. O Congresso obteve de Temer cada cargo e cada verba que ele conseguiu arranjar; já não tem interesse em votar nada e só pensa em se afastar de um presidente impopular (além disso, há as festas juninas e a Copa do Mundo). Hoje o Congresso só pensa em Tite e na Federal. Estamos naquela fase que os americanos chamam de silly season, período tolo: não há o que discutir, mas é preciso fingir que o Congresso trabalha.

Hoje, supõe-se, já que a pauta está agendada, que o Supremo restrinja o foro privilegiado para deputados (que só teriam o benefício para casos que ocorrerem durante o mandato, e relacionados à atividade parlamentar). O placar se inicia com 8? - 0 pela restrição ao benefício - ou seja, a medida tem votos mais do que suficientes para ser aprovada. Por que, então, só se supõe que a decisão será tomada? Porque basta um dos três que ainda não votaram pedir vistas do processo para que tudo seja paralisado. E pedido de vista, na prática, não tem prazo: o processo é devolvido quando o ministro que o requereu resolva, por sua vontade, devolvê-lo. A proposta que espere.

Os americanos, além da silly season, deram o nome de Silly Symphonies a 75 desenhos animados produzidos por Walt Disney de 1929 a 1939, em que a ação seguia o ritmo de belas músicas, muito bem executadas. Foram obras-primas com nome de tolices. Nossas tolices fazem jus ao nome.

A VOZ DIVINA

Diziam os gregos que os deuses, quando queriam destruir uma pessoa, atendiam seus desejos. Temer quis muito ser presidente, e foi atendido. É presidente, mas os únicos ministros que pode nomear são aqueles de sempre, Eliseu Padilha, Moreira Franco, sua eterna turma; até Renan e Eunício andam flertando com Lula - que, mesmo ainda preso, rende mais que Temer, mesmo que ainda solto.

E, mesmo nomeando os ministros que o Congresso exige, não consegue nem votar as medidas essenciais para que a economia funcione. Resultado: a inflação cai, os juros básicos caem, os juros que os bancos cobram continuam altíssimos e o desemprego sobe.

ALô, MAMÃE

A proposta do deputado petista Vicente Cândido já tem tempo de casa, mas andava meio esquecida. Agora o PT propôs retomá-la, proibindo a transmissão pela TV das sessões do Supremo. Na opinião deste colunista, é uma boa medida: contribuiria para tirar o estímulo de oradores que, para dizer que acompanham o voto do relator, falam durante cinco ou seis horas. O ideal seria que alguns julgamentos fossem transmitidos mais tarde, em outro dia, com os trechos principais dos votos. Se o clássico discurso em que Churchill prometeu sangue, suor e lágrimas durou algo como cinco minutos, como se explica que um voto precise de dez horas para ser lido?

O PROGRESSO DA LAVA JATO

A Procuradoria Geral da República denunciou na segunda-feira ao STF o ex-presidente Lula, os ex-ministros Palocci e Paulo Bernardo, e a esposa de Bernardo, senadora Gleisi Hoffmann (PT-Paraná), por lavagem de dinheiro e corrupção. Diz a denúncia que a Odebrecht prometeu a Lula uma doação de US$ 40 milhões em troca de benefícios. Contra os denunciados há delações premiadas, planilhas e mensagens obtidas pela quebra do sigilo telefônico da empresa. A Odebrecht, diz a Procuradoria, teve o aumento da linha de crédito do BNDES para atuar em Angola. A defesa de Lula diz que as acusações não têm base e seguem a linha da perseguição política.

EXCELENTE NOTÍCIA

Uma nova empresa israelense de tecnologia, a A1C Foods, é a esperança de boa parte da população: com base num produto que desenvolveu e do qual tirou patente, acena com chocolates, sorvetes, pães e pizzas com baixo teor de carboidratos e açúcares. Esses alimentos, diz a empresa, poderão ser consumidos por diabéticos. Ainda falta um longo caminho - por exemplo, os testes da FDA, a agência americana que aprova ou não alimentos e remédios. Mas é uma esperança: a A1C usa açúcar em suas fórmulas, não adoçantes; e farinha normal - mais o produto que desenvolveu. A empresa foi criada em 2016 por Ran Hirsch, cuja filha tem diabetes.

DIA DE BALANÇO

Todas as centrais sindicais anti-Temer - as maiores ?" convocaram uma manifestação conjunta para a tarde de ontem, em Curitiba, juntando o Dia do Trabalho e o protesto contra a condenação de Lula. Até a central que sempre se opôs a Lula, a Força Sindical, aderiu - claro, o Governo Temer extinguiu o Imposto Sindical, que garantia às centrais um belo e garantido aporte de recursos, mesmo que os assalariados não quisessem contribuir. Jogaram tudo para reunir o máximo possível de gente.

E fracassaram: havia um punhado de gente, talvez duas mil pessoas (ou, fazendo um esforço, talvez cinco mil). É mesmo difícil sustentar que um político preso é um preso político, e que sua prisão é ilegal, depois que foi condenado pelo juiz singular, depois que o tribunal de segunda instância confirmou a condenação e ampliou a pena.
Herculano
02/05/2018 11:21
DESABAMENTO EM SP É RESULTADO DO DESLEIXO DO PODER PÚBLICO, por Nabil Bonduki,Arquiteto e urbanista, foi vereador e relator do Plano Diretor Estratégico em São Paulo, para o jornal Folha de S. Paulo

O incêndio e o desabamento do antigo edifício da Polícia Federal - uma torre de cristal moderna projetada por Roger Zmekhol, arquiteto francês radicado no Brasil - não é uma tragédia natural nem uma fatalidade, mas um drama social que poderia ter sido evitado.

Ele é resultado do descaso das três esferas de governo na implementação de uma política de habitação nas áreas centrais, que tornaram as ocupações de prédios ociosos a única possibilidade da população de baixa renda morar na região.

O drama desta terça (1º) não pode ser usado para culpabilizar os movimentos que lutam por moradia digna bem localizada nem para impulsionar uma política de higienização do centro. Ao contrário, deve deflagrar iniciativas governamentais para, em conjunto com os movimentos sérios, formular e implementar uma estratégia de produção massiva de habitação social em áreas bem localizadas.

É essencial diferenciar os movimentos sociais sérios, que contribuem para o enfrentamento do problema, de estelionatários que ocupam prédios apenas para explorar famílias pobres, cobrando aluguéis de espaços sem segurança.

A ocupação de prédios que não cumprem sua função social se iniciou nos anos 1990. Além de organizar famílias que buscavam um abrigo próximo ao trabalho, os movimentos de moradia denunciavam a especulação e pressionavam o poder público por programas de produção de habitação no centro.

A estratégia deu alguns resultados. O Estatuto da Cidade (2001) e o Plano Diretor (2002 e 2014) criaram instrumentos para combater a especulação com imóveis vazios e subutilizados, como o IPTU progressivo no tempo, e para estimular a produção de moradia em áreas consolidadas, como as Zeis 3 (Zonas Especiais de Interesse Social). Foi regulamentada a dação em pagamento, mecanismo que permite à prefeitura pagar a desapropriação de imóveis com as dívidas do IPTU dos proprietários.

O PDE de 2014 destinou 30% da receita do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, proveniente da outorga onerosa, e 25% dos fundos das operações urbanas para a compra de terras em Zeis 3. Propôs, ainda, a criação de um programa de locação social nas áreas centrais.

Os governos dispõem, assim, de um arsenal de instrumentos. Mas nunca priorizaram a habitação social no centro.

O Plano Nacional de Habitação propôs, em 2008, o "subsídio localização", para estimular a produção habitacional nas áreas bem localizadas. Mas, no ano seguinte, o Minha Casa Minha Vida ignorou a proposta, preferindo manter a tradicional localização periférica.

O governo do Estado propôs a PPP da Habitação no centro, mas sua equação financeira inviabiliza o atendimento massivo da população de baixa renda. E a prefeitura, em todas as gestões recentes, tem sido morosa nas iniciativas que realiza na região.

Enquanto isso, a especulação e a falta de moradia no centro inflacionam os aluguéis. Um cômodo de cortiço no centro não sai por menos que R$ 800, enquanto um espaço delimitado por tapumes no edifício incendiado custava R$ 200. Frente a esse valor, é fácil entender porque tantas famílias aceitaram correr o risco que teve esse final trágico.
Herculano
02/05/2018 11:17
CULPA E RESPONSABILIDADE

Os invasores do prédio que queimou e desabou em São Paulo não são culpados pela tragédia, mas são responsáveis solidários, tinham consciência que do perigo que estavam metidos.

Culpados, são os gestores públicos, pagos por nós, para criar soluções viáveis com os nosso pesados impostos, primeiro porque não são capazes à uma política urbana de habitação para mitigar os graves problemas das grandes cidades polos naturais de atração de mão-de-obra e oportunidades, e falhando neste quesito, falharam na sequência, permitindo que as pessoas sigam para o risco da promiscuidade e da morte.
Herculano
02/05/2018 11:10
O PT DO GROTÃO

Leitor ou leitora que se esconde, por ser incapaz e ter vergonha para tal, revela que o PT de Gaspar é o novo da política. Ai, ai, ai.

Alienado(a), acha que todos também são porque ele tem como público preferido para enganar, a maioria de analfabetos, ignorantes, desinformados e os fanáticos da seita.

Nem novo na forma de roubar os pesados impostos dos brasileiros, o PT é, como demonstra fartamente o Ministério Público Federal e a Justiça nas diversas instâncias
Herculano Sabidão
02/05/2018 11:00
Ué, mas não era o vereador Silvio o salvador da pátria? Aquele que honrou o voto dos gasparenses? O herói que bradava nas redes sociais contra os 20 milhões? O defensor da saúde pública de Gaspar?

Cadê aquele homem sábio e bom?

Se o escritor defende que ele era a opção B do paco, era melhor ter colocado um dos nossos. Aliás, já adianto, o próximo presidente pode ser um (A) ex vice.

Aceite, é a força do povo, 13 de novo
Herculano
02/05/2018 10:48
COISAS IGUAIS

Em São Paulo a ausência do estado - autoridades federais, estaduais e municipais - com a conivência do Ministério Público, Justiça e imprensa - produziu um incêndio que matou e desabrigou invasores de um prédio sabidamente em risco para tal.

Aqui, a coisa se dá na ocupação de terrenos de margem de rios ou sujeitos a deslizamentos, ou áreas de preservação permanente. Tudo por votos dos amigos, dos analfabetos, dos ignorantes, dos desinformados e dos usados mesmo sob risco de tragédias anunciadas...
Herculano
02/05/2018 10:33
O REITOR LUIZ CARLOS CANCELLLIER NÃO PRECISA MORRER DE NOVO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo.

Hoje completam-se sete meses da manhã em que Luiz Carlos Cancellier, reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, matou-se. Os repórteres Mônica Weinberg, Luisa Bustamante e Fernando Molica tiveram acesso ao relatório de 800 páginas da Polícia Federal com o resultado da investigação que o levou à prisão em setembro do ano passado. Eles informam: "É uma leitura perturbadora pelo excesso de insinuações e escassez de provas".

Cancellier foi algemado pelas mãos e pelos pés e vestiram-no com uniforme de presidiário. Dias depois ele foi libertado, proibido de pôr os pés na UFSC, e só voltou a ela morto, para o velório.

A chamada Operação Ouvidos Moucos começou com um erro retumbante. A Polícia Federal anunciou espetaculosamente que investigava o desvio de R$ 80 milhões de verbas destinadas ao ensino à distância. Errado. Esse era o valor das verbas, não do eventual desvio. Tudo bem, mas qual era o valor da maracutaia? O relatório da investigação não diz. Talvez tenha chegado a R$ 500 mil, mas isso é conversa de corredor.

Não havendo sequer suspeita de que Cancellier tenha desviado dinheiro, sustentou-se que ele tentou obstruir uma investigação interna avocando-a para seu gabinete. O reitor fez isso em ato de ofício. Se ele tivesse dito que era preciso "estancar a sangria" (Romero Jucá), vá lá.

Aqui e ali pipocam breves notícias de que Cancellier fez isso ou aquilo. Recentemente soube-se que o filho de Cancellier estava indiciado por ter recebido R$ 7.102 de um professor da UFSC. Para uma operação que começou falando em R$ 80 milhões, era pesca de lambaris. Em seu relatório a PF documentou a transferência desse valor para a conta do filho de Cancellier, que também leciona na UFSC. Um professor depositou dinheiro de sua conta para outro cidadão, e daí? Diz o relatório da PF: "Comenta-se que os recursos transferidos (...) foram oriundos do projeto coordenado por Luiz Carlos Cancellier". Comenta-se também que Elvis está vivo, mas não é para isso que existe uma Polícia Federal.

A operação Ouvidos Moucos pode ter nascido de uma mobilização exagerada da Polícia Federal, amparada pela Justiça. Algo semelhante aconteceu em alguns aspectos da "Carne Fraca". O suicídio de Cancellier deu-lhe uma dimensão trágica. A imprensa acompanhou as exposições espetaculares e acreditou no erro do desvio de R$ 80 milhões. É possível que a própria Polícia Federal e a juíza que mandou prender o reitor acreditassem que havia uma organização criminosa e milionária na UFSC. Isso não elimina o fato de que o desvio porventura ocorrido não tinha essa dimensão. A investigação durou sete meses e outros sete se passaram até o relatório agora revelado pelos repórteres.

O aparato do Estado na defesa da lei e da ordem às vezes comete erros ou mesmo exageros. É o jogo jogado, mas a intransigência transforma os equívocos em desastres. A promiscuidade da imprensa americana com o FBI durante o século passado até hoje custa-lhe arrependimentos. Por cá, em 1974, 44 repórteres, radialistas e fotógrafos que cobriam a Secretaria de Segurança de São Paulo escolheram os melhores policiais do ano. O delegado Sérgio Fleury tirou o quarto lugar.
Miguel José Teixeira
02/05/2018 10:31
Senhores,

Na mídia:

"Hiperinflação perto de 14.000% faz papel-moeda evaporar na Venezuela"

Alô, corja vermelha!

Alô, adoradores de ícones do retrocesso!

Acorda, Brasil!

Em 2018, não perca a peleja: não reeleja!

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