Sindicato garante que vai à justiça contra o prefeito Kleber pelo suposto assédio aos servidores municipais de Gaspar. - Jornal Cruzeiro do Vale

Sindicato garante que vai à justiça contra o prefeito Kleber pelo suposto assédio aos servidores municipais de Gaspar.

12/09/2018

O Sintraspug expôs um outodoor e espalhou cartazes nas redes sociais denunciando o suposto assédio do prefeito aos funcionários públicos

Caso complicado. 
Provas abundam! E pode dar em improbidade administrativa

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar – Sintraspug – Lucimara Rozanski Silva, garantiu que se não der nesta semana, no início da próxima, o jurídico da entidade protocola no Fórum da Comarca uma ampla Ação por assédio moral aos servidores municipais contra o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB.

Ele espalhou mensagens de áudio por intermédio de aplicativos. Nelas, Kleber obrigava funcionários públicos em cargos comissionados e pessoas ligadas à administração municipais sob ameaças de possíveis punições aos que não fizessem - servidores e pessoas ligadas à administração – elogios públicos nas redes sociais à criação do tal “Prêmio Assiduidade” no lugar do “Vale Alimentação”, e ao mesmo tempo, combater as críticas e os críticos da ideia.

Essa tática não deu certo. Ao contrário, contaminou a intenção. O “Prêmio Assiduidade” foi rejeitado nesta segunda-feira à noite na assembleia dos servidores.

UM ERRO CORRIGIDO NA MARRA E NÃO POR LEI

O Vale Alimentação criado em 1994, por omissão dos prefeitos anteriores, cessão às pressões políticas e corporativas, incorporou-se aos vencimentos dos servidores. E num ato administrativo do ex-secretário de Administração e Gestão, Carlos Roberto Pereira, com apoio de Kleber, ele resolveu interromper esta irregularidade. Transformou o Vale pago em dinheiro para cartão, como um benefício comum, previsto na legislação trabalhista e muito comum aos trabalhadores da iniciativa privada (e mesmo de servidores em outros municípios).

E contra essa mudança – a troca pelo cartão e a não incorporação aos salários - o Sintraspug, os servidores e políticos de oposição de Gaspar se rebelaram.

Na gravação que circulou amplamente na cidade e foi tema da mídia regional, estadual, nacional e republicada aqui neste espaço, o prefeito Kleber, num ato autoritário incomum, dava prazo “até à meia-noite” para os seus comissionados “invadirem” às redes sociais e lá “opinassem” favoravelmente às suas ideias, atitudes, à mudança, rebatessem os críticos, estimulando dessa forma uma rede “fake coments” e desmoralização entre os seus.

E isto está claro em muitos comentários postados nas redes sociais contra as opiniões desta coluna, por exemplo. Sabe-se, então, a origem e a forma de orquestração.

Segundo o Sindicato e especialistas consultados pela coluna, o ato do prefeito se configurou como Assédio Moral do empregador, da chefia, da liderança. E este ato não é novo na administração de Gaspar. E teve um preço caro! Aprendizado dos políticos e gestores públicos? Zero

Quando prefeito, e em viagem, informado de um suposto sumiço de um documento do sei gabinete, Adilson Luiz Schmitt, naquela época também no MDB, ordenou que seus auxiliares retivessem dentro do prédio da prefeitura e a pós o expediente, um grupo de funcionários para proceder à apuração do fato. O ato durou três horas até que ele chegasse e presencialmente se inteirasse dos fatos. A polêmica, desgastes durou meses e anos e quase cassação dos direitos políticos. Mas, lhe custou à reeleição e a lenda do fato que perdura até hoje!

GASPAR TEM UMA LEI QUE PROIBE E PUNE O QUE O PREFEITO FEZ

No parágrafo único da Lei 2415/2003, ou seja, ela não é nova e Kleber que já foi vereador e presidente da Câmara, conhece-a muito bem, diz  parágrafo único que “considera-se assédio moral, para os efeitos desta Lei, todo tipo de ação, gesto ou palavra que atente, sem justa causa e pela repetição ou sistematização, contra a imagem ou o desempenho profissional, em suas atividades, de agente público, em razão de subordinação hierárquica funcional, ou tratá-lo com rigor excessivo, colocando-o em risco ou afetando sua saúde física ou psíquica, sua auto-estima, sua autodeterminação e sua segurança, fazendo-o duvidar de si e de sua competência, implicando em dano ao ambiente de trabalho, à evolução da carreira profissional ou à estabilidade do vínculo empregatício de servidor”.

Alguma dúvida? Olha só o que expressa o item I desse parágrafo: “determinar o cumprimento de atribuições estranhas ou de atividades incompatíveis com o cargo que ocupa, ou em condições e prazos inexequíveis”. Interpretação? Hum! Encaixa-se como uma luva. Então veja o diz o item XII desse mesmo parágrafo e lei: restringir o exercício do direito de livre opinião e manifestação de ideias; ou o item XIII: “retirar do agente sua autonomia”.

Exagero? Kleber e sua turma que se apressem em descaracterizar essa tipificação. Se ela prosperar, a cama está feita. E por que? Porque Kleber, por único erro seu, em princípio está em minoria na Câmara. Sabe o que diz o artigo 5º desta mesma lei no parágrafo IV? “Perda do mandato se o ato for praticado pelo prefeito ou vice-prefeito”.

ABUSO OU IMPROBIDADE?

O que é abuso de poder? Na monografia “Improbidade Administrativa por Abuso de Poder no Serviço Público”, a acadêmica da Unisul, Fernanda Gabriela Ozol, em 2013, aprovada com louvor pela banca, ela explicitou que “no que concerne ao abuso de poder, pode-se dizer tratar-se de ação ou omissão do agente público que inicialmente era revestida de legalidade, mas que posteriormente se verifica ilegal, apresentando grande potencial ofensivo aos direitos do cidadão, seja pelo excesso de poder, desvio de finalidade, execução abusiva ou ainda pela omissão administrativa. (MARTINS DOS ANJOS e JONE DOS ANJOS 2001, p. 120-121)”.

Por isso, além do assédio moral, para a maioria dos consultados, está configurando um ato de Improbidade administrativa.

No mesmo trabalho, a acadêmica escreve:”no tocante ao excesso de poder, como modalidade do abuso de poder, Meirelles (2012, p. 117) afirma que a autoridade tem competência para praticar o ato, contudo, extrapola os limites previstos na lei, invalidando o ato, pois ninguém pode agir em nome da Administração extrapolando os limites impostos pela lei. Segundo Bruno (2005, p. 101), o excesso de poder: Ocorre quando o agente público competente – ou seja, aquele expressamente autorizado por lei a atuar – ultrapassa os limites dos poderes administrativos de que é titular, acabando por violar regra da competência – que é um aspecto vinculado da ação, a qual impede sua consumação fora dos limites que a lei expressamente autorizou”.

E para completar: num julgado na segunda turma do Superior Tribunal de Justiça, a agora ministra aposentada Eliana Calmon, consentiu “que a prática de assédio moral enquadra-se na conduta prevista no art. 11, caput, da Lei de Improbidade Administrativa, em razão do evidente abuso de poder, desvio de finalidade e malferimento à impessoalidade, ao agir deliberadamente em prejuízo de alguém. A Lei 8.429/1992 objetiva coibir, punir e/ou afastar da atividade pública os agentes que demonstrem caráter incompatível com a natureza da atividade desenvolvida."

Quem mesmo orienta o governo e o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB? São realmente agentes do governo ou alguém disfarçado e oposicionista de fato? É uma atrás da outra.

Enfim. O jurídico do Sintraspug deverá fazer a notícia ao Ministério Público que cuida da Moralidade Pública na Comarca de Gaspar para abrir inquérito para suportar uma possível Ação Civil Pública.

Por outra parte, não está afastada nesse caso, ele dar na Câmara para uma polêmica, discussão na tentativa de punir o prefeito pelas ordens que espalhou, obrigando funcionários – mesmo que comissionados - a realizarem o que não lhes competia no escopo para o qual estão contratados e pagos pelos pesados impostos dos gasparenses. Acorda, Gaspar!

A assembleia de servidores decidiu por unanimidade rejeitar o “Prêmio Assiduidade” 
 

TRAPICHE

Coçar e trair é só começar. Tem gente com coceira no governo de Kleber Edson Wan Dall e na Câmara de Vereadores.

A sessão da Câmara de Vereadores de Gaspar ontem à noite foi vapt-vupt. O que faz a campanha eleitoral. Mas, para alguns, as reuniões com os eleitores e eleitoras varou a noite.

Outro caso que andou de lado esta semana, foi a eleição para uma vaga de titular no Conselho Tutelar. Essa área tem se mostrado preocupante por tudo que se noticiou aqui e pela razão como se tenta intimidar que tudo venha à público por esta coluna, mas que frequenta as redes sociais e principalmente os aplicativos de mensagens privadas.

O mundo na área da comunicação mudou, mas as pessoas não. A transparência é tudo e poucos entende essa necessidade e a importância dela nos atos dos agentes públicos, em todas as esferas.

O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Gaspar vem atalhando caminhos tortos, mas ao mesmo tempo não pode reclamar da sorte.

O resultado da eleição desta segunda-feira para a escolha de um Conselheiro Tutelar, o livrou, parcialmente, de ser questionado diretamente se o resultado fosse outro, como abordei no artigo da própria segunda-feira e causou preocupações bem antes dele ser publicado.

Os três candidatos que sofriam algum tipo de dúvida, ficaram nas três últimas colocações para suplentes. Então...

Ontem o CMDCA de Gaspar se reunir para, entre outras coisas para esclarecer fatos, que diz ser boatos, perseguições e descobrir quem é quem estaria traindo e passando informações tão detalhadas da área para esta coluna, desassossegando a sua presidente Eloiza Campregher Probst e o recém chegado secretário de Assistência Social, Santiago Martin Navia.

Perde-se temo. Ele deveria gasto para corrigir e dar transparência num ambiente vital e tão cheio questionamentos. Criam-se fantasmas.

Vanessa Fabiane Scheidt, com 400 votos, foi eleita Conselheira titular. Ela vai substituir Elzira Lemfers. Já Márcio Sansão, com 212 votos, é o primeiro suplente e ele substituirá suplente, Juçara Spengler que fez concurso e vai atuar como efetiva na área da Saúde do município.

Os demais resultados foram estes: Mayndra Tonet Francisco, ganhou 192 votos; Clarisse de Oliveira da Luz,187 votos: Yohana Oneda, 181 votos; Franciel José Ganancini, 156 votos e João Gabriel Campregher Probst, 126 votos.

Comentários

Herculano
13/09/2018 11:53
da série: como gente sabida, instruída, usa conhecimento, embaralha números e teses para enganar os analfabetos, ignorantes e desinformados, apenas para que o grupo dessa gente esteja no poder para roubar, corromper e sacrificar esses mesmos analfabetos, ignorantes e desinformados que essa gente faz de massa de manobras aos seus objetivos.

ARITMÉTICA PARA INICIANTES, por Alexandre Schwartsman, economista e ex-diretor do Banco Central, no jornal Folha de S. Paulo

A solução petista para o déficit primário não cobriria 10% do valor necessário

Segundo Marcio Pochmann, coordenador do programa econômico petista, o déficit primário previsto para 2019 "poderia ser superado pela cobrança de alíquota média de 1% sobre grandes fortunas", concluindo que "solução para [o] Brasil tem, mas precisa de voto popular para garantir a renovação na política".

Posto desta forma, parece que o complexo problema de desequilíbrio das contas públicas tem uma solução fácil e relativamente indolor, já que apenas os detentores de "grandes fortunas" pagariam esta conta. Negar-se a fazê-lo seria apenas falta de solidariedade com os mais pobres, certo?

Não, errado, o que não chega a ser nenhuma surpresa no que se refere a Pochmann.

De acordo com o orçamento para 2019 espera-se receita de R$ 1,575 trilhão, da qual são deduzidas transferências a estados e municípios (R$ 275 bilhões) e despesas, sem contar juros, que chegam a R$ 1,439 trilhões.

O resultado é um déficit previsto de R$ 139 bilhões, um tanto inferior ao orçado para 2018 (R$ 159 bilhões).

Lançando mão de métodos matemáticos sofisticados demais para Pochmann (dividindo este valor por 1%, ou seja, multiplicando-o por 100), conclui-se que, para que a afirmação inicial seja verdadeira, seria necessário que as "grandes fortunas" no Brasil chegassem a R$ 13,9 trilhões.

Contudo, conforme a Receita Federal, todos os bens e direitos declarados ao imposto de renda em 2015 equivaliam, a preços de hoje, a R$ 8,0 trilhões, ou R$ 7,2 trilhões descontados ônus e dívidas sobre estes bens e direitos.

Como notado, porém, esse valor se refere a pouco mais de 27 milhões de pessoas que preencheram a declaração de imposto de renda referente àquele ano. A menos que haja 27 milhões de detentores de grandes fortunas, o valor sujeito à taxação proposta por Pochmann deve ser bem menor do que isto.

Se tomarmos apenas o 1% mais rico dos declarantes (nota a Pochmann: isto requer dividir 27 milhões por 100, OK?), ou seja, 273 mil indivíduos, chegaríamos a R$ 1,2 trilhão, menos do que 10% do valor requerido para que a ideia funcione.

Sim, sempre podemos elevar o sarrafo, incluindo na conta os 10% mais ricos, o que traria o total tributável para pouco mais de R$ 3 trilhões.

Ocorre que, à parte ser este valor ainda insuficiente (e ponha insuficiente nisso) para gerar os R$ 139 bilhões que eliminariam o déficit previsto para 2019, o corte dos 10% mais ricos significa incluir na lista de "grandes fortunas" indivíduos com renda mensal média na casa de R$ 11 mil, detentores de bens e direitos equivalentes a R$ 420 mil, que, vamos falar a verdade, dificilmente poderiam ser enquadrados como magnatas.

Por tudo o que foi dito, deve ficar abundantemente claro que se trata de proposta sem um mínimo sentido.

Mais relevante do que a proposta em si, porém, é o que ela revela em termos do processo mental (se cabe aqui o termo) que origina uma cretinice deste porte.

Não houve a menor preocupação com dados, consistência interna, crítica dos resultados e outros "vícios neoliberais", nem qualquer vestígio de análise econômica, como, aliás, já mostramos no caso da proposta de tributação do spread bancário.

Para este pessoal, o importante é "vontade política" e slogans que soem bonitinhos em campanhas eleitorais. Como programa econômico, não vale o papel em que foi escrito, o que, repetimos, não é novidade para quem acompanha a trajetória de seu coordenador e do partido.
Herculano
13/09/2018 09:31
CORREGEDOR DE CONSELHO ABRE APURAÇÃO SOBRE CONDUTA DE PROMOTORES, E MP SOLTA NOTA DE PROTESTO. ELES QUEREM TER PODERES DITATORIAIS, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A gritaria meio histérica já começou. Orlando Rochadel, corregedor do Conselho Nacional do Ministério Público, abriu nesta quarta uma reclamação disciplinar contra os promotores Wilson Coelho Tafner, Marcelo Mendroni e Ricardo Manoel Castro, do Ministério Público de São Paulo, que decidiram, digamos assim, investigar o tucano Geraldo Alckmin e o petista Fernando Haddad na boca da urna.

Oh, não! O fato de alguém ser candidato não pode impedir o Ministério Público de fazer o seu trabalho. Mas é preciso verificar se um órgão do Estado não está sendo usado para interferir no resultado das urnas.

A reclamação foi enviada à corregedoria por Luiz Fernando Bandeira de Mello, que é o representante do Senado no Conselho. O Ministério Público já plantou a informação, comprada por parte da imprensa, de que ele e um aliado do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e estaria atuando a serviço desse político. A ser assim, deve-se concluir, então, que também o corregedor resolveu ser manipulado por Calheiros.

Castro é responsável pela ação de improbidade administrativa contra Alckmin; Tafner, da ação de mesma natureza contra Haddad, e Mendroni, da ação criminal contra o ex-prefeito e agora candidato do PT à Presidência. Eu já havia denunciado, na sexta-feira retrasada, em coluna na Folha o que considero uso de investigação para influenciar o processo eleitoral.

Escrevi lá:

"Está em curso uma verdadeira caçada àquilo que os tontos e os oportunistas chamam 'a política tradicional'. As ações de improbidade administrativa, por exemplo, se transformaram em mero instrumento de perseguição política, aplicável quando o Ministério Público se dá conta de que inexistem evidências para uma ação penal."

Que fique claro: a apuração nada tem a ver com o conteúdo da investigação. Na solicitação, Bandeira de Mello escreveu:

"Proponho que esta Corregedoria investigue a regular cronologia dos procedimentos preparatórios de tais ações (e se houve coincidência proposital com o calendário das eleições) e não o mérito das acusações contra os candidatos, já que essa análise é de competência exclusiva do Poder Judiciário".

Em seu ofício, o conselheiro cita também o caso de Beto Richa (PSDB), ex-governador do Paraná, candidato ao Senado, que teve prisão temporária decretada.

Só para lembrar: há uma investigação na Justiça Eleitoral para saber se Alckmin recorreu a caixa dois na campanha de 2014. Nem delator nem Ministério Publico Federal afirmam que o agora candidato à Presidência pelo PSDB ofereceu alguma contrapartida, ainda que o caixa dois tenha existido, o que o tucano nega. Não podendo, pois, propor uma ação penal, o procurador houve por bem abrir a ação de improbidade, na área cível. A doação irregular teria acontecido em 2014.

O caso de Haddad é ainda mais especioso: ele é acusado de ter recebido, em 2012, R$ 2,6 milhões pelo caixa dois da UTC Engenharia. Na ação penal, o promotor Mendroni não aponta que ato o prefeito teria cometido para evidenciar o crime: diz apenas que, por ser o chefe da Prefeitura, então é culpado. Na ação de improbidade pelo mesmo motivo, o outro promotor, Tafner, admite não haver evidências de que o petista ofereceu contrapartida à UTC, mas alega que não há como não ter havido. É o direito da presunção de culpa.

Em nota, o MPF aponta o que chama de "mau uso, ou o abuso, das medidas correicionais contra promotores e procuradores". E avança: "Nenhuma mordaça, rechaçada pelos brasileiros nas manifestações de rua de 2013, pode agora ser imposta por um órgão administrativo. Assim como nenhum advogado pode ser impedido de exercer plenamente a defesa de direitos de seu constituinte, o Ministério Público deve exercer sua atribuição sem amarras ou medo, pois é advogado da sociedade brasileira".

A corregedoria existe para apurar se houve abusos. Digam-me cá: os senhores procuradores e promotores, afinal, não confiam no órgão aos qual eles pertencem? Sou franco: não creio que se vá punir abuso nenhum. A abertura da apuração serve ao menos para que se perceba o que está em curso.
Herculano
13/09/2018 07:52
ALTA TENSÃO NO VOTO, BAIXA NO PIB, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Alta de juros e dólar vão rebaixar previsões de crescimento

Caso persistam os sintomas, não haverá médico que evite estrago ainda maior na economia neste resto do ano e no começo do próximo.

O aperto financeiro que vem mais ou menos desde julho, alta de dólar e juros na praça, deve derrubar um tanto mais o crescimento de 2018 e contaminar pelo menos o começo de 2019.

O arrocho acontece devido à piora na economia mundial e a problemas domésticos.

Pelo menos a metade do problema teria origem caseirinha: governo cada vez mais quebrado, incerteza eleitoral, temor de vitória de candidatos sem capacidade ou desejo de dar um jeito nas contas públicas.

A combinação de tumulto lá fora com maus presságios aqui provocou desvalorização do real e altas das taxas de juros básicos nos negócios do atacadão de dinheiro, o que encarece financiamentos para empresas.

Mais um mês ou dois de aperto vai sufocar ainda mais a atividade econômica.

Economistas que previam crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 1,3% podem revisar a projeção para 1%; outros que davam o chute informado de 1,1% podem limar a previsão até 0,8%.

Parece preciosismo ridículo se ocupar dessas casas decimais. Na prática, esses ticos a menos de PIB têm alguma relevância, embora o cidadão médio não deva perceber a diferença, quase se afogando com a água pela altura da boca ou do nariz.

Para começar, dois anos seguidos de PIB crescendo a 1% significam praticamente estagnação da renda (PIB) per capita, pois a população cresce a 0,8% ao ano, por aí.

Logo, no começo de 2019 estaríamos ainda no fundo do poço em que caímos até o final de 2016.

Mais relevante, a persistência do aperto financeiro ameaça o primeiro trimestre de 2019. Nem é preciso que o Banco Central chancele a alta de juros que já ocorre na praça financeira. Mas pode piorar se assim for.

Na opinião majoritária de gente considerável no "mercado", não haveria ainda motivo para o BC elevar a Selic.

No entanto, caso a alta do dólar seja persistente, com a moeda americana subindo os degraus de R$ 4,20, R$ 4,40, sem sinal de repouso, pode ser que se abra o dique de repasses da desvalorização do real para os preços no varejo. No atacado, os preços já estão pressionados.

Nada disso ainda aconteceu, em parte pelos piores motivos: estagnação, desemprego quase imóvel nas alturas, ociosidade enorme de máquinas e equipamentos. Mas o destino de país tumultuado está de novo batendo à nossa porta na verdade já meio arrombada.

Alta de juros em um país com a economia no fundo do poço, uns 7% abaixo do nível de 2014, é uma perspectiva sinistra.

O antídoto é, em parte, óbvio.

Seja lá qual for seu plano, o candidato tem de apresentar uma alternativa crível para o problema do déficit persistente nas contas do governo e para a dívida que ora cresce sem limite.

Algumas candidaturas têm déficit de crédito nesse aspecto. Mesmo que deem "sinais" de que vão enfrentar a crise fiscal, não vai bastar. Terão de ser claras, o quanto antes. Ainda assim, nestes casos, as dúvidas vão se dissipar apenas quando houver nomes para as equipes econômicas, o que pode demorar até novembro ou dezembro.

Além do mais, quanto mais tarde se falar a sério sobre o assunto, maior o risco de percepção de estelionato eleitoral.

O choque causado por Dilma Rousseff reeleita, na virada de 2014 e 2015, contribuiu para abalar a confiança e foi um dos tantos fatores que engrossaram a recessão medonha.
Herculano
13/09/2018 07:47
BOLSONARO FORAM DA CAMPANHA NO SEGUNDO TURNO

Conteúdo de O Antagonista. O atentado a Jair Bolsonaro afastou-o das atividades de campanha no primeiro turno.

Seus aliados disseram ao Estadão que a nova cirurgia [ feita emergencialmente ontem a noite] pode afastá-lo também no segundo turno.
Herculano
13/09/2018 07:42
A PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA, por Daniela Lima, editoria da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

Indicado por Lula, Haddad prega o resgate do sistema que outrora havia descartado

Tal é a confusão na eleição que, neste momento, não há exagero em dizer que o PSDB de Geraldo Alckmin torce por uma rápida ascensão de Fernando Haddad (PT), o herdeiro de Lula, nas pesquisas sobre a disputa presidencial. Só esse movimento, avalia a cúpula da campanha tucana, abrirá caminho para que se possa iniciar a pregação pelo voto útil contra Jair Bolsonaro (PSL), o líder das pesquisas.

O entrave para o cenário dos sonhos de tucanos e petistas - que, por óbvio, também torcem pelo crescimento de seu - neocandidato tem nome e sobrenome: Ciro Gomes (PDT). Enquanto o PT encenava uma batalha que sabia perdida nos tribunais pela candidatura de Lula, o pedetista se apresentou ao eleitor e ganhou musculatura em ala da esquerda que desconfiava da estratégia kamikaze arquitetada pelo ex-presidente.

Ciro sabe que, agora, é ele a bola da vez, mas tentará conter a ofensiva que se avizinha nos campos onde conseguiu fincar estacas. Vai exibir o Nordeste em sua propaganda eleitoral, apresentar-se como o filho legítimo da região, tratar Haddad como uma Dilma Rousseff (PT) de calças. Vai semear a desconfiança para segurar o eleitor que, neste momento, não vê viabilidade no projeto de Lula e aderiu ao do PDT.

Não será tarefa fácil. Haddad ainda não despontou nas pesquisas, mas mesmo sendo apresentado de maneira mambembe no horário eleitoral, avançou de 4% para 9%, segundo o último Datafolha. E é só agora, com a pista liberada pelo ex-presidente, que a máquina petista vai entrar em cena.

Quem aposta nas brigas internas do PT e na falta de interlocução do escolhido de Lula com setores importantes do partido deve lembrar o que está em jogo nesta eleição na cabeça dos petistas: a chance de pôr em xeque a narrativa gestada sob o manto da Lava Jato há quatro anos e cujo ponto alto foi a prisão de seu líder máximo. Não se engane: o PT vai para a guerra.

E se, por um lado, a demora do partido em vestir Haddad de candidato deu tempo para Ciro mostrar suas garras, por outro, o intervalo serviu para que Lula resgatasse seu afilhado de um profundo desencanto com o sistema político e com o próprio partido.

O Haddad que deixou a Prefeitura de São Paulo em 2016 derrotado no primeiro turno por João Doria (PSDB) era um homem amargurado, impaciente, descrente e incapaz de qualquer autocrítica.

Profundamente questionado pelos companheiros de partido no estado, pensou em deixar o PT ?"embora negue.

Haddad culpava Dilma pelas mazelas de sua gestão, pela falta de dinheiro, pela impopularidade. Sentia-se contaminado pelos erros da petista, em especial na política de preços dos combustíveis que, avaliava, desaguou nos protestos de junho de 2013, dos quais ele foi o primeiro alvo, levando pancada da qual não conseguiu se recuperar.

O homem que se apresenta para a disputa hoje é outro e está em boa fase. Lula reaproximou Haddad do partido entregando a ele, de dentro da prisão em Curitiba, a missão de formular o plano de governo do PT. Haddad adora teorizar. Foi fisgado. E então Lula cercou sua criatura com tutores de sua confiança - Ricardo Berzoini e Sérgio Gabrielli, para ficar em dois exemplos.

Esses, por sua vez, abriram espaço a Haddad dentro do PT e, talvez a contragosto, fizeram o partido engolir o afilhado rebelde de Lula.

O candidato que se posta agora diante do eleitor petista prega o resgate de uma política que outrora ele mesmo havia descartado.

Aliados de Ciro acham que os lulistas não vão engolir a troca tão fácil. Haddad não é Lula, eles dizem, não soa como Lula, não pensa como Lula. Creem que o eleitor vai sentir a diferença de olhos fechados. Vai
Herculano
13/09/2018 07:37
TENTATIVAS DE BLINDAGEM PIORAM AS MARACUTAIAS, por Josias de Souza

No Brasil, a corrupção sempre foi full time. A apuração, um feriadão hipertrofiado. Nunca deixe para amanhã o que pode ser deixado hoje, eis a máxima que norteava as investigações. Na era pós-Lava Jato, surgiram rachaduras no sistema de blindagem de malfeitores. Desde então, visitas dos rapazes da Polícia Federal e ações do Ministério Público provocam chiadeira. Em época eleitoral, investigados julgam-se seres inimputáveis. E investigadores são tratados como usurpadores.

É grande a gritaria provocada pelas ações praticadas por procuradores e promotores contra o petista Fernando Haddad e os tucanos Geraldo Alckmin e Beto Richa. O ministro Gilmar Mendes farejou nas iniciativas um "abuso do poder de litigar". Avalia que é preciso "colocar freios". O ministro parece desconsiderar a hipótese de que o abuso possa ter ocorrido na efetivação da eventual delinquência. Prefere, desde logo, frear a apuração.

O CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) abriu procedimentos disciplinares para averiguar se promotores e procuradores agiram com motivação política. A iniciativa foi requerida pelo advogado Luiz Fernando Bandeira de Mello. Trata-se de um ex-subordinado dos senadores Renan Calheiros e Eunício Oliveira, ambos encrencados na Lava Jato. Ele representa o Senado no CNMP.

Bandeira de Mello escreveu o seguinte no seu requerimento: "Estou seguro (...) que essa verificação da Corregedoria Nacional confirmará minha percepção de que tais procedimentos refletirão a conduta correta, imparcial e não dirigida ao calendário eleitoral dos membros do Ministério Público. Mas entendo que a ausência de uma apuração mínima permitirá que desconfianças maldosas possam fermentar dúvidas..."

Faltou informar de onde vem a fermentação.

Ouviu-se um lero-lero parecido no ano eleitoral de 2014. Candidata à reeleição, Dilma Rousseff chamou de "golpe" a divulgação dos depoimentos dos dois primeiros delatores da Lava Jato: Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e Alberto Youssef, doleiro e operador financeiro do petrolão. Sergio Moro interrogou-os entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial. Hoje, sabe-se que o golpe ocorrera no assalto às arcas da Petrobras, não na exposição dos resultados do trabalho do juiz.

Onde os incomodados enxergam vício costuma haver virtude. Em boa parte dos casos, os inquéritos invadem o cenário eleitoral porque os réus, com seus advogados caros e seus foros especiais, apostam no efeito-barriga. De resto, prisões e diligências requisitadas por promotores e procuradores são sindicadas pelo Judiciário, a quem cabe deferir ou arquivar os pedidos.

Se há eleições, aí mesmo é que deve ser assegurado ao eleitor o direito a uma campanha eticamente sustentável. A exposição dos indícios de sujeira não impede o eleitor de jogar o seu voto no lixo. Às vezes falta opção.

Em 2014, Dilma reelegeu-se apesar dos depoimentos de Paulo Roberto e de Youssef. Hoje, sabe-se que a lama estava dos dois lados. A Lava Jato corroeu a presidência de Dilma e prendeu Lula. Mas também carbonizou a pose de limpinho de Aécio Neves. A despeito de tudo, Lula carrega outro poste e as fotos de Dilma e Aécio estarão nas urnas de outubro.

Num ambiente assim, tão intoxicado, quando vê uma reação coordenada e suprapartidária de pessoas que desconhecem os inquéritos contra o avanço das apurações, o brasileiro fica tentado a desconfiar que há algo de muito estranho no ar. Se alguma coisa corre risco, certamente não é o processo eleitoral. A história mostra que as tentativas de blindagem sempre pioram as maracutaias
Herculano
13/09/2018 07:34
EM CAMPANHA DE PEGA-PEGA COM ESCONDE-ESCONDE, QUEM PERDE É O ELEITOR, por Roberto Dias, secretário de redação do jornal Folha de S. Paulo

Existem dezenas de ações mais antigas e avançadas que as pessoas desconhecem

A prisão de Beto Richa presta-se a duas leituras opostas.

Uma é ruim para o PSDB: com dois ex-governadores importantes na cadeia, o partido não tem como passar a campanha apontando o dedo para o PT no tocante à corrupção.

Outra é ruim para o PT: fica difícil sustentar o discurso de que a Lava Jato quer só tirar Lula do páreo, pois na mesma Curitiba em que ele está preso foi detido um cacique tucano.

Acontece que os vetores contrários não contam toda a história.

Chama a atenção o fato de as duas ações contra Richa terem sido executadas no mesmo dia, a menos de um mês da votação, sendo relativas a algo que ocorreu de 2012 a 2014, contra alguém que perdeu o foro especial em abril. Ainda assim, fosse esse um caso isolado, vá lá, já que cada processo jurídico tem seu curso.

Mas são dias de saraivada do Ministério Público, que mirou dois candidatos a presidente (o tucano Geraldo Alckmin e o petista Fernando Haddad) e um governador-candidato (o tucano Reinaldo Azambuja, de MS).

O estranhamento levou o Conselho Nacional do Ministério Público a investigar os promotores envolvidos ?"decisão que a força-tarefa da Lava Jato considera intimidatória.

Ainda que as apurações contra os políticos estejam em estágio inicial, o impacto eleitoral é evidente. Só que existem dezenas de ações mais antigas e avançadas, sobre gente que faz sorridente campanha por aí sem que o eleitor saiba se deveria estar na urna ou na cadeia. Ou pior, o cidadão desconhece a acusação, "escondida" que está no Judiciário.

Apenas da Lava Jato são 19 réus candidatos. No STF, há inquéritos que se arrastam há mais de dez anos, permitindo que os políticos se candidatem e recandidatem. Renan Calheiros, que tenta continuar no Senado, é o nome mais famoso da turma.

A estridência do Ministério Público em período eleitoral somada à lentidão de sempre dos tribunais resulta em deformação - uma imensa assimetria de informações do sistema jurídico em prejuízo do eleitor.
Herculano
13/09/2018 07:29
ZÉ DIRCEU ARTICULA ALIANÇA PT-MDB JÁ NO 2º TURNO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

PT e MDB negociam secretamente uma aliança com vistas ao segundo turno da disputa presidencial. Pelo PT, a iniciativa foi José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil de Lula, logo após ser solto por ordem da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal. As conversas iniciais foram com políticos nordestinos do MDB. Oficialmente, eles alegam a necessidade de "garantir a governabilidade" de um eventual governo Haddad (PT). Mas a razão primordial é outra: enfrentar a Lava Jato e reverter prisões.

IDEIA FIXA
Não está claro como o eventual governo do PT sufocaria a Lava Jato ou neutralizaria sentenças. Mas os interlocutores só pensam nisso.

PRISÃO É O QUE UNE
Viabiliza o entendimento o desejo de soltar Lula e outros petistas e, do lado do MDB, evitar que Temer e outros figurões acabem presos.

CONCHAVO SECRETO
As conversas de Zé Dirceu com o Planalto e o MDB eram mantidas sob o mais absoluto sigilo, enquanto "costurassem" o apoio interno.

MDB SEM RESISTÊNCIAS
Articuladores políticos do Planalto afirmam que há ambiente propício no MDB, onde é perceptível o apoio a Haddad no segundo turno.

CADE: ANP DEVE PERMITIR VENDA DIRETA DE ETANOL
O Conselho Administrativo de Defesa Econo?mica (Cade) recomenda em sua Nota Técnica nº 24/2018, datada do último dia 6, que a Agência Nacional do Petróleo reconsidere a proibição da venda direta de etanol aos postos. Nessa nota, o Cade demoliu cada uma das alegações dos distribuidores (que atuam como atravessadores) contra a venda direta. E conclui com eloquência: "embora engenhosamente construídos", os argumentos pela proibição carecem de "substrato teórico e fático".

LOROTA DE ATRAVESSADOR
A ANP e os amigos atravessadores alegam "risco de sonegação" ou supostas metas ambientais e "qualidade do combustível". Tudo lorota.

MENTIRAS 'DEMOLIDAS'
O cartel dos distribuidores/atravessadores diz que a venda direta não vai baratear o combustível. O Cade rebateu também esta mentira.

PAVOR DE CONCORRÊNCIA
O Cade defende a venda direta como "instrumento capaz de aumentar concorrência". Concorrência é o que os atravessadores mais temem.

COMBO BOLSONARO
O candidato Ciro Gomes (PDT) afirmou que a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) o fará abandonar a política. Os apoiadores do Capitão adoraram o que chamam de "combo": "eleja Bolsonaro e se livre de Ciro de vez."

PAGADOR SECRETO
Fernando Magalhães, um dos quatro advogados do agressor de Jair Bolsonaro, disse ontem que teve de contratar seguranças para proteger sua família. Mas continua sem esclarecer quem afinal os paga.

FOCO NO INIMIGO
Candidato ao governo do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho deu um rolê nesta quarta (12) na Câmara dos Deputados. Sem perder a chance de lembrar que o inimigo político Sérgio Cabral é um ladrão.

RUMO AOS 200
Com as condenações de ontem por fraude na licitação das obras no Maracanã, atuação em cartel, corrupção e organização criminosa, o ex-governador do Rio de Janeiro já foi sentenciado a 183 anos de cadeia.

UM GENERAL NO STF
O general Fernando Azevedo e Silva entregou no dia 31 a chefia do Estado Maior do Exército, onde é um dos oficiais mais qualificados, para assumir a assessoria especial do ministro Dias Toffoli, que toma posse nesta quinta (13) da presidência do Supremo Tribunal Federal.

A BARRIGA DE WADIH
Amigos estão impressionados com a silhueta arredondada do deputado Wadih Damous (PT-RJ). Acham que o ex-presidente da OAB/RJ precisa trocar o terno e a gravata por uma roupa de ginástica.

FIGURA DECORATIVA
Fernando Haddad (PT) não fez ou propõe nada relevante para 38% dos seus eleitores. Afirmam que votarão nele porque é "próximo do ex-presidente Lula". É o que diz a Paraná Pesquisa (reg. BR-02410/2018).

VOTO DE VETO
Pesquisas podem levar à adoção do "voto de veto" para atrapalhar um candidato. Mas o cientista político Geraldo Monteiro lembra que só 5% dos eleitores trocam o voto quando seu candidato não tem chances.

PENSANDO BEM...
...se a reforma tributária não saiu antes da eleição, depois de 7 de outubro, então, será impossível.
Herculano
12/09/2018 19:09
CIRO, MILITARES, "CADELAS NO CIO", "JUMENTO DE CARGA", BRECHET E O SHOW DE DESINFORMAÇÃO. OU: OS JUMENTOS QUE NÃO LEEM NEM CARREGAM LIVROS, por Reinaldo Azevedo, da


O seguinte texto publicado em O Globo está dando o que falar. Leiam. Volto em seguida.

O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou nesta quarta-feira, durante sabatina promovida pelos jornais O GLOBO, Valor Econômico e a revista Época, que os militares não terão participação política em seu governo, caso seja eleito. Ele também criticou Jair Bolsonaro, do PSL, e seu vice, o General Mourão, a quem chamou de 'jumento de carga'.

Segundo Ciro, seu projeto de país "não existe sem Forças Armadas fortes", mas o candidato evocou a Constituição para criticar, de forma dura, a intromissão de líderes militares da ativa na vida política nacional:

"Sob ordem da Constituição, eu mando e eles obedecem. Quero as Forças Armadas modernas, poderosas, mas militar não fala em política no meu governo" , afirmou.

Ao falar sobre declarações do general Villas Boas, comandante do Exército, que questionou a legitimidade do futuro governo, Ciro disse que, se fosse presidente, e da República, o militar sofreria consequências:

"Estaria demitido e provavelmente pegaria uma 'cana'. Mas deixa eu explicar. Ele está fazendo isso para tentar calar a voz das 'cadelas no cio' que embaixo dele estão se animando com essa barulheira. É esse lado fascista da sociedade brasileira", afirmou Ciro, subindo o tom das críticas também ao vice na chapa de Jair Bolsonaro:

"Esse general Mourão, que é um jumento de carga, tem uma entrada no Exército e agora se considera tutor da nação. Os brasileiros têm que deixar muito claro que quem manda no país é o povo", disse.

O candidato do PDT seguiu um discurso já adotado por Geraldo Alckmin (PSDB) de que os seis primeiros meses de governo são fundamentais para implementar medidas significativas.

"Todos os presidentes se elegeram com minoria no Congresso e tiveram poderes imperiais nos seis primeiros meses. Portanto, o tempo da reforma são os seis primeiros meses. Manter a energia política viva, chamar empresários, trabalhadores, não quebrar contratos, achar o consenso", enumerou Ciro.

Comento
Mourão respondeu à fala de Ciro afirmando que ele é despreparado e está desesperado.

Agora vamos entender a coisa. Pela ordem:
1: a entrevista do general Eduardo Villas Bôas, em que põe em dúvida a legitimidade do presidente a ser eleito, qualquer que seja, é realmente imprópria e desastrosa;

2: Ciro tem razão quando diz que o general está fazendo isso para tentar acalmar vozes mais radicais das próprias Forças Armadas, que discutem, intramuros, uma eventual intervenção;

3: Não custa notar que, na aludida entrevista, Villas Boas descarta qualquer intervenção militar;

4: falar em prisão é um exagero que não é estranha à retórica hiperbólica de Ciro - afinal, não há incitamento à indisciplina. Num governo que eu presidisse, comandante do Exército também não falaria sobre política;

5: candidatos lidam com hipóteses e situações ideais; presidentes, com a realidade: acho que a demissão se imporia desde que houvesse uma solução. Se a emenda fosse ficar pior do que o soneto, demissão não aconteceria;

6: Ciro não está chamando ninguém de "cadela". Está fazendo uma citação. O dramaturgo alemão Bertolt Brecht é autor da frase: "A cadela do fascismo está sempre no cio". Fazer uma citação sem dar a referência é um problema.

7: "Jumento de carga" é uma ofensa, mas não no sentido em que a expressão está sendo tomada. Numa empreitada, o "jumento de carga" - ou a besta de carga - é aquele que arca com a parte mais difícil porque leva os suprimentos. Chamo a atenção para o fato de que o candidato do PDT coloca Mourão como alguém instrumentalizado por uma mentalidade maior e mais abrangente do que a sua. Ou por outra: Ciro não está criticando os dotes intelectuais do vice de Bolsonaro.

Ao dizer que o general se comporta como tutor, alude a uma entrevista concedida por Mourão em que ele flerta com a hipótese de as Forças Armadas atuarem no processo político, ainda que sem a solicitação de um dos Três Poderes, como está no Artigo 142 da Constituição. Aliás, o que vai lá é explícito: as Forças Armadas garantem os Poderes Constitucionais, não os substituem.

Só um idiota diria que estou tentando minimizar o que disse Ciro. Eu estou explicando a gravidade política do tema, em vez de relegar o assunto à conversa de marocas ou à briga de rua.

Não aprovo as metáforas a que recorre Ciro no debate político. Mais crispam do que esclarecer. Até porque, como se vê, mesmo a imprensa profissional pode escorregar na jumentice. Mas, se for o caso, que seja criticado por aquilo que disse.
Herculano
12/09/2018 19:04
da série: a demonstração explícita de autoritarismo e viés expresso de uma ditadura militar

A ARTILHARIA DE MOURÃO, por Claudio Dantas, de O Antagonista.

O general Hamilton Mourão carrega em sua pasta um dossiê de cada candidato à Presidência.

São levantamentos de inteligência militar sobre os pontos fracos de cada oponente - artilharia para ser usada apenas no segundo turno.
Herculano
12/09/2018 18:48
TOLINHOS

No dia 30 de agosto, publiquei esta nota no Trapiche desta coluna, baseado em tudo que já aconteceu na Justiça Eleitoral de Santa Catarina e por tudo que acontece na Justiça Eleitoral, desmoralizada pelo caso Luiz Inácio Lula da Silva

"Essa da inelegibilidade do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, é coisa velha e manjada. Não vai dar em nada, na minha opinião. Se der, o Ministério Público Eleitoral e a Justiça deram de forma irregular um mandato (a reeleição) de prefeito para ele em Gaspar. Simples assim! Zuchi precisa dessa polêmica para estar na imprensa de onde sumiu. E está todo contente. A imprensa amiga, também. Há um pretexto para promove-lo. Acorda, Gaspar!"

Sabe o que está acontecendo entre ontem e hoje? Manchetes de que Zuchi passou limpo no TRE. Quem é leitor e leitora daqui, já sabia isso há anos. Há 15 dias apenas reafirmei. Então...

É por isso que a coluna é a de maior credibilidade. O berreiro sempre é de quem está sendo desnudado naquilo que está lambuzado ou tentando esconder naquilo que está obrigado a transparecer
Herculano
12/09/2018 18:35
CORREGEDORIA INVESTIGARÁ PROMOTORES DE CASOS DE HADADD, RICHA E ALCKMIN, por Mônica Bérgamo, no jornal Folha de S. Paulo

?"rgão apurará se ações contra candidatos foram aceleradas para terem impacto eleitoral

O corregedor-geral do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), Orlando Rochadel, determinou a abertura de uma reclamação disciplinar contra cada um dos promotores que atuaram em casos contra políticos em campanha eleitoral.

Ele deve enviar ofício aos promotores que apresentaram recentemente ações contra os presidenciáveis Fernando Haddad, do PT, e Geraldo Alckmin, do PSDB, e também contra aqueles que pediram a prisão do ex-governador do Paraná, Beto Richa, detido na terça (11).

Num memorando enviado na noite de terça (11) à corregedoria, o conselheiro do CNMP Luiz Fernando Bandeira de Mello pede que sejam apuradas eventuais irregularidades nas iniciativas dos integrantes do Ministério Público que apresentaram as denúncias contra os políticos em pleno período eleitoral.

Ele pede que sejam analisados "o tempo decorrido entre a suposta prática dos crimes delituosos e a propositura das ações", para saber se elas foram aceleradas para causar "eventual impacto nas eleições".

A iniciativa foi antecipada pela coluna.

No pedido de averiguação, o conselheiro diz ser "evidente" que um promotor deve ajuizar uma ação se ela, "por acaso", estiver concluída "à época da eleição". "Mas também não pode reativar um inquérito que dormiu por meses ou praticar atos em atropelo apenas com o objetivo de ganhar os holofotes durante o período eleitoral", afirma.

O corregedor admitiu a manifestação de Bandeira de Mello e abriu a investigação preliminar.

Depois de receber as informações, ele analisará se existem elementos para a abertura de processos. A palavra final é do plenário do CNMP.
LEO
12/09/2018 14:23
O ATUAL GOVERNO MUNICIPAL .ESTA USANDO OS SERVIDORES PÚBLICOS COMO BODE EXPIAT?"RIO.TUDO É CULPA DOS SERVIDORES. MAIS DIMINUIR OS CARGOS EM COMISSÃO NADA.E ESTÃO FALANDO QUE VAI SER CONTRATADO UMA EMPRESA PARA ANALISAR FORMAS DE REDUÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO
Herculano
12/09/2018 11:37
Ao Vlad.

Excelente. Eu respeito a sua opinião. Mas, ódio não se combate com ódio, muito menos armando pessoas inábeis, inocentes e pacíficas (?) para darem a vida por quem quer combater o ódio com armas, violência e enfrentamentos.

Temos é que desmascarar os que estão no topo da pirâmide se beneficiando dessa guerra onde eles estão imunes, fazem essa defesa insana, primitiva...

... e só quem perde são os que são usados (e enganados) como massa de manobra - a maioria de eleitores analfabetos, ignorantes e desinformados - para lhes dar o poder a gente esperta, maliciosa,, seja na esquerda, na direita e até no centro, que em tese, só em tese, seria moderado.

No mais, caminhamos para o atraso.

Fernando Collor, direita, prometeu acabar com a inflação, a corrupção, a criminalidade e os marajás. O que ele fez? No poder, fez o que nunca prometeu e sempre escondeu: roubou dos pobres, passando a mão na poupança...
vlad
12/09/2018 11:04
COMO TUDO ISSO COMEÇOU? EU EXPLICO

A história é marcada por governos exploradores, autoritários e violentos.

Contra eles, surgiu o comunismo, tendo como primeira experiência a URSS.

O que aconteceu logo que chegaram ao poder?

Tornaram-se incomensuravelmente mais exploradores, autoritários e violentos.

Fuzilaram centenas de milhares de pessoas, incluindo muitos comunistas que ousaram questionar os métodos que os líderes da "revolução" impunham.

Além dos fuzilamentos, os comunistas criaram milhares de campos de concentração, onde opositores políticos e pessoas comuns "sob suspeita" eram obrigadas a trabalhar até a exaustão.

Fora dos campos de concentração, a população foi reduzida à extrema pobreza. Todos os recursos e propriedades privadas foram confiscadas. Todas as liberdades individuais (exceto a sexual), políticas e intelectuais foram eliminadas. Em poucos anos de comunismo, a grande maioria dos cidadãos sobrevivia com cotas racionadas de comida.

Somando mortos a tiro, de exaustão e de fome, foram mais de 30 milhões de vítimas na União Soviética.

Inspirados nesse regime, comunistas tomaram o poder noutros países, destacando-se Coreia do Norte (1948), China (1949) e Cuba (1959).

Assim como os soviéticos, impuseram um nível de terror e miséria muito maior do que aqueles que eram denunciados anteriormente.

Além de afundarem seus povos na miséria, os comunistas desses países passaram a treinar e financiar guerrilhas em diversos outros países, especialmente na América Latina, destacando-se as FARCs na Colômbia, o Sendero Luminoso no Peru e o Exército Zapatista no México.

Apenas esses três grupos foram responsáveis por dezenas de milhares de sequestros e assassinatos.

O golpe militar ocorrido no Brasil em 1964 foi uma medida para impedir que esses movimentos fizessem no Brasil o que estavam fazendo noutros países do mundo.

Para efeito de comparação, a ditadura militar brasileira matou 348 pessoas em 20 anos, bem menos do que os socialistas mataram na Nicarágua somente em 2018.

Contra a ditadura militar brasileira lutavam grupos inspirados e financiados pelas ditaduras na URSS, Cuba e China. Ou seja: as intenções daqueles "revolucionários" eram nada menos do que instaurar aqui uma ditadura de terror semelhante ao que seus camaradas impuseram noutros países.

A ditadura acabou. A democracia voltou. A esquerda chegou ao poder com o PSDB e logo em seguida com o PT. Dois partidos que prestaram e ainda prestam reverência à ditadura cubana.

Lula cresceu na política disseminando o ódio de classe.

Além dele, diversos outros grupos socialistas foram ganhando força e voz na imprensa, na cultura e na política por meio da intimidação.

Faz trinta anos que lideranças socialistas vêm se sentindo cada vez mais à vontade para incitar a violência contra todos não alinhados a eles.

Sindicalistas agridem trabalhadores que não aderem a greves.

Movimentos como MST e MTST frequentemente atacam (fisicamente) pessoas e empresas.

Militantes de esquerda assassinaram um cinegrafista da Band, Santiago Andrade, em fevereiro de 2014.

Em abril, um cidadão chamado Carlos Alberto Bettoni, que ousou se manifestar a favor da prisão de Lula, também foi espancado por militantes petistas, incluindo um ex-vereador. Também foi internado em estado grave.

No último dia 28 de agosto, o candidato a deputado estadual pelo PSL, Professor Gaudino, foi espancado por militantes de esquerda em Curitiba. Foi internado em estado grave. Entrou em coma.

Enquanto as manifestações (as maiores da história do Brasil) que pediam o impeachment de Dilma ocorriam na mais perfeita ordem, a maioria dos protestos organizados por partidos, sindicatos e movimentos de esquerda em defesa da petista terminavam em violência.

Diante da Lava Jato, tornaram-se comuns ataques diretos a juízes e promotores. A cada ação da Lava Jato contra políticos da esquerda, a Internet era tomada por uma onda de publicações dizendo, por exemplo, que Sérgio Moro deveria ser assassinado.

Com o crescimento político de Jair Bolsonaro, ele logo passou a ser criticado por romper o monopólio do discurso de ódio que está nas mãos da esquerda.

Apenas militantes e parlamentares de esquerda podem insultar e ameaçar pessoas.

Aliás, dias antes da chegada de Bolsonaro a Juiz de Fora, já pipocavam nas redes sociais publicações de militantes dizendo que alguém deveria aproveitar a oportunidade para assassiná-lo?
vlad
12/09/2018 11:03
O maior propagador de ódio no Brasil, que há duas décadas ensina o povo a não acreditar na Justiça, na imprensa livre e nas instituições de seu país, incitando-o contra o inimigo imaginário, se chama Luiz Inácio da Silva (e está preso por corrupção). O resto é efeito colateral.
Herculano
12/09/2018 10:41
COMO SERÁ O AMANHÃ, por Carlos Brickmann

Bolsonaro vai bem, obrigado, com ampla vantagem sobre os adversários. Seus eleitores parecem consolidados - mas, após a facada, ele subiu pouco, não o suficiente para projetar uma vitória no primeiro turno. O segundo turno é outra eleição - aí, até eventuais dúvidas sobre sua recuperação completa são prejudiciais. E há alguns fatores a considerar: sua alta rejeição, o lançamento, enfim, do poste escolhido por Lula, Fernando Haddad; o grande crescimento de Ciro Gomes; um Picolé de Chuchu mais ardido, já que, com aquele jeito de tio bonzinho, Alckmin não decolou e perde de Bolsonaro até em São Paulo.

O que ficou claro, com as pesquisas após o atentado, é que nada está claro. Bolsonaro, que vinha bem, não pode participar da campanha (e talvez também não tenha condições de fazê-la se chegar ao segundo turno). Haddad, se herdar os votos de Lula, fica forte; mas, se tiver que dividi-los com Ciro, estará mal. Ciro percebeu qual é seu principal adversário, e já o escolheu como alvo: lembrou que, com seu apoio e o de Lula, ainda solto, Haddad perdeu para Doria, quando tentou a reeleição, e teve menos votos que os brancos e nulos.

E há Marina. Caiu muito na última pesquisa (de 16 para 11%) mas sempre pode surpreender. Em todas as campanhas presidenciais, Marina ameaçou chegar lá, e não se sustentou. Esta é uma campanha curta. Se Marina crescer na hora certa, perto da eleição, pode chegar ao segundo turno. É difícil, mas conforme o adversário pode até receber o apoio dos outros e virar presidente.

A FALSA VERDADE

As notícias de que o estado de saúde de Bolsonaro é grave e que ele terá de fazer nova cirurgia de porte são verdadeiras; mas foram plantadas para induzir o eleitor a erro. Coisas já sabidas: se está na UTI é porque o estado é grave. E, tendo sido operado do intestino, com desvio para uma bolsa externa, haverá outra cirurgia de porte, passado o risco de infecção, para repor tudo no lugar.

É importante saber se um candidato tem saúde para aguentar a carga e a tensão da Presidência. Mas isso é algo que só se saberá daqui a algum tempo.

CONFIANÇA

O general Mourão, vice de Bolsonaro, disse na Rede Bandeirantes, ao entrevistador Cláudio Humberto, que confia na recuperação do seu cabeça de chapa, porque é tão forte que, no Exército, tinha o apelido de "Cavalão".

A LUTA CONTINUA

Houve trégua, mas já acabou a gentileza. Alckmin lembrou que Bolsonaro votou com o PT contra o Real, a quebra do monopólio do petróleo, a quebra do monopólio das telecomunicações. Citou as pesquisas: "Perde de mim, perde do Ciro, perde do PT. Bolsonaro é um passaporte para a volta do PT".

A METRALHA DE PALOCCI

Ex-ministro da Fazenda, ex-chefe da Casa Civil, ligado a Lula e Dilma, Palocci começou a falar, em depoimento ao Ministério Público. O que disse:

Previ: antes de ser presidente, Lula agiu a pedido de Emílio Odebrecht para que o delegado do PT no fundo parasse de criar problemas para a Braskem.

Pré-sal: Lula passou a atuar diretamente nos pedidos de propina

Campanhas: Lula sempre apoiou as iniciativas de financiamento ilícito de campanha, sabendo que eram ilícitas.

Caças: Lula assinou protocolo com o presidente francês Sarkosy, passando por cima da área de Defesa, que cuidava do assunto. Isso gerou propinas. Mais tarde, teve envolvimento pessoal na compra dos caças suecos Grippen.

Belo Monte: Lula se envolveu diretamente no caso de Belo Monte, e sabia que a partir desse investimento e desse projeto haveria pedido de propina.

Dilma: era ministra da Casa Civil e agia como Lula. "Em relação aos fundos ela foi igual a Lula, ela insistia, inclusive usava muito, que aquilo era uma ordem do presidente Lula e ela fazia reuniões com os fundos na Casa Civil e forçava a barra para os fundos investirem",

As assessorias de Lula e Dilma desmentiram seu ex-ministro e o acusaram de mentir, sem apresentar provas, apenas para sair da prisão.

A Odebrecht disse que reafirmava seu compromisso de atuar com ética.

A ARTE SUBVERSIVA

O Facebook não costuma explicar por que pune com suspensão de acesso alguns associados. Não costuma porque seria difícil: há poucos dias, bloqueou uma imagem e, pouco depois, suspendeu por 18 horas o associado "por usar o Facebook de maneira que os sistemas consideraram pouco usual". Em suma, a mesma mensagem com que censuram fotos que consideram pornográficas.

É qual era a imagem tão perigosa que teve de ser bloqueada? Um quadro mundialmente famoso do excelente pintor espanhol Joan Miró, "El Gallo" ?" O Galo. Verifique: vá ao Google, "El Gallo ?" Miró", e aparecerá o clássico do surrealismo, sem qualquer conotação de política ou de pornografia.

OFICILÍSSIMO

"El Gallo" já foi exposto no Brasil na mostra "A Magia de Miró", em 2014, de fevereiro a setembro, em cinco capitais - sempre na Caixa Cultural.
Herculano
12/09/2018 10:30
COM PESQUISA REALIZADA MAIS PERTO DO ATAQUE A BOLSONARO, IBOPE TRAZ NÚMEROS MAIS FAVORÁVEIS AO CANDIDATO DO PSL DO QUE O DATAFOLHA DE 2ª, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A preocupação nas hostes bolsonaristas com a pesquisa Datafolha de segunda foi substituída nesta terça pela euforia. Se, no levantamento que aquele instituto fez, tabulou e divulgou na própria segunda, o candidato Jair Bolsonaro (PSL) havia se movido pouco nas intenções de voto no primeiro turno e até piorado seu desempenho no segundo em relação à sondagem de três semanas atrás, os números do Ibope que vieram a público na terça indicaram uma mudança expressiva no ânimo do eleitorado. De saída, note-se uma diferença entre as duas pesquisas: os questionários do Datafolha foram aplicados em um só dia; os do Ibope, em três: 8, 9 e 10. Em tese ao menos, o impacto com a notícia da facada era menor na segunda, quando o Datafolha aplicou seus questionários, do que no sábado e no domingo, quando o Ibope aplicou parte dos seus. Os dois levantamentos têm margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. Assim, pode-se dizer que não chegaram a números muito diferentes no primeiro turno. Mas eles trazem diferenças significativas no segundo. Mais: em relação aos dados divulgados pelo próprio Ibope em 5 de setembro, um dia antes do ataque, há mudanças significativas.

Antes que falemos dos números, um registro. As hostes bolsonaristas nas redes sociais só não chamaram o Datafolha de santo. A pesquisa faria parte de um grande complô mediático, em conluio com as esquerdas, para impedir a eleição do "mito". E, por óbvio, o Ibope, que já apanhou bastante da turma também, trazia, desta feita, a verdade revelada. Não há nada de novo em falar mal de pesquisas de que não se gosta e bem daquelas de que se gosta. O que chama a atenção sempre no eleitorado fiel de Bolsonaro é a violência retórica contra tudo aquilo que não é de seu gosto. Aos números.

No Ibope, Bolsonaro aparece com 26%. Teria ganhado quatro pontos em relação ao levantamento divulgado no dia 5. No Datafolha, veio com 24%, com acréscimo na comparação com 22 de agosto de dois pontos. Ambos os institutos registram o quadruplo empate no segundo lugar, mas com números distintos, ainda que dentro da margem de erro: no Datafolha, Ciro Gomes (PDT) oscilou de 9% para 13%; Marina Silva (Rede) caiu de 16% para 11%; Geraldo Alckmin oscilou de 9% para 10%, e Fernando Haddad (PT) saltou de 4% para 9%. No Ibope, Marina vai de 12% para 9%; Ciro, de 12% para 11%; Alckmin mantém os 9%, e Haddad, de 6% para 8%. Reitere-se: Datafolha e Ibope fazem o mesmo retrato do primeiro turno, mas com diferença de tons. Bolsonaro aparece com mais nitidez no levantamento desse segundo instituto; os adversários, com menos.

Os números de segundo turno do Ibope é que animaram os partidários do capitão reformado. Há uma mudança significativa em relação ao levantamento do próprio instituto divulgado no dia 5. Registram o candidato do PSL em empate técnico com seus principais oponentes. Bolsonaro perdia para Ciro por 44% a 33%; no números desta segunda, por 40% a 37%; era derrotado por Alckmin por 41% a 32%; agora 38% a 37%; os 43% a 33% em favor de Marina Silva viraram empate em 38%; e a vantagem de apenas um ponto em relação a Haddad, 37% a 36% seria agora de quatro pontos: 40% a 36%. Com números colhidos na segunda, o Datafolha aponta Bolsonaro batido por Ciro por 45% a 35%¨; por Alckmin por 43% a 34%; por Marina, por 43% a 37% e, numericamente, até por Haddad: 39% a 38%, em empate técnico. Também no Ibope, Bolsonaro segue líder na taxa de rejeição, com 41% ?" era de 44% no dia 5; no Datafolha, 43%.

Nesta sexta, o Datafolha divulga os números de uma nova pesquisa, com os questionários aplicados na quinta (13) e na própria sexta (14), oito dias depois do ataque ao deputado e com duas semanas de horário eleitoral no rádio e na televisão. Por quanto, como dizia o poeta, a firmeza só está mesmo na inconstância.
Herculano
12/09/2018 10:27
PENSANDO BEM...

O presidenciável Jair Bolsonaro, PSL, é radical, tosco. Tudo é resolvido na porrada. E numa das propostas dele, acha que armando as pessoas de bem, vai se combater os criminosos de todas as espécies, onde a vida, o bem-estar e o respeito à lei ou às pessoas e instituições, não são valores essenciais ou mínimos para eles.

Jair Bolsonaro, antes mesmo de ser eleito, provou com a própria dor (e quase a sua vida) que a sua tese é furada, frágil e perigosa.

Cercado de seguranças, armados, inclusive profissionais e experimentados policiais federais, Bolsonaro foi surpreendido por um anônimo, aparentemente sem mostrar que teria aquela atitude, com uma facada quase fatal.

O bandido, o demente, o agressor sempre se vale da surpresa e impede a nossa reação, e quando impensadamente a fazemos (ou esboçamos por puro reflexo), levamos a pior. Pagamos caro.

Radicais e populistas que tentaram armar as suas populações civis com a mesma melodia da morte que faz Bolsonaro aos incautos, radicais, desinformados e gente de boa fé, criaram facções, que de degladiam até hoje, matando gente que simplesmente discorda do que está no poder, do que tem sede de vingança por qualquer motivo, do que não tem a Justiça como mediadora do estado nos conflitos. Ataca-se a esmo gente que nunca foi bandida, criminosa como assim define a lei normal em vigor.

Fico nos exemplos que nos rodeiam e tomam o noticiário de hoje.

Foi assim na Colômbia que tenta a pacificação depois de décadas e milhares de mortes.

É assim com Daniel Ortega, na Nicaragua.

Foi com Hugo Chavez que teve a benção dos miliares e é assim, com Nicolás Maduro, na Venezuela, que além dos militares, num país quebrado, pobre, dividido, ainda possui a benção dos narcotraficantes.

Não há direita ou esquerda. Há um perigo...

Esta história de armar o povo para combater inicialmente os criminosos que o estado não consegue fazer por ser frágil, desorganizado e corrupto, sabe-se como termina: combate-se o inimigo do poder de plantão, e normalmente quem apenas está inconformado com a falta de emprego, de lei, de saúde, de educação, de alimentos, de segurança.

Enquanto isso, o bandido comum, continua na prática do assalto, latrocínio, roubo, homicídio, e até com a proteção dessas gangues políticas organizadas, criada por gente oportunista em busca do poder e do discurso fácil. Wake up, Brazil!
Herculano
12/09/2018 10:05
PACTO DA ELEIÇÃO, ALÉM DO MERCADO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Mais que agradar ao dinheiro, candidatos terão de buscar eleitor com ideias diversas

Os "mercados" reagem a trocas de guarda no poder. Candidatos reagem aos "mercados", enfatizando ou alterando seus programas, como no caso exemplar de Lula em 2002. São clichês, no Brasil e no mundo.

É inevitável prestar atenção ao assunto, até porque o clima esquenta entre os mercadores de dinheiro, em particular depois da facada em Jair Bolsonaro (PSL).

Dadas as características críticas em que ocorre esta eleição, drama econômico e divisão política, ciristas, marinistas, petistas, tucanos e liberais menos votados talvez se vejam logo pressionados a ter uma conversa sobre seus programas, entre si e com os povos do mercado.

?"bvio, mas pouco lembrado, mais que "mercados", candidatos e seus eleitores podem influenciar o programa de adversários, a depender de pactos e coalizões, mesmo as de última hora, como no caso extremo da tentativa de ganhar o "voto útil".

É assunto de vida e morte na disputa de 2018.

Primeiro, porque se trata da campanha eleitoral mais fragmentada da República. A passagem para o segundo turno e a vitória dependem de coalizão, tácita ou explícita.

Segundo, porque candidatos com programas econômicos díspares talvez tenham de dialogar. Ou, ao menos, tenham de tranquilizar e conquistar eleitores com ideias econômicas diversas. Os donos do dinheiro são só parte da conversa.

Terceiro, porque a situação das contas públicas é tão dramática que os candidatos a presidente, a administrar tamanha crise, têm de fazê-lo mesmo antes de tomarem posse. Sendo rigoroso, precisam administrar expectativas mesmo durante a campanha.

As taxas de juros têm subido bem nos mercados. Quanto maior a percepção de que o governo vá se endividar sem limite, mais caro será financiar a dívida pública. Governos sem crédito têm de promover cortes ainda mais brutais de gasto ou recorrer à inflação a fim de pagar as contas (como no Brasil dos anos 1980, da Argentina e, no caso teratológico terminal dos infernos, da Venezuela).

Embora as opções para consertar o desastre sejam a cada ano mais restritas, desde 2013, ainda há espaço para algum debate (mais ou menos impostos?). Ignorar o problema é apenas autodestrutivo. Tanto faz a opinião do eleitor sobre "o mercado" (que é apenas um nome dado a credores do governo e detentores de poupança financeira em geral).

O custo do financiamento de governo, empresas e consumidores apenas aumentará:

1) Quanto mais inacreditáveis as ideias para resolver o problema do déficit e da dívida;

2) Quanto menos capacidade ou apoio políticos tenham os candidatos favoritos.

Fernando Haddad, agora candidato, vai manter o programa do PT quanto a finanças públicas, sua indiferença quanto ao problema do estouro da dívida e da pindaíba do governo? Ciro Gomes (PDT) na prática tem histórico de responsabilidade fiscal (aliás, como o governo Lula 1 teve), mas dá sinais confusos. O programa da isolada Marina Silva (Rede) é praticamente convencional a respeito. O de Geraldo Alckmin (PSDB) é o do manual. Bolsonaro não sabe dizer qual o seu programa fiscal.

Candidatos, alguns desta lista em particular, têm de administrar não apenas expectativas financeiras, sem o que podem assumir um país de economia ingovernável. Mais do que isso, espremidos na disputa por uma vaga no segundo turno, terão de achar um ponto comum com adversários e eleitorados que pensam de modo diverso ou preferem conciliações e meios-termos.
Herculano
12/09/2018 10:02
PENSANDO BEM...

Quem tem o comitê de campanha na cadeia e liderado por um réu condenado em segunda instância, não pode, por coerência e dignidade a si próprio, acusar os outros de malfeitos, corrupção, roubo, malversação e má gestão do dinheiro público, este feito totalmente dos pesados impostos dos brasileiros.
Herculano
12/09/2018 09:59
PRESIDENTE DO STJ QUER LULA NA PENITENCIÁRIA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O ministro João Otavio de Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), disse ontem que a aplicação da Justiça pressupõe igualdade de tratamento, por isso defende que o ex-presidente Lula, condenado a pena de 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, deveria cumprir sua pena em um presídio, como qualquer apenado, sem a regalia da cela especial onde se encontra.

COMO QUALQUER OUTRO
"Esse cidadão" - disse Noronha, referindo-se a Lula - "deveria cumprir sua pena normalmente, como qualquer outro, em uma prisão".

PRISÃO DIGNA
O presidente do STJ ressalta que Lula não deve ser colocado "em um chiqueiro". Para ele, as condições da prisão devem ser dignas.

ISONOMIA PARA BEIRA-MAR
A preocupação do ministro Noronha é com o precedente. Ou daqui a pouco "réus traficantes" podem pedir isonomia de tratamento.

FALTA DESENCARNAR
Noronha acha exagerada a atenção que se dá a Lula, inclusive na imprensa, o que contribui para dificultar o cumprimento da pena.

FACADA CATAPULTOU BOLSONARO, QUE CRESCERÁ MAIS
Jair Bolsonaro subiu bem mais do que apontava pesquisas divulgadas segunda-feira (10), segundo o especialista Murilo Hidalgo, do instituto Paraná Pesquisa. Ele avalia que a facada reverteu uma curta trajetória de queda de Bolsonaro. O Ibope divulgou ontem nova pesquisa, 24 horas depois da primeira, "corrigindo" o crescimento de Bolsonaro de 20% para 26% e não 22%. A curva ascendente tende a continuar.

CURVA ERA DECLINANTE
Bolsonaro "fez o mais importante", diz Murilo Hidalgo: reverteu a curva declinante, provocada pelo tempo reduzido e a pancadaria do PSDB.

VOTO FEMININO
Agora em curva ascendente e já com um quarto do eleitorado, Bolsonaro vê o apoio do voto feminino saltar de 14% para 17%.

O QUADRO MUDOU
A rejeição de Bolsonaro caiu mais que entre adversários, e ele já não é aquele candidato que perderia para qualquer outro, no segundo turno.

ONU IGNOROU LULA
Nenhum outro órgão de Direitos Humanos na ONU se meteu no "caso Lula", além do comitê de ativistas. São 23 órgãos envolvidos no assunto, incluindo o Alto Comissariado e a própria Assembleia Geral.

PAÍS INSANO
Ainda bomba nas redes sociais o vídeo em que Dilma afirma, microfone em punho, que houve uma época em que no Brasil "os índios murriam sem assistência técnica". E pensar que ela presidiu o Brasil...

ERA O QUE FALTAVA
Candidato ao governo do Pará, Helder Barbalho (MDB) foi denunciado por roubar celulares de um eleitor de 25 anos que o indagou sobre as acusações contra ele. Consta do Boletim de Ocorrência que ele invadiu a casa do rapaz à força. O caso foi revelado no site Diário do Poder.

ENXUGAMENTO NECESSÁRIO
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr, admitiu que a estatal tem "até 2.400 funcionários a mais" que o necessário e quer reduzir até o fim do ano para 12 mil funcionários, metade do que havia em 2016.

FACADA NO TESOURO
Menos de uma semana após a facada em Bolsonaro, a Câmara aprovou relatório da MP que libera R$4,7 bilhões para hospitais filantrópicos e santas casas, como a que salvou o candidato.

A MORTE DO BOATO
Quando começaram a prosperar boatos sobre o estado de saúde de Jair Bolsonaro, o roqueiro Roger, do Ultraje a Rigor, divulgou em seu Twitter uma foto ao lado do candidato, sorridente.

PESO INSUPORTÁVEL
A Previdência Social é a área de atuação do governo federal que mais custou a cofres públicos este ano, segundo o Portal da Transparência. Até setembro, 56,57% do total de despesas. Exatos R$437,7 bilhões.

PERDEU RELEVÂNCIA
No dia em que foi substituído como candidato do PT a presidente, Lula foi apenas o 3º político mais citado relacionado às eleições no Twitter, segundo a FGV/DAPP. Perdeu feio para Ciro Gomes e Jair Bolsonaro.

PENSANDO BEM...
...após o advogado de porta de cadeia, o PT inaugurou nesta terça-feira a modalidade candidato de porta de cadeia.
Herculano
12/09/2018 09:52
COM BRAVATAS E AMEAÇAS NÃO SE GOVERNA NO PRESIDENCIALISMO DE COALIZÃO, por Maria Herminia Tavares de Almeida, Professora titular aposentada de Ciência Política da USP e pesquisadora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), para o jornal Folha de S. Paulo
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Governo só funciona quando o presidente consegue coordenar sua base

Os eleitores que pretendem votar em Jair Bolsonaro não são todos farinha do mesmo saco. Há os que se identificam com as ideias do candidato e acreditam, como ele, que os problemas de segurança se resolvem pela violência com a participação de cidadãos armados; que é natural mulheres ganharem menos que os homens pelo mesmo trabalho; que os negros são indolentes, os homossexuais, pervertidos (ou doentes); que os torturadores são heróis e que a "petralhada" deve ser combatida a disparos de fuzil.

Decerto há também aqueles cujo antipetismo visceral os leva a considerar o capitão o mal menor. Alguns, otimistas, afirmam até que a sua eventual vitória não colocaria a democracia em risco, pois trata-se de um candidato como os outros que joga dentro das regras, e, eleito, governará com elas. Entre estes, por sinal, parece aumentar o contingente dos que invocam o seu guru ultraliberal para reforçar tal expectativa.

Com a candura dos justos e a soberba de quem confia cegamente no próprio taco, o economista Paulo Guedes declarou à repórter Malu Gaspar, da revista Piauí (edição de setembro): "Todo mundo trabalhou para o Aécio, ladrão, para o Temer, ladrão. Aí chega um sujeito completamente tosco, que pode mudar a política. Amansa o cara! Acho que Bolsonaro já é outro animal."

Ao economista e àqueles que com ele compartilham a ilusão de "amansar o animal", recomenda-se a leitura de dois textos que, na semana passado, agitaram a elite da opinião pública nos Estados Unidos: o artigo anônimo de um alto funcionário da Casa Branca, publicado na terça feira pelo New York Times, e trechos de "Fear: Trump in the White House" (Medo: Trump na Casa Branca) novo livro do jornalista Bob Woodward, que, em parceria com Carl Bernstein, revelou o escândalo de Watergate, sepultando a carreira política de Richard Nixon, lá se vão quatro décadas.

Nos dois casos, o assunto é a intimidade da Presidência Trump e os esforços de assessores graduados para limitar o desastre político provocado pelo mandatário -a quem descrevem como tosco, prepotente, mentiroso, profundamente ignorante e desinteressado dos fatos cujo conhecimento é essencial ao exercício do governo.

Depois de um ano e meio da ascensão de Trump, nada parece indicar que tenha sido possível "amansar o animal", a ponto de não poucos observadores e analistas se perguntarem se a democracia americana não estaria em perigo, ameaçada não por um golpe, mas pela corrosão lenta das instituições e valores democráticos.

As semelhanças entre Trump e Bolsonaro são evidentes, para além da admiração confessa do brasileiro pelo americano. Ambos fazem parte de uma categoria de políticos de direita extremada, chamados populistas, em franca expansão pelo mundo - até na Suécia, como se acaba de ver. Populistas como Trump lidam aos trancos com os instrumentos do governo democrático, que requerem do titular do Executivo enormes reservas de aptidão para negociar divergências e coordenar expectativas. Com Bolsonaro, é de esperar o mesmo - na menos ruim das hipóteses.

Entre os sistemas congêneres, o presidencialismo brasileiro é um mecanismo especialmente delicado que não pode prescindir da habilidade política do chefe do Executivo. Funcionando mediante um arranjo no qual a maioria parlamentar necessária à governança depende forçosamente de coalizões partidárias ?"às vezes, de muitas legendas?", o presidencialismo brasileiro demanda um dirigente com experiência política e atributos de liderança, ouvindo, negociando e sedimentando convergências.

O presidencialismo de coalizão só funciona quando o presidente consegue coordenar a sua base no Congresso. Isso não se faz com bravatas e ameaças; não é tarefa, para populistas que falam grosso, apontam armas imaginárias e oferecem soluções simplórias
Herculano
12/09/2018 09:46
da série: normal, para quem mentiu sempre por seus intelectuais enganou seus analfabetos, ignorantes e desinformados que os sustentam no poder com os votos democráticos.

PT INCLUI INFORMAÇÃO FALSA EM PERFIL DE HADDAD, por
Josias de Souza

O site da coligação presidencial do PT contém uma página biográfica sobre o substituto de Lula. "Você Conhece Fernando Haddad?", eis o título. Na sequência, há "um resumo do que você precisa saber". Nele, injetou-se pelo menos uma informação inverídica. Num esforço para aproximar o personagem bem-nascido dos eleitores mais modestos, anotou-se que Haddad estudou "sempre em escola pública".Fake News!

Haddad, 63, nunca foi rico. Mas seu pai, Khalil Haddad, de origem libanesa, ganhou a vida em São Paulo como um próspero atacadista de tecidos. Faturou o suficiente para prover os confortos da família que constituiu a partir do casamento com Norma, uma filha de libaneses nascida no Brasil. Matriculou os filhos - Haddad é o segundo de uma prole de três - em boas escolas privadas. Antes de prestar o vestibular, o agora presidenciável do PT passou pelos bancos do lendário Colégio Bandeirantes.

Em junho de 2012, quando disputava a prefeitura de São Paulo, Haddad interrompeu a campanha para visitar o antigo colégio. Festejado como ex-aluno ilustre, deu uma palestra para os estudantes. Em setembro de 2014, já acomodado na poltrona de prefeito, visitou o Tribunal de Contas do Município, então presidido por um ex-professor. Na saída, declarou:

"Sempre que venho ao Tribunal me vejo na condição de estudante diante do presidente Edson Simões, que foi meu professor no ensino médio do Colégio Bandeirantes. É um encontro agradável de um ex-aluno com um dos seus professores preferidos."

O PT não toma jeito. Demora a aprender um ensinamento básico da política: jamais conte uma mentida que não possa provar. Produzida no final de agosto, quando Haddad ainda era o fake vice do candidato-presidiário, a biografia do novo cabeça de chapa do PT segue o padrão Tim Maia: "Não fumo, não bebo e não cheiro. Só minto um pouco."
Herculano
12/09/2018 09:42
FERNANDO HADDAD PõE O PÉ NA ESTRADA, por Élio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O PT entrará na campanha com sua história e sua incapacidade de reconhecer erros

Fernando Haddad tem pouco mais de um mês para mostrar que não é o "Andrade". Sua unção aconteceu aos 45 minutos do segundo tempo, quando a vitimização de Lula já tinha rendido tudo o que podia render. É até provável que o PT tenha perdido uma semana de propaganda ao esticar desnecessariamente a corda.

Haddad entra em campo com o patrimônio dos bons tempos de Lula e com a bola de ferro das malfeitorias do petismo. Seus adversários negam que ele tenha presidido um país com emprego, crescimento e olho na redução das desigualdades sociais. Perdem tempo, pois o sujeito que perdeu o emprego lembra da vida que teve. Já os petistas, inclusive Haddad, embrulham o mensalão e as petrorroubalheiras numa delirante teoria da conspiração. Também perdem tempo, pois o resultado está aí e chama-se Jair Bolsonaro.

A cenografia que o PT armou em Curitiba foi exemplar. O comissariado, reunido num hotel, anunciou que sua Executiva Nacional decidiu, por unanimidade, colocar Haddad na cabeça da chapa. Teriam feito melhor se dissessem que carimbaram uma decisão de Lula, coisa que até as grades da carceragem da Federal já sabiam. Há dias Haddad fez-se fotografar sorrindo atrás de uma máscara de Lula. A partir de hoje começa a ser testada a cena real, com Lula sorrindo atrás de uma máscara de Haddad.

O PT e Bolsonaro têm o mesmo sonho: chegar ao segundo turno tendo o outro como adversário. Talvez esse seja o único projeto comum à senadora Gleisi Hoffmann e ao general Hamilton Mourão.

Todas as projeções feitas com base nas pesquisas desembocam na mesma pergunta: qual será a transferência de Lula? Certo mesmo é que enquanto se espera por um crescimento de Haddad capaz de levá-lo a um segundo turno contra Bolsonaro, algo que se poderia chamar de eleitorado de centro espalhou seus votos entre três candidatos: Ciro Gomes, Marina Silva e Geraldo Alckmin. Eles têm, somados, 34% das preferências. Bolsonaro tem 24%.

Com o pé na estrada, Haddad oferece um projeto, goste-se ou não dele. Seus adversários do suposto centro estão perdidos numa busca de estratégias marqueteiras. Candidato a vice na chapa de Marina Silva, Eduardo Jorge viu num indesejável dilema Haddad-Bolsonaro uma oportunidade para ferir o petista: "Bolsonaro é o candidato do Lula no segundo turno para, junto com candidato terceirizado que ele quer colocar na outra vaga da finalíssima, pavimentar a volta do Lula".

Com anos de atraso, Marina usa a palavra "corrupto" para classificar Lula. Alckmin decide atacar Bolsonaro, freia e dá marcha a ré. Já Ciro Gomes, que negociava uma chapa com Haddad, lembrou que na eleição de 2016 ele perdeu a Prefeitura de São Paulo no primeiro turno, tendo conseguido menos votos que a soma dos nulos e em branco.

Esse clima de barata-voa dificilmente construirá candidaturas que possam ser associadas a políticas públicas. Pode-se atribuir o leve crescimento de Ciro Gomes à sua proposta de renegociação das dívidas dos inadimplentes do sistema de crédito. Ganha uma viagem à Venezuela quem for capaz de citar uma proposta de Geraldo Alckmin. Outro dia ele quis contar que pretende reforçar a Força Nacional com a contratação de conscritos que deixam as Forças Armadas, mas perdeu-se com reminiscências.

Haddad tira o tom de fantasia em que o PT envolveu sua participação na disputa. É tão pesado quanto o foi Dilma Rousseff na sua primeira campanha. Se o poste de 2010 tinha a alavanca do poder e do sucesso lulista, o ex-prefeito de São Paulo depende do prédio da carceragem de Curitiba.
Herculano Sabidão
12/09/2018 09:07
Tem que acabar com esses sindicatos, principalmente de servidores. Se o prefeito não puder mandar nem nos comissionados que são cargos indicados por ele e que tem como função principal defender o governo, PODE ABANDONAR! Entrega na mão dos pelegão e manda eles tocarem o municipal.

Aliás, esse povo enche o saco sendo comissionado, que tem que cortar esses cargos, que não fazem nada... Agora enchem o saco novamente querendo defender.

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