Site do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Gaspar promove Festival da Cerveja. A que ponto chegamos na comunicação da prefeitura - Jornal Cruzeiro do Vale

Site do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Gaspar promove Festival da Cerveja. A que ponto chegamos na comunicação da prefeitura

06/09/2018

IRRESPONSABILIDADE À SOLTA I

Está tudo dominado. Perderam de vez o senso da responsabilidade. A área de comunicação do governo falha. Brinca com coisa séria. Os liderados também. E anúncios impróprios vão parar em locais públicos inadequados. Quem controla isso? O que esteve na página oficial do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescentes de Gaspar? Exatamente o que você está vendo na ilustração: a promoção do “Festival da Cerveja 2018” nos dias 15 e 15 de setembro. Refiro-me à postagem feita no perfil de domínio exclusivo do CMDCA, no site da Prefeitura de Gaspar. São uma fanpage e um blog do site oficial. Vamos falar claro: uma das preocupações centrais do CMDCA não é o de proteger a criança – e adolescentes - dos males que a bebida ou o ato de beber traz para eles – quando crianças e adolescentes – bem como para suas famílias em situação de risco? Ou a bebida alcoólica já foi retirada pelo CMDCA de Gaspar da lista de drogas lícitas? Não lhe parece, leitor e leitora, bem contraditório tudo isso?

IRRESPONSABILIDADE À SOLTA II

Eu estou exagerando mais uma vez? O que a própria Secretaria de Assistência Social de Gaspar – que devia gerenciar o conteúdo - publicou no dia 11 dezembro de 2015, às 14.45 quando colocou no ar a página? “O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente criou um blog e uma fanpage para aproximar a população das decisões e demais atividades desenvolvidas pelo Conselho, facilitando a participação de todos na construção e defesa dos direitos das Crianças e Adolescentes”. Correto! O que o Festival da Cerveja tem a ver com este propósito e enunciado? Nada, a não ser pela falta de conteúdo próprio para o qual o espaço foi criado. Trocaram o secretário de Assistência Social. Saiu Ernesto Hostin, PSC. Era um leigo no assunto. Foi nomeado Santiago Martin Navia para substituí-lo. É um funcionário de carreira da secretaria. Ele se apresentou com um currículo de amplo conhecimento. E de que adiantou isso? E a presidente do Conselho, Eloiza Campregher Probst, aprovou este conteúdo festeiro e cervejeiro numa página criada com outro propósito?

IRRESPPONSABILIDADE À SOLTA III

Ah, Herculano! As crianças e adolescentes não acessam esta página! Supondo que sim, que o público dela fosse técnico, qual a razão para não divulgar o realmente a secretaria e principalmente o Conselho está fazendo para mudar o quadro crescente de degradação social do município? O prefeito possui página no facebook, seus secretários, assessores, comissionados, religiosos e puxa-sacos também, além do site oficial do município; então, qual a razão para não usá-los massivamente para a promoção do Festival da Cerveja e poupar ao menos página do CMDCA disso? Por que não usar os meios de comunicação normais na relação comercial e institucional? Na segunda-feira, mostrei na coluna feita especialmente para o portal Cruzeiro do Vale – o mais antigo, o mais atualizado e acessado de Gaspar e Ilhota -, a falência estratégica da área de comunicação do atual governo. O próprio prefeito pelo whattsapp, ordenava aos seus para fazerem elogios a ele, à administração e suas ideias e críticas a quem se dispusesse contrariá-lo. Então... O péssimo exemplo tem origem. Agora, na outra ponta, foram capazes de censurar a apresentação de uma peça de teatro como se donos das pessoas daqui fossem. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Um frequentador assíduo da Câmara observou que os vereadores da hoje minoritária base do governo desejariam que a terça-feira à noite não existisse mais na semana. Tem sido para alguns, um momento deveras torturante para eles àquelas sessões do Legislativo.

Antes sentavam e não saiam dos locais. Agora, nos momentos dos debates, é um entra-e-sai de vereador da base para “tomar um ar” nos corredores...

Alguns vereadores da base do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e Carlos Roberto Pereira, estão incomodados com o vai-e-vem do paço cedendo às pressões e jogos dos oposicionistas, deixando os seus, sem discurso, sem defesa e sem bandeira em algumas matérias, onde no passado tiveram esses governistas que dar a cara ao tapa, quando tinham a maioria na Câmara.

Isso revela como o governo de Kleber está perdido, sem estratégia, e sem um interlocutor técnico de confiança com a majoritária oposição. Quando era maioria, o vice Luiz Carlos aparecia na Câmara se apresentando como interlocutor. Bastou perder a maioria e Luiz Carlos sumiu.

O vereador Francisco Solano Anhaia, líder do MDB na Câmara, até então o mais aguerrido da base de Kleber, parece ter desistido da resistência. Foram dele as denúncias contra as ações supostamente irregulares do presidente Silvio Cleffi, PSC. Hoje, Anhaia nem sabe como elas “andando” estão no Ministério Público.

Outro que anda desconfiado, cansado e desgastado com os revezes e os vai-e-vem do paço – como revelam os próximos - é o próprio líder do governo, o advogado Francisco Hostins Júnior, MDB, que já foi secretário de Saúde do PT. Aparentemente teria trânsito com os oposicionistas.

Trânsito é uma coisa. Agora com a faca e o queijo na mão, é a vez da oposição ser intransigente na manobra que vez para ser majoritária e palmilhar à volta dela ao poder em 2020.

E se a escrita prevalecer, ela repetirá a história de Gaspar: o MDB no poder sempre elegeu o adversário como sucessor. Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, nem conseguiu terminar o mandato. Foi ele quem deu a primeira eleição a Pedro Celso Zuchi, PT.

Adilson Luiz Schmitt, eleito pelo MDB, teve que sair do partido para terminar o mandato. O próprio MDB tornou-se um dos seus adversários por não conseguir todas as boquinhas que queria. Resultado: Zuchi se elegeu mais duas vezes.

Agora chegou a vez do MDB com Kleber. Ele tem apenas dois anos não repetir a história. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1867.

Comentários

Jota de Barros
10/09/2018 08:17
Valas da Discórdia!!

Pelos comentários aqui nos corredores da Câmara de Gaspar já está tudo definido no assunto da "valas". Oposição e situação já entraram em acordo e o samae vai assumir a maior parte dos custos para dar destino as aguas de chuva e cavar e desentupir as valas.
Mais uma vez quem sai perdendo é o contribuinte e consumidor que vai ver o valor pago na conta de agua sendo jogado literalmente na vala.
Com mais essa responsabilidade o samae vai deixar de investir mais de 3 milhões no tratamento, distribuição e reservação de agua no próximo exercício.
Mas segundo as informações do diretor presidente isso não fará falta, pois o superavit de 9 milhões está garantido.
Herculano
09/09/2018 20:59
EDUCADINHO

O debate da TV Gazeta e Estadão, neste domingo, foi morno. Sem novidades. Perdeu-se tempo.

Duas observações

1. Guilherme Boulos, PSOL, se apresentou contra a violência. E todos, praticamente, esconderam que o Boulos é invasor de prédios, que um ex-militante do PSOL foi quem esfaqueou Jair Bolsonaro, PSL.

Vergonhoso

2. Geraldo Alckimin, PSDB, continua xuxu sem sal.Educadinho,empolado,não fala a linguagem do povo.

No fechamento do debate disse que Brasil não pode errar mais uma vez. E ai perdeu a oportunidade que ele próprio criou para esclarecer na linguagem direta que o povo entende

Quem errou? Fernando Collor, o então salvador da pátria, o caçador de marajás, o iria terminar com a corrupção

Quem errou? Dilma Vana Rousseff,PT, a autoritária, a que se apresentou e enganou todos como a mais perfeita gerente para o Brasil.

E quem pagou os erros que eles cometeram contra os eleitores enganados por falácias, promessas e salvadores?

Os brasileiros que perderam a poupança com Collor e 14 milhões d empregos com Dilma. Definitivamente, Alckmin é muito certinho num país de pilantras, espertos, traíras, radicais, autoritários e corruptos a rodo do dinheiro dos pagadores dos pesados impostos.
Herculano
09/09/2018 20:48
O PRIMEIRO DEBATE PóS-ATENTADO, por Marcelo Moraes, no BR 18

Havia uma grande expectativa sobre como seria o primeiro encontro dos candidatos ao Planalto depois do atentado sofrido por Jair Bolsonaro. E o Debate Estadão/Gazeta/Jovem Pan mostrou os candidatos pisando em ovos, cautelosos por respeito à fragilidade da saúde de Bolsonaro, mas também aproveitando para fazer manifestação contra o radicalismo na política.

Sem a presença de Bolsonaro e de um candidato do PT, acabou sobrando para Geraldo Alckmin a maior carga de se defender dos poucos ataques adversários
Mário Pera
09/09/2018 18:37
Bom mesmo é nota oficial do PT afirmar: Constituição Democrática de 1988- quando para quem não lembra ou não sabe os petistas liderados por Lula não aprovaram, não referendaram o resultado da constituinte. Inclusive deputados que votaram no texto constitucional foram expulsos do partido .
Herculano
09/09/2018 14:06
da série: não falta gasolina nesse incêndio que se transformou a atual campanha eleitoral. E ainda dizem que são bombeiros

PT ATACA COMANDANTE DO EXÉRCITO

O PT divulgou 'uma nota em repúdio' à entrevista do general Villas Bôas ao Estadão deste domingo.

Para o partido, a entrevista do general "é o mais grave episódio de insubordinação de uma comandante das Forças Armadas ao papel que lhes foi delimitado".

Leia, abaixo, a íntegra da nota:

"O Partido dos Trabalhadores convoca as forças democráticas do país a repudiar declarações de cunho autoritário e inconstitucional do comandante do Exército divulgadas pela imprensa neste domingo.

A entrevista do general Villas Boas é o mais grave episódio de insubordinação de uma comandante das Forças Armadas ao papel que lhes foi delimitado, pela vontade soberana do povo, na Constituição democrática de 1988.

É uma manifestação de caráter político, de quem pretende tutelar as instituições republicanas. No caso específico, o Poder Judiciário, que ainda examina recursos processuais legítimos em relação ao ex-presidente Lula.

É muito grave que um comandante com alta responsabilidade se arrogue a interferir diretamente no processo eleitoral, algo que as Forças Armadas não faziam desde os sombrios tempos da ditadura.

Depois de dizer quem pode ou não pode ser candidato, de interpretar arbitrariamente a lei e a Constituição o que mais vão querer? Decidir se o eleito toma posse? Indicar o futuro presidente à revelia do povo? Mudar as leis para que o eleitor não possa decidir livremente? O Brasil já passou por isso e não quer voltar a este passado sombrio.

A Constituição diz claramente que as Forças Armadas só podem atuar por determinação expressa de um dos poderes da República, legitimados pelo estado de direito democrático, e nunca a sua revelia ou, supostamente, para corrigi-los.

A sociedade brasileira lutou tenazmente para reconstruir a democracia no país, com o sacrifício de muitas vidas, após o golpe civil e militar de 1964, que acabou conduzindo o país a um regime ditatorial nefasto para o povo e desmoralizante para as Forças Armadas".
Herculano
09/09/2018 08:12
É ISSO OU O PT DE VOLTA

Conteúdo de O Antagonista.Para tentar chegar ao segundo turno, a campanha de Geraldo Alckmin vai pregar o voto útil perto do dia da eleição com o discurso de que "é isso ou o PT de volta", publica o Estadão.
Herculano
09/09/2018 07:50
O REITOR COMUNISTA, por Rodrigo Constantino, na revista Isto É

Em 2015, assumiu a reitoria da UFRJ Roberto Leher, vestindo um boné do MST, que vive da invasão ilegal de propriedades. Desde então, a universidade, que já era um antro esquerdista, virou uma espécie de extensão do diretório do PSOL. O reitor defendeu até professor que queria fuzilar direitistas, e o Ministério Público chegou a pedir sua punição por atos políticos dentro do local público.

Quem repete por aí que o comunismo morreu precisa conhecer Leher. Ele é comunista de carteirinha, e prega uma "educação socialista", do tipo existente em Cuba. É isso que está por trás da "democratização" do ensino universitário. Deram a esse sujeito as chaves do Museu Nacional, que fica sob os cuidados da UFRJ. Ou melhor: ficava.

Nessa semana um enorme incêndio colocou tudo abaixo, com suas 20 milhões de obras culturais e científicas. São dois séculos de estoque de conhecimento transformados em cinzas. Em qualquer país sério no mundo, o responsável pela "gestão" seria demitido no ato. Como se trata do Brasil, Leher dá entrevistas bancando a vítima e aproveitando para fazer um pouco mais de campanha política, atacando o atual governo federal.

Mas o problema não foi falta de verba, como alegam. Na verdade, mais de 90% do orçamento bilionário da UFRJ vai para pagamento de funcionários. São gastos mais de dois milhões de reais só com combustível e lubrificante para carros oficiais, outros três milhões com gratificações livres para servidores e quase quatro milhões com telefonia. O Museu precisava de R$ 600 mil. Como resumiu o MBL, não faltou dinheiro, e sim vergonha na cara.

Tampouco o incêndio foi uma surpresa. Um grupo de ativistas que luta pela preservação do legado imperial tinha enviado denúncia ao MPF, que oficiou o IPHAN e cobrou resposta e alvará dos bombeiros. A UFRJ pediu prazo maior, mas o fogo foi mais rápido. Estamos lidando aqui, na melhor das hipóteses, com uma negligência inaceitável.

O jornalista J.R.Guzzo resumiu bem a coisa: "O que essa gente ligada ao PCdoB e ao PSOL tem feito de útil na administração da UFRJ não se sabe. Mas ficou provado, com a certeza dos fatos, que destruiu com sua incompetência, negligência e má fé o mais precioso museu histórico existente no Brasil". O comunismo é sinônimo de destruição, sempre. Mas no Brasil ele é recompensado.

Qual o intuito de uma instituição federal, aparelhada por funcionários públicos de evidente atuação política e crenças ideológicas comunistas, gerir um museu secular de tamanha importância para a Nação? A UFRJ tem de ser retirada imediatamente do comando de qualquer museu, e seu reitor tem que ir para o olho da rua. É o mínimo que se espera como punição pela irresponsabilidade que custou ao Brasil 200 anos de história.

A UFRJ tem de ser retirada imediatamente do comando de qualquer museu, e seu reitor tem de ir para o olho da rua. É o mínimo que se espera como punição pela irresponsabilidade que custou ao Brasil 200 anos de história
Herculano
09/09/2018 07:30
CONTAGEM REGRESSIVA: FALTAM 28 DIAS, por José Fucs, no BR18

A 28 dias das eleições, o impacto do atentado contra Jair Bolsonaro no eleitorado ainda é nebuloso. Poupado de críticas por quase todos os candidatos nestes primeiros dias após o ataque de que foi alvo, Bolsonaro, mesmo do hospital, e seus apoiadores continuaram em campanha.

Neste domingo, uma manifestação em apoio ao presidenciável do PSL acontecerá em Copacabana, no Rio de Janeiro, e servirá, em certa medida, para sinalizar o envolvimento de sua aguerrida militância depois do incidente.

Há muitas dúvidas, também, sobre o agressor, se teria agido ou não sozinho e, eventualmente, quem o teria ajudado. A Polícia Federal apreendeu quatro celulares e um notebook no quarto de pensão em que estava hospedado em Juiz de Fora (MG) e seus advogados não revelam quem está pagando por sua defesa. Com tudo isso, a questão da violência e da intolerância na política foi alçada ao centro do debate e deverá se manter em evidência.

Até Bolsonaro, cuja tropa de choque costuma agir com truculência nas redes sociais, pediu para o pessoal "baixar o tom" na disputa, uma das mais concorridas desde a redemocratização do País.
Herculano
09/09/2018 07:25
O SANGUE NA ELEIÇÃO, APóS A FACADA, por Vinicius Torres Freire

Candidatos vão falar em paz por um tempo; depois, decidem se atacam

Os candidatos ora mais relevantes vão passar a próxima semana a falar de pacificação do país, a condenar o ódio político; Jair Bolsonaro será deixado em paz. Por enquanto.

Sim, por enquanto. Cogita-se que a onda de comoção talvez tenha alcance mais restrito do que se supunha nas primeiras especulações. É o que está na cabeça de gente que faz campanha com o coração no freezer.

Essa deve ser a estratégia das turmas de Marina Silva (Rede), no seu caso uma ênfase maior na paz, de Ciro Gomes (PDT) e de Geraldo Alckmin (PSDB).

Mesmo os bolsonaristas têm uma ala mais apaziguadora, comandada pelo coordenador da campanha, Onyx Lorenzoni, e pelo próprio general Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro, que serenou um tanto no dia seguinte ao atentado.

Comandada é modo de dizer. Outros bolsonaristas de proa e seus seguidores fazem campanha furibunda contra "comunistas", "marxistas" e mesmo "petistas", acusados de um modo ou outro pelo que aconteceu a Bolsonaro.

Não foi possível descobrir o que fará o PT, se por mais não fosse porque o partido não encontra nem paz interna, pois ainda há tentativas de sabotar Fernando Haddad poucos dias antes do provável lançamento de sua candidatura.

Gente da cúpula das candidaturas mais relevantes faz análises muito parecidas sobre o rumo da política eleitoral nos próximos dias.

Primeiro, esses analistas observam que as publicações em redes sociais a respeito do atentado ora não indicam onda de comoção que poderia carrear muito mais apoio para Bolsonaro, sinal captado também em entrevistas com eleitores. Como a candidatura do capitão causa divisões extremadas no eleitorado, pouco da solidariedade considerável que recebe viria a se traduzir em mais votos. É uma análise preliminar.

Segundo, dizem que Lula sai do centro das atenções, em especial por causa do interesse pelo destino de Bolsonaro. O ex-presidente teria também perdido o "monopólio do papel de vítima". O tumulto do atentado tornaria ainda mais difícil e menos visível o arrastado lançamento de Haddad.

Além do mais, adversários dos petistas dizem ter captado nas "qualitativas" um problema de imagem do ex-prefeito de São Paulo, um lugar-comum que tem fundo de verdade, uma confirmação de clichês. Parte do eleitorado não entenderia quem é Haddad, de onde veio, o que fala. O ainda vice teria ficado um pouco com a imagem de "pau mandado" de Lula.

O que fazer com o PT, tido como um adversário duro na disputa de vaga no segundo turno? Depende, para começar, do Datafolha a ser divulgado no início desta semana. Seria a primeira pesquisa a mostrar claramente o efeito do início do horário eleitoral, imagem no entanto nublada pelo atentado à vida de Bolsonaro.

A depender dos votos extras que Bolsonaro venha a receber nos próximos dias e do sentimento que vai restar depois de passada uma semana do ataque, vai se pensar se é o caso de bater no capitão da reserva ou de atacar o PT, dilema mais extremo na candidatura de Alckmin.

Como seria razoável imaginar, espera-se imagem mais definida de quem é o adversário a bater para se chegar ao segundo turno. O foco, porém, vai demorar mais a aparecer, devido ao tumulto. Mas Bolsonaro pode voltar a ser alvo, sim, ainda que em outros termos. Mas, caso o capitão pareça se confirmar no segundo turno, as campanhas dos candidatos na parte de cima da tabela eleitoral vão todas atacar o PT e, pois, provavelmente, Haddad.
Herculano
09/09/2018 07:18
MAIS FORTE QUE O óDIO, por Carlos Brickmann

A política é a luta pelo poder. Violência, portanto, faz parte do jogo. No passado, disputava-se o poder guerreando o adversário, e matando-o. Hoje, o jogo político reduziu a violência. Infelizmente, ainda não pôde eliminá-la.

A violência política no Brasil tinha um limite. A última vítima de atentado, entre os candidatos aos principais cargos políticos, tinha sido João Pessoa, vice na chapa de Getúlio Vargas, em 1930 - há 88 anos!

Mas, faz algum tempo, a violência política começou a crescer, no clima do "nós contra eles". O governador de São Paulo, Mário Covas, bem que tentou conversar com professores em greve, mas foi agredido. José Dirceu disse então uma frase famosa: "Têm de apanhar nas urnas e na rua". E tudo desandou: um professor carioca propondo o fuzilamento de toda "a direita", o post de uma jornalista - que pessoalmente é tranquila - exigindo que um Governo petista se inicie construindo um "paredón"; e Bolsonaro do outro lado sugerindo "metralhar os petralhas" - dizem que brincando, mas hoje não dá para brincar assim. Nenhum dos lados deve brincar com as palavras.

Esse clima, que levou ao atentado, deve influenciar as eleições. E não deveria: levar uma facada não melhora nem piora um candidato. É preciso votar com a cabeça, não com o coração; só isso nos libertará da cultura do ódio. Votar naquele que se considerar o melhor nome. Não se pode deixar que as eleições sejam influenciadas por um idiota com uma faca na mão.

BESTEIROL EM ALTA

A prova de que, quando se fala em política, muita gente deixa de pensar, está na enxurrada de mensagens que negam o atentado: dizem que é falso, ou, em bom português, fake. Vídeos e fotos são montados, os médicos participam (e, claro, os enfermeiros também). A imensa farsa envolve três hospitais - o Einstein, onde Bolsonaro foi internado, o Sírio, que enviou um grupo de avaliação a Minas para analisar a remoção do ferido, e a Santa Casa de Juiz de Fora, onde houve a cirurgia que salvou a vida do paciente. Aliás, não falam apenas em falsificação: foi "grosseira falsificação". Pode?

O MELHOR DE TUDO

Parece até o sítio de Atibaia, aquele que não é de Lula: o acusado que não deu facada nenhuma, embora tenha confessado, não era militante de esquerda, embora tenha dito que era, embora tenha sido membro do PSOL por sete anos, embora estivesse com camiseta vermelha Lula Livre. Pois é.

O DILEMA DOS OUTROS

Dilma Rousseff é coerente: falou besteira. Acusou a vítima pelo ataque. Mas a posição oficial do PT é condenar o atentado. É a posição de todos os partidos. Mas a preocupação é outra: como ajustar a propaganda diante dos novos fatos. O mais preocupado é Alckmin: ele era quem mais criticava Bolsonaro, em busca das intenções de voto tucano que tinha migrado. Na campanha, Alckmin era o administrador sensato, capaz de pacificar o país, e Bolsonaro um político descontrolado, uma espécie de petista visto pelo espelho.

Se os anúncios eram ou não eficientes, ainda não dá para saber. Mas eram vistos, e não só na TV, onde Alckmin tem quase a metade do tempo disponível: segundo O Globo, meio milhão de pessoas viram dois dos vídeos na Internet, e os outros também tinham audiência. Só que agora não dá para atacar Bolsonaro, que é vítima; nem deixar de atacá-lo, pois aí fica difícil retomar os eleitores perdidos para ele. O PT só não tem esse problema porque precisa explicar que Lula agora é um universitário de terno e gravata, com sobrenome árabe, que não consegue falar sobre nenhum assunto, nem sequer dar um bom-dia, depois de visitar Curitiba.

DIVIRTA-SE!

Gostou de um candidato e gostaria de saber mais sobre ele? Quer falar mal do candidato de algum amigo? Seus problemas acabaram: ligue no link www.tchauqueridos.net e entrará no site Tchau, Queridos. Basta escolher o Estado e o nome da pessoa que aparecerá tudo sobre ela, votos, processos, etc. Não é perfeito ?" afinal, um site que consiga cobrir todos os envolvidos em corrupção deve exigir supercomputadores ?" mas é útil e bem divertido.

PREOCUPE-SE

O apoio popular à Operação Lava Jato vem diminuindo - lentamente, mas diminui. A informação é de uma pesquisa do instituto multinacional Ipsos, realizada entre 1º e 11 de agosto. Embora o apoio às investigações se mantenha altíssimo 86%, cai desde junho de 2017, quando era de 96%. E a desconfiança aumenta: antes, 74% acreditavam que a Lava Jato investigava todos os partidos. Hoje, o número caiu para 46%.

Uma informação relacionada a esta, obtida na mesma pesquisa: 30% dos eleitores votariam num candidato envolvido em escândalos de corrupção, "desde que fosse um bom presidente". Boa parte desses eleitores apoia com entusiasmo a Lava Jato e acha que o combate à corrupção tem de ir até onde for possível, mas não se opõe ao "rouba mas faz".
Herculano
09/09/2018 07:12
APóS ATAQUE A BOLSONARO, campanha será decidida nas franjas, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Quadro terá mudanças nas bordas do eleitorado, mas não necessariamente definitivas

A composição de núcleos cada vez mais concentrados do eleitorado deu forma à corrida presidencial até aqui. Os candidatos ergueram fortalezas e amarraram os votos de seus apoiadores mais dedicados. Agora, a quatro semanas do primeiro turno, o comportamento das chamadas "franjas" de cada campo será o fator determinante da disputa.

O atentado a Jair Bolsonaro (PSL) deve intensificar a movimentação desses eleitores que ainda não estão comprometidos com uma candidatura específica. O ataque ao deputado acirra os ânimos, amplifica as vozes emitidas pelas campanhas e estimula migrações entre os diversos territórios da disputa.

Bolsonaro havia consolidado um núcleo maciço. Seus adversários tentavam estancar sua expansão e roubar uma fatia de apoiadores menos firmes. Nos últimos dias, a rejeição ao candidato começou a subir e as equipes rivais detectavam os primeiros sinais de êxodo naquelas franjas.

O ataque a faca tende a frear esse movimento. Eleitores posicionados em suas bordas darão um passo em direção ao núcleo, parte dos emigrantes retornará, e alguns indecisos podem adentrar seus portões.

A cobertura do atentado na TV terá efeito no curto prazo. Antes do atentado, 21% dos eleitores diziam não conhecer Bolsonaro. A imagem do deputado chegará a muitos deles, embora a exposição não se converta imediatamente em adesões.

A equipe do capitão reformado tentará atrair novos imigrantes diretamente para o núcleo. O reforço ao discurso antipetista na esteira do ataque serve como ímã. A campanha também tentará blindá-lo ao alegar que as críticas dos rivais fomentaram a violência - embora ele mesmo tenha surfado no radicalismo.

Os deslocamentos iniciais, porém, devem se dar nas pontas do terreno, o que sugere que o quadro terá mudanças logo, mas não necessariamente de forma definitiva. Em algum tempo, a disputa por votos tende a retomar sua dinâmica de competição. O fluxo e refluxo de eleitores nas franjas será determinante.
Herculano
09/09/2018 07:09
CANDIDATURA ALCKMIN PROVOCA DESÂNIMO NO PSDB, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Se arrependimento matasse, a cúpula do PSDB estaria dizimada. O fraco desempenho de Geraldo Alckmin desanima tucanos e os demais partidos que o apoiam, e fez lembrar em reuniões internas que a performance seria bem melhor com João Doria, como indicavam as pesquisas. No PSDB, há dirigentes avaliando que uma candidatura presidencial da senadora Ana Amélia (PP) seria mais competitiva.

DEBANDADA
A situação da campanha Alckmin é crítica: há relatos de "corpo mole" e até de traição de políticos dos partidos que oficialmente o apoiam.

GERALDO QUEM?
No Norte/Nordeste, políticos do Centrão e do PSDB tentam se "colar" a imagem de Lula, sem pedir votos para Alckmin, agravando a situação.

LADEIRA ABAIXO
O atentado de quinta deverá aumentar ainda mais a distância entre Jair Bolsonaro (PSL) e Alckmin, segundo estimativa do próprio PSDB.

CAVALO PARAGUAIO
Caso raro de candidato que teve menos votos no segundo turno que no primeiro, em 2006, Alckmin jamais foi tido como competitivo no PSDB.

INTOLERANTES COMEMORAM ATENTADO A BOLSONARO
O clima de intolerância já dominava a campanha, sobretudo nas redes sociais antes do atentado contra Jair Bolsonaro (PSL). Mensagens no Twitter e no Facebook faziam apologia a atos de violência contra o candidato, exortando moradores de Juiz de Fora (MG) a "meter bala" ou que "acabassem" com ele. Após, o atentado outras mensagens, até cruéis, se espalharam nas redes sociais comemorando o atentado.

SUGESTÃO DE MORTE
No Twitter, uma Ana Laura pediu: "quando Bolsonaro vier a 'JF' alguém poderia matar ele". O atentado ocorreu meia hora depois.

PEDIDO DE SEQUESTRO
Outra usuária das redes bolou até um plano: [a visita de Bolsonaro a Juiz de Fora] "é uma ótima oportunidade para sequestrar ele".

TORTURA E ASSASSINATO
Eduarda, como se identifica nas redes, sugere que depois do sequestro se faça "umas torturas" no candidato e "depois matar com tiro na testa".

OUTRO INELEGÍVEL COBIÇA A CNC
Presidente da Fecomércio-PI e candidato a 1º vice da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Francisco Valdeci Cavalcante está duplamente inelegível até 2026 pelo TCU: suas contas no Sesc-Senac foram rejeitadas. Com status de "trânsito em julgado" desde junho.

Só QUANDO OUTUBRO VIER
Após votar punhado de matérias sem muita relevância, cerca de 40, o Senado só vai restabelecer a rotina de trabalho após as eleições. Seu presidente, Eunício Oliveira, agendou sessão para 9 de outubro.

ABUSO TRANSPARENTE
Na sabatina que aprovou sua indicação vapt-vupt, feita pelo PP, para a presidência da "agência reguladora", Paulo Roberto Vanderlei Filho foi cobrado sobre aumentos abusivos dos planos de Saúde. Ele deixou bem claro a quem serve: prometeu "transparência", não reduzi-los.

A VIDA COMO ELA É
Piadinha brasiliense: de Jair Bolsonaro a Fernando Haddad, quem for eleito presidente fará duas ligações imediatamente: para João Roberto Marinho, do Globo, e para o presidente do MDB, Romero Jucá (RR).

VALE LEMBRAR
A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) gastou nos sete primeiros meses de 2018 mais de R$1,8 bilhão em salários. Até o fim do ano serão R$ 3,2. Para o Museu, liberou só R$98 mil.

NA JUSTIÇA É QUE VALE
Após quase cem recursos rejeitados por todas as esferas da Justiça no Brasil, Lula diz ter "vencido" num comitê de ativistas da ONU. Mas lá não tem contraditório, nem acusação. Tampouco é instância da Justiça.

JAIR NAS REDES
O atentado contra Bolsonaro dominou os assuntos nas redes em todo o mundo, segundo estudo da FGV/DAPP. Em duas horas, estava nos Trending Topics de 12 países, incluindo EUA, Reino Unido e Espanha.

JOGO Só DE AZAR
A Caixa continua devendo clareza nos sorteios das suas loterias. Até agora, este ano, somente 12 de 72 sorteios realizados tiveram vencedores no prêmio principal.

PENSANDO BEM...
...até o ataque a Bolsonaro, atentado mesmo era a campanha deste ano.
Herculano
09/09/2018 07:02
DE A.CARNEGIE@EDU PARA MILIONÁRIOS@ECO, por Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Vocês sabem o valor do dinheiro, não caiam na conversa de dá-lo ao governo para recuperar o Museu Nacional

Daqui onde estou desde 1919, fiquei chocado com o incêndio do Museu Nacional. Chocou-me muito mais a reunião teatral montada em Brasília para pedir dinheiro aos plutocratas nacionais prometendo recuperar a instituição e outros monumentos do patrimônio histórico. Não abram suas bolsas. Digo isso por que eu, Andrew Carnegie, fui o homem mais rico do mundo na entrada do século 20 e fui também o magnata que mais dinheiro distribuiu. Coisa como US$ 10 bilhões em dinheiro de hoje.

Conversei ontem com D. Pedro 2º, que morou toda sua vida no palácio que ardeu. Nós nos conhecemos em 1876, na exposição de Filadélfia. Pedro me contou que o Banco Mundial acenou com uma doação para o museu e as conversas não prosperaram. Graças a ele, conheci uma poderosa senhora, Eufrásia Teixeira Leite. Na casa dela vive um bonitão metido a inglês. Chama-se Joaquim Nabuco.

Eufrásia morreu em 1930 e deixou tudo o que tinha para os pobres de Vassouras. Era uma fortuna equivalente a duas toneladas de ouro. Numa conta grosseira, ela deu o equivalente a cerca da metade do que eu distribuí. As benfeitorias de Eufrásia viraram uma lembrança municipal, pois entregou o dinheiro a instituições beneméritas, semioficiais. Do meu cofre, quem cuida são os funcionários de fundações que sabem doar e, sobretudo, aplicá-lo.

Reunido com uma comitiva onde havia cinco banqueiros privados, o presidente Michel Temer falou em criar um fundo privado para financiar a recuperação do patrimônio cultural. Não faz sentido. Quem entende de fundo privado é a banca. O governo, como se viu, entende de ruína. (Se os bancos americanos cobrassem nos Estados Unidos os juros que vocês cobram, eu teria levado minhas siderúrgicas para o México.)

Eufrásia acha que, em vez de fazer seu apelo teatral, o presidente deveria ter sentado com os diretores do Instituto Moreira Salles e do Itaú Cultural para saber como funcionam essas instituições à prova de fogo. Podendo aprender, o governo faz o que gosta: pediu.

Eu comecei do nada. Corrompi gente, mandei abrir fogo em grevistas. Na velhice, vivi angustiado porque, sem fazer nada, ganhava mais do que conseguia doar. Eufrásia achou que filantropia é tirar o dinheiro da bolsa e entregá-lo aos outros.

Do vosso humilde e atencioso admirador,

Andrew Carnegie

O RISCO DE SE ELEGER UM "NÃO"
O atentado contra a vida de Jair Bolsonaro cristaliza o risco de que a eleição de outubro venha a produzir um vencedor sem escolher um presidente.

Num eventual segundo turno entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, ambos terão o voto de pessoas que pensam como eles, mas serão reforçados por eleitores que não votam de jeito nenhum num ou noutro.

Nas sete últimas eleições presidenciais, já existia o voto antipetista, mas prevalecia, em graus variáveis, uma preferência pelos tucanos. Isso mudou. Muita gente poderá votar em Fernando Haddad só para não ver Bolsonaro no Planalto, ou votar no capitão reformado só para impedir a volta do PT ao poder. No meio, ficará o nada.

Preferência é uma coisa, exclusão é outra. Quando o voto de exclusão supera o de preferência, consegue-se barrar aquilo que não se quer, mas não se elege um presidente.

A VÍTIMA
Com o atentado de quinta-feira, a bem-sucedida estratégia de vitimização de Lula virou pó.

BISPO E OSWALD
Todos aqueles que entraram no processo de histeria que associou o atentado contra Jair Bolsonaro à filiação de Adelio Bispo ao PSOL entre 2007 e 2014 deveriam calibrar seus apocalipses.

Em 1963, o presidente John Kennedy foi assassinado com um tiro na cabeça. No mesmo dia, capturaram o atirador, o ex-fuzileiro naval Lee Oswald. Logo depois soube-se que ele emigrara para a União Soviética, onde viveu por três anos, casando-se com uma russa.

Se a manipulação da histeria tivesse funcionado naqueles dias, o mundo teria acabado.

A VOZ DE PALOCCI
Pelo cheiro da brilhantina, muita gente espera que o texto da colaboração do ex-ministro Antonio Palocci venha a ser conhecido durante a campanha eleitoral. Será golpe baixo.

PT CONGELADO
A eficácia da estratégia de vitimização de Lula foi eterna enquanto durou. A partir de agora o comissariado tem três dificuldades.

A primeira é o cansaço que resultou dos recursos sucessivos, porém inúteis, junto aos tribunais.

A segunda é o peso das falas de Fernando Haddad, uma versão petista da monotonia de Geraldo Alckmin.

A terceira será a entrada de Manuel D'Ávila, do PC do B, na vice, estreitando a chapa.

A LIÇÃO DO SUS
Seja quem for o novo presidente, recebeu uma lição de saúde pública.

Jair Bolsonaro deve a vida à equipe que o atendeu na Santa Casa de Juiz de Fora, onde foi atendido como um paciente do SUS, esse sistema de medicina pública historicamente sucateado.

óTIMA NOTÍCIA
As coisas boas também acontecem. Está na Amazon a versão eletrônica do livro "Trilhos do Desenvolvimento", do professor americano William Summerhill. É um magistral estudo sobre a política de construção de ferrovias do Império e dos primeiros anos da República. Vira de cabeça para baixo tudo o que se escreveu e se ensina.

As concessões funcionaram e a economia foi impulsionada muito além do simples transporte de café.

A edição foi uma vitória da luz, graças ao empresário Guilherme Quintella, que cacifou a iniciativa. O primeiro artigo de Summerhill foi publicado em 1998 e o livro, com título de "Order without Progress" (Ordem sem Progresso), saiu em 2003. Não haviam sido traduzidos.

O TIRO DE TEMER
Michel Temer é frio como cobra, mas há momentos em que se move com a fúria de um orangotango, sempre em voz baixa.

O tiro que ele deu na candidatura de Geraldo Alckmin pareceu sair do orangotango. A menos que a ideia tenha sido detonar a candidatura tucana de João Doria ao governo de São Paulo, favorecendo seu velho amigo Paulo Skaf, do MDB.

PALPITE REAL
A encrenca em que uma parte da Cúria romana meteu o papa Francisco poderá ter um saudável reflexo na Coroa inglesa.

Aos 92 anos, a rainha Elizabeth 2ª pode ter cogitado abdicar em favor de seu filho Charles, de 69. A ideia parecia boa depois que o imperador japonês Akihito anunciou que abdicaria em abril de 2019. A iniciativa foi recebida com naturalidade e assumirá o príncipe Naruhito.

Do Vaticano saiu o outro lado da moeda. Como Francisco sucedeu ao papa Bento 16, que renunciou e vive na Cidade do Vaticano, abriu-se o precedente do pontífice que vai embora antes de morrer.

Resultado: os adversários de Francisco querem que ele também vá para casa.

No caso inglês, uma coisa é certa: Charles seria um rei impopular, com o filho William nos calcanhares.
Herculano
08/09/2018 10:29
BOLSANARINHO PAZ E AMOR ENSAIA UM CESSAR-FOGO, por Josias de Souza, Josias de Souza

Candidato a vice de Jair Bolsonaro, o general Hamilton Mourão reagiu à facada que hospitalizou seu companheiro de chapa com o exacerbamento retórico de praxe. Culpou o PT pelo atentado. E ameaçou: "Se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós". Na noite de sexta-feira, um dia depois da manifestação insensata, Mourão como que anunciou o surgimento de um personagem novo na campanha eleitoral de 2018: o Bolsonarinho paz e amor.

Em entrevista à Globonews, o general informou que recebera um telefonema do capitão. "Hoje, o deputado Bolsonaro me ligou. Eram 19h20. O que ele me disse foi que nós vamos moderar o tom. Qual é o nosso grande objetivo? Se formos eleitos, nós vamos governar para todo o Brasil e não para pequenos grupos. (...) Sem união a gente não chega a lugar nenhum."

Alvíssaras! A principal característica da campanha atual é o cheiro enxofre no ar. No início, o ódio vadiava apenas pelas redes sociais. Mas passou a circula pelas ruas à procura de encrenca. A raiva tornou-se um instrumento político banal. Parecia haver no seu caminho um cadáver, uma espécie de fantasma prestes a existir. Bolsonaro notabilizou-se como um fornecedor de matéria-prima para a indústria da raiva.

Conforme já comentado aqui, o capitão frequentou o noticiário nos dias que antecederam a facada com a língua engatilhada. Interpelou um repórter: "Você pintou unha quando criança?" Fustigou adversários: "Vamos fuzilar a petralhada aqui do Acre." Alvejou PSDB e PT: "Vamos varrer a cúpula desses partidos para a lata de lixo da história." Tratou a ideologia a pontapés: "Vamos dar um pé no traseiro do comunismo".

Tomando-se Mourão a sério, o Bolsonaro pós-facada é quase um ex-Bolsonaro. Sob orientação repassada pelo candidato desde a UTI, o comando da campanha está transmitindo a lideranças políticas estaduais o que Mourão chamou de "palavra de ordem". Consiste no seguinte: "Atenção,reduzir as tensões. Não adianta haver o confronto nesse momento. Não faz bem a ninguém. E é péssimo para o país."

O pedaço da audiência que rejeita Bolsonaro - 44% do eleitorado, antes do atentado - deve ter recebido as palavras sensatas de Mourão com enorme ceticismo. Muitos dos que assistiram à entrevista talvez tenham ficado com a impressão de que o general atirava palavras ao vento - mais ou menos como se brincasse de roleta-russa protegido pela certeza de que manipulava uma sinceridade completamente descarregada. Mas a essa altura, qualquer sinal de paz interessa, mesmo que seja um compromisso insincero.

Concebida como alternativa civilizatória às guerras, a política subverteu-se no Brasil. Em vez de oferecer esperança, dedica-se a industrializar a raiva. Produz choques e enfrentamentos desde o primeiro governo do PT, quando Lulinha paz e amor inaugurou a fase do "nós contra eles". Na atual temporada, a notícia sobre a primeira morte flutua sobre as redações como um fato que deseja acontecer. O cadáver vem escapando por pouco.

O primeiro morto escapou das manchetes quando sindicalistas enfurecidos reagirem mal às palavras de um empresário, empurrando-o da calçada defronte do Instituto Lula em direção à rua, até cair e bater a cabeça no parachoque de um caminhão.

O cadáver inaugural livrou-se novamente da primeira página ao desviar dos tiros disparados contra os ônibus da caravana de Lula, no Paraná. Foi preciso que o líder nas pesquisas presidenciais escapasse da morte para que o extremismo começasse a cogitar o abandono de sua vocação para o velório.

A paisagem, dizia Nelson Rodrigues, é um hábito visual. Só começa a existir depois de 1.500 olhares. Na campanha de 2018, o cenário de guerra é um fenômeno auditivo. Existe porque políticos rendidos à radicalização se habituaram a usar palavas como armas carregadas.

A facada de Juiz de Fora inaugurou algo muito parecido com um armistício. O cessar-fogo talvez não tenha futuro. Mas ainda que dure pouco, servirá para mostrar aos brasileiros que, em matéria de civilização, o futuro era muito melhor antigamente.
Herculano
08/09/2018 10:23
ESTELIONATO, POLÍTICA E ATENTADO, por Luiz Francisco de Carvalho Filho, advogado criminal, presidiu a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (2001-2004), para o jornal Folha de S. Paulo

Atentado contra Bolsonaro remete o Brasil a tempos da República Velha

Os "simplórios" não podem ficar à mercê dos trapaceiros. A frase, extraída de precedente judicial, justifica a repressão a estelionatários, charlatães e curandeiros.

O estelionato, definido no artigo 171 do Código Penal, faz parte da cultura brasileira. A expressão "um-sete-um" está no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa por também significar "pessoa que mente ou que engana outras com o objetivo de levar vantagem".

O delito, diante da violência, dos tiroteios e da repercussão de infrações como corrupção e lavagem de dinheiro, perdeu importância processual. Por isso, o sistema penitenciário, com mais de 720 mil presos, hospeda cerca de 6.000 estelionatários.

O cheque sem fundo desapareceu e o conto do vigário é ocorrência rara. A população está (no bom sentido) mais desconfiada: já não se vendem lotes residenciais no parque do Ibirapuera para vítimas espertas. Leis foram editadas para a proteção da boa-fé, como a que pune a propaganda enganosa (por induzir o consumidor a erro) e a propaganda abusiva (por explorar medo e superstição).

No mundo da política, porém, a tolerância institucional é diferenciada. A trapaça é ideológica. O dano não é patrimonial. Sem poderes de censura, a liberdade de expressão para amigos e inimigos, o choque desimpedido de opiniões e a informação jornalística ilimitada são os instrumentos capazes de desmascarar exageros e falsidades.

O panorama eleitoral de 2018 é ilusionista. Mentiras e crenças subvertem a visão dos acontecimentos.

Entre os principais candidatos à Presidência da República, talvez Marina e Bolsonaro, cada um a seu modo, sejam genuinamente verdadeiros. Mas ela, ambientalista demais, não gera confiança, e ele, truculento demais, multiplica a rejeição.

Geraldo, "cabeça e coração", é "candidato dos pobres". Aliado ao centrão, tenta se desvencilhar da imagem combalida de Michel Temer, como se o PSDB, do qual é presidente, não fosse um dos alicerces da ascensão do atual governo. Promete o fim do déficit fiscal em dois anos.

Ciro tem destreza verbal, como anota Sérgio Rodrigues na coluna "Da arte de nomear bois" (20 de agosto de 2018), mas, além da verve coronelista, a fala é leviana e distribui notas de três reais. A imagem retocada de Kátia Abreu, candidata a vice, simboliza a arte de enganar. Promete limpar o nome dos devedores.

Símbolo do jogo sujo de 2014, o prato de comida subtraído do pobre é slogan do PT. O discurso da injustiça e a narrativa do golpe, obra do criacionismo religioso que mantém Lula no tabuleiro eleitoral, dissociam o partido do desastre econômico e político causado por Dilma Rousseff. O candidato é "progressista", mas, às favas os escrúpulos de consciência, afaga Renan e Eunício, cangaceiros da política. Promete a volta da felicidade.

Ao dar eficácia imediata à anulação do registro de Lula, o Tribunal Superior Eleitoral poupa o país de uma fraude inconcebível: o nome e a foto do ex-presidente na urna eletrônica para o voto em outra pessoa ?"Haddad ou Andrade.

A fala franca, primitiva e às vezes repugnante do candidato fascista, que estranhamente desperta simpatia entre homens e mulheres, pobres e ricos, não esclarece o estúpido atentado de Juiz de Fora.

O episódio remete o Brasil para tempos da República Velha. Beligerância extrema, messianismo, turbulência de mercados, vulnerabilidade dos "simplórios" e protagonistas moralmente deformados completam o enredo
Herculano
08/09/2018 09:55
da série: o parlamento desacreditado por nossos próprios votos e escolhas. Vergonhoso. Decadente. Vai se repetir em outubro deste ano. Os vereadores cabos eleitorais estão levando cada um... são assassinos potenciais de verbas públicas, no mínimo. Além disso, gostam de uma diária...

AGRESSOR DE BOLSONARO QUERIA SER DEPUTADO

Conteúdo de O Antagonista. A cunhada de Adélio Bispo de Oliveira disse à Folha que o agressor de Jair Bolsonaro falava muito sozinho e que era comum ele se trancar por dias num dos barracões da família. Ela disse também que Adélio gostava de Lula e que queria ser deputado.

"Ele não pedia voto para ninguém. Só falou comigo, uma vez, que queria ser deputado, porque aí podia trabalhar em várias cidades."
Herculano
08/09/2018 09:49
De Augusto Nunes, de Veja.

As reações ao atentado contra Jair Bolsonaro informam: o Brasil q pensa entendeu q chegou a hora de acabar com o Fla-Flu iniciado quando Lula dividiu o país entre 'nos' e 'eles'. Quem quiser prorrogar a Era da Intolerância vai morrer de primitivismo
Herculano
08/09/2018 09:46
da série: a diferença de caráter e propósitos são gritantes. Enquanto os petistas brigam até na Justiça para ter seus nomes e rostos associados ao presidiário Lula, os tucanos vão à Justiça para não terem seus nomes e rostos associados a um que nem condenado ainda foi, mas está super enrolado.

ANASTASIA ENTRA COM AÇÃO NO TRE PARA NÃO TER IMAGEM

Conteúdo de O Antagonista. A campanha de Antonio Anastasia entrou com uma ação no TRE para barrar uma propaganda de Fernando Pimentel que associa o candidato tucano ao senador Aécio Neves, publica o Estadão.

No comercial do petista, o narrador pede aos eleitores para responder qual é a primeira coisa que vem à cabeça quando ouvem as palavras: goiabada, café e Anastasia. As respostas são: queijo, leite e Aécio.
Herculano
08/09/2018 09:40
De Flávio Bolsonaro,17, filho de Jair e candidato ao senado pelo Rio de Janeiro, no twitter

"Dizer que discursos de Bolsonaro incitam a violência é tão canalha quanto dizer que mulher que usa saia curta incentiva o estupro".

Volto
Estimula a violência sim. E entre tantos está o armamento da população despreparada para supostamente combater os preparados, impiedosos e até dementes bandidos, substituindo a tarefa do estado com gente qualificada [e paga por nós com os pesados impostos] para isso. Bolsonaro se tornou vítima de uma de suas ideias.
Herculano
08/09/2018 09:33
De Ricardo Noblat, de Veja, no Twitter

Quem sustenta o Estado somos nós, que pagamos impostos. Não quero pagar duas vezes pelo que não recebo - uma por meio de impostos, outra tendo que me armar, aprender a atirar e me arriscar atirando. Não só não quero, como não acredito que essa seja a solução.
Herculano
08/09/2018 09:31
O QUE ESTÁ POR DETRÁS

Impressionante a entrevista dos vices da GloboNews, o general Hamilton Mourão, vice de Jair Bolsonaro, PSL, disse, sem meias palavras, que na hipótese de anarquia, pode haver "autogolpe" do presidente com apoio das Forças Armadas.
Herculano
08/09/2018 09:13
EXISTEM TRÊS TESES SOBRE LEGITIMIDADE DA ELEIÇÃO SEM LULA, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

O veto legal à candidatura de Lula distingue a eleição de todas as anteriores

O veto legal à candidatura de Lula singulariza a eleição em curso, distinguindo-a de todas as anteriores, desde a redemocratização. Daí, emerge um debate sobre legitimidade, que se espraia ao longo de três teses. A primeira diz que a eleição é legal e legítima; a segunda, que é ilegítima; a terceira, e mais interessante, faz a legitimidade da eleição depender de seus resultados.

A visão convencional, adotada pela maioria dos partidos, não enxerga nenhum problema de legitimidade.

A Lei da Ficha Limpa, fonte do veto à candidatura de Lula, nasceu de um projeto de iniciativa popular e, depois de amplamente aprovada no Congresso, foi sancionada sem vetos pelo próprio Lula. É instrumento legal de validade geral, que cancelou as mais diversas candidaturas desde 2014, não uma ferramenta destinada a cassar os direitos de Lula ou do PT.

A eleição é legítima. O debate sobre o tema é que não é, derivando de um desejo de colocar Lula acima da lei ou de uma pervertida estratégia de campanha.

O segundo ponto de vista, adotado por correntes de extrema esquerda abrigadas no interior do PSOL ou em surpreendente aliança com o PT (caso do PCO), pode ser qualificado, com alguma ironia, de revolucionário. O veto a Lula é o prosseguimento do "golpe parlamentar" do impeachment e tem a finalidade de ladrilhar o caminho das "reformas neoliberais". O Judiciário participa do "golpe", conduzindo a perseguição legal ao ex-presidente. Os mensageiros desta tese repetem, letra por letra, a narrativa desenvolvida pelo PT desde 2016, mas com finalidades muito diferentes.

A extrema esquerda habituou-se a encher seu potinho de sonhos com as sobras do lauto banquete lulista. Em 2002, apoiou a candidatura presidencial do PT na esperança de que a "classe trabalhadora" experimentasse o governo de Lula - um "reformista" ou um "traidor", a depender da versão - e, libertando-se de suas ilusões, ouvisse o chamado da Revolução (assim, com maiúscula). Hoje, ainda à beira da mesa, espera que a denúncia do veto a Lula finalmente desperte as massas de sua irritante letargia, propiciando o "assalto ao Céu".

A terceira é a tese lulopetista. Na sua nunca explicitada inteireza, ela diz que a eleição terá sido legítima se Haddad vencer, mas terá sido ilegítima se Haddad perder. O alarido do protesto contra a "ilegitimidade" da eleição sem Lula, tão audível na etapa atual, cessará quando Haddad assumir o bastão, para só retornar na hipótese da derrota. A suspensão do juízo sobre a legitimidade até a proclamação dos resultados viola as regras elementares da lógica, mas atende a um imperativo partidário estratégico: na vitória, Haddad será o incontestável presidente do Brasil; na derrota, o eleito não será mais que um títere da "elite golpista".

A história funciona mais ou menos assim. Em caso de vitória, o povo terá "corrigido" o desvio iniciado com o impeachment, derrotando o "golpe" e salvando a democracia. Já em caso de derrota, o desejo do povo de recolocar Lula no Planalto terá sido frustrado pela artimanha golpista do veto à candidatura. Restará, então, a via da resistência, convocada por meio da denúncia da ilegitimidade do presidente eleito.

A tese convencional é legalista ao extremo: identifica a democracia às normas legais, negando-se a encarar o problema político da limitação da soberania dos eleitores posto pela Ficha Lima. A tese revolucionária é finalista: identifica a democracia ("burguesa", evidentemente) como o inimigo histórico e interpreta o veto a Lula como faísca providencial capaz de acender a grande fogueira da purificação. A tese lulopetista é, além de oportunista, autoritária: identifica a democracia ao sucesso eleitoral do Partido (assim, com maiúscula), exprimindo uma rejeição visceral ao princípio do pluralismo.
Herculano
08/09/2018 09:06
FUTURO DO PAÍS PASSA PELA CADEIA E PELO HOSPITAL, por Josias de Souza

Mais do que em qualquer outra eleição, a campanha de 2018 colocou o Brasil numa encruzilhada. Um pedaço do eleitorado trafega pelo caminho que leva à cadeia. Outro naco de eleitores prefere a trilha que conduz ao hospital. Ao fundo, ouve-se o barulho provocado por meia dúzia de candidatos que se oferecem como alternativas ao poste fabricado atrás das grades e à vítima da facada, recolhida à UTI.

Consolidou-se um deslocamento geográfico da campanha presidencial. Preso, o ficha-suja inelegível transformou sua cela especial num comitê eleitoral de onde articula sua substituição na cabeça da chapa. Esfaqueado, o rival do polo oposto transforma seu drama clínico num grande ato de campanha, postando desde a UTI vídeos, fotos e mensagens nas redes sociais.

A um mês do dia da eleição, os dois protagonistas da disputa, Lula e Bolsonaro, guerreiam em trincheiras extremas: uma cela e uma UTI. As principais armas do combate são o veneno ideológico e a mistificação emocional. Num cenário assim, marcado por posições extremas, o extremismo que mais preocupa é o da agenda extremamente vazia. O maior perigo para o eleitor não é o risco da falta de sabedoria na escolha. O risco mais latente é o da falta de opção.
Herculano
08/09/2018 09:04
da série: para o PT e a esquerda do atraso, criadores do nós e eles, interessa se não ganharem, que outros radicais de direita ganhem para se estabelecer o permanente caos, e dele, o PT e a esquerda emergir no futuro com o sacrifício de todos os brasileiros. Foi o PT que criou essa radicalização e a ideia que outro radical, valente, mas de direita, seria o salvador daquilo que precisa cérebro, paciência e muito diálogo

E AGORA?, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o jornal Folha de S. Paulo

Ataque a Jair Bolsonaro poderá mudar o rumo da campanha que se iniciava

Os índices disponíveis sobre o atentado sofrido por Jair Bolsonaro (PSL) na quinta-feira (6) em Juiz de Fora apontam para um gesto de insanidade mental por parte do agressor. Todas as forças relevantes do país rejeitaram com veemência o ato torpe, solidarizando-se com o atingido.

Ainda que sem conteúdo político, no sentido específico do termo, o dramático gesto de Adelio Bispo de Oliveira poderá mudar o rumo da campanha que se iniciava. Embora seja difícil prever o que vem pela frente, é plausível que a breve janela de racionalidade aberta pelo aumento da rejeição a Bolsonaro se feche com a natural simpatia que toda vítima produz.

O imediato recuo de Geraldo Alckmin (PSDB), que buscava desconstruir no horário eleitoral a imagem do capitão reformado, seria um sinal antecipado.

Haveria igualmente mudanças de conteúdo. O debate econômico, que dominou as disputas presidenciais pós-redemocratização, pode tornar-se subtema de assunto maior: como reconstruir o país depois da crise geral vivida nos últimos anos? A sensação de que se chegou ao fundo do poço, para a qual o incêndio do Museu Nacional também contribuiu, pediria um discurso generalizante.

Posto no centro da cena, o bolsonarismo dispôs da primeira fala na nova fase. Os bolsonaristas não perderam tempo: pouco depois de operado, o candidato gravou um vídeo aos eleitores. O acento religioso trazido pelo senador e pastor Magno Malta (PR-ES) conota perfeitamente o sentido conservador da produção.

Por outro lado, a centralidade adquirida por Bolsonaro disputa com a de Lula, o qual conseguiu manter-se à tona apesar de preso há cinco meses.

Mas, talvez, sendo o antipetismo o principal mote do deputado de ultradireita, os holofotes acesos sobre ele acabem por iluminar igualmente o seu objeto de ódio.

A polarização entre lulismo e bolsonarismo, um dos cenários possíveis desde o início, ganharia, então, novas tinturas.

Lula tem à mão uma cartada, com a provável oficialização de Fernando Haddad na próxima terça (11) como candidato a presidente da República, uma vez que a postulação do próprio Lula foi impugnada pelo TSE na madrugada do último dia 1º.

Embora prevista há muito tempo, a decisão a ser tomada pelo ex-presidente em Curitiba quem sabe soe como resposta à nova conjuntura, marcada pelo trauma do esfaqueamento.

Para ela, Lula terá que achar uma nota ao mesmo tempo respeitosa com aquele que passou perto da morte e clara no que respeita às diferenças futuras. Se conseguir, o diálogo entre os dois polos resultantes do impeachment de 2016 quiçá dê o tom das três semanas que restarão até o primeiro turno.
Herculano
08/09/2018 08:51
DF: SINDICATO BURLA LEI E RECRIA IMPOSTO OBRIGATóRIO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Sindicalistas bancários de Brasília garantiram o faturamento fazendo aprovar um nova convenção coletiva que recriou o imposto obrigatório, extinto pela reforma trabalhista. E ainda a rebatizaram de "contribuição negocial", a pretexto de custear gastos da "campanha salarial". Pior: todos, sindicalizados ou não, estão "obrigados" a pagar a "contribuição" correspondente a 1,5% do salário, "sem direito de oposição individual".

LUCRO TAMBÉM
Além do desconto no primeiro salário após o acordo, também irá para o sindicato 1,5% do que o funcionário receber de participação nos lucros.

É ILEGAL
Segundo Rogério Marinho (PSDB-RN), relator da reforma, a cobrança é ilegal. E cita decisões do STF limitando a cobrança aos associados.

ATÉ R$460
A "contribuição negocial" obrigatória varia de R$50 a R$250 descontados os salários e até R$210 sobre a participação nos lucros.

CARAS-DE-PAU
A justificativa para meter a mão no bolso dos colegas é um primor de caradurismo: acumular recursos "para fazer frente aos banqueiros".

TEMER REAGIRÁ A QUALQUER ATAQUE: BATEU, LEVOU
O presidente Michel Temer decidiu não deixar sem respostas os ataques durante a campanha eleitoral, estabelecendo o princípio do "bateu, levou". Ele soube pelos jornais que o candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) havia autorizado seus marqueteiros a introduzir na campanha críticas ao governo federal, apesar de presidir o partido que o ajudou se viabilizar e dele se locupletou, com cargos.

OLHO NO CENTRÃO
Ele também soube que partidos do Centrão, que controlam vários ministérios, cogitam falar mal do seu governo. Terão resposta.

PUXÃO DE ORELHA
Temer avalia inclusive cobrar publicamente do candidato do MDB, Henrique Meirelles, que faça a defesa do seu governo na campanha.

FAKE OU FATO
Além de responder aos aliados, o presidente também decidiu responder a críticas da oposição, tipo "fake ou fato

CHAMA O ELSINHO
Ao ouvir a ponderação de discutir sua decisão de responder às críticas de Alckmin, o presidente Temer decretou: "Não precisa de discussão, chame o Elsinho [Mouco, seu marqueteiro], vou gravar."

QUADRO ALTERADO
A pesquisa Datafolha, que será divulgada nesta segunda (10), é a primeira a refletir o impacto da campanha no rádio e na TV, assim como a tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro.

CULPA DA VÍTIMA
"Especialistas" virtuais, ignorantes em campanha eleitoral, criticaram o "corpo-a-corpo" de Bolsonaro, afirmando que ele foi atacado a faca porque se expôs. É como culpar a roupa da mulher pelo estupro.

DURO DE MATAR
Após as primeiras notícias mais tranquilizadoras sobre a saúde de Bolsonaro, proliferaram memes nas redes sociais. Um dos mais populares simula o cartaz do filme famoso com a foto do candidato e o título "Duro de Matar 4.0", com a estrela Jair Messias Bolsonaro.

PERDEU, PLAYBOY
Desde a sua primeira condenação à prisão na Justiça Federal, por corrupção e lavagem de dinheiro, Lula já acumula quase 100 derrotas em sua chicana imparável no TRF4, STJ, TSE, STF etc.

FÁBRICAS DE FAKES
Entre 29 de agosto e 5 de setembro, a FGV/DAPP coletou para análise 4.572.835 tuítes e 3.320.984 retuítes sobre candidatos a presidente. Foram encontrados 2.709 perfis automatizados, os "robôs" (0,3% dos perfis), responsáveis por 171.623 interações (5,2% do total).

SEM BENS
O candidato do Patriotas a presidente, Cabo Daciolo, que anda muito sumido do noticiário desde o debate da Band, é o único presidenciável que não declarou bens. Guilherme Boulos (PSOL) declarou R$15,4 mil.

TRISTE PREVISÃO
Em 2018, segundo dados da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, até o final do ano serão quase 400 mil mortes por problemas cardiovasculares no Brasil.

PENSANDO BEM...
...as candidaturas de Marina, Ciro e Alckmin têm sido comparadas ao atacante Fred, na Copa de 2014: estão lá, mas parecem cones.
Herculano
08/09/2018 08:44
APUNHALASTE-ME, CANALHA! por Álvaro Costa e Silva, no jornal Folha de S. Paulo

O assassinato a faca de Pinheiro Machado faz 103 anos hoje

Em suas confissões e memórias reunidas no livro "O ?"bvio Ululante", Nelson Rodrigues conta a forte impressão que lhe causou o assassinato em 1915 de Pinheiro Machado, o mais influente político da República Velha (1889-1930). O "Condestável", como era conhecido, foi atingido pelas costas no saguão do Hotel dos Estrangeiros, no Flamengo. "Por que exatamente o punhal? Por que o ódio havia de ter a forma esguia e diáfana do punhal?", perguntava-se Nelson.

O crime teria sido uma encomenda. Um complexo, sinistro e misterioso complô, com o qual nem a internet é capaz de competir. O tempo demonstrou que Manso de Paiva, o assassino, não seguiu as ordens de ninguém, só as confusões da sua cabeça. Até o famoso punhal revelou-se depois uma faca cega e enferrujada, adquirida numa feira livre. E não foi apenas uma estocada fatal como gritavam em caixa alta as manchetes com ponto de exclamação, mas duas.

Manso de Paiva cumpriu pena de 20 anos. Millôr Fernandes o conheceu na década de 1940, descascando tangerina com um canivete, na rampa do edifício da revista O Cruzeiro, no bairro da Saúde. "Chupava os bagos, cuspia as sementes. Meio idiotizado", resumiu Millôr.

A morte de Pinheiro Machado completa 103 anos hoje. O "fazedor de presidentes" marcou o fim de um Brasil. Um país em que os homens públicos usavam fraques e a presença de escarradeiras de louça nos salões era obrigatória. Na hora agá, o caudilho teria dito: "Mataste-me, canalha!". Ou então: "Apunhalaste-me, canalha!". O próprio Nelson Rodrigues, bem chegado em hipérboles e auxeses, acreditava num simples e último suspiro: "Canalha".

O maior espanto de Nelson era a arma branca utilizada no covarde atentado: "Por que havia de ser o punhal? Pinheiro Machado poderia ser assassinado a tiro, a bala". E na época não havia tanta arma de fogo como agora.
Herculano
07/09/2018 18:09
da série: a vergonha. Os políticos tiram dinheiro da saúde (R$1,& bilhão) para fazer campanha para eles se reelegerem e tudo continuar na mesma miséria

SUS SALVA BOLSONARO POR R$ 367,06

Pago pelo sistema público brasileiro, cirurgião de veias e artérias de Juiz de Fora é tirado de almoço de família para achar e conter hemorragia no candidato

Conteúdo da revista Piaui.Texto Consuelo Dieguez. O candidato é transferido de Juiz de Fora para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, nesta sexta-feira, 7 de setembro.

Antes do Einstein veio o SUS. Antes dos médicos de grife vieram os que recebem pela tabela do Sistema Único de Saúde. Foram eles que salvaram a vida de um Jair Bolsonaro esfaqueado e exangue. Esta é a história de um deles.

Por volta das 16 horas desta quinta-feira, o cirurgião vascular Paulo Gonçalves de Oliveira Junior participava de um almoço de família em Juiz de Fora quando seu celular tocou. Era um chamado da Santa Casa de Misericórdia da cidade para que fosse com urgência para o hospital: Bolsonaro havia sido esfaqueado e os médicos não conseguiam conter a hemorragia e nem identificar de onde vinha. O candidato a presidente pelo PSL chegara ao hospital com muita dor. Os médicos fizeram uma ultrassonografia e verificaram um hematoma na barriga, sem saber se era na parede na região epigástrica ou no fígado. Pelo quadro, resolveram iniciar imediatamente a cirurgia. Ao abrirem o abdômen, se depararam com um sangramento abundante e incontrolável. Chegaram a acreditar que o fígado havia sido atingido. Foi então que Oliveira Junior foi acionado, às pressas. O papel do cirurgião vascular seria tentar identificar onde era a hemorragia.

Quando o médico entrou na sala de cirurgia, encontrou um quadro dramático: Bolsonaro, por causa da perda de sangue, estava em choque. A pressão havia caído para 7 por 4, apesar de ter tomado um litro de soro. Com a lesão na veia do intestino, não havia nada que contivesse a hemorragia. Após exame em condições adversas, Oliveira Junior concluiu que a veia afetada fora a mesentérica, uma das mais importantes do intestino, além de um ramo dessa veia, chamada cólica média. Se a facada tivesse sido alguns centímetros acima, poderia ter atingido, segundo os médicos, a veia porta e, nesse caso, o risco de morte seria maior. Oliveira Junior imediatamente iniciou o processo de sutura das veias para conter o sangramento. O agravante é que havia uma grande lesão no cólon, o que poderia resultar em contaminação. A preocupação dos médicos era com o risco de infecção generalizada.

Os procedimentos de sutura deram resultado, e o quadro clínico do candidato se estabilizou. Na medicina o trabalho é sempre feito em equipe, e os outros cirurgiões, anestesistas e enfermeiros foram vitais. Mas, sem a intervenção do especialista em cirurgia de veias e artérias, provavelmente, a sucessão de eventos seria outra.

No começo da noite, Oliveira Junior mandou uma mensagem para um grupo de WhatsApp de cirurgiões vasculares amigos. Ali, ele agradece os cumprimentos dos colegas pelo trabalho e revela a tensão daquela cirurgia. "Meus amigos, muito obrigado pelos cumprimentos. Estou muito aliviado. Foi muito tenso. Quando cheguei, estava chocado, a lesão venosa estava destamponada, com muito sangue na cavidade tributária calibrosa da mesentérica superior. Talvez a cólica média junto a mesentérica superior. Lesão grande de cólon transverso com fezes livres na cavidade, quatro lesões de delgado, várias lesões linfáticas. Está estável e entubado no CTI da Santa Casa."

Pelo procedimento, Oliveira Junior será remunerado pelo Sistema Único de Saúde em 367 reais e seis centavos, preço pago pelo sistema público por esse tipo de cirurgia ?" na tabela do SUS, aparece como "tratamento cirúrgico de lesões vasculares traumáticas do abdômen". O hospital será remunerado em 1.090 reais e 80 centavos.

Nesta sexta-feira pela manhã, o candidato foi transferido para o Albert Einstein, em São Paulo, hospital que rivaliza com o Sírio-Libanês a preferência dos políticos e de quem pode pagar pelos seus serviços. Bolsonaro passou a noite na Santa Casa de Juiz de Fora, monitorado pelos médicos que, até o início da noite, pela gravidade do quadro, entendiam que o candidato ainda corria risco de morte. Na madrugada, com a estabilização da pressão do paciente, foi dada autorização para a transferência para São Paulo.

Quando a cirurgia em Juiz de Fora terminou, os médicos que participaram do procedimento deram uma entrevista coletiva. Discreto, Oliveira Junior se manteve em silêncio e saiu antes do fim da coletiva. Para um amigo médico, ele explicou, no grupo de WhatsApp: "Infelizmente não tenho o dom da palavra e prefiro não comentar. Prova disso é que, na entrevista coletiva, entrei mudo e saí calado. Mas, o ocorrido foi o que postei no grupo do vascular."

Oliveira Junior é descrito como bom profissional por colegas dos seminários médicos dos quais participa. Um deles disse que o cirurgião é uma pessoa "extremamente discreta". No site Doctoralia, o médico é elogiado por dois pacientes pela pontualidade, atenção e instalações. Um dos comentários diz tratar-se de "um excelente médico! Muito competente. O melhor especialista em angiologia e cirurgia vascular e endovascular da região." O site informa que o consultório fica no Centro de Juiz de Fora e que Oliveira Junior atende pacientes particulares (sem convênio) e Unimed. E sugere entrar em contato, para confirmar se atende o seu plano de saúde.
Mário pera
07/09/2018 12:40
A imprensa ideológica - alguns fortes nos seus posicionamentos a esquerda atrasada. Pq há esquerda moderna em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Qdo a violência se dá e pode implicar a imagem dos seus vem com o discurso do desarme do ânimos . Ora, mas quem armou os ânimos? O nós contra eles ? O Reinaldo Azevedo q se pôs contra o estado de coisas que se tornou o país agora se põem na defesa do lado q dizia errado. Evidente q um atentado como de ontem traz questões políticas à tona. É lógico q impactará o processo eleitoral. É evidente que a vítima no caso passará a ser visto como vítima e principalmente deste momento do Brasil em que bandido age tolerantemente a luz do dia e sob a proteção de órgãos de direitos humanos q se põem sempre do lado de quem transgride. Aparecerão advogados para defender o cidadão q atentou contra o candidato do PSL . Bastará vir a público mais indícios de como e com quem planejou. Poderemos ter um cidadão detido a faca sendo considerado culpado; e um criminoso protegido como vítima da sociedade e agindo por uma causa maior. Até agora ele já culpou Deus ... mas não ficará por isso. Enquanto isso os analistas já tiraram duas conclusões. São as viúvas do ex-presidente condenado que faz escárnio de todos nós .
Herculano
07/09/2018 11:24
ABANDONADO POR TODOS, TEMER GRAVA OITO VÍDEOS PARA REBATER EX-ALIADOS

Conteúdo do 247. Detentor de índices recordes de rejeição, responsável por níveis altíssimos de desemprego ?" que alcançam mais de 12 milhões de trabalhadores, sem conseguir alavancar a economia e após ser abandonados por antigos aliados como o PSDB, Michel Temer decidiu gravar oito vídeos defendendo o seu governo e atacando os postulantes à Presidência da República que o responsabilizam pelo caos econômico, social e político.

Segundo uma fonte ouvida pelo jornal O Globo, os vídeos teriam sido uma ideia do próprio Temer que teria se sentido ofendido com os ataques desferidos contra ele e sua gestão. O objetivo seria "desmascarar" antigos aliados, como o ex-governador e presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB), que em sua propaganda eleitoral vem criticando duramente a atuação de Temer em áreas como saúde, educação e segurança. O material estaria sendo gravado pelo marqueteiro Elsinho Mouco.

Até esta quinta-feira (6), temer já havia divulgado três vídeos, sendo dois contra Alckmin e um contra Fernando Haddad, candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os próximos vídeos devem ser contra os também presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Álvaro Dias (Podemos).
Herculano
07/09/2018 11:18
UMA OBSERVAÇÃO NECESSÁRIA

Da Ana Paula, ex-jogadora de vôlei, ativista de direita, no seu twitter.

Passei pra ler a nota de repúdio do Comitê de Direitos Humanos da ONU [aquele que mandou a Justiça colocar Lula como candidato a presidente na marra] ao atentado contra um candidato à Presidência no Brasil e onde também expressam preocupação com essa violência contra nossa democracia. Ainda não encontrei.
Herculano
07/09/2018 11:11
A RÉGUA É A MESMA: LAMENTEI CÂNCER DE DILMA E CENCUREI ATUAÇÃO ELEITOREIRA; LAMENTO ATAQUE A BOLSONARO E... LAMENTO EXPLORAÇÃO ELEITOREIRA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A única coisa sensata, decente, racional, prudente, correta, honrada, escolham aí adjetivos do gênero, a fazer diante do ataque de que foi alvo o presidenciável Jair Bolsonaro é repudiar o episódio sem meios-tons, sem meias-palavras. Ele foi a vítima. O nome do agressor é Adelio Bispo de Oliveira, que está preso. Em depoimento à Polícia, disser ter agido inspirado por Deus. Já foi filiado ao PSOL. Suas postagens nas redes sociais somam clichês do esquerdismo e do direitismo mais rombudos. Um membro de sua família afirma que teve um surto mental. Não há nenhuma evidência, até agora, de um atentado político. É um alento em meio a tanta coisa ruim, de consequências ainda incertas.

Reitero aqui o apelo que fiz ontem no programa "O É da Coisa". Pouco importa de que lado ou em que nicho você esteja na disputa eleitoral em curso, cumpre ter prudência, repudiar o radicalismo, ponderar antes de sair apontando o dedo acusador. Agiram muito mal os que saíram por aí a fazer acusações e a divulgar teorias conspiratórias. Lamento ainda que o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), candidato ao Senado pelo Rio, antes ainda de ter as devidas informações sobre o estado de saúde do pai e a extensão e gravidade das lesões, tenha decretado:

"Ele está mais forte do que nunca, consciente, conversando, bem-humorado. Um recado para esses bandidos que tentaram arruinar a vida de um cara que é um pai de família, que é esperança para todos os brasileiros: vocês acabaram de eleger o presidente, vai ser no primeiro turno".

Não é coisa que se deva dizer. Em primeiro lugar, que se saiba, o "bandido", ou o criminoso, para ficar numa linguagem técnica, é um só. A Polícia Civil de Minas parece ter chegado a um segundo nome. De qualquer modo, não se trata de uma orquestração de adversários de Bolsonaro na disputa. Afirmar que Bolsonaro vai se eleger no primeiro turno horas depois da agressão parece ser aquilo que é: uma exploração indevida do que não deixa de ser um trauma no processo eleitoral.

Mais: circula um vídeo feito na UTI. Com a voz fraca, visivelmente abatido, mas claramente consciente, Bolsonaro envia uma mensagem a seus eleitores, dizendo nunca ter feito mal a ninguém. Sou um homem um tanto inatual, para recorrer a uma palavra da predileção de Nelson Rodrigues. Não me parece razoável que se use um momento como esse para fazer apelos ao eleitorado. Sim, é plausível que o candidato do PSL venha a colher efeitos eleitoralmente positivos. Mas isso pertence à natureza dos eventos. Não é preciso forçar a mão.

Quando se anunciou, em 2009, que Dilma era portadora de um câncer linfático, escrevi que lamentava o fato, expressei meus votos em favor de sua recuperação e fechei a área de comentários para evitar proselitismo. E expressei, então, um desejo: que a já candidata de Lula à Presidência tivesse o bom senso de não usar a doença como instrumento eleitoral. Infelizmente, ela e sua equipe de marketing eleitoral exploraram amplamente a questão. A mensagem nada sutil era a seguinte: quem venceu o câncer vencerá os problemas do Brasil.

Dilma tratou de seu câncer no Sírio-Libanês - Lula fez o mesmo, quando ele também foi diagnosticado com a doença. Censurei explicitamente aqueles que entravam na coluna para vociferar: "Não é petista? Que se trate, então, no SUS! Por que o Sírio?"

Não mudei meus critérios. Critiquei o antipetismo que via no câncer dos petistas uma espécie de castigo justo, quem sabe divino, e fiz o mesmo com o petismo por transformar a doença em moeda eleitoral.

Há matérias que devem ficar acima da exploração política. É minha recomendação a antibolsonaristas, a bolsonaristas e aos Bolsonaros.

O arquivo do meus artigos está à disposição. Essa é a minha postura. E não vou mudar.
Herculano
07/09/2018 10:59
BOLSONARO E CIA. TRANSFORMAM UTI UM PALANQUE, por Josias de Souza

Com a campanha presidencial a pino, juntam-se três Bolsonaros - o pai e um par de filhos - um sujeito em trajes médicos, um Magno Malta evocando Deus, uma câmera de celular e uma saudação eleitoral. Quando todos esperam que chamem isso de comício, descobre-se que está escrito na porta: UTI.

O slogan de Bolsonaro é "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos." O Todo-Poderoso, como se sabe, está em toda parte. Mas o capitão parece decidido a provar que Ele não é full time.

Nas ruas de Juiz de Fora (MG), embora contasse com a proteção de 21 agentes federais e meia centena de policiais, Bolsonaro transgrediu os protocolos de segurança. Levou uma facada. E o agressor: "Quem mandou foi Deus".

Operado, Bolsonaro ignorou os riscos, transformando a UTI em palanque. E Magno Malta: "...vamos falar com Deus."

Quanto retomar o expediente, Deus talvez recorde a Bolsonaro que o último que confundiu ambiente hospitalar com cenário político foi Tancredo Neves. Deu no que está dando.
Herculano
07/09/2018 10:54
O óDIO POR TRÁS DO DISCURSO DE TOLERÂNCIA DA ESQUERDA: O CASO DE TICO SANTA CRUZ, por Rodrigo Constantino, na Gazeta do Povo, Curitiba PR

Em vários artigos, já apontei para a hipocrisia ou incoerência de boa parte da esquerda "progressista", que fala em nome do amor, da tolerância e da diversidade enquanto destila ódio, preconceito e intolerância em cada ação. São, na melhor das hipóteses, vítimas de autoengano, que precisam se convencer de sua bondade por excesso de repetição, ou canalhas que mentem deliberadamente, na mais provável delas.

Ainda que exista material farto dessas contradições, a ponto de uma página nas redes sociais existir só para expo-las (?"dio do Bem), é raro um caso de confissão explícita. Foi o que aconteceu com o músico Tico Santa Cruz, figura caricata da esquerda brasileira, defensor do indefensável PT.

Tico não é levado a sério por mais ninguém sério, mas ainda assim tem sua turba de seguidores, gente que se espelha nele de alguma forma (pobres pais). E num surto de sincericídio, eis que o rebelde "artista" confessou os reais desejos que habitam aquele coração "puro". Seguem alguns trechos:

Existe uma parte de mim que tem muito ódio. Não é esse ódio que se fomenta em ataques de redes sociais, é um ódio destruidor. Um ódio que se assumido não pouparia vidas, talvez tivesse até um certo prazer em acabar com elas. Uma parte de mim que não sentiria remorso nenhum em cometer covardias e ataques que causassem estragos definitivos. 

Esse monstro que existe dentro de mim, fantasia cenas dantescas. Massacres, coisas que fariam essas pessoas que aplaudem ditadores e torturadores parecerem palhacinhos de circo. Fui criado no meio de conflitos graves. Brigas que incessantemente me faziam questionar qual o propósito de estar vivo. Cresci ouvindo gritos, presenciando violência, vivenciando intolerância. 

Mas a minha melhor parte prevaleceu. Porque foi trabalhada, foi estimulada, encontrou um objetivo de vida, amigos, filhos, amor. E durante muitos anos foi se tornando a parte dominante da minha personalidade. A terapia me ajudou muito a trazer à tona os sentimentos positivos, a perceber que neles poderia encontrar caminhos para viver uma vida mais bonita, mais sensível, poética, artística, política, socialmente afetuosa.

É claro que em muitos momentos minha porção ódio, violência, busca brechas para dar as caras e algumas vezes conseguiu colocar os braços para fora. E como me envergonho desses episódios. Mas não posso fazer um movimento de negação da existência desse sentimento! Para controlá-lo é preciso identificar o impulso e ter força para que ele não me controle. Com o tempo fui desenvolvendo essa relação e amadurecendo minhas escolhas. 

Tem dias que sinto vontade de ter uma metralhadora e sair descarregando toda minha raiva nas pessoas que pregam esse sentimento descabido, ódio contra ódio. Como seria? Degolar quem prega violência, torturar quem prega tortura, tipo - colocar um balde com um rato dentro, amarrar o balde na bunda dessa gente odiosa e esquentar o balde até que o rato entrasse em desespero e fosse com os dentes arregaçando a única saída que teria para escapar de ser queimado. Já imaginei colocar carro bomba em frente ao congresso nacional, comprar uma dúzia de armas e invadir uma sessão dessas onde eles votam por seus próprios privilégios e apertar o gatilho sem dó, principalmente nos hipócritas e falso moralistas! Pegar candidato fascista, trancar num quarto e arrancar as unhas dos pés, os dentes com alicates e depois jogar o corpo aos porcos. Tudo isso passa pela minha cabeça, mas eu olho pra minha vida, para o que construí, para meus filhos, para minha família e sinto o quanto é mais proveitoso ser um ser humano que se dedica em construir um lugar onde eles e todas as pessoas possam viver em harmonia, mesmo com todas as diferenças. 

De todos os meus desejos mais insanos, o que me dá mais vontade de colocar em prática é o de encontrar essa gente que entra na minha página para me ofender, me difamar, e com minhas próprias mãos cortar um dedo de cada vez para que nunca mais na vida pudessem digitar nada!

Quanta ternura! Quem quiser acreditar que o músico realmente domesticou seu ódio é livre para tanto, mas eu recomendaria cautela - e certa distância. Nunca se sabe quando esse "outro lado" pode vir à tona, dominar o outro mais fraternal, e colocar em prática tantos desejos sombrios.

O esquerdismo radical realmente parece ser uma doença mental, como o Dr. Rossiter apontou. Leandro Ruschel comentou sobre a verborragia do cantor: "Como quase todo esquerdista, esse sujeito tem sério problemas mentais. Ele precisa claramente de um tratamento. Além disso, demonstra que oferece riscos para a sociedade". Imaginar alguém como Tico Santa Cruz possuindo armas é um argumento excelente para algum tipo de controle estatal, especialmente na hora do teste psicotécnico. Nem todos deveriam ter a liberdade para comprar uma arma, isso está claro.

Em sua conclusão, depois de expor tanto ódio "contido" em seu coração, Tico tranquiliza a todos com uma mensagem de amor: "Nesse momento, expondo essa parte podre com a qual fiz contato hoje, posso dormir ciente de que quem comanda sou eu. E sendo assim prevalecerá em mim o que tenho de melhor, a empatia, a compaixão, o respeito pelo próximo. Só tenho a agradecer aqueles que me ajudaram a encontrar o auto-conhecimento. Porque motivos não me faltariam para colocar em prática toda a crueldade e a violência que vivi e aprendi. Que bom que aqui dentro de mim, até hoje venceu o afeto".

Percebe-se. Podemos apenas imaginar como ele seria se o "outro" lado tivesse vencido. Pensando bem, melhor nem imaginar. Teria que ser um eleitor de Lula, um defensor de Maduro! A catarse pode significar, claro, que ele mantém todos esses desejos apenas na fantasia, e consegue de fato recalca-los, até mesmo usando sua "arte" para tanto. A perversidade está em quem sai da fantasia e parte ao ato. Mas é bom atentar para sua última frase: até hoje venceu o afeto. Até hoje. E amanhã?

PS: Não tenho vontade alguma, nem na fantasia, de colocar Tico num quarto com ratos ou arrancar seus dedos por ele defender o comunismo. Meu sincero desejo é que ele procure ajuda profissional e realmente consiga se libertar de vez desse ódio todo alojado em sua alma. A esperança é a última que morre, e como o Padre Brown, penso que a maioria é passível de salvação, desde que honestamente arrependido de seus pecados."
Herculano
07/09/2018 10:46
BOLSONARO NO FACEBOOK

Conteúdo de O Antagonista. Depois do atentado, a Jair Bolsonaro só sobrou o Facebook.

Um cirurgião hepático da Rede D'Or disse para O Globo que ele não vai mais poder fazer campanha nas ruas:

"Bolsonaro tem uma laparotomia, uma incisão no abdômen. A orientação que damos aos pacientes com esta condição é que fique pelo menos dois meses sem atividade física intensa, como a que realizava no momento em que foi atacado."
Herculano
07/09/2018 10:38
"VIOLÊNCIA GERA VIOLÊNCIA"

Jair Bolsonaro deve disparar nas pesquisas.

Segundo a Folha de S. Paulo, "seus rivais admitem que haverá comoção num primeiro momento, mas dizem que, passado o impacto inicial, será possível reposicionar o debate na linha de violência gera violência".

Jair Bolsonaro será responsabilizado pela facada que ele próprio recebeu.
Herculano
07/09/2018 08:32
SEJA QUEM FOR, SEMPRE VAI PARA O EINSTEIN, JÁ OS ELEITORES...

O filho de Jair Bolsonaro, Flavio Bolsonaro, confirmou esta manhã que o candidato à Presidência pelo PSL vai ser transferido para o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.
Herculano
07/09/2018 08:30
O BRASIL SE AFOGA EM UM MAR DE BÍLIS, por Clóvis Rossi, no jornal folha de S. Paulo

Negociação e diálogo são os únicos meios para o país começar a sair do buraco em que caiu

Do jeito que vão as coisas, o Brasil vai acabar se afogando em um mar de bílis. O ataque a Jair Bolsonaro é a mais recente - e talvez a mais grave evidência?" de que o ódio impregnou de tal maneira partes substanciais da sociedade que qualquer hipótese de conciliação se torna perto de impossível.

Não é porque Bolsonaro foi a vítima que deixa de ser também responsável por essa maré montante de ódio. Quem, como ele, sugere "metralhar" petistas está semeando a intolerância. Não estou dizendo que haja uma relação de causa e efeito entre a frase do candidato e o ataque a ele. Seria estúpido dizer que a culpa pelo atentado é da vítima.

Não é isso. O que existe é um ambiente de radicalização horroroso pelo qual todos os partidos são de alguma forma responsáveis.

Pode até ser que o criminoso não tenha sido movido pela política (o fato de ter sido militante do PSOL entre 2007 e 2014, não quer dizer que o partido é responsável).

Pode ter sido um ato insano, mas é óbvio que o ambiente de ódio de que o Brasil foi se impregnando mais e mais aplaina o caminho para insanidades.

O que assusta, nesse ambiente, é que se abandona a evidência de que a política não pode ser feita com o fígado, o que é de uma obviedade imensa, mas perdida no caminho. Não há outro meio para pelo menos começar a sair do buraco em que o país caiu a não ser a negociação e o diálogo.

Dois fatos para demonstrar essa necessidade: primeiro, a reforma da Previdência, que a maioria considera indispensável, embora haja discordâncias sobre a maneira de fazê-la. Se líderes autocráticos como Vladimir Putin e Daniel Ortega não conseguiram fazer as reformas que anunciaram, como é que a democracia brasileira a fará sem um diálogo franco, honesto e desarmado?

Segundo, não há no Brasil uma maioria política capaz de impor suas posições. Basta lembrar que nem mesmo no segundo turno das eleições mais recentes (2002, 2006, 2010 e 2014) houve maioria absoluta do eleitorado a favor do presidente afinal eleito.

Houve apenas maioria absoluta dos votos válidos, o que está longe de representar a maioria do eleitorado.

Logo ou há diálogo e negociação entre as parcelas majoritária e minoritárias ou o mar de bílis se transformará em um tsunami.
Herculano
07/09/2018 08:27
HOJE É SETE DE SETEMBRO, DIA DA INDEPENDÊNCIA. FOI EM 1822

Um comercial do Bradesco, hoje esclarece mais essa história que não se conta nas escolas quando o assunto é levado à decoreba

Muita gente não sabe, mas foi no dia 2 de setembro de 1822 que nos tornamos oficialmente separados de Portugal, e graças a uma mulher: Maria Leopoldina. Foi ela a responsável pelo decreto que fez do Brasil um país independente!
Herculano
07/09/2018 08:23
ALCKMIN CULPOU MARQUETEIROS, SEGUNDO O GOVERNO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta sexta-feira nos jornais brasileiros

A primeira reação do candidato Geraldo Alckmin (PSDB), após a dura resposta do presidente Michel Temer às suas críticas, segundo fontes do Planalto, foi enviar interlocutores para informar o presidente de que a ideia de atacar o governo foi dos seus marqueteiros, e não dele. E que o prefeito de Salvador teria ficado de "acalmar" o presidente. ACM Neto (DEM) negou: "Isso não merece nenhum comentário ou resposta."

NETO: 'É INTRIGA'
O prefeito de Salvador acha "inaceitável o anonimato da fonte que quer fazer apenas intrigas e espalhar mentiras".

FOI INSUPORTÁVEL
Temer já esperava as críticas, os jornais indicavam isso, mas ficou chocado ao ouvi-las do próprio Alckmin, na propaganda eleitoral.

PALAVRÃO PRESIDENCIAL
Como raramente acontece, o comedido Temer perdeu a paciência, soltou um palavrão e convocou a assessoria. "Vou responder a isso".

DINHEIRO NÃO FALTOU
"Atendi esse sujeito em tudo, até os R$150 milhões que ele pediu para o Rodoanel!", exclamou Michel Temer, incrédulo.

AUTOR DE ATAQUE A BOLSONARO É ATIVISTA DE ESQUERDA
Adelio Bispo de Oliveira, autor confesso do atentado a facada contra o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) é um ativista de esquerda, que foi filiado ao PSOL entre 2007 e 2014. Em seu perfil no Facebook, Adelio lista as preferências: Lula, MST, PSOL, PSTU, Gleisi Hoffmann, sindicatos e páginas como "Marxismo-Leninismo" e "Coração Vermelho à Esquerda" e as seccionais regionais de movimentos e associações.

QUASE A TOTALIDADE
As preferências de Adelio Bispo de Oliveira estão expostas em mais de 200 páginas no Facebook com algum alinhamento esquerdista.

MILITANTE LULISTA
Em suas fotos pessoais, Adelio de Oliveira aparece em manifestação no Rio de Janeiro a favor de Lula ("LulaLivre") e contra Michel Temer.

SEM NEXO
Estranhamente, entre as centenas de páginas de esquerda, também constam uma página do PSDB e páginas do partido Rede.

FACADA NO PÉ
O porralouca que tentou matar Jair Bolsonaro pode ter oferecido ao candidato uma chance real de vitória. O crime político pode influenciar inclusive a definição dos votos dos quase 30% de eleitores indecisos.

BANDIDO É UM 'CASE'
Adelio, o bandido, representa o que Bolsonaro sempre criticou: estava solto, apesar das "passagens" pela polícia por lesão corporal, além do histórico de ameaças e agressões citados por seus familiares.

JANAÍNA ABALADA
"Eu brigo muito com ele, mas gosto muito dele", afirmou emocionada a jurista Janaína Paschoal, no final da tarde desta quinta (6), em São Paulo, referindo-se a Jair Bolsonaro. Ela estava muito abalada.

CALMA, PESSOAL
O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), do staff de Bolsonaro, está muito preocupado com a reação dos bolsonaristas. Passou um tempão, ontem, apelando ao bom senso nas redes sociais e em entrevistas.

O QUE É ISSO, DOUTOR?
Chamou atenção a brutalidade do ataque a Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, mas também causou espanto a foto do médico da Santa Casa realizando procedimento no candidato? sem luvas cirúrgicas.

E OS HUMANOS DIREITOS?
À notícia da tentativa de assassinato de Jair Bolsonaro, durante sua visita a Juiz de Fora, seguiram-se gargalhadas macabras nas dependências do Ministério de Direitos Humanos.

ALGUNS MINUTOS
Ao contrário de 2014, quando candidatos suspenderam atividades por três dias após morte de Eduardo Campos, desta vez a campanha só parou pelo tempo de os candidatos rabiscarem notas de solidariedade.

JAIR NAS REDES
O atentado contra Jair dominou as redes em todo o mundo, nesta quinta (6), segundo estudo da FGV/DAPP. Em 2h o tópico estava nos Trending Topics de 12 países, incluindo EUA, Reino Unido e Espanha.

PENSANDO BEM...
...a facada em Jair Bolsonaro vai acabar se transformando numa estocada nas campanhas adversárias.
Herculano
07/09/2018 08:15
A LUTA CONTRA OS LADRõES ROUBOU A POLÍTICA. DEVOLVAM!, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Caminhamos para uma eleição em que o político foi escolhido como inimigo

Caminhamos para uma eleição em que o político foi escolhido por parcela das nossas elites - inclusive as intelectuais, nas quais incluo o jornalismo - como inimigo do povo. Mas e o povo? Escolheu o quê? A série de entrevistas do Jornal Nacional com candidatos à Presidência foi um emblema do espírito do tempo.
Na escala das máculas morais, uma triunfava sobre todas as outras: as alianças. Ter aliados era a evidência de que o interrogado condescendia com lambança.

Ora, haver inquéritos, denúncias, processos e condenações contra homens públicos, de praticamente todos os partidos, é, em princípio, evidência de que os órgãos encarregados de investigar e punir desmandos estão em ação e de que a Justiça lhes dá suporte. É bem verdade que o combate à corrupção pode ser de tal sorte marcado por ilegalidades que o "Primeiro Vilão" da narrativa acaba se convertendo
no preferido do povo.

E, nesse caso, por favor!, resistam à tentação de tentar mudar de povo. Seria mais conveniente tentar educar as elites. Fala-se aqui em defesa da política.

A minha pergunta permanente a quem se propõe a liderar um amplo arco de alianças é esta: "Com que
finalidade?" Sei por que FHC foi buscar o PFL. Sei por que Lula atraiu o centrão. Mas não saberia dizer por que Dilma formou um dia uma maioria. Ela queria o quê?

A minha pergunta permanente a quem se oferece como o guerreiro solitário é esta: "Como pretende governar sem o Congresso?" Até onde alcanço a ciência política, até onde a história instrui, até onde o passado é eloquente, a solidão do demiurgo é que conduz ao descaminho do populismo ou do autoritarismo. A regra vale para o ogro e para o rei-filósofo. Conhecemos um, não outro, e ambos não prestam.

O reacionarismo "naïf" de Jair Bolsonaro, que provoca a indignação compreensível, mas também ingênua e contraproducente, da imprensa, é infinitamente menos importante do que o fato de ele estar sozinho em sua empreitada. É um erro imaginar que o pouco apreço pelos direitos humanos está para Bolsonaro como as alianças estão para os políticos ditos "tradicionais". Tal consideração é expressão de analfabetismo político.

Sim! Políticos fazem besteira. Aqui e no mundo. Eles também mentem. Uns mais, outros menos. Há casos em que se trata de safadeza, má-fé, trapaça. E há a mentira benigna, no sentido de "sem gravidade", como benigna pode ser uma doença: idealmente, não deveria estar lá, mas está. Não compromete a viabilidade do organismo que a abriga. Em alguns casos, uma existe porque o outro está vivo.

Sempre que um político abre mão da sua convicção em nome de uma solução intermediária, já que o ótimo não pode ser inimigo do bom, está mentindo um pouco. Ainda bem! Ou não haveria política, e nos degradaríamos na luta entre gangues avessas a qualquer forma de diálogo e concessão. A política é sinônimo da escolha do mal menor e um dos caminhos da virtude, como na "Ética a Nicômaco", de Aristóteles.

É preciso apelar explicitamente a livros quando se volta a falar em queimar livros. É preciso falar de livros no país que fez do Museu Nacional a pira de sua condenação ao atraso. A depender do que aconteça em outubro, vamos provar ao mundo que queimamos o futuro com ainda mais desassombro do que queimamos o passado.

Fascistas de esquerda e de direita não gostam dessa conversa. Eles só acreditam em disrupção. Uns querem a revolucionária; outros, a reacionária. Uns nos convidam a romper o pacto de civilidade em nome dos amanhãs sorridentes; outros, em nome do país "grande de novo". Os fascistas de esquerda estão certos de que podem controlar a história rumo ao futuro da igualdade e da justiça ?" desde que esmaguem seus inimigos de classe. Os de direita estão convictos de que é preciso resgatar a ordem passada, solapada pela insolência de seus inimigos naturais.

"E você, Reinaldo?" Eu aposto na política e sua indeterminação. "Mas e a corrupção?" A faxina serve ao nosso conforto e sanidade física e moral. Mas a casa não existe para ser faxinada. Sua razão de ser é nos abrigar. Com nossas imperfeições.
Herculano
07/09/2018 08:11
SENRENIDADE

DE Ricardo Noblat, de Veja, no twitter
Até aqui, o país está reagindo com serenidade e bom senso ao atentado contra o deputado Jair Bolsonaro. As vozes mais importantes manifestam solidariedade a Bolsonaro, deploram a violência e defendem a democracia. Que assim seja.
Herculano
07/09/2018 08:02
A VERDADE QUE TODOS CAMUFLAM, FINGINDO-SE DE VÍTIMAS: Bolsonaro radicalizou a campanha, o PT e os seus com o PCdoB radicalizaram a campanha, o PSOL radicalizou a campanha, o PSTU radicalizou a campanha. Eles emularam doidos, os radicais, os que não aceitam outro resultado que não os que eles têm como meta, o poder e de lá, sem diálogo, sem respeito à lei, demonizando as instituições como o judiciário, ministério público e até a imprensa, praticarem o que a lei não permite...

Pior, que alguns fazem isso até em nome de Deus. Inclusive o que agrediu covardemente Bolsonaro.
Herculano
07/09/2018 07:58
SEM CONTER O RADICALISMO, PAÍS DESCERÁ METROS FINAI ATÉ A BARBÁRIE, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Ataque a Bolsonaro abre dois caminhos: uma barreira de contenção e um precipício

O processo democrático rola ladeira abaixo com o atentado a Jair Bolsonaro (PSL). O ataque a faca ao candidato cristaliza o ambiente radicalizado que domina o país e confere traços primitivos à disputa política. Há dois caminhos no fim dessa descida: uma barreira de contenção e um precipício.

O acirramento do debate eleitoral produziu um estado de anomalia em que um cidadão julgou ser legítima a tentativa de eliminar com violência um adversário. A polarização política, nutrida por anos, abriu espaço para a convicção absurda de que a força poderia ser usada para calar alguém que pensa diferente.

Pouco importa agora se Bolsonaro tem posições radicais ou se é intolerante; ou se o autor do atentado tem problemas psicológicos. A arena política saiu do controle. Cabe aos protagonistas dessa cena a tarefa de domar o monstro - ainda que nenhum deles queira ou deva assumir sozinho sua paternidade.

Se o ataque não servir para que os líderes percebam que a radicalização precisa ser contida, e não alimentada em troca de benefícios eleitorais, desceremos os últimos metros rumo à barbárie absoluta.

Dilma Rousseff, que viu de perto a ebulição desse processo, resolveu mergulhar no abismo: "O ódio, quando se planta, você colhe tempestade". Sem um repúdio veemente, a ex-presidente se absteve de participar de um debate político razoável.

O freio do carro desgovernado também repousa sob os pés do time de Bolsonaro. Por descuido ou vontade, três de seus principais aliados pisaram no acelerador. O vice Hamilton Mourão, o senador Magno Malta e o advogado Gustavo Bebianno ameaçaram instigar divisões. "Agora é guerra", disse o último.

Alguém acha aceitável que a eleição se transforme em batalha campal? Ainda que Bolsonaro soe antidemocrático para uma parcela significativa do eleitorado, ele tem direito de participar da disputa e defender suas plataformas - não só porque muitos o apoiam, mas porque não há outra forma de democracia.
LEO
06/09/2018 21:31
FOI UMA PENA O INCÊNDIO NO MUSEU NACIONAL,NO RIO DE JANEIRO. MAIS DOIS MUSEUS DE BRASÍLIA QUE PODERIAM PEGAR FOGO , E QUEIMAR 540 MÚMIAS E 81 DINOSSAUROS.QUE NÃO IRIAM FAZER FALTA. NÃO VAMOS REELEGER CORRUPTOS.
Herculano
06/09/2018 19:31
QUEM É ADELIO BISPO, AUTOR DA FACADA EM JAIR BOLSONARO?

Adelio Bispo de Oliveira se posiciona como apoiador do movimento Lula Livre; ele se posiciona contra Bolsonaro e Alckmin na internet

Texto de Giorgio Dal Moli, no site Gazeta do Povo Curitiba. A Polícia Federal identificou o autor da facada em Jair Bolsonaro (PSL)?como Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos, morador de?Montes Clarinhos (MG). Ele foi imediatamente preso pelos policiais que faziam a segurança do presidenciável.

Após ser levado à delegacia, Adelio Bispo confessou o crime e teria afirmado, na hora em que era conduzido pelos policiais, estar cumprindo uma "ordem de Deus", segundo Luis Boundens, presidente da Federação dos Agentes da Polícia Federal, a Fenapef.

"Os colegas disseram que ele imediatamente começou a dizer que estava em missão divina, o que levou o pessoal a duvidar da integridade psicológica dele", disse Boudens.

A Gazeta do Povo conseguiu o contato de um ex-advogado de Adelio Bispo em um processo trabalhista. "Aparentemente era uma pessoa normal", disse. Familiares do suspeito, contudo, relataram à imprensa de?Minas Gerais que Oliveira era uma pessoa com 'distúrbios psicológicos'.

Segundo o advogado, o autor da facada em Bolsonaro trabalhou por oito meses em Camboriú (SC)? em uma empresa do ramo de construção e empreendimentos imobiliários, mas a execução do processo ocorre em Montes Claros (MG). Há outros processos registrados em nome de Adelio, também ligados à área de construção civil.

Filiação partidária

A reportagem consultou a lista de filiados ao PSOL de Minas Gerais. A?informação é que Adelio Bispo de Oliveira foi filiado ao partido em Uberaba (MG) de 2007 a 2014, conforme relação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na lista do PDT?de?Minas Gerais há ainda o registro de nome de?Jose Adelio Bispo de Oliveira, filiado desde 1992.

Na internet, ele é um ferrenho opositor de Bolsonaro e aliados, como o ator Alexandre Frota. Seu perfil no Facebook já tem ameaças de apoiadores do presidenciável. Ele também ataca na web a chapa de Geraldo Alckmin, chamando a vice do candidato, Ana Amélia, de "ladra de projetos". 

Com uma foto da "Balança da Justiça" em seu perfil do Facebook, Adelio Bispo posta fotos com camisas do movimento Lula Livre , inclusive com fotos ao lado de outros apoiadores do ex-presidente. Ele chega a comentar sobre a "direita maçônica":?

"De novo agrado número 13 para a maçonaria, 13 lojas para fundar um novo oriente. O Grande Oriente do Distrito Federal é subordinado ao grande Oriente do Brasil. Foi criado em 1971. Havia a necessidade e de 13 lojas para fundar um Grande Oriente. O primeiro Grão-Mestre do Distrito Federal foi Celso Clarismundo da Fonseca".

Após esfaquear Bolsonaro, o suspeito sofreu uma tentativa de linchamento pela população e rapidamente preso pela polícia."
Herculano
06/09/2018 19:24
da série: começou a baixaria. Agora é hora de se apurar com inteligência e técnica tudo. Mas, os bolsonaristas, intervencionistas e defensores da ditadura militar insistem em riscar fósforo nesse combustível espalhado...

MOURÃO ACUSA PT POR ATENTADO A BOLSONARO

Conteúdo de O Antagonista. O vice na chapa de Jair Bolsonaro, o general Antonio Hamilton Mourão, falou a Crusoé e acusou diretamente o PT pelo atentado ao candidato em Juiz de Fora.

"Eu não acho, eu tenho certeza: o autor do atentado é do PT", afirmou Mourão ao repórter Eduardo Barretto.

O general disse ainda: "Se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós".
Herculano
06/09/2018 19:20
ACUSADO DE ESFAQUEAR BOLSONARO DISSE CUMPRIR "ORDEM DE DEUS", SEGUNDO POLICIAL

Conteúdo de O Antagonista. Ao ser preso depois de esfaquear Jair Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira teria dito aos policiais que o conduziam estar cumprindo uma "ordem de Deus".

A informação foi passada por Luís Boundens, presidente da Fenapef (Federação dos Agentes da Polícia Federal), a Malu Gaspar, repórter da revista Piauí.

"Os colegas disseram que ele imediatamente começou a dizer que estava em missão divina, o que levou o pessoal a temer pela integridade psicológica dele", declarou Boudens.
Herculano
06/09/2018 19:17
FACADA EM BOLSONARO FERE A DEMOCRACIA, por Josias de Souza

Não é banal a facada desferida contra o presidenciável Jair Bolsonaro num ato de campanha, na cidade de Juiz de Fora. Numa época em que a política brasileira vive a tensão dos radicalismos insensatos, o acontecimento fere a própria democracia. Trata-se de um momento de treva injetado num processo eleitoral que deveria representar um novo alvorecer. O fato produzirá consequências políticas.

A Polícia Federal informou em nota que o agressor foi preso. Não cabe no momento outra providência senão a de apurar com rigor as circunstâncias do crime e punir o criminoso. Mesmo numa democracia debilitada, a melhor resposta para os surtos de radicalismo é mais democracia. Num regime em que as liberdades públicas são plenas, um candidato tem todo o direito de ostentar um discurso virulento sem sofrer atos de violência.

Até aqui, apenas Lula fazia pose de vítima na cena eleitoral. O agressor de Bolsonaro produziu uma segunda vítima no extremo oposto. A um mês das eleições, a novidade tem potencial para influir na campanha. Pode elevar a taxa de intenção de votos de Bolsonaro, estimada pelo Ibope em 22%. Mas também pode estimular o aumento do índice de rejeição do candidato (44%) se a maioria do eleitorado enxergar no episódio uma evidência de que o Brasil precisa se reencontrar com a tolerância.
Herculano
06/09/2018 19:14
UMA MANCHA

O candidato a presidente da República e representante da direita radical, Jair Bolsonaro,PSL, é esfaqueado nos braços de seus apoiadores. Foi nesta sexta-feira à tarde, num ato público de promoção à sua candidatura, no Centro da mineira Juiz de Fora. Bolsonaro, após procedimentos cirúrgicos, segundo os boletins oficiais, está fora de perigo

Esta é a notícia. Doída. Verdade. Exige reflexões. Pede mudanças de comportamento já e urgentes dos candidatos e principalmente dos militantes, de qualquer partido ou colegação

O ato é o produto da miséria na radicalização política e discursos na busca do poder a qualquer preço, onde as ideias valem pouco, e os atos e bravatas falam mais alto, animam e enganam os analfabetos, ignorantes, desinformados e orientam fanáticos nas tramas, enfrentamentos e confrontos.

O resultado do ato de hoje a tarde é fruto do ódio dos que não conseguem compreender que idéias são colocadas para o debate, as críticas e principalmente para transformá-las em resultados para a sociedade num todo.

Quem pregava o armamento da população para ela exatamente se defender de bandidos (e malucos) - mesmo cercado de seguranças e policiais - não teve tempo para reagir a um delinquente, provavelmente sem causa, apesar de já ter sido filiado ao Psol de 2007 a 2014, o atingiu fisicamente, sem chances de reação.

Irônico. Um alerta.

A radicalização não é a solução para a política, os brasileiros e o Brasil, nem irá resolver os graves problemas que devem ser enfrentados por líderes, referendados livremente nas urnas pelos cidadãos brasileiros e num processo eleitoral democrático.

Armar de gente de bem, e o candidato era, também, provou-se não é a solução para diminuir a violência e os suicidas com ou seu causas. Wake up, Brazil!

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