SOBRA DA CARA TAXA DE ÁGUA DO SAMAE DE GASPAR VAI PAGAR ABERTURA E MANUTENÇÃO DE VALAS. VEREADORES SÃO CONTRA - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

SOBRA DA CARA TAXA DE ÁGUA DO SAMAE DE GASPAR VAI PAGAR ABERTURA E MANUTENÇÃO DE VALAS. VEREADORES SÃO CONTRA - Por Herculano Domício

16/08/2018

TAXA DE ÁGUA PAGA VALA I

Está na Câmara de Gaspar mais um daqueles projetos com apenas dados técnicos, feito “com extremo cuidado”, por gente bem sabida. É proposital. É para não chamar a atenção e não “criar” polêmicas. Na verdade, se aprovado, vai transferir parte do dinheiro que os gasparenses pagam ao Samae para receber água tratada em casa. A eventual “sobra” ou “lucro” deveria ser investido na melhoria desse serviço. Entretanto, a prefeitura, quer que esse dinheiro vá para abrir e manter valas na drenagem pluvial. Isso, na verdade, está no orçamento e é obrigação da secretaria de Obras e Serviços Urbanos (e até da secretaria de Agricultura) da prefeitura fazê-los.

TAXA DE ÁGUA PAGA VALA II

A polêmica já se instalou. Coisa muito comum no governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP. É que dois vereadores – um aposentado – Rui Carlos Deschamps, PT e outro da ativa, Cícero Giovani Amaro, PSD, têm suas raízes no Samae. Eles desvendaram à jogada do PLC 03/2018. O PLC apareceu na Câmara no dia 10 de abril, com a marota recomendação de urgência e que já foi quebrada. “Isto é desvio de recursos”, arrisca de forma clara Cícero ao denunciar à manobra do pessoal de Kleber. O prefeito, por culpa só dele e sua turma, está em minoria. Ele sabe que terá dificuldades para aprovação, mas insiste.

TAXA DE ÁGUA PAGA VALA III

Esse PLC quer nos seus artigos e incisos modificados, que o Samae passe a cuidar do sistema pluvial e possa com isso “executar, diretamente ou mediante contratação de serviços, devidamente fiscalizado, obras de implantação, ampliação e remodelagem dos sistemas de micro e macro drenagem pluvial” e até, “realizar, de forma complementar e articulada os estudos, projetos e discussões acerca do Plano Municipal de Macro Drenagens Pluviais e Prevenção de Enchentes”. A pergunta que não quer calar para a justificativa da suposta “sobras" de caixa do Samae de Gaspar: ele estaria cobrando demais dos seus clientes?

TAXA DE ÁGUA PAGA VALA IV

O presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, sinaliza que há na autarquia um superávit de cerca de R$9 milhões, fruto da arrecadação dos serviços de fornecimento de água. Os vereadores, entendem que essa “sobra” de caixa, todavia, já está sendo usada erradamente para comprar máquinas e caminhões. Eles estão à disposição outras ações da prefeitura e não do Samae, que é uma autarquia autônoma e possui objetivos próprios claros. Para eles, essa “sobra”, deveria ir para investimentos à melhoria e ampliação do sistema de produção de água tratada, exatamente para atender o crescimento da cidade e o envelhecimento da rede, como um todo, bem como, criar segurança de abastecimento com novas fontes em mananciais alternativos.

TAXA DE ÁGUA PAGA VALA V

Mais. Os vereadores da oposição (PT, PDT, PSD e o presidente Silvio Cleffi, PSC), de forma óbvia e acertada, defendem antes do “desvio” desses recursos da sua finalidade original, a implantação do sistema de coleta e tratamento de esgoto, que prometido, em dois anos, até agora, nada avançou em Gaspar, apesar de haver inclusive no Samae uma estrutura burocrática e cara na autarquia. Para a vereadora e ex-vice-prefeita, Mariluci Deschamps Rosa, PT, estão escolhendo a prioridade errada e fazendo caixa para a campanha de reeleição, com os “lucros” do Samae para deixar a secretaria de Obras, Agricultura e outras com “mais” dinheiro.

TAXA DE ÁGUA PAGA VALA VI

O governo de Kleber, vem sucessivamente, por má orientação, assessoramento, escolha de prioridades, mas principalmente, por vinganças do seu círculo, arrastando-se em polêmicas, desgastes e erros. Nenhum deles, todavia, foi tão danoso quanto o que pela falta de percepção e completa falta de habilidade política, deu a presidência da Câmara a Silvio Cleffi, PSC. Isso retirou do atual governo a maioria dele no Legislativo, travou o governo e está fazendo-o até recuar de conquistas que já são leis, depois de reconhecidos desgastes para o governo e os vereadores que o apoiam aprová-los. Impressionante! Kleber e seus próximos ainda culpam parte da imprensa, a livre. Outra parte, a que notoriamente não possui influência e audiência, usam-na (e pagam-na) para “esclarecer” o que não se pode ser esclarecido. Ou seja, não convencem ninguém. É divertido, mas, tudo isso, outra vez, com dinheiro dos gasparenses. É como o dinheiro da água tratada e que sendo jogado na vala para manter água ruim. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

De alma lavada. É oficial. O presidente da Assembleia, Aldo Schneider, MDB, não será candidato à reeleição. Os leitores e leitoras desta coluna já sabiam disso desde fevereiro, em repetidas afirmações que eu fiz aqui. O câncer em parte da coluna e suas sequelas, impedem à vontade de Aldo.

Fui desmentido, ironizado e praguejado esse tempo todo pelo cabo eleitoral do candidato em Gaspar, o vereador Ciro André Quintino, MDB. Ele viajava todas as semanas a Florianópolis para estar com Aldo e o staff do gabinete dele e vejam, Ciro não “conseguiu” perceber o que eu, e a maioria dos gasparenses perceberam bem antes dele? Você acredita nisso?

Ciro alimentou por meses na tribuna das sessões semanais da Câmara, mesmo sabendo que isso era algo muito distante, a propaganda e a reafirmação da candidatura à reeleição de Aldo. Compreende-se melhor com isso, como agem a maioria dos políticos: tratam-nos como imbecis, “inimigos”, analfabetos, ignorantes e desinformados o tempo todo. De nós, só votos e dinheiro para sustenta-los em tudo

Como funciona a campanha no mundo evangélico. O suplente de vereador, José Ademir de Moura, PSC, e que está no lugar de José Hilário Melato, PP, discursava na Câmara de Gaspar. Enrolado como sempre, confundindo assuntos, declarou voto a um candidato do governo do estado.

E completou: “já recebi uma ligação e orientação de como pregar em favor dos nossos”. Ou seja, para a igreja, o púlpito não é bem de Deus e da Bíblia como mentem, mas dos interesses políticos e de poder. Meu Deus!

Esvaziada. Na terça-feira, deixaram antes do fim da única sessão semanal, justificando-se, o presidente, Sílvio Cleffi, PSC, o líder do governo, Francisco Hostins Júnior, MDB, e Evandro Carlos Andrietti, MDB.

Quando tinha oportunidade para se expressar, o governo que reclama que seu tempo está sendo tragado por outros debates na Câmara, e até, pede modificação no Regimento Interno, não o usa. Então...

Apagão na tecnologia cara e paga pelo cidadão. Na terça-feira, o sistema eletrônico da Câmara pifou. Foi tudo como era antes: voto em pé e sentado.

Uma boa sacada em favor de Gaspar. A cervejaria do Belchior criou um selo mote para a Oktoberfest de Blumenau: “Das Bier harmoniza com Gaspar”. Basta lembrar que no Belchior Alto, e bem perto da cervejaria, há o Clube Harmonia...

 

Edição 1864

Comentários

mariam edin
28/02/2019 07:26
Entre em contato com ALLIANCEHACKERS999@GMAIL.COM para todos os tipos de trabalho de hackers
 os hackers sempre profissionais na Europa, África e Ásia estão 100% garantidos sem qualquer sinal de penetração rastreável quando o software está totalmente instalado. cuidado para invadir qualquer um dos seguintes serviços?
-Alteração de notas universitárias
contas bancárias hackear
Excluir o hack criminal
-Facebook hackear
-Twitter hack ... um
- Hackear contas de e-mail
-Grade hack muda -Website
hackeado
servidor travou.
Hack do Skype
bancos de dados hack
-Word imprensa blogs Hack
Hack de computador -Individual ..
- Dispositivos de controle cortam remotamente
-Burner Pagando Hack
Contas Paypal confirmadas
Hacking -Toda conta de mídia social
-Android e iPhone Hack
De interceptação de mensagem de texto
- Mecanismo de audição de e-mail
- Cartão de Crédito para Transações Online Gratuitas
- Venda de cartão ATM em branco e cartão de crédito
IP não detectável, etc.
Entre em contato com ALLIANCEHACKERS999@GMAIL.COM ou envie uma mensagem what_sapp +1 (386) 601 3386 para dúvidas.
E você não vai se arrepender TRABALHANDO COM ALIANÇA HACKER
Herculano
19/08/2018 19:17
"FAKE ONU"

Conteúdo de O Antagonista. Carlos Alberto Sardenberg desmascarou o embuste da ONU, em que dois coleguinhas do advogado australiano de Lula apresentaram um relatório fake recomendando a candidatura fake do presidiário.

Leia aqui:

"Fake News não são apenas mentiras deslavadas. Quer dizer, muitas são, mas facilmente desmentidas. As que produzem efeitos fortes são as fake mais elaboradas, com base em algumas verdades e muitas distorções (...).

O comunicado é do Comitê de Direitos Humanos, um órgão formado por 18 'especialistas' independentes - acadêmicos em geral - e que não tem nenhum poder decisório ou mandatório (...).

Esse comunicado não foi divulgado oficialmente, mas saiu em matéria da BBC, na última sexta-feira. Um vazamento.

Depois, saiu uma nota do Escritório de Direitos Humanos, no site oficial da ONU, com o título 'Information note' sobre o Comitê de Direitos Humanos. Ali se explica que não se deve confundir o Comitê com o Conselho de Direitos Humanos ?" este um órgão de alto nível, formado por representantes (diplomatas) de 47 países e que se reporta à Assembleia Geral da Nações Unidas, o órgão máximo da entidade. E este Conselho não decidiu absolutamente nada sobre esse caso.

Vai daí que são fake todas as notícias do tipo: ONU manda, determina, exige que Lula participe da eleição; Conselho da ONU decide a favor de Lula, (forçando uma confusão do Comitê com o Conselho, por ignorância ou má fé); decisão do Comitê é obrigatória (...).

A função do Comitê é supervisionar o cumprimento dos direitos humanos previstos nos diversos tratados patrocinados pela ONU.

E em nenhum desses tratados está escrito que cumprir pena depois da segunda instância é uma violação de direitos humanos. Reparem: nenhum tratado internacional condena a execução da pena em segunda instância. Nem em primeira instância - como ocorre em grande parte dos países, assunto que nunca mereceu a atenção do Comitê de Direitos Humanos da ONU."
Herculano
19/08/2018 18:07
O VELóRIO DE ALDO SCHNEIDER SERÁ ABERTO AGORA A NOITE EM IBIRAMA

O corpo do presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Aldo Schneider, MDB, segue de Balneário Camboriú, onde morreu, para Ibirama.Lá, o político será velado a partir das 21 horas deste domingo na Igreja Matriz de Ibirama, no Centro da cidade. Na segunda-feira, retorna para Balneário Camboriú, onde será cremado em ato privado para a família.
Herculano
19/08/2018 16:24
SUPLENTE MANOEL MOTTA VAI SER EFETIVADO COMO DEPUTADO DO MDB

Com o falecimento do deputado Aldo Schneider assumirá cadeira na Assembleia Legislativa o terceiro suplente da coligação liderada pelo MDB, Manoel Motta. Ele está fora do legislativo desde abril, quando os deputados que eram secretários de Estado retornaram as suas cadeiras.

O segundo suplente, Fernando Coruja, hoje no Podemos, será efetivado como titular.

A nova Mesa Diretora da Assembleia Legislativa passará a ser presidida pelo deputado Silvio Dreveck, atual interino, do PP. De acordo com o regimento não haverá necessidade de uma nova eleição.

Dreveck foi eleito presidente em fevereiro de 2017, tendo exercido o cargo até fevereiro de 2018. Renunciou para cumprir acordo com Aldo Schneider, de rodizio no comando do legislativo.
Herculano
19/08/2018 15:19
MORRE O PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA DE SANTA CATARINA, ALDO SCHNEIDER

Esta é a Nota Oficial da Alesc

Lamentamos informar que o presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, deputado Aldo Schneider (MDB), faleceu nesta tarde (domingo, 19), em Balneário Camboriú. A história de superação de Aldo Schneider é semelhante a de milhares de catarinenses. Ele nasceu e iniciou seus estudos na pequena Agrolândia, no Alto Vale do Itajaí. Perseverante, formou-se em Gestão Empresarial pela UNIASSELVI e ingressou na Secretaria de Estado da Fazenda como Analista da Receita Estadual em 1980. Foi vereador pelo município de Ibirama, tendo como bandeira a emancipação do atual município de Vitor Meireles, onde foi o primeiro prefeito, cargo que voltou a ocupar por mais duas vezes. Foi eleito Deputado Estadual de Santa Catarina com 36.449 votos, em 2010, e reeleito com 58.646 votos em 2014. Na última Legislatura (2014-2018) foi indicado por seus pares para presidir o Parlamento. Essa trajetória, contudo, foi precocemente interrompida depois de longa batalha contra o câncer, diagnosticado em 2017. Período durante o qual lutou com todas as suas forças para trabalhar em prol da sociedade catarinense até o fim. Aldo Schneider deixa a esposa Marita e os filhos Nathali Aline e Bruno Gustavo.
Herculano
19/08/2018 11:57
BRASIL LIDA COM A RUÍNA VENEZUELANA SEM MÉTODO, por Josias de Souza

Há duas semanas, a ministra Rosa Weber, do Supremo, torpedeou uma ordem de um juiz de primeira instância de Roraima. Mandou desbloquear a entrada de refugiados do derretimento econômico e institucional da Venezuela.

Neste sábado, na cidade de Pacaraima, brasileiros enfurecidos atearam fogo em abrigos, barracas e pertences de venezuelanos, obrigando-os a cruzar de volta para o inferno a fronteira que Rosa mandara reabrir. A turba enxotou os refugiados em reação a um assalto violento à casa de um comerciante. Coisa atribuída a quatro venezuelanos.

No despacho em que derrubou a ordem do magistrado de Roraima, Rosa havia empilhado argumentos jurídicos - "A proteção ao refugiado é regra solidamente internalizada no ordenamento jurídico brasileiro" -, ao lado de razões humanitárias - "Fechar as portas" equivaleria a "fechar os olhos" para o drama social que levou 40 mil venezuelanos a se abrigar no Brasil.

A decisão de reabrir as portas foi sensata. Falta agora abrir os olhos das autoridades brasileiras, ainda semicerrados. Há no gerenciamento da crise dos refugiados muito gogó e pouco método.

Há dois meses, em visita a Roraima, Temer desfilou para as câmeras num abrigo de refugiados venezuelanos. Declarou: "Estamos mostrando ao mundo este sentido humanitário que o Brasil traz consigo." Em verdade, o improviso federal e episódios como o surto de ódio deste sábado revelam ao planeta que o amor dedicado pelo Brasil aos seus vizinhos desesperados não é coisa para amadores. Um crime praticado por quatro venezuelanos serve de pretexto para tocar fogo no sonho de centenas. Neste domingo, Temer reúne ministros no Jaburu para rediscutir o exemplo que o Brasil dá ao mundo.

Em nota divulgada neste sábado, o governo de Roraima martelou novamente a tecla que Rosa Weber parecia ter desativado: "A solução para a crise migratória só acontecerá quando o governo federal entender a necessidade de fechar temporariamente a fronteira..."

O texto cobrou providências que Brasília prometera adotar no início do ano. Por exemplo: "Realizar a imediata transferência de imigrantes para outros Estados e assumir sua responsabilidade de fazer o controle de segurança fronteiriça e sanitária".

O governo federal não age, apenas reage. Confrontado com a crise humanitária, faz por pressão o que deixa de realizar por precaução. Temer só esteve em Roraima porque o governo estadual bateu bumbo, exigindo socorro. A engrenagem da União foi mobilizada para atingir três objetivos: fortalecer a presença federal na fronteira, para colocar ordem na chegada; fazer um censo dos venezuelanos; e distribuir os refugiados entre os Estados, tentando aproximá-los de oportunidades de trabalho. A chegada continua desordenada. Não há vestígio dos dados que revelariam o perfil dos refugiados. E a interiorização caminha em ritmo de jabuti tetraplégico.

Durante mais de uma década, sob Lula e Dilma Rousseff, o governo brasileiro bateu palmas para os malucos de Caracas - Chávez e Maduro - dançarem. Nessa época, vigorava em Brasília a diplomacia das empreiteiras, levadas à Venezuela com o dinheiro barato do BNDES. Sobraram os escândalos, o calote no bancão companheiro e a ruína que despeja venezuelanos como detritos no quintal dos países vizinhos.

Lula e Dilma continuam oferecendo demostrações de que são capazes de tudo, menos de dizer meia dúzia de palavras sobre o desastre venezuelano. Sempre que tem oportunidade, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, solidariza-se com o regime de Nicolás Maduro. Quanto aos 40 mil refugiados que escorreram para o Brasil, ainda não se ouviu do PT uma manifestação de solidariedade. E Temer, outra herança do petismo, faz o pior com os refugiados da melhor maneira que pode.
Herculano
19/08/2018 11:52
O BARQUEIRO, O TAXISTA, LULA E ELEIÇÃO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Conversas no Brasil profundo mostram eleitor mais sabido e curioso do que supõem campanhas

O barqueiro que nos leva pelo rio Caraíva acima conta com orgulho o progresso da sua família e de seu vilarejo, à beira de praias lindas e quase desertas, no sul da Bahia.

Para o barco ao lado de improváveis nenúfares, aquelas vitórias-regiazinhas de pinturas de Monet. Fala de microcrédito, da área de preservação ambiental, da reserva extrativista, de eletricidade, de negros e índios na universidade. Fala bem de Lula, algo menos do PT.

O barqueiro não é um tipo "Bolsa Família", o estereótipo do lulista nordestino. Nativo de Caraíva, 41 anos, descendente de negros e pataxós, tem dois barcos a motor, que financiou no microcrédito.

Foi o governo Lula que vitaminou os programas de microcrédito, incentivou cotas, fez o Luz para Todos.

De 2003 a 2013, o rendimento aumentou 80% no Nordeste (ante 55% da média brasileira). Etc. Sabemos dos números, mas bem menos da mudança de mentalidade a respeito do que pode ser um governo, notável em Caraíva, no agreste de Pernambuco ou em um debate na violenta, pobre e niilista zona sul de São Paulo.

O barqueiro foi miserável. "Sabe o pobre? A gente estava para baixo do pobre. Comia peixe e fruta-pão, vivia meio nu. Quando o povo da roça vinha visitar, a gente fazia festa, cantava com eles. Minha irmã menor gritava 'tem farinha!'. Mas não tinha dinheiro para a farinha. Quando dava, a gente trocava por peixe." Lembrança dos anos 1980-1990.

Basta falar um pouco com o povo da região, de Pernambuco à Bahia, para ouvir ideias elaboradas sobre melhorias havidas ou necessárias. Há curiosidade genuína quanto ao que os candidatos têm a dizer da vida comum (até agora, nada).

O taxista de Porto Seguro comenta problemas sociopolíticos de modo circunstanciado. Cita dados de reportagem sobre desigualdade de riqueza, outra sobre um cientista político que prevê nova polarização entre PT e PSDB. Espera votar em Fernando Haddad (PT).

Fala da filha, excelente aluna de escola técnica pública, que vai tentar medicina (o taxista mal começou o ensino médio; o barqueiro mal fez o ensino fundamental). Observa que negros passaram a ir para a faculdade nos anos do PT.

Fala de um amigo que se endividou e vendeu a casinha para pagar o curso privado de medicina para o filho. O taxista está preocupado com as dívidas, o financiamento do carro e da casa, com o custo das tarifas bancárias.

Não foi por acaso o sucesso do plano de Ciro Gomes (PDT) de tirar o povo do SPC. No primeiro debate de candidatos a presidente, esta foi uma rara conversa sobre um assunto imenso e concreto: dívidas.

A dona de uma pousada caseirinha reclama da escola, "muito fraca, não dá para ninguém do povo chegar à faculdade melhor". Vive em Corumbau, vizinha de Caraíva. Quer saber também de posto de saúde, impostos e creche. Não pensou em quem votar, mas pode ser em "qualquer um que fale certo e sem besteira das coisas que contam".

Candidatos e os ditos formadores de opinião discutem estratégias e alianças políticas, se tempo de TV ou redes sociais vão definir o voto, uma ênfase hipertrofiada no meio em detrimento da mensagem.

Mas não dizem a que vieram, sejam a nordestinos com pendor lulista, ao terço que não sabe em quem votar ou aos que sabem, mas podem mudar de ideia, no Acre, em Minas ou no Paraná.

Até agora, é a campanha mais vazia, com exceção talvez daquela dos mentiraços de 2014.
Herculano
19/08/2018 11:49
FATIAMENTO NÃO BLINDA DILMA DA LEI DA FICHA LIMPA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

A "interpretação criativa" que o Senado fez do artigo 52 da Constituição trata da punição automática ao presidente da República cassado por crime de responsabilidade. Com seu "fatiamento", o Senado condenou Dilma, mas não a inabilitou. No entanto, a condenação pelo colegiado de senadores a enquadrou na Ficha Limpa. A lei foi criada em 2010 para impedir candidatos condenados, corruptos notórios e impunes.

CARTA ESTUPRADA
Senadores aliados do PT, desprovidos de pudor, fizeram a manobra que fatiou (ou estuprou, como preferem alguns juristas) a Constituição.

MANOBRA POR DILMA
Doze senadores participaram da "armação" despudorada que livrou Dilma da punição. Dez deles do PMDB de Renan e Michel Temer.

FATIAMENTO NÃO BASTA
As impugnações da candidatura de Dilma em Minas tratam apenas do fatiamento malandro, mas o busílis está na Lei da Ficha Limpa.

FICHA LIMPA INDEPENDENTE
A Ficha Limpa barra candidatos condenados por órgão colegiado e cujas contas foram rejeitadas. Dilma se encaixa nos dois casos.

GOVERNO TRATA MAL E DESCARTA DIPLOMATAS VETERANOS
Duas dezenas de experientes diplomatas estarão de volta a Brasília até o fim do ano, removidos para o "quadro especial", na verdade o "Departamento de Escadas e Corredores (DEC)" ou para a Secretaria de Estado, sem função definida. Na atual gestão, o Itamaraty criou o "Gaoa", sigla de uma solução cruel, localizada no porão do anexo, para onde foram "depositados" diplomatas a poucos anos da aposentadoria. O objetivo é abrir espaço na marra para acomodar novos diplomatas.

SERPENTÁRIO É CRUEL
Com embaixadores demais e postos de menos, o governo promove a humilhação dos veteranos para forçar antecipação de aposentadorias.

A FILA ANDA NO ITAMARATY
De uma canetada, o Itamaraty descartou embaixadores brasileiros em Moscou, Pequim, Berlim, Varsóvia, Bruxelas, Quito, Panamá, Lima...

COMO BOLINHAS DE PAPEL
Descartaram como bolinhas de papel os chefes de embaixadas e consulados de Montevidéu, Canberra, La Paz, San José, Viena, Baku?

TORNEIRO MILIONÁRIO
Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro Lula declarou que seu patrimônio é de R$ 7.987.921,57. Sua profissão, segundo seu próprio pedido de registro da candidatura no TSE, é "torneiro mecânico". Anrã.

FIZERAM O NYT MENTIR
O jornal New York Times teve a dignidade de alterar alusão mentirosa sobre Lula, terça (14), atribuindo sua condenação "exclusivamente" a denúncia de delator. Corrigiu, informando que "não é a única prova".

INCORRIGÍVEL OTIMISTA
Apesar de a intervenção federal vedar mudança na Constituição e do ambiente desértico da Câmara, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), relator da PEC da reforma tributária, aposta na aprovação do texto em 2018.

PALANQUE DE CINEMA
O advogado Paulo Roque chamou um monte de gente para o cinema em Brasília, ontem. E surpreendeu a todos com o lançamento da sua candidatura ao Senado pelo Partido Novo. Com direito a filme, claro.

RECOMENDAÇÃO INóCUA
O general Augusto Heleno definiu a "recomendação" de um comitê Direitos Humanos a favor de Lula como "flagrante desrespeito à soberania nacional". Inócua, faltou dizer.

PR É CAMPEÃO
O PR tem três deputados no "top 10" dos que mais obtiveram ressarcimento de despesas: Edio Lopes, com R$4,33 milhões, Wellington Roberto (R$4,2 milhões) e Gorete Pereira (R$4, milhões).

HERANÇA
O fim do governo Temer deixou uma bomba extra não apenas para o próximo presidente, mas para os brasileiros, uma assessora econômica na diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica por quatro anos.

DATAS IMPORTANTES
A partir do fim da eleição em 7 de outubro, candidatos têm 30 dias para as prestações de contas do primeiro turno. E a data limite para partidos e coligações limparem as ruas de sua propagandas é 6 de novembro.

PENSANDO BEM...
...só o PT acredita que Dilma pode ser candidata este ano, mas Lula, nem o PT.
Herculano
19/08/2018 11:41
ME ENGANA QUE EU GOSTO, por Carlos Brickmann

A informação é dos advogados de Lula, ao registrar sua candidatura à Presidência, no dia 15: seus bens declarados somam R$ 7.987.921,57.

A informação é dos advogados de Lula, em 15 de maio, ao mencionar a quantia congelada cujo desbloqueio imediato solicitavam: R$ 16 milhões.

Claro que esses valores não envolvem o apartamento em Guarujá que não é dele, nem o sítio de Atibaia que não é dele. Mas a dúvida é outra: em que data a defesa de Lula usou o dado certo, do desbloqueio ou do registro?

Mas, para seu eleitor, tudo bem: se Lula entra nas pesquisas, lidera com 31% contra 20% de Bolsonaro. A pesquisa, primeira após o registro dos candidatos, foi feita para a XP Análise Política, ligada à XP Investimentos.

Só que Lula não será candidato - disso o próprio PT sabe, tanto que colocou Haddad de vice sabendo que ele deve sair para presidente no lugar de Lula, e deixou Manuela d'Ávila, do PCdoB, de fora, sabendo que ela deve ser vice. Sem Lula, Bolsonaro lidera com 23%; Marina é a segunda, com 11%. Depois vêm Alckmin (9%), Ciro (8%) e Haddad (7%).

Quando contam ao bem informado eleitor que Haddad é o candidato de Lula, ele passa para 15%. Mas a maioria dos eleitores, 56%, acredita que Lula não será candidato (já 40% acham que ele poderá concorrer). Os eleitores de Haddad são os mais ansiosos para trocar de candidato: 75% acreditam que terão a oportunidade de votar no Lula original e escapar do Lula-fake.

FICA FORA

Metade dos eleitores acha que Lula, condenado em segunda instância e preso, deveria ser proibido de concorrer. E 44% são favoráveis a que ele concorra, apesar da expressa proibição da Lei da Ficha Limpa. Por incrível que pareça, têm a mesma posição de Eduardo Cunha, deputado federal que perdeu o mandato e os direitos políticos e está também preso em Curitiba: declarou que Lula deveria poder concorrer (o que, claro, seria usado pelos advogados de Cunha para pedir que fosse liberado, por equidade).

A HORA DAS PESQUISAS

O Ibope divulga amanhã, segunda-feira, sua primeira pesquisa após o registro. O Datafolha já registrou sua pesquisa no TSE. A campanha começa a esquentar, mas uma definição só virá depois do início da TV.

ERRAR É HUMANO

Engano parecido com o da equipe de Lula ocorreu na declaração de bens da presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, que se candidata a deputada. No caso, o valor de seus bens declarados em 2014 foi diluído pela falta de zeros. Gleisi informa que seu patrimônio total é de R$ 34 mil, incluindo um apartamento de R$ 111,00 e outro de R$ 24.550,00. Um deles, de acordo com a declaração antiga, é avaliado em R$ 1.110.113,16; o outro é de R$ 245.000,00. Errar é humano. E, quando isso contribui para que o patrimônio pareça pequeno, pode até servir para atrair mais votos.

OS MAIS RICOS

De acordo com a declaração de bens de cada um, o candidato mais rico é o engenheiro (e ex-executivo de bancos) João Amoêdo, do Partido Novo. Seus bens somam R$ 425.066.485,46. O segundo é o engenheiro (e ex-executivo de bancos) Henrique Meirelles, do MDB, até recentemente ministro da Fazenda do presidente Michel Temer. Patrimônio declarado de Henrique Meirelles: R$ 377.496.700,70.

Curiosidade: os vices dos dois candidatos mais ricos estão longe de ser pobres, mas seu patrimônio é de cerca de 1% do valor dos bens dos cabeças de chapa.

OS DO MEIO

Seguem-se os outros candidatos, pela ordem de bens declarados: o terceiro mais rico é o escritor João Goulart Filho (PPL), filho do ex-presidente João Goulart, com R$ 8.591.035,79; Lula (PT), que aponta como ocupação "torneiro mecânico", é o quarto candidato mais rico, com R$ R$ 7.987.921,57 ?" ver na nota Me engana que eu gosto os números de declaração anterior, pela qual seria o terceiro mais rico; quinto, Eymael (DC), empresário, com R$ 6.135.114,71; sexto, Álvaro Dias (Pode), R$ 2.889.933,32; sétimo, Jair Bolsonaro (PSL), que apresenta como ocupação declarada "membro das Forças Armadas", com R$ 2.286.779,48; oitavo, Geraldo Alckmin (PSDB), que se apresenta como médico, com R$ 1.379.131,70; Ciro Gomes (PDT), advogado, R$ 1.695.203,15, é o nono; décimo, Marina Silva (Rede), historiadora, R$ 118.835,13.

OS MAIS POBRES

A décima-primeira é Vera Lúcia (PSTU), ocupação declarada "outros", R$ 20.000,00; décimo-segundo, Guilherme Boulos (PSOL), historiador, R$ 15.416,00; décimo-terceiro, deputado Cabo Daciolo (Patriota), nada.

NADA A VER

O patrimônio declarado de cada candidato nada tem a ver com posição nas pesquisas. Se tivesse, Meirelles e Amoêdo estariam ambos no páreo.
Herculano
19/08/2018 11:35
PARTIDOS IGNORAM RENOVAÇÃO E LANÇAM VELHOS CONHECIDOS EM 23 ESTADOS, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Fantasma da renovação não assusta siglas, que apostam em atuais e ex-governadores

Não foi desta vez que o fantasma da renovação assustou os políticos. Em 23 das 27 unidades da federação, governadores ou ex-governadores disputam mais um mandato. No Maranhão, a recordista Roseana Sarney (MDB) quer comandar o estado pela quinta vez.

O quadro deste ano mostra que os caciques locais põem suas fichas em nomes famosos e no poder das máquinas dos governos. Embora a política tradicional esteja em baixa, pode ser mais fácil conquistar votos com os rostos de velhos conhecidos.

A saudade do ex será posta à prova em sete estados, onde haverá embates entre atuais e antigos governadores. No Maranhão, Roseana tenta desbancar Flávio Dino (PC do B). Antonio Anastasia (PSDB) se empenha para voltar a governar Minas contra Fernando Pimentel (PT). Quase 30 anos após deixar o poder em Alagoas, Fernando Collor (PTC) enfrenta Renan Filho (MDB).

Em três estados, ex-governadores disputam o cargo sem a sombra dos atuais mandatários: Anthony Garotinho (PRP), no Rio; Renato Casagrande (PSB), no Espírito Santo; e José Maranhão (MDB), na Paraíba.

Em uma eleição curta, com só 35 dias de propaganda na TV para apresentar ilustres desconhecidos ao público, o recall beneficia os veteranos. Anchieta Júnior (PSDB), por exemplo, lidera em Roraima quatro anos depois de sair do cargo.

Além dele, antigos ou atuais governadores lideram pesquisas em Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará e Tocantins. Até José Ivo Sartori (MDB), cuja popularidade não é das maiores, aparece em primeiro lugar no Rio Grande do Sul.

Pode ser que todos sejam cavalos paraguaios e fiquem pelo caminho quando a campanha engrenar. Mas boa parte dos novos e velhos mandachuvas sai empurrada por grandes siglas, fatias gordas do fundo eleitoral e a força de governos.

Embora a linha de chegada ainda esteja distante, a composição dos páreos não ajuda os azarões. Em muitos estados, a renovação só se dará entre os nomes de sempre.
Herculano
19/08/2018 11:32
RAIVA OU MODERAÇÃO: A BIFURCAÇÃO DO PAÍS, por Bolívar Lamounier, sociólogo, para o jornal O Estado de S. Paulo

A eleição deste ano transcorrerá num clima antipolítico como há muito não víamos

Um fato que chama a atenção na presente conjuntura eleitoral é o grande número de eleitores indecisos ou que falam em anular o voto ou se abster, simplesmente. Estamos em meados de agosto e a proporção dos que se encontram em tal situação é de cerca de 60%, segundo as pesquisas. É razoável admitir que pelo menos 30% manterão tal opção, com o que o porcentual de votos válidos não irá além de 70%. E mais: em todas as camadas sociais, esse amplo contingente de eleitores está permeado por uma atitude de hostilidade às instituições e aos políticos de uma maneira geral. Ou seja, a eleição deste ano transcorrerá num clima antipolítico como há muito não víamos.

As causas principais desse clima são facilmente identificáveis. De um lado, o País vive ainda as sequelas da pior recessão de nossa história; 13 milhões de trabalhadores amargam o desemprego e no mínimo outro tanto já desistiu de procurar trabalho ou se acomodou a ocupações de baixa qualidade e baixa remuneração. Ou seja, o legado do governo Dilma continua forte, projetando sua sombra na esfera político-eleitoral. Do outro lado, a trama finalmente desvendada da corrupção arquitetada por Lula e pelos partidos que a ele se associaram mais estreitamente atingiu uma amplitude inédita, um conluio que nem os mais pessimistas com o Brasil poderiam ter imaginado, envolvendo entre setores do empresariado e a maior parte do espectro partidário. A esses dois fatores é necessário acrescentar o patético comportamento dos dirigentes institucionais do País, que não chegaria a surpreender se estivesse ocorrendo só no Legislativo, mas que se manifesta com a mesma intensidade entre os integrantes dos tribunais superiores. No próprio Supremo Tribunal Federal (STF), os ministros se desentendem com frequência e violam pontos cristalinamente definidos na Constituição e na jurisprudência, deixando a sociedade na iminência de uma grave insegurança jurídica. Mais ainda, enquanto a área econômica do governo faz das tripas coração para manter um mínimo de ordem nas contas públicas, o próprio tribunal, ápice da pirâmide judiciária, dá as costas ao País e aumenta seus vencimentos em 16%, decisão temerária, fadada a provocar um efeito-cascata noutras instituições.

Não há como avaliar o processo eleitoral sem levar em conta o pano de fundo acima esboçado.

A questão central é se a atitude antipolítica a que me referi desembocará num pleito radicalizado, raivoso, irracional, ou, ao contrário, se em algum momento os cidadãos sentirão raiva da própria raiva, encaminhando suas opções individuais para um desfecho mais convergente que divergente. Pelo menos por enquanto, parece inútil tentar responder tal indagação com base no discurso dos candidatos, dados a qualidade apenas mediana dos postulantes e o escasso conteúdo programático dos debates realizados.

A hipótese da convergência requer, portanto, algum otimismo sobre o desenrolar da própria campanha eleitoral. Em condições razoavelmente normais, é plausível supor que mesmo uma situação de tensão, depressão e indiferença possa ser em parte atenuada pelo ciclo eleitoral. Esse é o milagre que o processo democrático às vezes produz. A expectativa de um novo governo e uma nova composição no Legislativo pode, em tese, instilar um novo ânimo na sociedade. Até o momento, não há indícios de que isso esteja acontecendo. É certo que a campanha ainda não começou de verdade e que nenhum dos candidatos possui o que se poderia chamar de carisma (seja qual for o real significado desse termo) positivo, quero dizer, uma capacidade de empolgar os eleitores na justa medida em que lhes aponte um futuro melhor. Jair Bolsonaro, tido como o mais carismático deles, é mais um reflexo das condições de insegurança e raiva disseminadas na sociedade que um líder capaz de as reverter. Lula, na remota hipótese de se tornar elegível, provavelmente produziria o efeito oposto, acirrando ainda mais os ânimos. Se o candidato petista for, como parece, o ex-prefeito Fernando Haddad, sim, teríamos um personagem de perfil moderado - moderado até demais, para o gosto do petismo. Não me arrisco a tentar prever o montante de votos que Lula será capaz de lhe transferir, mas por ora não creio que seja o suficiente para levá-lo ao segundo turno. Ficará, provavelmente, num patamar próximo ao de Marina Silva, com ela compartilhando uma condição minoritária no Congresso, talvez tendo sobre ela melhores condições de conviver com o chamado "presidencialismo de coalizão". Os demais - Ciro Gomes, Álvaro Dias, João Amoêdo e Guilherme Boulos - por certo terão uma função importante como partícipes do debate democrático, mas nada sugere que atinjam índices eleitorais robustos. Se as conjecturas acima estiverem certas, o mais provável, então, é que o segundo turno contraporá Alckmin a Bolsonaro.

Resumindo, fato é que o Brasil, quando mais precisa de candidatos à altura dos desafios já postos sobre a mesa, vive uma entressafra de líderes. A geração que conduziu a luta pela redemocratização em sua maioria já se foi, e uma nova ainda não se delineou, prestes a entrar em cena.

Do que acima se expôs, o que podemos extrair é, portanto, o imperativo de uma metódica sobriedade. Com os dados de que ora dispomos, a única previsão possível é a de que o próximo governo enfrentará difíceis problemas de governabilidade. Com a possível exceção do ex-governador Alckmin, os demais candidatos terão de se virar com uma base congressual exígua, insuficiente até em termos nominais; ou seja, serão governos de minoria. E nada, rigorosamente nada - salvo um súbito estalo de altruísmo -, nos autoriza a imaginar que um Congresso escassamente renovado possa oferecer ao Executivo o nível de colaboração de que ele necessitará para levar avante uma agenda de reformas modernizadoras.
Herculano
19/08/2018 11:28
MINHA PERGUNTA A BOLSONARO E A FÚRIA DA TURBA: FIZ UMA INDAGAÇÃO SOBRE A DÍVIDA INTERNA, NÃO SOBRE A MORTE DE ODETE ROITMAN E SALOMÃO AYALA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

As hostes bolsonaristas nas redes sociais estão furiosas comigo. Só não me chamam de santo. Não que seja estranho. Seus estrategistas, conselheiros e puxa-sacos - entre os quais há jornalistas - estão convencidos de que o caminho rumo à vitória é mesmo a solidão coletiva dos sectários - vale dizer: ele quer se fazer presidente contra os outros candidatos, o que é do jogo; contra os partidos políticos; contra o Congresso e, acima de tudo e de todos, contra "a imprensa", como se esta fosse um monólito sem divergências.

Pertenço à imprensa. Logo, pouco importa o que eu pense, eu também não prestaria por princípio. Seria tucano, peemedebista ou petista - às vezes, uma soma dos três. Logo vão descobrir meu viés psolista. A menos que eu me ajoelhe aos pés daquele a quem chamam "mito", sou inimigo. Bolsonaro é o verdadeiro "Deus vivo" do Cabo Daciolo.

Nota à parte: nesse particular, isso a que se chama "bolsonarismo" não difere em nada do petismo, a despeito das diferenças de origem, valores, ideologia, história etc. Como é sabido, antes mesmo de chegar ao poder, em 2003, Lula deixou claro que todos seriam bem-recebidos em suas hostes desde que fizessem a genuflexão.

Há outras correspondências: a truculência dos bolsonaristas nas redes chega a ser superior à havida no auge da virulência dos petralhas, quando o poder petista parecia mais eterno do que os diamantes. As táticas fascistoides nas redes sociais se igualam. A ligeira diferença está na bibliografia. Os esquerdistas, ainda que mal lidos, leram alguma coisa. A turma de Bolsonaro parece achar que livro é coisa para veadinhos...

Mas por que a fúria comigo? Porque eu fiz ao candidato que ainda lidera as pesquisas - quando Lula não aparece entre os postulantes - uma pergunta simples e clara sobre a relação entre encargos com a dívida pública e o Orçamento. Uma pergunta, convenham, elementar, básica, trivial até. Consegui não estourar o tempo exíguo, o que, no meu caso, é um milagre... Usei 26 segundos dos 30 a que tinha direito. Busquei a clareza máxima. Notem que até evito a terceira pessoa do presente do subjuntivo do verbo "concernir" porque a palavra "concerna" me pareceu na hora pedante, incompreensível ao interlocutor. Troquei por "diga respeito". Reproduzo a minha pergunta por escrito:

"Candidato Jair Bolsonaro, o Orçamento de 2017 foi da ordem de R$ 2,56 trilhões. Perto de 50%, talvez um pouco mais disso, são encargos da dívida: rolagem e uma parte de juros, que o Brasil não paga; o Brasil capitaliza juros, não está pagando. Que resposta o senhor tem para isso, ou isso, na sua opinião, não é um problema que concer...[ QUASE MANDO UM CORRETO "CONCERNA", MAS RESOLVI SER MAIS CLARO] que diga respeito ao presidente da República?"

E pedi que o comentário fosse feito por Ciro Gomes porque o pedetista é quem mais tem tratado do explosivo endividamento interno.

Respondam-me:
1: há aí alguma tentativa de ser "engraçadinho"?;
2: fiz alguma pegadinha?;
3: pedi a Bolsonaro que detalhasse a composição da taxa Selic?;
4: indaguei se ele se lembrava do, sei lá, Teorema de Pitágoras, para ser manso?;
5: quis saber de que país a cidade de Funafuti é a capital?;
6: perguntei qual era a terceira pessoa do presente do subjuntivo de "concernir"? indaguei-o sobre verbos defectivos?;
7: pedi que desse detalhes sobre a formação da TJLP?;
8: coloquei-lhe numa roubada inquirindo-se se ele sabe em que órgão se produz a maior quantidade de serotonina?;
9: apelei à sua memória com a complexa questão dos pontos cardeais?;
10: fui na sua jugular, indagando se ele se lembrava dos nomes dos assassinos de Odete Roitman e Salomão Ayala?

Não! Fiz uma pergunta elementar a quem quer ser presidente da República.

Com a possível exceção de Cabo Daciolo - "possível", dado o conjunto da obra, mas não posso asseverar porque a pergunta não lhe foi dirigida -, todos os presentes ao debate da RedeTV! sabiam o que são termos como:
- orçamento;
- divida pública;
- rolagem da dívida e
- juros.

Sabiam e tinham noção ao menos de como essas coisas se conjugam. E, por óbvio, dariam respostas diferentes. Pegue-se, entre os presentes, um candidato com muito menos votos do que Bolsonaro, segundo as pesquisas: Guilherme Boulos. Talvez ele desse uma resposta que, se posta em prática, conduzisse o país ao abismo. Mas certamente não reagiria com a expressão de quem ouvisse a pergunta: "Funafuti, candidato, é a capital de que país?"

"Então por que você não dirigiu essa pergunta a Boulos, Reinaldo Azevedo?"

Porque eu não acho que exista a possibilidade de ele se tornar presidente da República, ora! Não nessa eleição. Já o sr. Jair Bolsonaro lidera as pesquisas quando Lula não aparece na lista de candidatos. Logo, uma questão crucial para o país - a mais importante no que respeita à macroeconomia - tem de ser respondida por quem aparece como um "grande na disputa".

"Mas e a Wal do açaí? E a questão de gênero? E o Foro de São Paulo?" Bem, eu e o público já sabemos o que Bolsonaro pensa sobre essas coisas. Aliás, ele as evoca a toda hora. Se eu lhe perguntasse: "O senhor se lembra da fórmula do Teorema de Pitágoras?", ouviria, junto ou não com o "a² + b² = c²", que ele quer uma escola sem partido, sem ideologia de gênero, que não ensine um garoto a brincar de boneca...

Confesso que fiquei surpreso ao constatar que Jair Bolsonaro não tem a menor noção sobre a dívida Interna, que era o tema da minha pergunta. Sua resposta à minha pergunta o evidenciou com uma clareza solar. Eu a reproduzo:

"Cabe, sim, ao presidente da República. São números absurdos. Os meus economistas dizem que tem solução, mas que será muito difícil atender a essa meta e... propostas: redução do tamanho do Estado; privatizações; abrir o comércio com o mundo todo; deixar de lado o viés ideológico; facilitar a vida de quem quer abrir uma empresa no Brasil, que é um sacrifício abrir empresa no Brasil - a quantidade de papéis é simplesmente absurda; diminuir os encargos trabalhistas; fazer com que empregados e patrões sejam amigos, e não inimigos, e deixemos de assistir a essa briga enorme nos tribunais tendo em vista a legislação, a CLT".

Bolsonaro falou bem devagar, segundos intermináveis entre as palavras. Foi o minuto mais longo de sua vida. Não fiz uma pergunta para derrubá-lo. Eu queria realmente entender. Tanto é que pedi que Ciro comentasse a resposta porque o pedetista tem insistido na questão dos encargos da dívida interna. Por delicadeza, estratégia - incompreensível se for... - ou piedade, o candidato do PDT fingiu que Bolsonaro deu uma resposta coerente, ainda que errada. A verdade inescapável é que Bolsonaro não sabe o que é a dívida interna, como ela se forma, qual é o eu tamanho, o que é rolagem, o que é pagamento de juros... Está na Câmara há 28 anos e não aprendeu o básico.

Convenham: seu reacionarismo em temas relativos a comportamento, costumes, cultura não implica a sua estupenda ignorância em economia. Dá para ter um presidente da República que poderia ser trapaceado por seu ministro da economia se este houvesse por bem fazê-lo?

Claro! Encarregar-se da dívida interna seria mais uma das atribuições de Paulo Guedes, seu posto Ipiranga. Sim, digamos que seu "superministro" fosse o encarregado de lidar com questão tão delicada. Mas vai seguir, supõe-se, a orientação do presidente da República, não? Ou será Guedes a mandar em Bolsonaro se este for eleito?

Sou transparente com meus leitores, ouvintes, telespectadores, internautas... Eu não apostava que Bolsonaro pudesse dar uma resposta brilhante, inequívoca, clara... Mas também não esperava ver um candidato aparvalhado, como se eu o estivesse obrigando a recitar um poema em búlgaro antigo. Até porque foi o búlgaro antigo dilmiano, em matéria de economia, que nos conduziu ao abismo.

Se Bolsonaro não sabe nada a respeito de um dos problemas fulcrais do Brasil que aí está, quer ser presidente para quê? Para ser bedel de escola? Para ficar batendo boca com os defensores da "ideologia de gênero"? Para impedir os moleques de brincar de boneca? Para combater o comunismo? Para nos livrar das agressões do Foro de São Paulo? Para distribuir portes de armas (e escreverei um post sobre esse tema em particular)?...

Vamos fazer de conta que essas coisas fossem relevantes no Brasil contemporâneo... Seriam elas a definir o nosso rumo? Ora, chamo esses temas, e sem ofensa aos profissionais do palco, de "problemas de programa de auditório". Responder ao explosivo endividamento interno é uma das tarefas prioritárias do próximo presidente. E não! Eu não quero falar com Paulo Guedes a respeito desse assunto. Guedes não tem voto. Guedes não precisa de impeachment para ser demitido. Guedes, se ficar de saco cheio, pode pegar o boné e viajar mundo afora à procura de novas emoções...

A questão que fiz cabe a um candidato à Presidência. E eu a fiz a todos os presidenciáveis que aceitaram o convite para me dar uma entrevista no programa "O É da Coisa": Henrique Meirelles (PMDB), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL). O convite foi feito a Bolsonaro. Ele recusou.

Se a gente se cruzar em outro debate ou programa de entrevista, e se ele continuar como um dos favoritos, eu o indagarei de novo sobre economia. Vamos ver? A minha segunda pergunta foi a Ciro, com comentário de Geraldo Alckmin. Lembrei a progressiva queda do peso da indústria no PIB, o que leva consiga as vagas mais bem-remuneradas e nos torna notáveis exportadores? de empregos. Há alguma resposta que não seja fechar a economia e premiar a ineficiência? Se Bolsonaro estiver no primeiro time dos "com-votos", quero saber o que ele acha sobre esse assunto.

Havia oito candidatos presentes. Fiz a Bolsonaro uma pergunta que seria compreendida por seis deles, ainda que dessem respostas distintas - a maioria, aposto, errada. Mas só a Bolsonaro e a Daciolo a minha fala pareceu vazada em búlgaro antigo.

E eu não falo búlgaro antigo.

Se pergunto a um candidato como equacionar a dívida interna e ele me responde que isso se resolve, como brincou um amigo, "fomentando o happy hour na firma entre patrões e empregados", que culpa tenho eu?

A pergunta é minha. A ignorância é de Bolsonaro.

Ou será que eu lhe perguntei onde fica Funafuti?
Herculano
19/08/2018 11:10
O ATRASO QUER BLOQUEAR A ENERGIA LIMPA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

As distribuidoras de eletricidade defendem seus interesses com a cegueira dos fazendeiros do século 19?

O doutor André Pepitone da Nóbrega assumiu a presidência da Agência Nacional de Energia Elétrica prometendo derrubar o que chama de "subsídios" dados a quem utiliza fontes de energia solar ou eólica. Noves fora o fato de ele ter assumido um cargo com mandato de quatro anos por escolha de um governo que durará poucos meses, há um forte cheiro de que estão armando uma trava para o avanço do consumo de energia limpa. Interesse de quem? Das distribuidoras.

As energias eólica e solar são complementares à que é produzida pelas hidrelétricas. No Brasil, quando o nível dos reservatórios baixa, o sistema é socorrido pela ativação de usinas térmicas, caras e poluidoras. Se uma família instala painéis para captar energia solar no telhado de sua casa, não paga pela energia que o Padre Eterno lhe dá durante o dia. Essa operação é cara, mas seus custos vêm baixando. No caso da energia eólica, sua produção já é competitiva e muitas empresas estão entrando no mercado. Em todos os casos, quando falta sol ou vento, o cliente precisa da rede elétrica.

Nas falas do doutor Nóbrega, o simples uso do termo "subsídio" é impróprio. O que o consumidor pode fazer é economia, sem tirar dinheiro do bolso de ninguém, muito menos da Viúva. Em vez de estimular o uso de fontes limpas de energia, a Aneel indica que vê um problema naquilo que é uma solução.

A mentalidade do atraso existe e Pindorama já pagou caro por ela. No século 21 discutem-se leis, tarifas e subsídios para o mercado de energia. No 19 discutia-se a questão de trabalho. Havia o do mercado nacional, montado sobre a escravidão dos negros e um outro, que se poderia chamar de limpo, baseado no trabalho assalariado. Hoje o Brasil assina acordos internacionais para a defesa do meio ambiente. Em 1826, d. Pedro 1º assinou um tratado com a Inglaterra comprometendo-se a abolir gradativamente o tráfico de escravos trazidos da África. O Brasil buscaria na Europa mão de obra limpa, estimulando a criação de colônias de imigrantes.

Nem pensar. Em 1828, o senador Nicolau Vergueiro deu um parecer sobre a questão e disse:

"Chamar os colonos para fazê-los proprietários a custas de grandes despesas é uma prodigalidade ostentosa, que não se compadece com o apuro de nossas finanças. O meu parecer, pois, é que se acabe o quanto antes com a enorme despesa que se está fazendo com eles."

Em 1830, retiraram-se do orçamento os créditos para a colonização estrangeira. Deu no que deu.

HÁ DEMOFOBIA NOS ATAQUES A CIRO GOMES
Desde o mês passado, quando Ciro Gomes anunciou que, se eleito, trabalharia para limpar a lista de devedores da Serasa ele tem apanhado mais que boi ladrão. Protetor de caloteiros, irresponsável, demagogo. Se um sistema de crédito tem 63 milhões de consumidores na lista negra, algo de grave está acontecendo na economia. O total dessa dívida é de R$ 225 bilhões e o espeto médio do caloteiro da Serasa é de R$ 1.200.

No último grande calote do mercado financeiro, a Sete Brasil acertou pagar só R$ 2 bilhões aos grandes bancos que lhe emprestaram R$ 18 bilhões. Ganha um fim de semana em Miami quem conhecer um diretor de banco que emprestou à Sete acreditando que a empresa recriaria um setor da construção naval que já quebrara duas vezes. Por trás da Sete estaria a Petrobras e, atrás dela, a Viúva.

O inadimplente médio da Serasa comprou um iPhone, pretendia pagá-lo e a loja que o vendeu achava que receberia. São necessários 13 milhões de caloteiros da Serasa para produzir um rombo comparável ao da Sete.

Pouco se ouviu falar do calote da Sete. Já a proposta de Ciro pareceu um prenúncio do fim do mundo. O restabelecimento do crédito de milhões de pessoas é coisa necessária e factível. Como alivia o andar de baixo, provocou muxoxos. Foi assim com a jornada de oito horas no século passado, com o Bolsa Família e com as cotas nas universidades públicas.

Pode-se reclamar da má qualidade dos candidatos à Presidência ou do nível de empulhação de suas propostas, mas quando aparece algo que merece ser discutido, como é o caso da proposta de Ciro, deve-se controlar a demofobia.

Essa cautela é útil porque numa eleição presidencial prevalece a opinião dos sujeitos que se apertam para pagar uma dívida de R$ 1.200. A renda domiciliar de sete em cada dez eleitores e de menos de três salários mínimos. A turma que foi capaz de emprestar R$ 16 bilhões à Sete Brasil só elege o síndico do próprio edifício.

SAUDADES DE VC
A Editora Abril entrou em recuperação judicial, devendo R$ 1,6 bilhão. A empresa quer propor aos funcionários que demite o parcelamento em dez vezes do que lhes deve pela rescisão de seus contratos.

A Abril foi fundada em 1950 por Victor Civita (1907-1990), avô dos atuais controladores. Ao tempo de VC, a Abril pagava aos seus funcionários com obsessiva pontualidade. Se o dia 1º caia numa segunda-feira, o salário entrava na conta na sexta-feira anterior.

Saudades de VC.

EREMILDO, O IDIOTA
Eremildo é um idiota e acha que os eminentes ministros do Supremo Tribunal Federal não conseguirão embolsar o aumento de salário que se outorgaram. O cretino soube que em julho foi votada uma Lei de Diretrizes Orçamentárias que proíbe reajustes de servidores.

Um amigo que conhece o escurinho de Brasília disse-lhe que o governo poderá mandar um projeto de lei ao Congresso criando a gambiarra que permitirá a despesa. O idiota não acredita, mas vai ao Planalto para pedir que nesse projeto seja incluída a sua nomeação para o cargo de Idiota-Geral da República, com função vitalícia e hereditária.

TRUMPISTÃO
No dia 11 de setembro chegará às livrarias "Fear" ("Medo - Trump na Casa Branca") do repórter Bob Woodward. Desde 1972, quando ele levantou pistas que levariam à renúncia do presidente Richard Nixon, Woodward é um dos grandes jornalistas americanos. Escreveu 18 livros, alguns muito bons.

Pelo andar da carruagem, "Fear" fará um enorme estrago na barafunda que é a Casa Branca de Donald Trump.

O INFERNO DE TEMER
Michel Temer vive há algumas semanas o inferno sideral do crepúsculo do poder. Ele sabe que nessa fase não é apenas o café que vem frio, "não vem nem a água".

Nada há que possa fazer, mas talvez lhe seja útil sentar por algumas horas com seus antecessores para ouvir experiências vividas. Nada a ver com simples memórias. Ele deveria conversar com FHC, Sarney e Collor pedindo-lhes que contassem só as surpresas desagradáveis. Com isso poderá relativizar as decepções.

No século passado, o presidente Ernesto Geisel fez do general João Figueiredo seu sucessor, empurrando-o goela abaixo dos militares e dos civis.

Um dia Geisel ligou para Figueiredo e ele não atendeu nem devolveu a chamada. Nunca mais ligou para o Planalto.
Herculano
19/08/2018 10:58
DITADORES, AUTORITÁRIOS E INTERVENCIONISTAS NÃO PERDEM A POSE NEM MESMO QUANDO SÃO A RAZÃO DO PROBLEMA RESULTADOS DOS MILAGRES QUE PROMETERAM PARA CHEGAR AO PODER E LÁ NÃO TIVERAM CAPACIDADE SEQUER DE GOVERNAR

O governo do ditador Nicolas Maduro, da Venezuela, reagiu às notícias e aos fatos fartamente documentados, da revolta de brasileiros contra imigrantes venezuelanos em Roraima.

Pediu então, na propaganda, e posando-se de vítima e até de mais uma vez salvador da pátria, que o governo do Brasil proteja os venezuelanos e puna os brasileiros algozes.

1. Os venezuelanos só estão fugindo da Venezuela porque o ditador, apoiado pelo PT, PSOL, PSTU, PCO, PDT e outros da esquerda do atraso, acabou com o seu próprio país e deixou o seu povo na miséria. Então não resta a estas pessoas, principalmente as mais pobres lhe resta fugir da fome, miséria, falta de saúde, perspectivas e ficarem expostos, em terra estrangeira, como ficara em Roraima.

2. Os venezuelanos estão expostos, porque o Brasil está sem governo. Michel Temer, MDB ficou encurralado exatamente pelo PT com a esquerda do atraso que perdeu o poder, a a direita xucra, intervencionista, ditatorial.

Ela acha que vai resolver tudo na porrada, como a de bater nos venezuelanos, os quais fogem exatamente de um regime autoritário, que os persegue, "comandando" por salvador da pátria, maluco amparado pelas Forças Armadas. Faz o que lhe dá telha e o canto de um passarinho, que seria a voz do além do seu padrinho ditador,Hugo Chaves

E os brasileiros teimam em não enxergar o óbvio e o perigo.
Herculano
18/08/2018 16:04
O FUTURO DO BRASIL A BEIRA DO ABISMO

"Se eleito eu saio da ONU",diz o candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro, PSL.

Não sabe dialogar,conviver com diferenças e dificuldades. É pau e bala. Como não é estadista e nunca governou nada pretende isolar o Brasil do mundo como faz Nicolas Maduro,Erdogan e outros intervencionistas e ditadores.

Os EUA e Donald Trump podem ter rompantes esquizofrênicos. Mandam no mundo.Os brasileiros são dependentes do mundo. Estamos com 13 milhões de desempregados e 27 milhões sem ocupação plena.

Na greve dos caminhoneiros que teve o explícito apoio de Bolsonaro, uma amostra de como será esta bagunça: o PIB caiu, a inflação aumentou, os investidores correram e o emprego que vinha crescendo, estagnou. Wake up, Brazil!
Herculano
18/08/2018 08:59
COMEÇOU A GUERRA DAS PESQUISAS. CADA UM TEM A SUA. LÁ NOS ÚLTIMOS DIAS ELAS SE PARECEM SEMELHANTES. É SEMPRE ASSIM

Antes do Ibope divulgar no NSC Notícias às 19 horas, o MDB exibia e propagava um outra pesquisa, a do Instituto Mapa.

Fazia isso porque sabia ser favorável e queria com isso, diminuir o impacto da notícia estadual à noite, com um instituto, em tese, de mais credibilidade, o Ibope.

Na pesquisa Mapa, Mauro Mariani, MDB, estaria, com 17,6%, Décio Lima, PT, com 12,6% e Gelson Merísio, PSD, com 12,1%. O próprio instituto alerta que todos estão empatados tecnicamente. Ou seja, jogo.

Para o senado, Raimundo Colombo, PSD, surge com 17,0% e Esperidião Amim, PP, com 16,7%, com Paulo Bauer, PSDB, distante e correndo por fora com apenas 10,8%

Já o cenário para a presidência da República, nesta mesma pesquisa do Instituto Mapa, mostra Jair Bolsonaro, PSL, com 30,8%: Lula, PT, com 25,7%; e ai descolados e nesta ordem Álvaro Dias (7,7%), Geraldo Alckmin (6,0%), Marina Silva (4,9%) e Ciro Gomes (4,3%).

A disputa dos votos agora é para valer e o jogo das pesquisas, só está começando. Entretanto, nos comitês, há outras pesquisas e estas estão dando dores de cabeça a todos. Há pouco tempo para reverter certas situações, igualmente dinheiro e cabeças pensantes, que custam caras.
Herculano
18/08/2018 08:37
IBOPE MOSTRA DISPUTA DE DESCONHECIDOS PELO GOVERNO DE SC, por Upiara Boschi, no Diário Catarinense, na NSC Florianópolis

Os números mais contundentes da primeira pesquisa Ibope para o governo do Estado não são os de intenção de votos dos nove candidatos. É preliminar um cenário que coloca Décio Lima (PT) na liderança com 16%, na faixa de empate técnico com Mauro Mariani (MDB), com 11%, ambos descolados de Gelson Merisio (PSD), que tem 6%. Os percentuais que importam neste momento são dos 23% de indecisos e - principalmente - os eloquentes 34% de brancos e nulos.

A rigor, está explicitado nos números do Ibope o fato de que nenhum dos candidatos disputou outras eleições majoritárias. Mesmo sendo campeões de voto em disputas de deputado federal e estadual, Mariani e Merisio não tem o nome estadualizado de quem concorreu a governador ou senador e foi apresentado aos catarinenses no horário nobre dos programas eleitorais em eleições passadas.

Os números que ambos obtêm na primeira pesquisa são os de quem ainda precisa ser apresentado ao eleitorado. Mariani será vinculado ao MDB, maior partido do Estado, e naturalmente deve crescer nas próximas sondagens. Da mesma forma, Merisio será reconhecido como o nome da coligação que reúne PSD e PP como carros-chefe. Neste primeiro momento, deve colar nos candidatos a senador de sua chapa, os ex-governadores Raimundo Colombo (PSD) e Esperidião Amin (PP) - líderes da corrida pelas duas vagas ao Senado, de acordo com o Ibope.

Embora não tenha disputado eleições majoritárias estaduais, Décio Lima sofre menos que os oponentes com essa condição. Ele é reconhecido pelo eleitor petista, que já o encontra na pesquisa e o coloca nessa preliminar primeira posição. É reconhecido também pelo eleitor antipetista, que lhe concede a maior rejeição entre os candidatos - 21%. Curioso em um cenário de rejeição à classe política é ver números baixos de rejeição individual - mais um sintoma do desconhecimento. A rejeição está explícita nos 34% de brancos e nulos, que também tende a reduzir um pouco com a evolução da campanha.

Os números surpreendem menos na disputa pelo Senado, onde estão as figurinhas carimbadas da política estadual. Colombo com 27%, Amin com 23% na faixa de empate técnico com Paulo Bauer, de 19%. Em outra faixa, os 8% de Jorginho Mello (PR), os 7% de Ideli Salvatti (PT) e 6% de Roberto Salum (PMN) mostram quem pode entrar na briga da ponta.

O Ibope mostra que a disposição para o branco e o nulo são um pouco menores na corrida pelo Senado - 17% no primeiro voto, 21% no segundo. Nesse cenário, chama atenção a existência de 49% de indecisos - o que deixa a eleição completamente aberta. O eleitor emedebista ainda não aparece no levantamento e uma das maiores dúvidas é sobre seu comportamento diante da ausência de um nome do partido - embora Bauer e Jorginho tenham suplentes do MDB em suas chapas.

Os primeiros números do Ibope trazem informação para os candidatos trabalharem a largada de suas campanhas e para o eleitor começar a definir seus votos. É possível que muitos catarinenses tenham tomado contato com os nomes dos candidatos na noite de ontem, quando a pesquisa foi divulgada no NSC Notícias. O jogo vai realmente começar agora.
Herculano
18/08/2018 08:33
'LIMINAR' DA ONU PRó-LULA É UMA 'NOTA À IMPRENSA', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Jornalões caíram na conversa fiada da defesa do ex-presidente Lula sobre suposta "liminar" favorável ao preso por corrupção e lavagem de dinheiro. Trata-se na verdade de uma "recomendação", com valor semelhante ao de uma "nota à imprensa" ou "nota de solidariedade", de caráter pessoal, dos funcionários que integram um comitê técnico de Direitos Humanos, onde não há países representados. Parciais, eles nem se deram ao trabalho de pedir informações ao Brasil sobre o caso.

SEM ENDOSSO
A "recomendação" do comitê técnico nem sequer foi endossada pelo Alto-Comissariado dos Direitos Humanos, este sim, órgão da ONU.

CRIOULO DOIDO
O confuso comitê recomenda que Lula tenha "acesso à mídia e aos companheiros de partido", conforme o pedido da defesa feito em 2016.

SEM VALOR JURÍDICO
Ainda que a "recomendação" fosse da própria ONU, a assembleia geral não é instância de recurso da Justiça. E o Brasil é um País soberano.

PAGANDO A BOQUINHA
A "recomendação" foi arrumada pelo lobby de petistas ocupantes de boquinhas obtidas em Genebra por indicação de governos do PT.

DENÚNCIA DE NEPOTISMO AGITA O TRT DO MARANHÃO
A presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão (16ª Região), Solange Cristina Passos de Castro Cordeiro, não parece preocupada com acusações de nepotismo. Ela mantém duas irmãs em cargos de direção diretamente vinculados ao seu gabinete. Resoluções do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que disciplinam o assunto, vedam esse tipo de relação, ainda que ambas sejam concursadas.

IRMÃ NA SECRETARIA
Uma das irmãs da presidente do TRT-MA, Silvia Maria, tem cargo comissionado (nível CJ3) e responde pela Secretaria de Administração.

IRMÃ COORDENADORA
A outra irmã da desembargadora presidente do TRT-MA, Suzana, ocupa a Coordenadoria de Precatórios (nível CJ2).

CALA-TE BOCA
Mesmo solicitados desde a manhã de sexta (17), a entidade de juízes (Anamatra), o CNJ e TRT não se preocuparam em esclarecer o caso.

INSATISFAÇÃO TOTAL
Segundo o Paraná Pesquisa, eleitores de formação superior são os mais insatisfeitos com a atuação de deputados federais e senadores: 89,7%. Média é de 82%. Pesquisa registrada sob o nº BR-02891/2018.

Só EM 2019
Aprovada no Senado, a liberação da venda direta de etanol para postos ainda precisa passar por duas comissões da Câmara antes do plenário. No ritmo do "esforço mínimo" devido às eleições, deve ficar para 2019.

FIM DA FARRA
Projeto do senador José Medeiros (Pode-MT) acaba com a concessão automática do "saidão", usado por presos para cometer novos crimes. "A falta de verificação individualizada põe a população em risco", disse.

NO ôNIBUS É PIOR
A cobrança abusiva de bagagem em aviões ganhou o noticiário, mas há 20 anos os mais pobres, que recorrem ao ônibus, pagam 0,5% do valor da passagem para cada quilo excedente. E ninguém fala nada.

FALTAM 50 DIAS
A partir deste sábado (18) faltam apenas 50 dias para a votação do primeiro turno da eleição presidencial de 2018. No próximo dia 31 de agosto começa a propaganda eleitoral gratuita no rádio e TV.

SEGUNDA INSTÂNCIA
Abaixo-assinado no portal Change.org pede a tramitação imediata da PEC 410/18, que consolida a prisão após a condenação em segunda instância. Por enquanto, somou só 1.427 assinaturas em quatro meses.

DENTRO DO PRAZO
Contando prazos de impugnação e recursos da defesa, o ministro Luís Barroso (STF) deve colocar o registro de candidatura do petista Lula em pauta para ser julgado até a primeira semana de setembro.

BRASIL NA FRENTE
Entre 2009 e 2017, nos governos Barack Obama, sete parlamentares, um juiz federal e o diretor da CIA foram condenados pela Justiça. No Brasil, só na Lava Jato são mais de dez políticos federais presos, incluindo ex-presidente da República e um ex-presidente da Câmara.

PENSANDO BEM...
...Lula é o dr. Bumbum dos pré-candidatos a presidente.
Herculano
18/08/2018 08:27
DIFERENÇAS SUBSTANTIVAS, por André Singer, ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no jornal Folha de S. Paulo

Programas indicam o lugar no espectro ideológico em que presidenciáveis desejam se colocar

Vale a pena conhecer os programas dos 13 candidatos a presidente da República que pediram o registro até a última quarta-feira (15) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), fim do prazo legal para fazê-lo.

Ainda que da teoria à prática haja um espaço importante, os textos indicam o lugar no espectro ideológico em que os postulantes desejam por ora se colocar. Itens chave, como a posição diante da reforma da Previdência, revelam diferenças significativas entre eles.

Lula (PT), ainda que deixe uma porta aberta no tratamento do funcionalismo, rejeita "os postulados das reformas neoliberais da Previdência Social, em que a garantia dos direitos das futuras gerações é apresentada como um interesse oposto aos direitos da classe trabalhadora e do povo mais pobre no momento presente".

Não adere, portanto, ao diagnóstico do mercado, segundo o qual a mudança previdenciária é essencial para o ajuste das contas públicas.

Não chega, é claro, ao ponto alcançado por Guilherme Boulos (PSOL), que propõe a criação de um sistema público unificado de aposentadorias integrais, mas distancia-se dos meios financeiros, para quem a reforma é sagrada.

Diferentemente de Ciro Gomes, que, no mesmo campo popular, defende a necessidade da reforma e propõe a "implementação de um sistema previdenciário multipilar capitalizado". Apesar de propor, como Lula e Boulos, a revogação do teto de gastos, no que diz respeito à Previdência o pedetista conversa com o mercado.

É nítido o gradiente formado do centro para a esquerda.

No polo oposto, Jair Bolsonaro (PSL), igualmente favorável ao sistema de capitalização, afirma que sanar o déficit da Previdência é crucial para "atingir um superávit primário já em 2020", uma de suas metas primordiais. Não é à toa que o capitão reformado angaria aplausos entre empresários.

Na mesma direção, Geraldo Alckmin (PSDB), cujo documento é exíguo na comparação com os demais, compromete-se a "eliminar o déficit público" e a "criar um sistema único de aposentadoria, igualando direitos e abolindo privilégios".

Curiosamente, foi Marina Silva (Rede), mais moderada em outros aspectos, quem optou por levantar a bandeira da idade mínima na reforma previdenciária, que considera "incontornável". Com a ambiguidade do tucano e o sincericídio da ambientalista, o dégradé no campo que vai do centro para a direita ficou menos evidente.

Em que pesem as habituais vaguezas e generalidades, os documentos depositados permitem uma opção relativamente esclarecida por parte do eleitor a respeito de problemas relevantes. Se a democracia puder funcionar, opções substantivas começarão a ser tomadas em 7 de outubro.
Herculano
18/08/2018 08:23
AL?", ONU! CUNHA DESEJA SER TRATADO COMO LULA, por Josias de Souza

Ao recomendar ao Brasil que assegure ao ficha-suja Lula todas as prerrogativas de um presidenciável limpinho, o Comitê de Direitos Humanos da ONU tratou esta terra de palmeiras e sabiás como uma República de Bananas. Assim eram chamadas as nações da América Central comandadas por oligarquias corruptas. Para a ONU, Lula é uma vítima em potencial e o Judiciário brasileiro é uma máquina a serviço da perseguição política de uma alma inocente.

Ironicamente, a decisão da ONU foi divulgada no mesmo dia em que Eduardo Cunha publicou na internet uma "carta à nação." Nela, o gangster do MDB diz ser "vítima de perseguição", queixa-se de ter sido "condenado sem provas" e lamenta não poder disputar as eleições de 2018. Por uma questão de isonomia, o comitê da ONU deveria considerar a hipótese de pedir respeito aos direitos políticos de Cunha.

A defesa de Lula sustenta que a decisão da ONU tem o peso de uma ordem. É lorota. Trata-se de uma recomendação. Que precisa ser respondida pelo TSE, impondo ao ex-presidente ficha-suja os rigores da Lei da Ficha Limpa. Qualquer providência diferente acomodaria sobre o mapa do Brasil a carapuça de República de Bananas. Com selo de qualidade da ONU.
Herculano
18/08/2018 08:19
SOB A TUTELA DOS JUÍZES, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

A Lei da Ficha Limpa é ruim, e o caso de Lula prova que é preciso revogá-la

Lula, "ficha-suja", terá sua candidatura barrada. A eleição será legal, pois o veto obedece à legislação. Nem tudo o que é legal é legítimo. Mas a eleição sem Lula será legítima, pois a regra do jogo derivou de um consenso entre gregos e troianos, não de uma imposição unilateral.

O PT reconhecerá essa legitimidade, trocando Lula por Haddad. Na Presidência, em 2010, Lula sancionou sem vetos a Lei da Ficha Limpa, que contou com o voto unânime da bancada do PT. Legal e legítima, a eleição distorcerá um pouco mais a representação democrática. O fato inescapável é que 30% dos eleitores não poderão votar no candidato de sua preferência (que, por sinal, tem a rejeição de 54%).

O PT não tem direito de reclamar. Lá atrás, os poucos que ousaram criticar a Lei da Ficha Limpa (entre eles, este colunista) sofreram os previsíveis insultos das "correntes de opinião" petistas. De fato, o partido jamais reviu sua posição sobre a lei. Seus líderes dizem que a lei é boa, mas Lula deveria ser admitido como candidato pois teria sido condenado injustamente.

A implicação lógica do raciocínio seria adicionar à lei uma cláusula conferindo ao PT o privilégio exclusivo de revisar terminativamente as sentenças judiciais. A lei, porém, é ruim - e o caso de Lula prova que é preciso revogá-la.

A ideia da tutela do eleitor pelos juízes é estranha à tradição democrática. No Reino Unido, em abril de 1981, a morte súbita de um parlamentar provocou uma eleição avulsa no seu distrito, na Irlanda do Norte.

Para substituí-lo, os eleitores escolheram um certo Bobby Sands, 27, militante do Exército Republicano Irlandês (IRA), que cumpria pena numa penitenciária de Belfast. Sands morreu um mês depois, vítima da greve de fome conduzida por sua célula de prisioneiros, sem assumir sua cadeira.

Na greve de fome, a célula reivindicava o estatuto de presos políticos aos condenados do IRA. Mas Sands não foi privado de liberdade por suas ideias, mas pela participação em um ato de terror. Foi na condição de preso comum que Sands disputou (e venceu) a eleição parlamentar.

Logo depois daquela eleição, o Parlamento aprovou uma lei vetando candidaturas de sentenciados a mais de um ano de prisão. Editada em meio à tragédia do conflito irlandês, a lei representou um retrocesso da democracia britânica: a intrusão do Poder Judiciário na esfera da representação popular.

O PT pode gritar o que quiser, mas Lula também não é um preso político, pois foi condenado pela prática de corrupção, por um tribunal independente que emitiu um veredito (certo ou errado) usando suas prerrogativas legais.

Lula deve cumprir a pena imposta pelos juízes. Contudo, assim como Azeredo, Cunha ou Dirceu, deveria ter o direito que não foi negado a Sands. Pelo simples motivo de que não compete aos juízes estabelecer limites ao exercício do direito de voto.

Sem o desenlace da greve de fome, Sands seria diplomado mas não poderia comparecer às sessões parlamentares. Daí, nada: problema de seus eleitores, não dos tribunais ?"ou dos eleitores de outros. Sem a Ficha Limpa, Lula poderia concorrer. Triunfando, receberia a faixa presidencial, mas suas funções ficariam a cargo dos ministros.

Ridículo, certamente. Mas o que fazer se o povo decidisse ser governado por paus-mandados de um presidiário? Chamar o Mourão?

A Lei da Ficha Limpa transfere poder do povo para os juízes. Sua base filosófica é o conceito de que o eleitorado precisa da tutela de um estamento de sábios. Seus arautos fogem à obrigação de defender tal proposição antidemocrática, desviando o debate para o terreno "pragmático": a lei reduziria a proporção de corruptos em cargos públicos.

A tese solicita a crença no pressuposto absurdo de que existe um estoque fixo de corruptos na sociedade. O Congresso eleito em 2014, sob a Ficha Limpa, é melhor que o eleito em 2010?
Herculano
18/08/2018 08:10
OS CRACKERS NÃO INVADEM PORTAIS SEM AUDIÊNCIA

Ontem, o portal Cruzeiro do Vale, foi invadido por crackers que estamparam seu protesto, até agora, não bem entendido. Aparentemente, parecia não ter ele cunho político, ideológico, religioso,social ou sobre qualquer reportagem ou opinião expressa pelo ou por meio do portal e até do jornal impresso.

O pessoal do portal ficou "chateado". Eu, sinceramente, não, a não ser pela demonstração de que a segurança dele não é suficientemente forte para barrar ou ao menos, sinalizar imediatamente aos editores de que algo está sendo modificado no seu site.

A invasão e postagem pirata da página pelo cracker, mostrou e sublinhou a importância e o alcance desse veículo líder. O portal Cruzeiro do Vale é o mais antigo, o mais atualizado, acessado e de credibilidade em Gaspar e Ilhota. E só por isso, foi alvo de quem, por meio criminoso, queria se comunicar. Ninguém chuta cachorro morto.

O portal Cruzeiro do Vale possui importância fundamental nos formadores de opinião de Gaspar e Ilhota É fato. É pesquisa. É realidade. Não há concorrência.

Se alguém quer ter sucesso, inclusive retorno nos anúncios comerciais, terá que obrigatoriamente, se valer e publicá-los no portal Cruzeiro do Vale.

E para esclarecer a diferença:

De uma forma geral, hackers são indivíduos que elaboram e modificam softwares e hardwares de computadores, seja desenvolvendo funcionalidades novas ou adaptando as antigas. Já cracker é o termo usado para designar quem pratica a quebra (ou cracking) de um sistema de segurança.
Herculano
17/08/2018 18:02
MINISTRO DA JUSTIÇA DIZ QUE DECISÃO DA ONU NÃO TEM RELEVÂNCIA E VÊ "INTROMISSÃO INDEVIDA", por Daniela Lina, na Coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

Para o ministro da Justiça, Torquato Jardim, a decisão liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU que beneficiaria o ex-presidente Lula não tem "nenhuma relevância jurídica".

Ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral e advogado com longa trajetória em direito eleitoral, Torquato avalia que a determinação do colegiado internacional é, na verdade "uma intromissão política e ideológica indevida em tema técnico-legal".

Como informou a colunista da Folha Mônica Bergamo, na manhã desta sexta-feira (17) os advogados de Lula Cristiano Zanin Martins e Valeska Teixeira Martins, afirmaram que o comitê "determinou ao Estado brasileiro que tome todas as medidas necessárias para permitir que o autor [Lula] desfrute e exercite seus direitos políticos da prisão como candidato nas eleições presidenciais de 2018, incluindo o acesso apropriado à imprensa e a membros de seu partido político".

Torquato discorda da avaliação da defesa do petista. O ministro ainda criticou o que chama de "manipulação política" da organização internacional. "Lamentável a manipulação sectária a que se permite a ONU", afirmou.
Herculano
17/08/2018 17:55
ONU PEDE QUE BRASIL RASQUE SUAS LEIS POR LULA, por Josias de Souza

Colecionadora de derrotas nos tribunais brasileiros, a defesa de Lula obteve uma vitória no Comitê de Direitos Humanos da ONU. Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, o órgão anotou que "pediu que o Brasil tome todas as medidas necessárias para garantir que Lula possa usufruir e exercitar seus direitos políticos enquanto está na prisão, como um candidato nas eleições presidenciais de 2018?.

Na prática, o comitê da ONU pediu, com outras palavras, o seguinte: "Brasil, mande às favas as decisões judiciais adotadas contra Lula - da primeira à quarta instância. Em seguida, rasgue a legislação para permitir que um preso inelegível dispute a honorável posição de presidente da República." Tais providências transformariam o Brasil numa republiqueta. Mas o órgão da ONU está pouco se lixando.

Deve-se a novidade a um pedido feito pela defesa de Lula ao comitê da ONU em 27 de julho. Sem ouvir o Estado brasileiro, os responsáveis pela recomendação concluíram que Lula deve ter: "acesso apropriado à imprensa e a integrantes de seu partido político". E não pode ser impedido de "concorrer às eleições presidenciais de 2018 até que todos os recursos pendentes de revisão contra sua condenação sejam completados em um procedimento justo e que a condenação seja final".

A decisão chega num instante em que o Tribunal Superior Eleitoral se prepara para julgar o pedido de registro da candidatura presidencial de Lula. São grandes, muito grandes, enormes as chances de o presidiário petista ser enquadrado no artigo da Lei da Ficha Limpa que proíbe condenados em segunda instância de concorrer a cargos eletivos. O comitê da ONU não está nem aí para a legislação do Brasil.

Diz o comunicado oficial que "o comitê, agindo pelos relatores especiais (...) tomou nota das alegações do autor (Lula) e concluiu que os fatos apresentados indicam a a existência de possível dano irreparável aos direitos do autor sob o artigo 25 da convenção" do Pacto de Direitos Civis da ONU. O que diz esse artigo? Todos têm o direito "de votar e ser eleito em eleições genuínas que devem ser universais e em sufrágio igual conduzidas por voto secreto, garantindo a livre expressão dos eleitores".

Mas, afinal, qual é a posição dos sábios da ONU sobre o mérito do processo contra Lula? Ouvido pela BBC, o órgão de direitos humanos informou: "Este pedido não significa que o Comitê tenha encontrado uma violação (contra Lula) ainda - é uma medida urgente para preservar o direito de Lula, enquanto se aguarda a consideração do caso sobre o mérito, que acontecerá no próximo ano."

Quer dizer: guiando-se pela argumentação dos advogados de Lula, os doutores da ONU avaliaram que Lula corre o risco de sofrer "possível dano irreparável". Mas reconhecem que ainda não foi detectada uma "violação". E informam que só no ano de 2019 analisarão o mérito do processo em que o pajé do PT foi condenado a 12 anos e um mês de cadeia por corrupção e lavagem de dinheiro. Ai, ai, ai...

Com todo o respeito que o Comitê dos Direitos Humanos da ONU merece, a decisão anunciada nesta sexta-feira é ofensiva. Ofende o Estado Democrático de Direito ao dar ouvidos aos advogados de Lula sem oferecer ao Brasil a oportunidade de exercer a sacrossanta prerrogativa do contraditório. Ofende a inteligência alheia ao colocar os hipotéticos direitos do presidiário acima do direito da sociedade brasileira a um processo eleitoral moralmente sustentável.

Exultantes, Cristiano Zanin e Valeska Teixeira Zanin Martins, advogados de Lula, apressaram-se em divulgar uma nota. Nela, atribuíram à recomendação do comitê da ONU ares de decisão indiscutível e imutável.

Eis o que escreveram os defensores de Lula: "Diante dessa nova decisão, nenhum órgão do Estado brasileiro poderá apresentar qualquer obstáculo para que o ex-presidente Lula possa concorrer nas eleições presidenciais de 2018 até a existência de decisão transitada em julgado em um processo justo, assim como será necessário franquear a ele acesso irrestrito à imprensa e aos membros de coligação política durante a campanha."

Curioso, muito curioso, curiosíssimo. A banca comandada por Cristiano e Valeska questiona até as vírgulas dos acórdãos do Supremo Tribunal Federal contra Lula. Tomada pelos métodos de trabalho, a dupla pratica uma advocacia muito parecida com uma guerrilha judicial. Por vezes, a defesa de Lula roça a chicana. Mas Cristiano e Valeska pedem ao Brasil que se finja de bobo e trate uma recomendação de um órgão da ONU como um imperativo celestial.

Os advogados do preso petista levam suas queixas ao Comitê de Direitos Humanos da ONU desde 2016. Acusam Sergio Moro de promover uma perseguição implacável a um político irrepreensível. Se fizessem uma análise superficial, os companheiros da ONU verificariam que, em dois anos, os perseguidores de Lula se converteram num pequeno exército. O grupo cresce na proporção direta das descobertas sobre os malfeitos da divindade petista.

Protagonista de oito processos, cinco dos quais já convertidos em ações penais, o presidenciável petista tem no seu encalço investigadores da Polícia Federal, auditores da Receita Federal, procuradores da República de Curitiba e de Brasília, magistrados lotados nas duas praças, delatores em profusão e repórteres golpistas...

Mais recententemente, os perseguidores começaram a surgir às pencas, na forma de colegiados: os três desembargadores da Oitava Turma do TRF-4, que elevaram a pena de 9 anos para 12 anos; os cinco ministros da Quinta Turma do STJ, que negaram o habeas corpus preventivo; a maioria de 6 a 5 que avalizou, no plenário do Supremo, o encarceramento do condenado. Vem aí o plenário do TSE, que está na bica de enquadrar o ficha-suja na lei que exige dos candidatos prontuários limpos.

A decisão da ONU tem grande peso político. Mas não é um imperativo legal. Embora seja signatário do pacto que orientou o comitê, o Brasil não é obrigado a obedecer cegamente a um conjunto de recomendações míopes. Ignorando a decisão, o país decerto sofrerá um desgaste. Mas nada supera a corrosão a que seria submetido o processo eleitoral brasileiro se um corrupto de segundo grau fosse tratado como um candidato limpinho. Um comitê da ONU não pode rasgar a legislação brasileira.
Herculano
17/08/2018 17:51
COMITÊ LIGADO À ONU COBRA QUE BRASIL PERMITA QUE LULA CONCORRA À ELEIÇÃO: O QUE É ESSE óRGÃO.POR QUE DECIDE ASSIM E OS EFEITOS AQUI NO PAÍS, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Vamos botar um pouco de ordem na bagunça.

Sim! É verdade! O Comitê de Direitos Humanos da ONU anuiu, em caráter liminar, com uma petição apresentada pela defesa de Lula, candidato do PT à Presidência, para que este tenha o direito de concorrer às eleições enquanto não se tem o trânsito em julgado da sentença. Em nota, a organização recomenda que o Estado "tome todas as medidas necessárias para garantir que Lula desfrute e exercite seus direitos políticos como candidato das eleições presidenciais de 2018"

Duas questões para esfriar um pouco o ânimo dos petistas:

1: decisão em caráter liminar significa, literalmente, "em caráter provisório"; portanto, pode ser revista; a decisão sai apenas no ano que vem;

2: a divulgação foi feita pelo escritório de Direitos Humanos da ONU, mas é, na verdade, do Comitê de Direitos Humanos, formado por especialistas independentes. Não pode, pois, ser chamada de "uma decisão da ONU".

Duas questões para esquentar ainda mais o ânimo dos petistas:

1: mesmo sem ser uma decisão da ONU, é claro que se trata de uma vitória do PT;

2: a decisão repercute além das fronteiras do país e ajuda a cobrir a interdição certa ao nome de Lula com uma espécie de manto da ilegitimidade, como quer o partido.

Paulo Sérgio Pinheiro, que integrou a Comissão Nacional da Verdade, que foi ministro dos Direitos Humanos e que preside, hoje, o comitê das Nações Unidas que investiga crimes de guerra cometidos na Síria, afirma que o país assinou um pacto reconhecendo a autoridade do organismo e diz que o país está obrigado a seguir a deliberação. Ele lembra que os 18 experts do órgão independente são eleitos pela Assembleia Geral.

Não é bem assim.

Vale para esse caso o que vale para a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre a revisão da Lei da Anistia. Um país não perde a sua soberania ao assinar um tratado internacional. A corte máxima do país é o Supremo Tribunal Federal. Um país se expõe, em tese, a consequências quando não cumpre uma determinação de um órgão de que é signatário. Nesse área, as sanções são de ordem moral apenas. Mas, claro!, tem seu peso.

A decisão do comitê está ancorada em duas questões:

1: o Inciso LVII do Artigo 5º da Constituição diz que "ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Lula e outros cumprem pena ?" logo, sofrem os efeitos de quem é considerado culpado ?" antes do trânsito em julgado. O Brasil é dos poucos países em que a culpa só é estabelecida depois do julgamento em quarta instância ?" uma vez que, depois da segunda, ainda há o STJ e o STF. Mas é o que está em sua Constituição;

2: a Lei da Ficha Limpa impõe uma restrição a direitos políticos, que são direitos fundamentais, antes de o próprio estado reconhecer a "culpa".

Do ponto de vista jurídico, a decisão do comitê não muda em uma vírgula a situação de Lula. Mas é claro que dá ao PT combustível para declarar "urbi et orbi" a perseguição ao petista.
Observador
17/08/2018 16:21
Saiu mais um decreto pro Sr. Ernesto Hostim, isso porque ele estava doente. Imagina se não estivesse.
DECRETA:
Art. 1º Fica designado ERNESTO HOSTIN, inscrito no CPF sob o nº 467.383.809-25, para atuar como Gestor da Parceria do Chamamento Público 03/2017 ?" CMDCA de Gaspar/SC, cujas obrigações estão previstas nos artigos 61 e 62 da Lei Federal nº 13.019, de 31 de julho de 2014.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus efeitos para 24 de julho de 2018.
Gaspar, 24 de julho de 2018.
KLEBER EDSON WAN-DALL
Prefeito do Município de Gaspar
Herculano
17/08/2018 11:35
GENTE SABIDA E EXPERIENTE EM MARKETING, FACTóIDE E FAKE NEWS, POIS É ELA QUEM MAIS ENTENDE EM MANIPULAR ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS - A MAIORIA DOS ELEITORES BRASILEIROS

Está no site do PT, como se fosse algo sério, urgente e uma verdadeira"bomba" a dar ordens e retirar a autonomia da nação autodeterminação do Brasil como país. Meu Deus!

URGENTE!
O Comitê de Direitos Humanos da ONU determinou ao Estado Brasileiro que "tome todas as medidas necessárias para permitir que o autor [Lula] desfrute e exercite seus direitos políticos da prisão como candidato nas eleições presidenciais de 2018".

Volto. Ou seja, as leis brasileiras não servem para nada, assim como a Justiça, o Ministério Público, o Congresso e o governo. Ou seja, para o vale tudo dessa gente, estamos sob a tutela da ONU até que o PT e a esquerda do atraso esteja novamente no poder.

Seria interessante também a ONU pagar as contas dos brasileiros e do Brasil, e assim, com legitimidade, ditar regras internas. Wake up, Brazil!
Herculano
17/08/2018 11:26
COISA DE QUADRILHA ORGANIZADA E BANDIDO

Ricardo Noblat, de Veja, expressa no twitter

Para registrar sua candidatura, Lula entregou 7 certidões à Justiça Eleitoral sem incluir entre elas nada que fizesse referência à Operação Lava-Jato e à sua condenação. Quem sabe a Justiça esquece a verdadeira situação dele e concede o registro... É o mestre das artimanhas.
Herculano
17/08/2018 11:22
ABRIL PEDE RECUPERAÇÃO JUDICIAL E GLOBONEWS ESTÁ TENSA COM FRACASSO DA NOVA GRADE: LACRAR OU LUCRAR!, por Rodrigo Constantino, no site Gazeta do Povo, Curitiba PR

Já tinha comentado aqui sobre a reestruturação do Grupo Abril, que resolveu fechar revistas e demitir cerca de 700 funcionários recentemente. Pouco depois, a empresa deu um passo a mais rumo à bancarrota, e decidiu entrar com pedido de recuperação judicial:

O Grupo Abril, que edita VEJA e Exame, decidiu entrar com um pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira, 15 de agosto. A medida, prevista em lei, serve para que a empresa possa buscar um novo equilíbrio de suas contas, afetadas nos últimos anos por uma combinação de duas forças negativas. Uma delas é a ruptura tecnológica que atinge mundialmente as atividades de comunicação - incluindo o jornalismo e a publicidade. A outra diz respeito aos impactos da profunda crise no Brasil, cuja marca mais evidente foi uma queda acumulada de 10% no produto interno bruto per capita, causando a perda de milhões de empregos e dificuldades para inúmeras empresas.

O pedido de recuperação judicial está sendo formalizado por meio do sistema eletrônico da Justiça. Deve ser analisado por um juiz nas próximas semanas e, uma vez aprovado, o plano de recuperação judicial será apresentado num prazo de 60 dias aos credores da companhia. A dívida submetida à proposta de recuperação judicial é da ordem de 1,6 bilhão de reais. O mecanismo da recuperação prevê um período de 180 dias em que a companhia não pode ser executada, para que a dívida seja renovada após a negociação da empresa com os credores.

As mudanças tecnológicas sem dúvida criam inúmeros desafios novos, e a crise no Brasil afetou muita gente. Mas não é "só" isso. A Veja, o carro-chefe da Abril, vem perdendo credibilidade desde sua guinada à esquerda, com a chegada de André Petry como responsável, e o público notou a diferença. Muitos passaram a questionar se a revista desejava disputar com a CartaCapital seu mercado, tamanho o viés "progressista" recente.

Outro veículo de comunicação que tem sido alvo de vários ataques nas redes sociais por conta do viés ideológico esquerdista é a GloboNews. Não por acaso, trata-se de outro veículo de comunicação em crise. O fracasso da nova grade tem gerado tensões evidentes na equipe:

A criação de três programas jornalísticos com três horas de duração cada: o "Em Ponto", o "Edição das 10" e o "Estúdio i" está gerando tensão em todos os níveis da GloboNews.

Segundo a coluna do jornalista Ricardo Feltrin, do UOL, muitos repórteres estão insatisfeitos, com reclamações sendo feitas até mesmo ao vivo, em função de frequentes erros técnicos, matérias repetidas e, principalmente, por haver uma grande preocupação por conta da baixa audiência.

O "GloboNews Em Ponto", por exemplo, que é o maior investimento da nova gestão do canal, completa duas semanas no ar com resultados baixos no ibope e, consequentemente, enfrenta dificuldades para atrair anunciantes.

Em sua estreia, no fim de julho, o programa chegou a dar quase 0,5 ponto de audiência, índice é até respeitável para um canal na TV fechada. Depois disso, no entanto, foi sendo registrada uma queda gradual de espectadores. Hoje, o "Em Ponto" chega a dar média de 0,2 ponto, número muito próximo do chamado "traço" de audiência.

Ainda segundo a coluna de Feltrin, o telejornal estaria abusando de matérias longas e de quadros demorados e cansativos, e os outros dois programas, "Edição das 10h" e "Estúdio i", também estariam sofrendo do mesmo problema, uma vez que repetem muitas coisas do "Em Ponto".

Enquanto isso, o canal no YouTube de William Waack está "bombando", assim como o programa de entrevistas de Leda Nagle, também no YouTube. A audiência existe, quer um produto de qualidade, está disposta a assistir horas de entrevistas ou documentários (vide o sucesso das séries do Brasil Paralelo). O que o público consumidor não quer é manipulação, filtro politicamente correto, esquerdismo disfarçado de jornalismo.

Em outras palavras: dá para lacrar ou lucrar, mas as duas coisas juntas não dá. Como disse Paulo Martins, quem quiser lacrar na tela vai acabar lacrando a firma. Afinal, os "lacradores" falam para uma minúscula elite culpada, a mesma que vota no PSOL, e esquecem da imensa maioria da população.

Ninguém tem mais saco de ficar vendo tanta distorção, defesa velada do PT, black blocs sendo tratados com respeito, Bolsonaro sendo atacado todo santo dia por qualquer bobagem, campanha de desarmamento, invasão sendo chamada de "ocupação", terrorista muçulmano desaparecendo das manchetes, Trump sendo alvo de sórdidos ataques, campanha pela legalização do aborto etc.

A turma precisa entender que o PSOL faz muito sucesso... nas redações dos jornais, não nas ruas! Se os veículos de comunicação insistirem nessa toada, outros pedidos de recuperação judicial virão, ou até mesmo a falência definitiva. Se os obstáculos tecnológicos já são grandes, enfrenta-los com esse filtro ideológico que desdenha da maioria dos consumidores é mesmo suicídio.

Por fim: onde está a Fox News do Brasil?
Herculano
17/08/2018 11:11
da série: os candidatos dos presidiários não negam a intimidade com o negócio que mais entendem, a política e o poder dentro e fora da cadeia.

EDUARDO CUNHA DEFENDE CANDIDATURA DE LULA

Diz a Crusoé:

"Preso em Curitiba, Eduardo Cunha divulgou 'carta à nação brasileira'. No documento, ele elogia o candidato do MDB ao Planalto, Henrique Meirelles, e diz que Lula tem 'o direito de ser candidato'".
Herculano
17/08/2018 08:01
OS KAMIKASES DE GLEISI

Gleisi Hoffmann continua a sabotar a candidatura de Fernando Haddad.

Como diz a Crusoé, a presidente do PT e seus comparsas insistem em levar o nome de Lula às urnas, "mesmo correndo o risco de o TSE vetar a manobra ou não computar os votos".
Herculano
17/08/2018 07:51
FANTASIA MINISTERIAL, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Cortes ou pastas com superpoderes não suprimem o imperativo de negociar com o Congresso

O pensamento antipetista que floresceu no país ao longo dos últimos anos costuma dar importância exagerada à bandeira do corte de ministérios no Executivo federal -proposta encampada pelos presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Geraldo Alckmin (PSDB), que disputam essa faixa do eleitorado.

Não que o tema seja irrelevante. O número de pastas chegou ao recorde de 39, dez acima da quantidade atual, no governo de Dilma Rousseff (PT), sem que se apresentasse nenhuma justificativa em termos de melhora da gestão pública.

Ao contrário, a proliferação de cargos de comando tende a provocar conflitos de atribuições e a atrasar o processo decisório. O problema talvez não tenha sido mais grave porque a maioria dos postos criados tinha poderes mais próprios do segundo escalão.

De todo modo, inutilidades como ministros da Pesca, da Aviação Civil ou da Pequena Empresa acabaram associadas à gastança que produziu a ruína do Orçamento, quando não aos múltiplos escândalos de corrupção do período.

O equívoco mais comum, devidamente explorado pelo mundo político, está em imaginar que a mera extinção de pastas corresponda a enxugamento do Estado ou combate ao desperdício ?"expressões que se encontram em documentos divulgados pelas campanhas de Bolsonaro e Alckmin.

Os cortes promovidos desde a redemocratização não passaram de realocações de órgãos, programas e servidores. Tome-se o exemplo da reforma promovida por Michel Temer (MDB), em que o antigo Ministério da Previdência, de longe o campeão de despesas da Esplanada, foi basicamente absorvido pelo Desenvolvimento Social.

Isso não se dá por acaso. O funcionalismo dispõe de garantias legais contra demissões; eliminar ações inteiras de governo é tarefa complexa dos pontos de vista técnico e político - que independe, aliás, do fim da pasta responsável.

Outras fantasias recorrentes envolvem equipes de "notáveis", profundos conhecedores de suas áreas, ou superministérios detentores de grande poder e autonomia, como o que Bolsonaro prevê na economia.

Nada há de errado, a priori, na fusão de órgãos, muito menos na escolha de expoentes do setor para o comando. Entretanto será ilusório supor ou fazer crer que expedientes do gênero bastarão para livrar o Executivo das restrições impostas pela barganha de cargos, verbas e votos com o Congresso.

A negociação parlamentar permanecerá imperativa, e o modo como ocorre no Brasil não mudará com facilidade. Os ministros da Fazenda mais bem-sucedidos em tempos democráticos foram os que obtiveram respaldo do Planalto nas disputas legislativas cruciais. Essa será uma responsabilidade intransferível do presidente.
Herculano
17/08/2018 07:46
ALCKMIN PODE SER UM NOVO TANCREDO, por Mario Rosa, por Mário Rosa, no Poder 360

Mineiro foi arcaico e calejado na medida certa

Era uma vez um político tradicional que utilizou toda sua perícia num dos momentos mais definidores da trajetória do país. Os extremos pregavam soluções políticas mutuamente excludentes para a transição que precisava ser feita e ambos os polos vociferavam contra aquele conciliador intolerável, que fora capaz de atrair espectros conservadores para seu projeto e amplos setores médios.

Com o tempo a população foi entendendo que era melhor fazer uma transição suave a apostar em cartadas abruptas. E a epítome do político profissional se transformou numa grande aspiração popular. Foi essa a saga de Tancredo de Almeida Neves na vitória que o consagrou presidente no colégio eleitoral.

Geraldo Alckmin é um político astuto. Conseguiu a maior proeza do ponto estritamente político da campanha até agora: atrair um exército de partidos de centro e de direita para apoiar sua candidatura. Compôs sua chapa com um nome para vice que, gostem ou não os eleitores de outras tendências, é uma mulher de trajetória pública imaculada.

Tancredo não tinha a faísca no olhar de um Ulysses Guimarães. Era um chuchu mineiro, mas acabou prevalecendo e conduzindo o país num momento de ruptura crucial. Então, a pergunta é: por que Alckmin não pode ser uma espécie de Tancredo Neves desses tempos da Lava Jato?

Uma das combinações mais diabólicas da sombra de Tancredo em seus dias - e uma das chaves da eficiência prodigiosa de sua capacidade de articulação - era a dubiedade de ser ao mesmo tempo arcaico o suficiente para tranquilizar os mais conservadores e dono de convicções próprias e calejado o suficiente para credenciar-se junto aos sedentos por mudanças de que não seria tutelado por ninguém.

Alckmin não se encaixa de jeito nenhum esse perfil? Pois era com esse ferramental que Tancredo pretendia conduzir a primeira das transições que o regime ainda em curso teve de colocar em prática para se consolidar como a mais longa experiência democrática de nossa República, embora seja ainda um período relativamente curto.

A nova República nasceu 33 anos atrás e seu primeiro desafio foi consumar a transição democrática. Isso se deu com a convocação de uma Constituinte e a promulgação de uma Constituição, a "Cidadã", que está completando 3 décadas este ano. Depois, foi preciso fazer a transição econômica, possível apenas em 1994, com o plano Real e o fim da hiperinflação.

Nos governos do PT, o país avançou para uma transição social, com a massificação de uma rede de proteção social e a ascensão de milhões de pessoas na escala da sociedade de consumo. Com a eclosão da Lava Jato, o país se viu diante da necessidade de desencadear uma transição moral.

Um perfil como o de Alckmin, gostem ou não gostem seus adversários, seja ele ou não apto de desempenhar esse papel, possui muitos pontos de conexão com o vulto de Tancredo. O timoneiro da transição democrática era, antes de tudo, um quadro genuíno da mais tradicional estirpe do sistema. Era uma tentativa da política de se consertar de dentro para fora e não de fora para dentro.

O próximo presidente, seja quem for, terá de cicatrizar as feridas do descrédito na política e ao mesmo tempo ser o timoneiro de uma transição de costumes na vida pública que não tem como voltar atrás. Precisará abarcar ao seu redor o velho e o novo, numa tentativa de fazer a travessia sem rupturas, mas ao mesmo tempo sem retrocessos.

"Quando um povo elege o chefe de Estado, não elege o mais sábio de seus compatriotas, e é possível que não eleja o mais virtuoso deles. Tais qualidades, que só o juízo subjetivo consegue atribuir, não podem ser medidas. Ao nomear, com seu voto, o presidente da República, a nação expressa a confiança de que ele saberá conduzi-la na busca do bem comum", proclamou Tancredo em seu discurso quando sagrado presidente eleito indiretamente pelo colégio eleitoral.

Nessa peça, Tancredo pronunciou inúmeras vezes a palavra "conciliação" e destacou que "nunca o país dependeu tanto da atividade política". Muitos dos atuais candidatos poderiam discursar as mesmas frases do parlatório do palácio do Planalto no próximo 1º de janeiro. Mas se a voz fosse a de Alckmin, por algum motivo, pareceriam estarem sendo ditas pela 1ª vez?
Herculano
17/08/2018 07:42
CARA DURA

De José Neumanne Pinto, no twitter

Cartório paulista dá a PT, Gleisi, Haddad, Manuela e Suplicy atestado de ficha limpa para seu candidato Lula, na verdade condenado em segunda instância em Curitiba, Porto Alegre e Brasília. Que caradura, sô! (Jornal da Gazeta 2)
Herculano
17/08/2018 07:40
PARTE DO PT TORCE POR VETO RÁPIDO DO TSE E LULA, por Josias de Souza

A banda muda do PT festejou em silêncio a confirmação do ministro Luís Roberto Barroso como relator do pedido de registro da candidatura de Lula no TSE. Esse grupo avalia que o partido tomou gosto pela teoria da perseguição e está esquecendo que sua obrigação é estruturar uma campanha competitiva. Seus integrantes enxergam na relatoria de Barroso o caminho mais curto para o veto a Lula e o consequente lançamento de Fernando Haddad como presidenciável do PT.

A lealdade da banda muda à figura imperial de Lula se mantém intacta. Ninguém quer passar a impressão de que está abandonando o grande líder. O grupo diverge no ritmo, não na montagem da coreografia. Todos no PT - do próprio Lula até o porteiro - concordam que o jogo no TSE já está jogado. O problema é que Lula liberou os advogados para empurrar o desfecho com a barriga. E a ala dos insatisfeitos defende um julgamento rápido do pedido de registro. Daí a aprovação silenciosa à confirmação de Barroso como relator.

Lula e os devotos que o visitam no bunker carcerário acreditam que o poder de transferência de votos do pajé do PT aumentará se sua candidatura sobreviver até o início do horário eleitoral, em 31 e agosto. O bloco dos insatisfeitos acha que, a 50 dias da eleição, é preciso adiantar o relógio da campanha. Sob pena de afugentar os eleitores menos ideológicos, que admitem buscar em outros partidos alternativas a Lula.

Na versão dos apressados, o arranjo da chapa três-em-um é precário. Com ele, o PT tem um candidato que não pode ser candidato (Lula), tem um substituto que é obrigado a se comportar como vice (Haddad) e mantém no banco de reserva uma vice que aguarda o fim da fantasia para assumir seu lugar (Manuela D'Ávila, do PCdoB). Na pele de porta-voz de Lula, Haddad desperdiça com declarações de fidelidade ao dono de sua língua o latim que poderia utilizar nos debates e sabatinas presidenciais.

Aos poucos, a fricção interna do PT vai produzindo uma solução intermediária. Haddad já realiza gravações para o horário eleitoral em cenários e circunstâncias que grudam sua imagem à de Lula. De resto, o futuro substituto de Lula inicia na próxima terça-feira um mergulho pelo Nordeste. Receberá tratamento de candidato
Herculano
17/08/2018 07:38
OS CANDIDATO DE ESQUERDA - SEM EXCEÇÃO - DEFENDEM EM CAMPANHA AUMENTAR OS DIREITOS DOS TRABALHADORES COMUNS - POIS OS ESTATAIS JÁ OS TEM DEMAIS E CONTINUAM A GANHAR MAIS

MAS O DESEMPREGO DOS TRABALHADORES COMUNS É TÃO GRANDE QUE ELES NÃO PRECISAM DE MAIS DIREITOS, MAS DE EMPREGOS PARA A DIGNIDADE E AUTONOMIA MÍNIMA. TRISTE INCOERÊNCIA DOS POLÍTICOS ENGANANDO OS DESESPERADOS

23% DOS DESEMPREGADOS SÃO CHEFES DE FAMÍLIA

País tem 2,95 milhões de brasileiros entre 40 e 59 anos sem trabalho, o que preocupa o IBGE

Cpnteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Nicola Pamplona e Larissa Quintino, da sucursal do Rio de Janeiro e da sede São Paulo.

Há sete meses, Antônio Carlos Santos Caires, 46, tenta uma recolocação no mercado.

Ele perdeu o emprego como analista de distribuição em uma empresa de comunicação em janeiro e, desde então, engrossa uma estatística que reforça o cenário de deterioração do mercado de trabalho brasileiro: o desemprego a partir dos 40 anos.

Esse grupo ainda tem taxas de desemprego menores do que o dos jovens, mas vem ganhando cada vez mais espaço entre o contingente de brasileiros em busca de trabalho.

No segundo trimestre, os brasileiros com idade entre 40 e 59 anos representavam 22,7% dos desempregados.

São 2,95 milhões de pessoas, crescimento de 131% em relação ao segundo trimestre de 2014, antes da crise econômica que teve impactos profundos no mercado de trabalho.

No período, 1,67 milhão de trabalhadores dessa faixa etária perderam o emprego.

"É preocupante, porque mostra que o desemprego atingiu uma parcela da população que não pode de forma nenhuma ficar desempregada", diz o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Em geral, são chefes de família e, ao contrário dos mais jovens, têm menor possibilidade de voltar à casa dos pais.

A taxa de desemprego entre os brasileiros de 40 a 59 anos é de 7,5%, bem abaixo da média - no segundo trimestre, foi de 12,4%- e dos indicadores das parcelas mais jovens da população - na faixa de 18 a 24 anos, chega a 26,6%, e na de 25 a 39, a 11,5%.

Trata-se, porém, de um grupo tradicionalmente com maior resistência ao desemprego, por ter um nível de qualificação mais elevado, e com maior potencial para empreender, mesmo que na informalidade.

Por isso, diz o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, a aceleração do desemprego nesse grupo é um sinal a mais de deterioração do mercado, que já vem empurrando cada vez mais gente para o desalento - quando a pessoa desiste de procurar nova vaga.

"Quando o desemprego atinge essa parcela da população, é um sinal de que nem a informalidade está dando conta de absorver as pessoas que perdem o trabalho, que a precarização do mercado é bastante forte", diz ele.

Com três filhos, Caires vem recorrendo a bicos para pagar as contas: conserta celulares e aparelhos eletrônicos.

A família também está se virando para ajudar. A mulher trabalha como freelancer em um salão de beleza e a filha mais velha, de 18 anos, terminou o ensino médio e trabalha em um bico como monitora em transporte escolar para colaborar.

"Tratamos um mês de cada vez. O bom é que todos são muito participativos, então eu mostro o que dá para dar para cada um de mesada por mês, quando dá, e o que vai para pagar as contas", diz ele, que sacou nesta quarta-feira (15) a última parcela do seu seguro-desemprego.

Com outros dois filhos de 11 e 12 anos, Caires afirma que, para ajustar o orçamento reduzido às necessidades da casa, reúne todos para mostrar o que a família dispõe por mês. "É uma situação difícil, mas acho que é um aprendizado para a vida deles também."

A família cortou as saídas para o cinema, jantares fora de casa e provavelmente não renovarão o seguro do carro no próximo mês. "Só vou fazer isso se tiver um emprego."

Além da dificuldade de sustentar a casa sem ter um salário fixo, Caires afirma que a cada dia que passa, acha a recolocação mais difícil, outro ponto de preocupação apontado pelo coordenador do IBGE em relação a essa parcela da população.
Herculano
17/08/2018 07:21
ATO PRó-LULA FOI DOS MENORES DA HISTóRIA RECENTE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A manifestação desta quarta (15) diante do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), organizada pelo MST, PT e outros partidos, foi uma das menores da História recente. Os dez mil "mortadelas", segundo estimativa da Polícia Militar do DF, representou apenas a quinta parte do protesto em 2016, organizado em Brasília pelo PT e seus puxadinhos, reunindo 50 mil pessoas contra o impeachment de Dilma.

A MESMA TURMA
A manifestação de quarta foi semelhante ao ato favorável a habeas corpus para Lula, em 4 de abril: 10 mil, conforme a estimativa da PM.

ESTRANHA CONTA
O ato pró-Lula só foi maior que a manifestação pró-Dilma, em Brasília, no dia 18 de março de 2016, que segundo a PM reuniu 6 mil pessoas.

JÁ FOI BEM PIOR
Em 6 de abril deste ano, o PT só conseguiu colocar nas ruas de Brasília 300 pessoas protestando contra a ordem de prisão de Lula.

DIFERENÇA É GRANDE
Em março de 2016, a PM calculou 3,6 milhões de pessoas nas ruas contra o governo do PT. Favoráveis, somente 300 mil.

'LEI DE PROTEÇÃO DE DADOS' PROTEGE Só NO NOME
A Lei Geral de Proteção de Dados, sancionada pelo presidente Michel Temer, não garante a segurança de dados como prometeram. Para especialistas, com o veto à criação do órgão fiscalizador, os cidadãos terão de confiar que seus dados não vão ser compartilhados por empresas inescrupulosas. E quem for lesado será obrigado a provar na Justiça, tecnicamente, que tiveram as informações vazadas.

MULTA VETADA
A lei brasileira foi baseada em legislação da União Europeia, que prevê multas de até ?20 milhões. Mas, lá, existem os órgãos fiscalizadores.

IMPUNIDADE GARANTIDA
Sem fiscalização, o cidadão é obrigado a provar o vazamento, sob risco de pagar honorários em caso de derrota. As denúncias serão escassas.

HÁ ESPERANÇA
Para a especialista em comunicação Fernanda Lara, as empresas vão tomar novos cuidados para não terem imagem associada a vazamento.

FLERTE COM O PASSADO
No Pará, Jader Barbalho (MDB) e Anivaldo Vale (PR) disputam o Senado e seus filhos Helder e Lúcio os cargos de governador e vice. A música de Cazuza foi premonitória: "Vejo o futuro repetindo o passado".

MULHERES NO COMANDO
Cármen Lúcia no STF, Laurita Vaz no STJ e agora Rosa Weber no TSE. Três mulheres comandando três tribunais em Brasília. Somente o TST (Brito Pereira) e o STM (José Coelho) são presididos por homens.

SHOW FOI Só DO PT
Dois assessores do TSE impediram o registro de imagens no protocolo do tribunal, mas, simpáticos ao PT, abriram exceção ao fotógrafo do partido. Seguranças do TSE advertiram a dupla sobre o "favorecimento pessoal", previsto no artigo 348 do Código Penal. Foi inútil.

O QUE ACABA ARRECADAÇÃO
Distribuidoras de combustíveis são investigadas por sonegação de ICMS. Tem gente presa. São os que se opõem à venda direta de etanol aos postos alegando que "acabaria" com a arrecadação dos Estados.

PRESSIONAR É MÁ IDEIA
Ameaçado de cassação, o então governador do Maranhão Jackson Lago (PDT) fez barulho e até passeata para pressionar o TSE, como faz o PT no caso Lula. Foi inútil. Perdeu o mandato e ficou inelegível.

ANAC É UMA MÃE
Além de atuar incansavelmente para multiplicar os lucros das empresas aéreas, a agência de Aviação Civil (Anac) fecha os olhos para seus sites campeões de pegadinhas, que induzem o passageiro a contratar serviços dispensáveis ao exibir opções já selecionadas.

DISSOLUÇÃO DA PM
O bancário Renan Rosa, candidato do Partido da Causa Operária (PCO) ao governo de Brasília, definiu o que considera fundamental para enfrentar problemas de segurança: dissolver a Polícia Militar.

REGULAÇÃO EM DEBATE
Juízes federais se reunirão entre os dias 20 e 22 em Campinas para debater concorrência e regulação, sob o comando do desembargador Paulo Sérgio Domingues, do TRF-3. O painel "Arranjos institucionais e regulação do mercado de combustíveis" será um dos destaques.

PENSANDO BEM...
...para a turma do PT, vale até gol de mão.
Herculano
17/08/2018 07:15
PRECISAMOS FALAR SOBRE LULA, por Hélio Schwartsman

PT se lança em incoerências ao sustentar o insustentável

Partidos políticos competitivos operam com duas metas que são em certa medida contraditórias. Eles precisam atrair o eleitorado, que vota muito mais com o coração do que com a razão, e também oferecer uma visão de país que, se não chega a configurar um programa de governo detalhado, seja mais do que um amontoado de delírios. Afinal, se a agremiação conquistar o poder, terá de fazer algo pelo menos assemelhado àquilo que propunha.

A estratégia do PT de seguir com a candidatura de Lula, embora sejam remotíssimas as chances de que a Justiça o considere elegível, até atende ao primeiro objetivo. O ex-presidente, apesar de tudo, ainda está nas graças de cerca de um terço do eleitorado. O problema é que ela fracassa miseravelmente no segundo intento.

Para dar uma aura de decoro à candidatura de um condenado por corrupção, o PT pinta Lula como um perseguido pela Polícia Federal, Ministério Público, Justiça (1ª, 2ª, 3ª e 4ª instâncias), imprensa e empresariado. Até seria verossímil que uma dessas instituições tivesse se voltado contra ele, mas será crível que todas o tenham feito ao mesmo tempo?

Manter o discurso do complô exige negar legitimidade ao Judiciário, um dos três Poderes da República, o que, obviamente, não pode fazer parte do projeto de um partido democrático. Não dá para solapar as bases do Estado que se pretende administrar. Note-se que Lula poderia perfeitamente questionar o resultado de seus julgamentos sem contestar a instituição, mas isso enfraqueceria sua retórica.

E essa é só uma das muitas incoerências em que o PT se lança ao sustentar o insustentável. O efeito colateral mais grave, a meu ver, é que a insistência em Lula impede o partido e a própria esquerda de acertar contas com os graves erros éticos e econômicos cometidos nas gestões petistas e de seguir em frente. Enquanto estiver algemado a Lula, o PT terá grandes dificuldades em atualizar seu projeto de país.
Herculano
17/08/2018 07:13
PARA OS POLÍTICOS, O BRASIL É UM GRANDE PUTEIRO. COLABORAM AS LEIS GELEIAS, UM JUDICIÁRIO LENTO, INTERPRETATIVO E ATÉ MESMO IDEOLOGIZADO COM LEITORES E LEITORAS PASSIVOS DIANTE DE TANTAS JOGADAS, SACANAGENS E OPORTUNISTAS
Herculano
16/08/2018 19:36
A REAL DIFERENÇA ENTRE AS FORTUNAS DE AMOÊDO E LULA, por João César de Melo, no Instituto Liberal

Ao registrarem suas candidaturas no TSE, Lula declarou ter um patrimônio de R$ 7,9 milhões, enquanto João Amoêdo declarou ter R$ 425 milhões.

A distância entre esses dois números é gritante, mas devemos considerar algumas coisas.

Até ser condenado e preso por corrupção, Lula passou oito anos viajando de jatinho particular, se hospedando em hotéis luxuosos e jantando em restaurantes caros.

Nesse tempo, estava sendo preparado para Lula um triplex na praia e um sítio no interior.

Desde que a Lava Jato chegou até ele, e até os dias atuais, Lula conta com um gigantesco suporte jurídico para defendê-lo. Um corpo de advogados que entra quase diariamente com recursos nas mais altas instâncias da justiça brasileira, o que custa muito, muito caro. Milhões!

Nada disso, porém, foi pago com o dinheiro que Lula poupou da época em que era presidente da República, nem do que ganhava de pensão como ex-presidente.

Todos os luxos de Lula eram bancados por grandes empresários, como eles próprios declararam e provaram em depoimentos. Luxos bancados em troca de medidas provisórias, subsídios, isenções fiscais e superfaturamento de obras. Esquemas de corrupção que Lula, mesmo depois de deixar a presidência, mantinha sob seu controle.

Como se fosse pouca picaretagem, os seguranças, carros e até o combustível que o ex-presidente utilizava no dia a dia eram bancados pelo governo, digo, pelos brasileiros.

Todo o dinheiro que o líder da esquerda brasileira acumulou com o salário de presidente da República e da pensão de ex-presidente foi investido, veja só? no mercado financeiro. O ex-presidente que defende a previdência estatal tem uma fortuna investida numa previdência privada.

Ou seja: Lula, o "homem do povo" com seus quase oito milhões de reais, tinha um estilo de vida semelhante ao de qualquer milionário, ao de qualquer investidor bem-sucedido.

Isso significa que não muda muito na vida de uma pessoa ter oito milhões de reais na conta ou meio bilhão.

Há, porém, uma grande diferença: Lula acumulou seus milhões enquanto coordenava o maior esquema de corrupção que se tem notícia do mundo. Portanto, os milhões de Lula são sujos! Sujíssimos!

Um invejoso de plantão pode se descabelar diante da fortuna de João Amoêdo, mas ela é legítima.

Amoêdo poderia ter decidido usufruir de sua fortuna noutro lugar. Poderia transferir sua cidadania para qualquer país civilizado. Poderia ser vizinho de Chico Buarque em Paris. Mas ele não quis. Preferiu - coitado ?" tentar ajudar seu país, fundando um partido realmente novo, que levanta a bandeira da liberdade. Uma verdadeira ruptura ao sistema que vigora e que impede o Brasil de prosperar.

Tê-lo como o "candidato do mercado" é muito, muito bom. Amoêdo deveria usar isso como slogan de sua campanha.

O mercado é formado por nós: cidadãos e empresas comuns vendendo e comprando coisas uns dos outros. É para nós que o governo deve trabalhar, não para milícias e militantes socialistas.

Não existe desenvolvimento social sem um mercado livre, forte e dinâmico.

Ruim mesmo ?" a história do Brasil que o diga ?" é essa farofa de estatistas que se sucederam até hoje no governo e no Congresso, e que mais uma vez tentam se manter no controle do país.

A fortuna de Amoêdo é a melhor notícia sobre sua vida particular. Em vez de críticas, ele deveria receber elogios por isso.
Herculano
16/08/2018 19:12
da série: a cara do Brasil, gente condenada é candidata, gente presa quer debater e estar no palanque, por que dono de prostíbulo não pode ser candidato de uma zona chamada Brasil? É o que possui a verdadeira legitimidade!

MARONI, DONO DE PROSTÍBULO DE LUXO, É CANDIDATO A DEPUTADO FEDERAL, por Ricardo Miranda, de Os Divergentes

"Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro"
Trecho de "O Tempo Não Pára", de Cazuza

Não falta mais nada. Se você esperava que o próximo Congresso Nacional tivesse mais qualidade e fosse menos fisiológico que o atual, pode começar a tirar o cavalinho da chuva. Sinal disso é que Oscar Maroni, maior empresário do país no ramo da prostituição ?" e certamente o mais notório e polêmico -, decidiu mesmo entrar para a política.

Depois de alguma vacilação, vai mesmo concorrer a uma vaga de deputado federal por São Paulo, onde seu principal negócio, o Bahamas Hotel Club, em Moema, é um suntuoso templo do hedonismo, com 1.740 metros e aberto 24 horas por dia. O próprio site classifica a casa como o "maior centro de entretenimento para adultos da América Latina".

Maroni, que de tempos em tempos frequenta o noticiário, apareceu no início de abril, vestido de irmão Metralha, com uma bandeira do Brasil, distribuindo 9 mil cervejas para festejar prisão de Lula. Era o cumprimento de uma promessa. Em um vídeo, Maroni foi mais longe e chegou e dizer que gostaria que o ex-presidente fosse morto na cadeia. Depois se retratou, do seu jeito. "No vídeo, eu faço um comentário que eu gostaria que o Lula morra ou que o matassem na prisão. Falei errado e retiro. Quero que ele fique vivo e apodrecendo."

Fã do juiz federal Sérgio Moro, já disse que ele "tem acesso vitalício ao Bahamas". O curioso é ver a mídia tratar um assumido dono de prostíbulo como "empresário" ou "magnata do sexo" e sua Bahamas como "casa de show". Ele também é tratado como "psicólogo", sua profissão de origem, e "fazendeiro".

Em abril, integrantes do MST invadiram sua fazenda, Santa Cecília, em Araçatuba (SP). Maroni é queridinho em colunas sociais e talk shows, já tendo concedido entrevistas a programas como The Noite, com Danilo Gentili, e Amaury Jr. Com tamanha boa vontade, e certamente uma lista seleta de clientes, Maroni espera não ter dificuldade de se eleger. O que deve facilitar sua vida, nos muitos processos que responde por favorecimento à prostituição, e dificultar que, com imunidade, seja preso. De novo. Já foi quatro vezes. Sua candidatura, segundo ele próprio declarou, seria pelo PROS, o o Partido Republicano da Ordem Social. Ele já foi filiado ao PT do B, hoje Avante. Em sua biografia autorizada "O Colecionador de Emoções", Maroni já revelou que quer chegar a presidente da República.

Se nada der certo - ou mesmo que dê -, Maroni já tem outros planos. Ele - que já participou do reality show A Fazenda, na Record, vai lançar agora com sua família um programa que levará o nome da família "Os Maronis". O reality vai mostrar o dia a dia da família, com foco no trabalho de Oscar Maroni à frente do Bahamas e a vida da filha Aritana com o marido Paulo Rogério nos eventos de culinária que participam.
Herculano
16/08/2018 18:59
MINISTRO DO TSE NEGA PEDIDO PARA LULA PARTICIPAR DE DEBATE NA REDE TV

Conteúdo de O Globo. Texto de André de Souza, da sucursal de Brasília. O ministro substituto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Sérgio Banhos negou pedido do PT para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participe do debate da "RedeTV!" entre os candidatos à Presidência da República, previsto para ocorrer na sexta-feira. Condenado na Lava-Jato, Lula está preso em Curitiba. Em razão da condenação, ele também poderá ser barrado pela Lei da Ficha Limpa, mas, por enquanto, seu registro de candidatura ainda não foi analisado.

Sérgio Banhos lembrou que a prisão de Lula foi decidida pela Justiça Federal, que não integra a Justiça Eleitoral. Assim, não cabe a ele permitir que Lula saia da prisão para ir presencialmente ao debate, ou para autorizar a instalação de equipamentos na carceragem da Polícia Federal que tornassem possível a participação por videoconferência. Segundo Banhos, esses pedidos feitos pelo PT, se aceitos, significariam "indevida interferência da Justiça Eleitoral na esfera de competência do juiz da execução da pena".

O partido tinha pedido ainda, como uma última alternativa, que fossem autorizados vídeos pré-gravados de Lula para levar ao debate. Mas Banhos destacou que isso "seria incompatível até mesmo com a já conhecida dinâmica desses debates".

Os advogados de Lula alegaram que a condenação dele não é definitiva, uma vez que ainda cabem recursos aos tribunais superiores. Argumentaram também que "Lula goza de todos os direitos inerentes aos candidatos ao cargo de presidente da República, não podendo ser prejudicado no exercício de tais direitos, em razão da execução antecipada da pena, situação excepcional, e que tolhe sua liberdade de ir e vir".

Em janeiro deste ano, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre, condenou Lula a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do tríplex do Guarujá (SP). Em abril, ele começou a cumprir pena em Curitiba.
Herculano
16/08/2018 18:53
ALCKMIN DIZ QUE NÃO FARÁ ALIANÇA COM O PT E NEM COM BOLSONARO NUM EVENTUAL SEGUNDO TURNO

Conteúdo do 247. O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, reagiu nesta tarde [quinta-feira] à entrevista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que disse não se opor a uma aliança entre PSDB e PT no segundo turno contra o candidato da extrema-direita, Jair Bolsonaro (PSL).

Em sua conta no Twitter, Alckmin disse que "não tem aliança com o PT, nem com o Bolsonaro". "O meu compromisso é com você", afirmou o tucano.

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.