15/08/2018
MAS QUE SUSTENTAM PRIVILÉGIOS DOS POLÍTICOS E AUMENTOS DO FUNCIONALISMO PÚBLICO
O noticiário nacional, estadual, regional e local está cheio de exemplos de como os políticos, mesmo às vésperas de eleições gerais e onde se desnudam supostos privilégios, desperdícios, corrupção e gestão incompetente, perderam o medo e à capacidade de ao menos se disfarçarem para além do tempo da busca de votos.
Realmente os tempos mudaram. Para pior. E contra o cidadão, o eleitor e pagador de pesados impostos que sustenta o estado e sua máquina cara, antiga, corporativa com algumas castas que são máquinas criar privilégios impossíveis de serem sustentados pela sociedade no médio e longo prazos, sem aumentar ainda mais os impostos.
E mais do que isso. Governantes, políticos, associações e sindicados mandam recados claros para todos nós: fiquem quietos, paguem, se não quiserem pagar mais ou serem retalhados nas suas vidas pessoais, comunitárias, políticas, associativista e empresariais. Simples assim!
Às vezes, não se sabe bem a diferença entre o mundo bandido, o talião e o do político com o que se sujeita às regras sociais e éticas.
Só o Congresso Nacional (Câmara e Senado) gasta por dia mais de R$30 milhões. Cifra semelhante ao que deputados e senadores cortaram da então já escassa verba para a duplicação da BR 470 neste ano. Pior: com votos de catarinenses. E eles, estão pedindo novamente votos dos mártires do Vale do Itajaí para serem reeleitos. Querem continuar assim: trabalhar não exatamente contra os cidadãos e o estado que juram estar defendendo, mas uma região geradora de tributos e empregos, mas contra seus eleitores.
Inacreditável, não é o fato em si. É como tem gente que mesmo assim vai votar em político desse tipo.
NADA SURGIU DA NOITE PARA O DIA, MAS DA OMISSÃO NO EXERCÍCIO DA CIDADANIA
Essa cifra milionária de dinheiro do contribuinte consumida por dia pelo Congresso Nacional, como um de múltiplos exemplos, é para os seus e o suporte à bilionária estrutura, que não surgiu do dia para a noite. Ela se estabelecendo aos poucos, por anos, na calada da noite, aproveitando-se da falta de transparência, do debate, do contraponto, do questionamento. E tudo ficou fora de controle. Mais do que isso: com aparência de normalidade.
Temos até parlamentares em Brasília que dormem na cadeia, entre eles, um catarinense.
Enquanto sobra dinheiro no Congresso Nacional, está faltando dinheiro para a saúde pública com gente morrendo nas emergências e filas do SUS por falta de atendimento. Faltam vagas nas creches. Faltam cadeias, investigação, ciência, policiais em número, preparados e profissionais para dar uma segurança mínima aos cidadãos.
Entretanto, os políticos que prometem agora mudar esse quadro (e outros que até falsamente querem militarizar a área como se arma e bala resolvessem o problema estrutural) tiraram dinheiro dos nossos pesados impostos, primeiro para fazer um “fundo” milionário (R$800 milhões) para nadar e sustentar à farra dos partidos (exclui-se um tal de Novo) e agora, esses mesmos políticos, retiraram da saúde, educação, segurança, assistência e obras, mais outro R$1,7 bilhão, repito, bilhão, para eles fazerem campanha, entre poucos, entre os mesmos e lambuzados, impedindo qualquer renovação nos partidos, nos executivos e nas Casas legislativas.
Como vai se mudar o país, se os partidos e os políticos possuem uma reserva de mercado entre eles próprios?
NEM O SUPREMO E O MINISTÉRIO PÚBLICO ESCAPAM. SE A FARINHA É POUCA, O MEU PIRÃO PRIMEIRO
Agora, os Ministros do Supremo e os Procuradores Públicos Federais propuseram aumento para eles próprios de 16%. Simples assim! Se eles merecem? Não tenho nenhuma dúvida!
Todavia, eles não olharam para o Brasil onde estão com mais de 13 milhões de desempregados, e outros 50 milhões de salários mínimos (e até bolsa família). São exatamente eles que sustentam os mais ricos nos três poderes da República.
Os doutores, gente esclarecida, não olharam os seus próprios privilégios que criaram e carregam dos velhos tempos como dois meses de férias, outras incontáveis folgas, o tal auxílio-moradia que se enrola na discussão da legalidade e outros penduricalhos, e que até escapam do Imposto de Renda, impossível ao trabalhador comum. Isso sem falar na contraprestação, lenta, ideológica feita para os comuns e célere e pragmática para os poderosos. A percepção é a pior possível.
Ah, mas ministros e procuradores combatem à corrupção! Hum! Era só o que faltava. Essa não é uma prerrogativa funcional obrigatória do Ministério Público e da própria Justiça quando provocada? Ai, ai, ai.
Este é mais um exemplo de anomalia no nosso desenho social de prioridades, além da insegurança jurídica. Ela complica às decisões de investimentos e à retomada do tempo perdido na economia, por erros de políticos gestores ou legisladores irresponsáveis.
AFINAL, AS AGÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL VÃO DESAPARECER?
Em Santa Catarina, há 15 anos para eleger e empregar políticos desocupados, sem votos e incompetentes, o ex-senador, ministro, presidente nacional do MDB, prefeito de Joinville e governador Luiz Henrique da Silveira, nascido em Blumenau, inventou as tais Secretaria de Desenvolvimento Regional.
Era o discurso da descentralização. Uma máscara. E se percebei que era apenas um cabideiro caro, burocrático e ajustes de poder, com empregos comissionados. Todos quando na oposição, prometeram “extingui-las”. De verdade? Nada! Até que por uma boquinha, os políticos, principalmente os desempregados, aturam-se. Estamos em campanha eleitoral e o assunto murchou outra vez.
Na Assembleia Legislativa, entre muitos desatinos que começam a ser desnudado depois que a RBS SC – a que fazia do jornalismo um balcão de negócios - foi embora, comprou-se um prédio para anexo do Palácio Barriga-Verde por R$80 milhões.
Assim, do nada. Se realmente a Alesc e principalmente seus deputados estivessem interessados em soluções a quadros críticos, poderia, por exemplo, devolver esse dinheiro ao Orçamento estadual, e lá, numa negociação, destiná-lo aos hospitais filantrópicos. Eles definham, por incúria governamental.
E os escândalos maiores ou menores se amontoam numa Casa, onde por exemplo, com toda a tecnologia do século 21, ainda emprega gente com altíssimos salários para ser estenógrafas, do século 19. E assim vai.
NINGUÉM ESCAPA DA NOVA ORDEM PARA ENQUADRAR OS CIDADÃOS OU ENTIDADES QUE OUSEM QUESTIONAR OS POLÍTICOS NOS SEUS EXAGEROS, DESVIOS, LAMBANÇAS OU INVERSÃO DO PAPEL DELES QUE É O DE SERVIR À SOCIEDADE QUE LHES SUSTENTA
Em Blumenau, recentemente, o simples fato dos pagadores de pesados impostos mostrarem publicamente, em peças de outdoors, como os vereadores de lá aumentaram absurdamente os gastos na estrutura da Câmara, gerou uma comoção entre eles.
Os vereadores armaram-se como se os pagadores de impostos tivessem praticado uma heresia: o de questioná-los. Esqueceram que eles foram eleitos para representar a população e que parte dela – certa ou errada – não está concordando com o comportamento deles. Esses políticos, de todos os matizes e os mais revoltados foram os novos, os de vieses morais, esqueceram da regra de ouro mínima: todos eles, são no fundo, pagos pelos eleitores e é a eles que os políticos devem explicações e prestações de contas.
Entretanto, os políticos de lá, unidos num espírito de corpo (não confundam, por favor) inverteram tudo. Apelaram até para a chantagem. Ou seja, de quanto parte dos questionadores – os empresários, principalmente – foram beneficiados por isenções de impostos locais, benefícios e renúncias fiscais municipais, todas elas, diga-se, referendadas pela Câmara que formata essa legislação.
No fundo, os políticos, disseram: trouxas, paguem a nossa conta se não a coisa poderá piorar para vocês, porque não estamos dispostos a rever nossos gastos e privilégios. Somos autoridades. Ou seja, inverteram o valor do voto e da representação.
E Gaspar não é diferente. Há poucos anos tínhamos cinco funcionários para 13 vereadores e duas sessões semanais. Hoje, são quase 30 para uma sessão semanal. Entretanto, esse ainda não é o ponto desta reflexão.
O projeto de lei do presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC, para contratar um “procurador geral”, comissionado, por mais de R$9 mil, para servi-lo, apenas foi recolhido à gaveta, diante da reação da comunidade, depois de devidamente anunciado aqui. É o primeiro de um projeto consistente de inchamento da Câmara de Gaspar. Ele próprio detalhou em sessão, e que já comentei aqui
Silvio, não desistiu da ideia. Ao contrário. Escaldado, orientado pelo PT, PDT e PSD – os donos e padrinhos da ideia - Silvio está apenas mais cauteloso. O presidente cria apenas ambiente para descaracterizar à desproporcionalidade entre efetivos e comissionados. Com isso, quer se livrar de um possível questionamento do Ministério Público, numa provocação de uma Adin e que já está pronta para quando a matéria for a plenário.
Com a proporcionalidade resolvida - e os vereadores estão aprovando à abertura de novas vagas de efetivos -, Silvio colocará o assunto em pauta, para votação rápída. Em tese, ele possui a maioria para a aprovação e há quem diga que teria até votos na própria base do governo de Kleber Edson Wan Dalll, MDB.
EMPREGO PARA POUCOS COM OS VOTOS DE MUITOS
A farra do dinheiro público escasso, num ambiente econômico adverso, onde o emprego é difícil, e quando ele está disponível, a remuneração é incompatível e até vexatória às exigências e conhecimento, isso não chega ser um problema para os amigos dos políticos no poder de plantão ou com padrinhos nos partidos, mesmo que não eles tenham preparação para tal.
Esses amigos dos políticos no poder continuam protegidos por empregos pagos pela população desempregada, ou que ganha mal, ou que não dorme direito com medo de perder o emprego ou que, possui prejuízos nos seus negócios e não enxerga perspectivas de melhoras no curto prazo.
O penúltimo desses casos contraditórios – e que causou um mal-estar danado na população como demonstraram os comentários nas redes sociais - foi o que relatei nesta segunda-feira. Tratou-se do desfecho pela má escolha pelo prefeito Kleber do seu ex-secretário de Assistência Social, Ernesto Hostin, PSC. Desgastado, ao final, Ernesto “pediu” demissão do cargo alegando estar “doente”. Repito: foi Ernesto quem alegou no documento oficial estar doente para não continuar lá.
No outro dia, mesmo estando assim, digamos, “doente”, o amigo de longa data de Ernesto, o prefeito Kleber, nomeou Ernesto para duas outras funções na prefeitura. Ou seja, zombou dos pagadores de pesados impostos e mesmo supostamente “doente” Ernesto continuou empregado na prefeitura.
Não vou repetir os questionamentos que já fiz em artigo anterior sobre esse caso, mas é preciso se sublinhar o slogan propagandístico do governo Kleber: eficiência. Está na hora de substituí-lo urgentemente, sob pena de se zombar da agência de propaganda que Kleber contratou e ganha muito dinheiro de todos os gasparenses para ampliar essa qualidade do atual governo de Gaspar.
Esses políticos não se emendam. Tratam seus eleitores, eleitoras e a sociedade como beócios, analfabetos, ignorantes e desinformados. Apostam na memória curta. Na troca de favores na última hora. Dos cidadãos eleitores e eleitoras, eles só precisam de votos – e não importam os meios - para alcançar o poder e privilegiar os de sempre e que estão ao seu redor esperando o filé. Tudo com os pesados impostos da população desempregada, mal-empregada ou que à beira da falência.
Antes, os políticos temiam fazer esse enfrentamento no Congresso, cortar as verbas da BR 470, comprar prédios caros e de retorno duvidoso, criar estruturas caras no legislativo e empregar amigos doentes para não perder a amizade em ano de eleições. Agora, nem com isso se preocupam mais. Mudou. Para pior. E contra o contribuinte, o que verdadeiramente sustenta tudo isso. Acorda, Gaspar!
Ontem foi feito o teste do novo reservatório de 1,8 milhão de litros do Samae de Gaspar. Esvaziou-se rapidamente. Hum!
“Se viram”. Ezequiel Hintz quando soube que o seu lugar da Fundação de Esportes seria ocupado por Ernesto Hostins, pulou e disse que não perderia o lugar se não fosse para um melhor. Parou no gabinete. Ou seja, um acerto de egos, entre irmãos.
Ilhota em chamas. O prefeito Érico de Oliveira, MDB, de Ilhota, há dias não atende o telefone da Ong GAIAA para pagar o que está no convênio rescisório da Casa Lar Sementes do Amanhã, de Gaspar.
A dívida trabalhista era de R$62 mil. Como não honrou, agora vai ter que desembolsar quase R$90 mil para quitar os ex-empregados da ONG que deixou a gestão da Casa Lar. O caso foi parar na Justiça. O prefeito diz que não tem dinheiro em caixa para pagar quem cuida para ele de crianças vulneráveis. Ou seja, a coisa está mal mesmo!
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