28/10/2019
Para os leitores e leitoras deste espaço, a falta de interessados à licitação 05/2019 que aconteceu no dia 22 de outubro não seria novidade nenhuma. Escrevi vários artigos sobre este assunto mostrando que o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, pouco se empenhava em atrair e de verdade, implantar um serviço diferenciado, atualizado, de futuro e cobiçado – tanto para o usuário, o munícipio e o investidor.
Queria apenas dinheiro, muito dinheiro, para um negócio sem qualquer atratividade, compensação, novidade ou lucratividade para quem se dispusesse a fazê-lo naquilo que é, vejam só, uma obrigação do poder público aos cidadãos de Gaspar.
Quem perdeu mais uma vez? O gasparense! Justamente o mais fragilizado e que mora nos bairros e precisa se deslocar pela cidade para trabalhar, estudar, fazer compras básicas ou até buscar assistência médica.
Qual era mesmo o título estendido do artigo que escrevi na edição impressa de sexta-feira do dia três de outubro – ou seja, bem antes do dia 22 – no jornal Cruzeiro do Vale? “A 'nova' licitação do transporte coletivo de Gaspar no século 21, mas concebido como se estivesse no século 20, não é prioridade para o governo. A chance de se perpetuar à precariedade contra a cidade, a mobilidade e os cidadãos é grande”.
E o que aconteceu? Bingo! Acertei, mais uma vez diante do que se praguejou nos gabinetes da prefeitura contra este escriba só porque esclareci ao povo o que acontecia de verdade no edital, na gestão e nos bastidores dos que mandam em Gaspar. Não sou nenhum vidente, mas era naturalmente evidente o que aconteceu, até para um analfabeto. Ou seja, era impossível que os “çabios” e que rodeiam Kleber, não sabiam desse desfecho.
O que escrevi num parágrafo daquele artigo, depois de ver que a Câmara muito tardiamente, e com a iniciativa do vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, fez uma audiência pública no dia 25 de setembro, sem a devida representatividade do poder Executivo, exatamente o poder concedente do serviço?
“A minha alma está lavada porque tudo o que se discutiu no dia 25 eu antecipei em três artigos anteriores. O último no dia quatro de setembro tinha seguinte título: ‘Sem passageiros, os preços das tarifas no Sistema Coletivo Urbano tendem a aumentar e afastar ainda mais os usuários. É um ciclo vicioso. E em Gaspar, esta já é uma tendência em curso que fez a antiga concessionária do serviço correr daqui com a promessa de cobrar na justiça os prejuízos’. Ah, mas não é fácil a solução do problema, Herculano? Isto eu sei; todos sabem. Isto também mostra quanto pitocos são os gestores públicos e os políticos que escolhemos para dar conta desta situação. Como disse o ex-presidente da Câmara, Giovano Borges, PSB, ao externar o problema crucial que se tem no Bela Vista, onde conurbados os municípios de Blumenau e Gaspar não se integram no transporte coletivo urbano, ‘é preciso colocar o pau (?) na mesa’. Então o que estão esperando para fazer isso se o diagnóstico é antigo? Ou esta será novamente a falsa bandeira dos políticos para a eleição do ano que vem enganando os analfabetos, ignorantes e desinformados? Ai, ai, ai”
Era preciso ser algum adivinho ou ter bolas de cristal para saber o que aconteceria neste 22 de outubro? Estava na cara.
Parece até que foi de propósito. Ou seja, tudo para continuar precário, caro e desorganizado como está com quem faz o serviço por emergência, a Caturani. Ela inclusive, e mais uma empresa de Concórdia, uma tal de Hodierna, até ensaiaram em consultas no decorrer do certame estarem interessadas, mas desde que se mudassem às regras do jogo, coisa impossíveis de acontecerem à altura do “campeonato”.
Na hora da verdade, elas não apareceram, pois sabiam que o jogo não era para o bico delas e de nenhuma outra. E se ninguém aparecesse, a Caturani estaria no jogo e dando as cartas nos preços, nos roteiros e outras exigências em mais uma outra emergência.
Resumindo, mais uma que o prefeito Kleber, o vice Luiz Carlos e o prefeito de fato, secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, e presidente do MDB, não conseguiram avançar em favor dos gasparenses: queriam dinheiro em caixa (talvez para obras) e não para dar transporte coletivo descente, do século 21 ao povo pobre, vulnerável e trabalhador.
Então por preguiça, eu vou encerrar este artigo repetindo o desfecho do que escrevi no dia três de outubro. Ele está atual e óbvio, que não é preciso mexer em qualquer vírgula naquilo que não conurba com Blumenau (Bela Vista, Belchior), principalmente, ou que não avança quando já temos até ônibus tipo Uber:
“Este é o verdadeiro desafio que as nossas falsas lideranças se negam à solução. A lei atual – baseada no século 20 - impede? Impede! Então é preciso mudá-la. Quem vai fazer isso? Não será um iluminado, mas muitos com o mesmo objetivo aqui, em Blumenau e Florianópolis. Ah, como calcular o quinhão de cada empresa ou consórcio nesta urgente e necessária integração e hoje impossível? A tecnologia, já resolveu e faz tempo: um passageiro com cartão chipado na entrada e na saída do ônibus, registrará o percurso percorrido e permitirá cálculos integrados, bem como a conciliação financeira no sistema repartido a parte de cada empresa. Ah, mas Gaspar tem um quinto da população de Blumenau num território semelhante o que aumenta os custos das passagens devido as grandes distâncias e sem passageiros? É só criar terminais e diminuir – ou controlar e com veículos menores - as viagens periféricas, privilegiando as troncais. Mesmo assim, as passagens tendem a ficar caras? É só tirar os cobradores num mundo digital – e que caminha até para veículos autônomos. Mas, o edital do século passado, com aval do Tribunal de Contas, dos encastelados bem pagos no MP e que não andam de ônibus, com a omissão dos çabios da prefeitura e da Agir, todos ainda no século 20, negam-se à realidade, ao desafio e à solução. Então quem vai se sacrificar ou pagar a conta desta incúria? Novamente os pobres, os vulneráveis, os excluídos do século 21. Acorda, Gaspar!”
O Tribunal de Contas barrou uma modalidade de licitação onde o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB (a esquerda), queria passe livre para contratar obras de drenagens e que pela Lei das Licitações, obriga serem elas por concorrência, com dinheiro específico e em caixa para cada obra. A denúncia foi de Cicero Giovane Amaro, PSD, (centro) que não pode comemorar, pois está licenciado. O registro foi feito pelo vereador Silvio Cleffi, PSC (centro). O líder do governo Kleber, vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, (à direita) minimizou e rebateu a decisão colegiada do TCE: “Cabe recurso. Vamos recorrer”. Enquanto isso...
Eu tinha este assunto como encerrado, o da licitação 58/2018 para se fazer serviços de drenagens por atacado, fora do que permite a Lei das Licitações, que manda individualizar as obras e elas estarem contempladas no Orçamento Anual aprovado pela Câmara.
É que o Tribunal de Contas de Santa Catarina, eloquente, técnico e unicamente no ambiente jurídico, desmascarou as ações, discursos e atitudes do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, do vice, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, seus agentes políticos, assessores técnicos na área jurídica e de obras, bem como o do prefeito de fato, presidente do MDB de Gaspar e secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, que é quem orquestra tudo por aqui, inclusive a censura à imprensa.
A decisão colegiada de setembro do TCE também deveria calar os discursos dos vereadores que defendem nos erros, os equívocos e as dúvidas, do governo gasparense, dos que na Câmara defendem Kleber e repassam à culpa da incapacidade do atual governo de entregar resultados à cidade, para uma tal “oposição”. A incapacidade é única e absoluta da equipe de Kleber que ele escolheu por critérios políticos. É ela que não avança e não respondem aos resultados técnicos mínimos projetados, esperados ou até divulgados.
Como no estrume que fede quando se remexe nele, o governo de Gaspar, inconformado com o resultado contra ele, resolveu atiçar e tirar a casca desse estrume na Câmara. Disse por meio do seu líder de governo, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, que o que o Tribunal decidiu, é, por enquanto, provisório e ainda cabe recurso. E cabe mesmo.
Pior: disse que a aplicação do entendimento e da Lei feito pelo TCE neste caso de Gaspar é o que menos importa para Kleber, pois para o governo, à falta de transparência, o que é feito ao arrepio da lei e o errado, seriam, vejam só, o melhor caminho para atender rapidamente, mas de forma torta, nas soluções que os eleitos prometeram à cidade e consequentemente no atendimento naquilo que povo espera, quer e precisa.
Já que remexeram no estrume e ele voltou a feder, vamos então vamos por partes, como diria Jack, o Estripador.
Na terça-feira passada, o assunto apareceu na Câmara, de relance, na voz do vereador Silvio Cleffi, PSC. E por que?
Primeiro porque tinha sido manchete e só aqui no dia 16 de outubro. Era algo, vejam só, que se escondia da comunidade e na imprensa – que não investiga e não pergunta - desde o dia 23 de setembro. E mesmo sendo manchete atrasada – não tenho obrigação com a notícia, mas com os seus reflexos -, todos ficaram bem quietinhos na Câmara.
E por que estavam quietinhos na Câmara? Por que o autor da denúncia no TCE, o vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, está licenciado que não esteve nem aí para o assunto. Ou seja, Cícero não pode chutar a bola que o TCE levantou e que nesta jogada de um jogador atento ao jogo, foi vaiado por meses pelos adversários, membros do governo de Kleber.
Segundo, porque Silvio Cleffi, PSC, só fez o registro não apenas em solidariedade ao Cícero, ausente, mas principalmente, porque os discursos, entrevistas e acusações do governo eram contra uma tal “oposição”, onde Silvio está devidamente inscrito, manchado e marcado por Kleber para ser desmoralizado, enfraquecido, morto e enterrado. É que Kleber fez Silvio nascer politicamente, mas queria ser o dono dele. E Silvio criou as suas próprias asas. Kleber e seu grupo no MDB ficaram fulos. Nem mais, nem menos.
Nem o PSD onde está Cícero, um partido que está em cima do muro – uma hora ameaçando ter candidato próprio, outra hora atraindo dissimuladamente outros nanicos para leva-los no escurinho ao grupo de Kleber, e outra hora se reúne com o PT levando junto os mesmos satélites -, por meio do seu vereador Wilson Luiz Lemfers, presente a todas as sessões, não foi capaz de tratar ou fazer um mero registo sobre o assunto a favor da vitória de Cicero.
Volto. Eu poderia ir longe, novamente, nesse episódio. Entretanto, repasso como resumo o título estendido de outro artigo que escrevi e publiquei neste espaço no dia 16 de outubro.
Tribunal de Contas de SC diz em julgamento colegiado que Gaspar lançou edital errado para obras de drenagens. Mais... aplicou multas ao prefeito, aos seus assessores, aos técnicos e ao presidente do Samae. Elas somam mais de R$13,6 mil
O TCE, na verdade, acabou com o discurso maroto dos políticos da prefeitura para os analfabetos, ignorantes ou desinformados, bem como o de puxa-sacos que precisam das boquinhas e fazem onda a favor do erro e da falta de transparência do governo e aliados nas redes sociais e aplicativos de mensagens.
PARA O GOVERNO A DECISÃO DO TRIBUNAL É PROVISÓRIA E EQUIVOCADA. ESPERA DERRUBÁ-LA
Retomo.
Anhaia, inconformado com a repercussão negativa do assunto contra Kleber e principalmente à observação em tribuna feita por Silvio que leu parcialmente a minha coluna sobre o assunto, minimizado visivelmente contrariado, que da decisão do TCE cabe recurso. E cabe mesmo.
Entretanto, o embasamento técnico da decisão deixa pouca margem para isso. Pior, se Gaspar ganhar como quer Kleber e sua criativa equipe, abre uma brecha para outros municípios bem maiores naquilo tentam há muitos anos e que o Tribunal vem barrando sistematicamente.
Em tempos de decisões estranhas do Supremo contra à legalidade e à transparência, não seria tão raro um recurso como esse prosperar. Contudo vai demorar e não deverá sair ainda no mandato de Kleber. Por outro lado, a situação daqui não está tão boa assim. O Ministério Público que atua no Tribunal de Contas já colocou Gaspar em regime especial para monitorá-la radar dele. Então...
Essa ladainha da interpretação jurídica do caso já foi explicitada na Câmara e só reportada aqui há muito tempo quando o próprio Anhaia e vereadores obrigados a defenderem o governo Kleber como o líder do MDB, Francisco Hostins Júnior e Roberto Procópio de Souza, PDT, o ferrenho opositor, agora convertido em situação. Eles como advogados militantes que são, foram à tribuna minimizar a denúncia de Cícero.
Fizeram isso quando a denúncia ganhou o status de liminar no TCE, suspendendo a licitação 58. Isso foi feito de pronto pelo relator sorteado para analisar à matéria, o conselheiro Herneus de Nadal. Aliás, ele já foi deputado estadual do MDB de Kleber, Anhaia, Roberto Pereira, Júnior...
“É mera questão de interpretação”, diziam os vereadores advogados ou não, para justificar a decisão do relator. “A equipe [jurídica] de Kleber vai provar de que o caminho escolhido para a licitação é o correto”, apostavam, ao mesmo tempo que acusavam Cícero de estar atrapalhando o município por mera pecuínha. Como se viu, as teses dos defensores de Kleber no processo e no discurso, até o momento, não prosperaram quando assunto foi parar no Pleno do TCE. Há uma nova oportunidade de reversão: no recurso.
Agora, apostam mais uma vez, nos supostos recursos. Para a cidade não parar é bom se alinhando ao que manda explicitamente os gestores públicos fazerem na Lei da Licitação ainda em vigor e que tentaram dar criatividade, numa interpretação muito própria, segundo o próprio Tribunal deixou claro na condenação do prefeito e outros cinco, por duas vezes.
Kleber e seu grupo, aliás, já entenderam o recado do Tribunal, tanto que alguns editais já os refizeram conforme manda a lei e nem esperaram a decisão colegiada de setembro. Há convicção mais explicita do que esta e de quem sabe que errou ou que pelo menos entende que será difícil ter sucesso no recurso?
E para finalizar o Festival de Besteiras que Assola [o País] Gaspar – para parodiar Stanislaw Ponte Preta (pensador, jornalista, escritor e humorista carioca, Sérgio Porto, 1923/68) - no seu Febeapá -, Anhaia voltou a defender o que não está na lei, ou o que a lei proíbe, para facilitar a vida do prefeito Kleber e dificultar à transparência ou à fiscalização do que está fazendo com recursos público.
É prácabar. Não só para o governo de Gaspar, mas principalmente para o vereador. Perguntar não ofende: a função dele é, em nome de seus eleitores o de fazer leis ou fiscalizar permanentemente o Executivo no cumprimento das leis e exigir transparência dos atos públicos?
Se é para ser assim como defende Anhaia nos discursos, o de burlar a lei para atender o poder de plantão, fecha-se a Câmara de Gaspar. Ao mesmo tempo, o vereador que peça demissão da sua função, a qual, reiteradamente renega solenemente em nome de um projeto onde a lei é letra morta. E que esse gasto com ele e com a Câmara seja melhor empregado com na saúde, na abertura de mais creches, na implantação de contra-turnos, em turno integrais e até mesmo, o luxo de escolas bilíngues, como demonstrei na coluna feita especialmente para edição impressa de sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale: “enquanto Blumenau sem a pressão do Ministério Público anunciava aumento de vagas em creches, Gaspar comemorava estar livre de uma ação que obrigava a dar conta desse recado aos pobres e trabalhadores”.
É raríssimo em abrir um artigo ou dar um título a um artigo meu, emprestando estrofes de poema, ainda mais de gente tão relevante como Drummond. Entretanto, nunca algo caiu (opa) tão bem como o recitado acima.
Refiro-me à reportagem capa do jornal Cruzeiro do Vale na edição de sexta-feira. Ela é o retrato do descaso do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, para com sua cidade, cidadãos, as pessoas, naquilo que é essencial, à segurança, à qualidade de vida, o monitoramento para às leis ambientais locais, estadual e federal. Mostra também que o Ministério Público da Comarca vem falhando sucessivamente neste ambiente, mesmo quando demandado e solicitado por evidências.
O que estampa a capa da edição de sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale e que é uma “revista” semanal bem antes da NSC decidir fazer isso com os seus diários impressos Jornal de Santa Catarina, A Notícia e Diário Catarinense (aliás, penso que jornal impresso não deva mais ser vendido, mas distribuído em pontos, eliminando esse alto custo de circulação e que “engole” a estreita margem de eventual lucro e sobrevivência do negócio)?
“Pedra de 500 toneladas pode cair em cima de casas no bairro Arraial, em Gaspar”. Aliás, foi único veículo a tratar deste assunto comunitário ao invés de bajular os políticos, pré-candidatos.... Por isso, ele é acreditado. O que avançou em Gaspar? Uma pedra contra o povo.
E o que esta manchete acima e textos no jornal que podem ser encontrados no portal revelam? Uma cascata perigosa de sucessivos descasos e irresponsabilidades contra pessoas, comunidades, às normas, à fiscalização e naquilo que está como óbvio e na cara de todos, como a omissão de agentes públicos e políticos investidos ou eleitos para proteger a comunidade e as pessoas. Meu Deus!
Primeiro um particular resolveu “abrir” ou construir uma rua privada, num terreno particular no interior do município e que fica bem longe dos olhos das autoridades. E mesmo que ficasse bem a vista de todos, como já aconteceu aqui no Centro e vem acontecendo por ai, também nada seria questionado, como já se registrou aqui nas barrancas dos ribeirões Gasparinho e Gaspar Grande, fatos que já reportei aqui em vários comentários anteriores e foi também motivo de denúncias na Câmara.
Como a suposta estrada é numa área particular, pode até ser aceitável. Contudo, também não é bem assim. Ela fere o Código Ambiental e coloca em risco terceiros.
ONDE ESTÁ A FISCALIZAÇÃO, A AÇÃO, A REPARAÇÃO E A PUNIÇÃO?
Primeiro, a abertura da referida estrada estraçalha uma área verde. Isso demanda um licenciamento específico, ou ao menos uma consulta o poder público. Isto é cidadania. Isto é responsabilidade. Isso é respeito.
Segundo, a obra só foi feita às escondidas, nos finais de semana, porque quem a faz (o dono do trator da empreitada e o dono do terreno), sabe muito bem o que está fazendo: algo errado ou que pode ser exigido diferente daquilo que projetou na sua cabeça desorientada tecnicamente. Sabe ainda que o poder público não trabalha nem no horário normal de funcionamento público, muito menos em finais de semana – a não ser que seja um adversário político. Caso contrário, é dia de descanso da fiscalização, mas, vejam só, de trabalho intenso de quem está do lado errado da lei.
Resultado? Primeiro rolou uma pedra de 40 toneladas ameaçando patrimônio e pessoas. Agora, pela obra mal planejada e executada uma outra de 500 toneladas ameaça estrago maior e causa pânico aos moradores de uma área rural no Arraial do Ouro, interior de Gaspar.
É de se perguntar onde está a Gerência de Meio Ambiente da secretaria de Planejamento Territorial que foi avisada da obra e do perigo? Respondo: onde sempre esteve.
Não é ela, que para amigos permitiu que se construísse um prédio dentro da área de preservação permanente às margens do Ribeirão Gasparinho aqui no Centro e bem a vista de todos? E se não fosse a denúncia na Ouvidoria do Ministério Público em Florianópolis, tudo teria sido completado com aval de ambos?
Não é a gerência de meio ambiente da prefeitura que vem permitindo outras obras em áreas particulares de Preservação como se registrou recentemente num Boletim de Ocorrência na Polícia Militar Ambiental e que levou o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, a depor na delegacia, pois a secretaria de Agricultura e Aquicultura, do André Paqual Waltrick, PP, tinha até contribuído no suposto crime com máquinas prefeitura?
E como revanche, a prefeitura, a secretaria e o Sindicato Rural espalharam que a tal oposição, na verdade, o vereador Cicero Giovane Amaro, PSD, estava pela sua atuação, impedindo que os agricultores daqui recebessem adubo orgânico oriundo do processamento do fumo em folha na unidade de Blumenau da Souza Cruz? A fake news oficial foi logo desmascarada e desmoralizada aqui e pela própria Souza Cruz. Ela mesmo disse não dispor mais de tal produto, simplesmente porque a sua unidade de Blumenau foi fechada.
OLHOS FECHADOS DO PODER PÚBLICO O TORNA SOLIDÁRIO NOS PREJUÍZOS E VÍTIMAS
A gerência do Meio Ambiente da prefeitura de Gaspar sabia do caso e do perigo. Nada fez. Agora, aplicou uma multa. Simbólico. Precisou a Polícia Militar Ambiental ser notificada. Foi lá e aplicou multa de R$7.500,00 e que poderá ser reduzida em 90%. Então! Vai gerar um inquérito, e pode então parar no Ministério Público e com muita sorte dar alguma coisa contra os autores do desmatamento irregular, da abertura da estrada particular irregular, dos que colocaram em perigo patrimônio e vidas de outras pessoas. Terão os atingidos que ter sorte, muita sorte neste ambiente do faz de conta.
E o que falar da Defesa Civil de Gaspar? Ela também foi avisada há mais de um mês, no dia 20 de setembro. E desde então, a obra prosseguiu e tudo se agravou. A Defesa Civil é uma peça decorativa um cabide de empregos. Veja o que disse ao jornal o titular da pasta, Evandro de Mello Amaral: “como não estava instalado nenhum risco, era apenas um desmatamento e abertura de via de forma ilegal, encaminhei para o Meio Ambiente”.
Ou seja, como não tomou nenhuma ação preventiva, não fez o que está obrigado pela função pública investida a realizar, não fez a avaliação adequada, não monitorou o que acontecia, o risco que não estava instalado se tornou algo potencialmente perigoso e até mortal, no jogo de empurra dentro da prefeitura e em outros que cuidam do ambiente de Gaspar. Se o dono do imóvel fosse um adversário político e isso pudesse gerar alguma vantagem ou desvantagem no jogo do poder, tudo já estaria embargado (e corretamente).
Este é o perfeito retrato de uma administração jovem, que jurou não imitar as velhas manhas políticas e que faz pior. É isto que verdadeiramente avança e se esconde na propaganda marqueteira, mas que a cidade inteira sabe pelas redes sociais e aplicativos de mensagens. E o poder de plantão não sabe a razão pela qual é mal avaliado nas pesquisas. Acorda, Gaspar!
Um sinal a ser consideradíssimo. Olho a rede social do jornal do Cruzeiro do Vale. Nela está a notícia de que o deputado Federal Carlos Chionini, MDB, de Jaraguá do Sul, está repassando verbas de emendas parlamentares às entidades de Gaspar.
É uma boa notícia para a cidade. Uma necessária divulgação aos políticos. Tudo está registrado em fotos para que os políticos possam usufruírem mais tarde do gesto. E nela, com o deputado está sorrindo e comemorando, o cabo eleitoral de Chiodini, Ciro André Quintino, MDB, presidente da Câmara daqui.
Contudo, os comentários na rede social de gente que não tem medo de esconder a cara, dizem que vão “pegar” ambos nas próximas eleições, negando-lhes votos. Se não for fogo amigo e de invejosos, é um recado de como estão armados os eleitores de outubro do ano que vem. Com muito mais munições, gana e surpresas do que aqueles que surpreenderam os candidatos em outubro do ano passado, desmontando os velhos esquemas de cabala de votos e pesquisas.
O que pesa nestas críticas? O fato deles serem políticos num ambiente contaminado de dúvidas, falta de transparência, prioridade e à proteção a bandidos de todos os tipos dado pelo Supremo? O MDB, PT, PP, PSDB, PDT, PSB, Rede e outros estão desgastados. Até o PSL começa a ficar igualzinho aos demais. Um perigo. E o presidente Jair Messias Bolsonaro bem como o governador Carlos Moisés da Silva, por isso, até ensaiam prudentes distâncias.
Alguns me perguntam se isso não vai ter um fim. Respondo: não! Estamos em ebulição, tentando descobrir os caminhos próprios. Estamos sob a influência das redes sociais, das fake news e principalmente da descoberta que temos autonomia para decidir o nosso destino, mesmo errando ou colocando o fígado nas nossas escolhas.
O Legislativo apodrecido, os privilégios garantidos para uma casta à custa de uma minoria de desfavorecidos, desempregados e até sem direitos; um Judiciário que diz que só ricos, poderosos com advogados caros possuem direitos, alimentam uma vingança que não será boa a curto prazo para todos, mas no longo prazo, encontrará o verdadeiro curso desse rio caudaloso de hoje. É como nas nossas enchentes.
Mas, até o nível baixar e o rio voltar ao leito normal, muita gente boa e alguns ruins ficarão ilhados ou até afogados nesta lama, ou com ela até o pescoço, farão escolhas erradas pensando em salvar a si mesmo e eventualmente os seus.
Nas reclamações e até ameaças que vi nesta notícia propaganda, está claro que Chiodini, Ciro, Kleber e Carlos Roberto Pereira estão todos no mesmo barco marcado para o naufrágio. Quem é que vai pular dele e escolher um novo rio para navegar, ao menos no curto prazo?
Aí fico imaginando, quando foleio páginas de jornais do interior, por migalhas e favores, editores ensaboando gente que está marcada pelo eleitorado como incompetente, esperta ou cheia de dúvidas. Quanto desperdício de espaço e dinheiro ( e as vezes público).
Você sabe quanto custa do seu bolso as Câmaras municipais brasileiras? R$15 bilhões por ano. E as Assembleias Legislativas? Outros R$ 10,8 bilhões de dinheiro que falta à saúde, educação, segurança, obras essenciais de infraestrutura. Vergonha.
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