12/12/2018
O vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, parceiro de primeira hora do governo petista de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, onde foi o diretor do Procon, era uma liderança oposicionista combativa ao governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB, advogado que toca a secretaria da Saúde.
Agora, o vereador Roberto – numa aproximação do secretário Roberto - afrouxou e está votando com o governo de Kleber e quebrando a maioria fechada do bloco oposicionista. Entretanto, está difícil como o próprio vereador reconhece aos mais achegados. Não só pelas cobranças dos pares e eleitores dele, mas porque o governo gasparense no poder de plantão se enrola na solução dos problemas da cidade, naquilo que promete aos cidadãos e às lideranças, bem como, no que é necessário e óbvio.
Enfim, é uma mistura de falta de respeito, prioridades e capacidade de execução.
O vereador Roberto depois de dar o voto para autorizar o município contrair mais um empréstimo, desta vez de R$40 milhões junto ao BRDE, na terça-feira da semana passada esperou a hora da liderança (PDT) para reforçar o que já tinha dito antes quando se discutiu as razões do empréstimo, a qual tomou quase uma hora da sessão.
Roberto mostrou com apenas um exemplo – e de muitos que estão pipocando por toda a cidade - que está desconfiado da capacidade de resolução do atual governo onde está se associando. Desconfiado? Hum!
Desconfiado estou eu de que o vereador sabe que o governo Kleber tem demonstrado possuir uma incapacidade operacional grave com a equipe que se escora num planejamento manco e não suporta às execuções até porque não as seleciona por prioridades, tempo e dimensão. Mistura tudo. E aí... A intenção e o discurso não se estabelecem na prática. As expectativas criadas e a realidade estão bem dissociadas.
A aprovação do novo empréstimo – e que sempre os defendi, se houvesse capacidade de endividamento, e há – está mais para de um possível uso do futuro governo – que poderá ser o próprio Kleber. Ele não precisará se preocupar com esse tipo de assunto e debate para ter fontes de recursos à realização de obras prometidas neste mandato. Simples assim.
Resumindo: Kleber terá fontes, mas corre um alto risco de não usar até o fim de 2020, como aconteceu em parte com o próprio ex-prefeito Zuchi. Pediu, foi autorizado e não usou. É só ver quantas obras em andamento ou recém entregues por Kleber e usando o dinheiro obtido pela equipe do ex-prefeito petista.
SETE MESES SEM RESPOSTA ALGUMA PROMETIDA PARA OS COMUNITÁRIOS
E qual o exemplo relatado pelo vereador Roberto para mostrar que alguma coisa não funciona, ou está fora de controle dentro da prefeitura, ou se está fazendo os pagadores de impostos de bobos? A Rua José Rafael Schmitt, praticamente no Centro de Gaspar. Ela possui um trecho estreito e sem pavimentação. Em maio, o vereador como representante do povo, com o secretário de Planejamento Territorial, engenheiro Alexandre Gevaerd, reuniram-se com a comunidade ali na Evandro Schneider.
O que ficou decidido naquele dia? Coisa simples: que a secretaria do Gevaerd faria um estudo e então daria resposta à comunidade se era possível, e na eventual possibilidade, como se daria solução que pediam: alargamento e pavimentação.
Bom o que aconteceu de lá para cá? Nada! Isso mesmo, nada. O que piorou mesmo, foi o uso da rua como escape para as obras de mobilidade do Centro, infernizando ainda mais a vida dos moradores de lá. Nem ao menos uma resposta do secretário Gevaerd, de alguém da prefeitura aos da Rafael Schmitt, ou ao vereador se o que eles pediram era possível, em que tempo e tamanho, ou se era impossível.
Notaram? Estamos em meados de dezembro. Daqui a pouco termina o governo e Kleber se enrolando no foco, nos detalhes e nas soluções, incluindo a comunicação. O prefeito virou repórter da sua rede social. Está alheio à gestão de resultados. Quem mesmo orienta essa gente?
Concluindo: a capacidade de escolher prioridades e resolver problemas são as principais deficiências da atual gestão “eficiente” de Gaspar. A oposição – que era maioria na Câmara - estava adorando. E o vereador Roberto, que enfiou os pés na canoa do governo Kleber por sedução e promessas do outro Roberto, o Pereira, está com dois corações e fazendo contas sobre o seu futuro político. É o tal custo-benefício. Está desconfiado que está embarcando numa canoa furada. Mas, vai que os furos sejam tampados.... É uma aposta. Acorda, Gaspar!
Gaspar não é mais um grotão. Aliás, com o advento da internet e das mídias eletrônicas – incluindo as redes sociais, dos aplicativos de mensagens e que tornaram todas as pessoas porta-vozes de atos e opiniões – o grotão no sentido de isolado, ou manipulado pelo poder de plantão na comunicação via os veículos tradicionais, desapareceu.
Os próprios veículos, por uma questão de sobrevivência e não passar recibos públicos diante das redes, também estão mais contundentes.
Em Gaspar, o setor público, que emprega os seus – curiosos, parentes e potenciais cabos eleitorais - e não profissionais, desconhece essa evolução do século 21. Trabalha contra si próprio na área de comunicação empregando métodos dos tempos de Gutemberg e Graham Bell.
O artigo acima relata à falta de planejamento e prioridade; em suma, estratégia. Então não vou me repetir numa mesma edição sobre o mesmo tema. Vou lhes falar apenas de comunicação torta e que afeta a imagem do líder e a má percepção dos liderados para a intenção e os resultados.
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, continua em plena campanha eleitoral que o elegeu. Ele está eleito. Ponto final. Não pode mais prometer e sim, cumprir o que prometeu. Kleber, sua equipe, seus orientadores, sua agência de comunicação, parecem que não entenderam essa diferença do antes e do depois. Pior: Kleber se meteu a ser o repórter da boa notícia e se esconde dos problemas.
Boa notícia, quando ele próprio dá, “ao vivo”, é a comprovação do resultado. Ponto. E quem comprova o resultado é quem se beneficiou dele, testemunhando o antes, o depois e a satisfação. E como isso, não acompanha o “ao vivo”, sobra apenas a propaganda e não a comprovação.
E o problema que a comunidade lhe dá para ele resolver? Deveria ser enfrentado com a seguinte afirmativa: ele existe, não há solução e quando há, se dá um prazo, justifica-se, para que até lá, ninguém mais cobre a solução, desgaste-se à relação. É um pacto. Um governo não é onipotente e onipresente, apesar do viés religioso. Não há milagres. Ponto final.
Em Gaspar, o governo está exposto. Seus luas-pretas prometem solução para tudo. E ela nunca chega, ou quando chega, causa outros problemas, como foi o caso, por exemplo, esta semana do binário da Parolli.
É uma obra importante, necessária, mas que o resultado ficou comprometido pela má comunicação e pelos gargalos físicos notórios que não foram resolvidos, e sem perspectivas de, como por exemplo, o mais simples deles: a passagem de pedestres nas Linhas Círculo. Ou seja, tudo o que o repórter prometeu, não se concretizou quando entregou o trabalho para a população testar e usar. E aí o repórter sumiu.
E para piorar, paga e usa um parceiro sem crédito para se justificar e culpar os outros. Incrível. Esse pessoal, apesar de jovem, ainda não saiu do século 20 nos métodos da comunicação.
Isso tem reflexos e contra o próprio líder. É que quando Kleber aparece como repórter de si mesmo na sua rede social, anunciando fatos importantes ou bons, está sempre exposto aos comentários para aquilo que é óbvio em outros assuntos, que prometeu e não entregou, porque foi ineficiente ou não contratou um prazo com os interessados.
E o que bem retrata a falta de foco e estratégia na comunicação com a cidade, os cidadãos, cidadãs e seus eleitores que já lhe deram um recado contundente nas duas rodadas de eleições de outubro passado? O próprio slogan do governo Kleber, Luiz Carlos e Roberto Pereira. Esse slogan, permanente, deveria sintetizar o resultado pretendido e o pacto do governo com a sociedade.
Na campanha eleitoral juraram que seria um governo “eficiente”. Usaram até dias atrás esse tema como uma assertiva. Como a realidade derrubou a expetativa, o substituíram por um duvidoso “Avança Gaspar” e que no fundo não diz nada e pode dar dúbia interpretação. E nesse slogan se colocou tudo, até limpeza de bueiro.
E esse slogan nem bem saiu do forno, a cidade nem comprou, nem entendeu direito, e na semana passada, uma peça publicitária do governo Kleber trouxe outra marca de governo: “Tempo de crescer. Hora de avançar”. Menos de dois anos, três slogans? Brincadeira! Ou o retrato de como se está perdido?
Para encerrar.
Bem que a agência tão “criativa” ou displicente, ou esperta a tal ponto que deixa o cliente dirigir o trabalho dela para não perder a beirada do contrato, que se permite nas peças gráficas setas emojis como selo, bem que poderia sugerir: “2020 é logo ali. Não se apresse!”.
Ora, se não conseguiu em menos de dois anos consolidar uma marca de governo, haverá tempo para experiência e experimentos se a atual administração quiser renovar os seus votos? E não será trocando seis por meia dúzia de novos cabos eleitorais, com os mesmos vícios e incapacidade produtiva, como o governo de Kleber e seus luas-pretas estão planejando para depois da eleição da mesa diretora da Câmara que ocorre na semana que vem. Acorda, Gaspar!
O vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, provou que foi a prefeitura por iniciativa dela e não por imposição judicial, como se alegava, que deu licenciamento para a construção de um edifício à beira do Ribeirão Gasparinho, no Centro, sem, segundo ele, respeitar a área legal de preservação permanente.
O crime é Federal. Pelo sim, pelo não, o vereador deveria ter feito a denúncia no Ministério Público Federal, que em Blumenau tem mandado derrubar até prédios de luxo, que não respeitaram a legislação sobre o assunto.
Samae inundado I. Dobradinha. Quem pediu de 1.000 metros de rede de água na quase deserta Rua Abelardo Vianna, no Distrito do Belchior, foi o suplente de vereador José Ademir Moura, PSC, que está no lugar do presidente do Samae, José Hilário Melato, PP.
Samae inundado II. O pedido foi avalizado pelo vereador Rui Carlos Deschamps, PT, ex-diretor da autarquia e que agradeceu na tribuna o Melato.
Samae inundado II. Imagem de desperdício e desorganização. As fotos abaixo são da oficina do Samae de Gaspar, que é tido como exemplo de eficiência.
Viajante I. Onde está o prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB? Em Brasília. Aviou os gasparenses antecipadamente? Abriu a agenda dele lá? Transparência, zero! No final de Novembro, já no aeroporto de Florianópolis, ele cancelou igual viagem para ir às pressas à Câmara onde uma denúncia o ameaçava com uma comissão processante por suposto assédio Moral.
Viajante II. Kleber vai ganhar polpudas diárias, fruto das suas viagens quase mensais para lá e somar ao salário de R$25.374,25 - um dos mais altos de Santa Catarina. E de lá, vai mandar fotos e vídeos ao lado de políticos daqui onde em sua maioria foi cabo eleitoral, com resultados bem aquém do esperado em outubro deste ano. Kleber e sua turma ainda não entendeu bem o recado das urnas.
Viajante III. Enquanto por aqui, um dos carros que o serve foi parar providencialmente escondido no estacionamento oficial. Ele se envolveu num acidente na semana passada. Confira as fotos. Acorda, Gaspar!
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