UM FANTASMA QUE ASSUSTA OS DETENTORES DE PRIVILÉGIOS: A TRANSPARÊNCIA - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

UM FANTASMA QUE ASSUSTA OS DETENTORES DE PRIVILÉGIOS: A TRANSPARÊNCIA - Por Herculano Domício

05/03/2018

O jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e credibilidade em Gaspar e Ilhota, o que tem coragem, mostrou em três reportagens, como determinados funcionários públicos efetivos são mais privilegiados dos que os outros na prefeitura, no Samae e na Câmara de Gaspar. Ou como seus salários são altos se comparados à média do mercado, mesmo fora dos tempos de crise. E tudo dentro na lei, aprovada na Câmara, independente do prefeito que a sugeriu ou sancionou.

A primeira reportagem, baseou-se em informações que o jornal pediu à própria prefeitura, uma fonte supostamente confiável. As demais, o jornal as rechecou em fontes públicas de transparência disponíveis.

O Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar – Sintraspug -, defendeu essa indecência para poucos custeada pelos pesados impostos de todos, quando o senso deveria ser do coletivo e não da exceção. Pior mesmo, foi ver servidores que não possuem tais privilégios, como o vereador Cícero Giovani Amaro, PSD, funcionário licenciado do Samae, do bloco oposicionista, condenar tal ato de transparência da reportagem do Cruzeiro.

“Parece matéria encomendada”, qualificou ele à reportagem na última sessão da Câmara, como se fosse essa uma prática conhecida sua no exercício da política e do seu mandato. Tudo que lhe afeta ou abala nas suas convicções pessoais, corporativas ou partidárias é feito sob encomenda de outrem.

Assim o jornal e porta Cruzeiro, para ele e seu discurso manjado, não teriam personalidade, autonomia e liberdade próprias. A não ser naquilo que eles lhe servem, é claro. E que não foram poucas; nenhuma delas, encomendadas como o próprio vereador Cícero testemunhou até aqui, principalmente nesta coluna.

“Estranho que esse assunto venha exatamente próximo as discussões salariais [dos funcionários públicos de Gaspar]”, argumentou com indignação o vereador que não se tem beneficiado pelos privilégios, mas que estranhamente, defende-os para poucos que foram amigos do rei.

É de se perguntar ao vereador, que não manda na redação do jornal, mas tem garantido generosos espaços favoráveis exclusivamente por suas boas ideias, argumentos e ações, inclusive nesta coluna, ou seja, “nada por encomenda ou paga”, qual seria mesmo a hora do Cruzeiro do Vale tratar desse assunto para seus leitores e leitoras, os pagadores desses privilégios?

Nunca, provavelmente. Assim, estariam garantidas mais aberrações daqui para frente e os pagadores desses desatinos, alijados do conhecimento e do debate.


OS VEÍCULOS ESTÃO MAIS INVESTIGATIVOS

O jornal e o portal Cruzeiro do Vale são porta-vozes da comunidade e não da verdade. É um provocador. Estabelece-se no debate. Analisa cenários. Está claro, pelas circunstâncias do mundo digital que vivemos e no Brasil, especialmente, devido a Lava Jato e do estrume que virou o ambiente da gestão pública tocada por políticos sem caráter ou preparo – do qual, o vereador não deve estar inserido -, que há uma maior consciência e exigência dos cidadãos sobre os gastos dos seus pesados impostos no ambiente da representação e gestão pública.

Ou o vereador Cicero, eleito como fiscal desse desatino, é contra se esclarecer e debater as injustiças, os privilégios e a mal aplicação dos recursos dos cidadãos?


Ao que interessa no jogo com os eleitores, partidário e na sua posição de opositor do atual governo, o vereador Cicero, até aqui, tem se mostrado um defensor da transparência e combate os supostos erros. Entretanto, no que toca aos servidores públicos, num corporativismo de malabarismos claros, estabelece-se naquilo que é condenado pela ética, o que prejudica os mais fracos, os que não possuem padrinhos poderosos, e entre os próprios servidores.

Vou repetir, o que já escrevi aqui várias vezes. Se os veículos de comunicação formais não mudarem, insistirem em meros replicadores de press releases, notas sociais ou de interesses de supostos amigos de ocasião, serão engolidos na audiência, credibilidade e economicamente – hoje já um ponto crucial - pela realidade da nova mídia: a instantaneidade das redes sociais feitas de profissionais da comunicação e principalmente pelos cidadãos comuns, divergentes e já alfabetizados.

Se a premissa professoral do vereador Cícero prevalecer, ele que não tem a obrigação nenhuma de bancar o negócio nessa área, aí sim, os veículos de comunicação perderão credibilidade, audiência e dinheiro, mais do que já vem acontecendo nas últimas décadas.

Políticos, poderosos e imbecis, felizmente, perderam a força que tinham nos tempos de ouro sobre esses veículos, que por serem canais exclusivos nas suas comunidades – sem a concorrência das redes sociais e da pluralidade das mídias -, tinham “margem” de negociação com agentes econômicos, políticos e sociais.

Acabou. E Cícero fala de um tempo que não existe mais. E culpa quem os políticos, os agentes públicos e até mesmo os poderosos anunciantes, não conseguem mais controlar: a transparência e nova mídia, as quais a mídia tradicional, como o jornal e o portal, apenas refletem.

Hoje a realidade instantânea e plural midiática, eliminou essa influência do poder quase completamente. Os donos de veículos (e seu núcleo de jornalismo, quando há) já perceberam e se adaptam como podem. E muitas vezes lidam com um mundo desconhecido e um futuro incerto, mas que custa dinheiro e gera responsabilidade.

Resta ao poder de plantão, ao gestor público e ao político com mandato então apenas à coerência, a atitude e o reconhecimento de que também está exposto e sendo fiscalizado. Não pelo veículo de comunicação, mas pela sociedade com as suas múltiplas ferramentas instantâneas de controle.


OS POLÍTICOS FIGEM NÃO ENTENDER

Já os políticos, poderosos, imbecis antigos e novos, resistem; fingem não entender, apesar de todos usarem, minimamente, as mídias sociais e a pluralidade mídiatica. E estão perdendo a batalha não para a mídia tradicional, mas para os seus ambientes de interesses. Numca antes, a transparência e a coerência foram as formas mais adequadas de sobrevivência nesses mundos distintos: do jornalismo, do poder e do consumidor de tudo, inclusive de notícias e análises.

Voltando. A discriminação também o acompanha Cícero. “Por que não colocaram os salários dos procuradores”?, insinuando que dali teria partido a pauta, as informações, num jogo de adivinhação. É de se perguntar: o que mesmo está errado nos vencimentos dos procuradores? Qual o penduricalho que está encaixado neles que viu o vereador e não enxergou o jornal Cruzeiro do Vale até agora?

Ou seja, o vereador Cícero, falou duas vezes: combateu a reportagem que coloca luz e chama para o debate os atores comunitários e ao ver uma suposta distorção, feita de funcionários da mesma corporação, preferiu esconder mais uma vez o erro, se há, do seu ponto de vista nos vencimentos dos procuradores. Ou seja, além de não esclarecer, mais uma vez se omitiu na solução. Bonito, isso!

Isonomia é a palavra chave nesse processo. Mas, não apenas entre os servidores, mas no pacto com os cidadãos. A sociedade está cansada de colocar a mão no bolso sempre vazio, cada vez mais exigido, e com seus pesados impostos suportar, aquilo que nem de longe, ela tem acesso no recheado leque de privilégios distribuídos entre os servidores de todas as categorias em Gaspar, Ilhota, outros municípios, estados e no Brasil.

Mas, isonomia no serviço público tem outra conotação e principalmente serventia. Cria-se um privilégio, silencia-se intencionalmente, e tempos depois, exige-se o tal direito adquirido para todos. Há inúmeras situações. Foi o caso, por exemplo, do Vale Refeição em Gaspar, onde a omissão criou uma distorção jurídica e “incorporou-o” informalmente” aos vencimentos.

Ou então, a isonomia estabelecida na própria Câmara de Gaspar, onde gente que fez concurso recentemente para 40 horas, baixou-se para 30 e o salário foi aumentado para se igualar aos de 40 horas, mas que agora só cumprem 30. Tudo com o aval do vereador. Não tinha muita coisa diferente a fazer: o erro e a esperteza já tinham se estabelecidos e por gente bem esclarecida. É sempre assim, como o caso do auxilio-moradia para juízes, promotores...

É no fundo, esse o fantasma que assunta os detentores de privilégios, todos criados dentro da lei, ou sustentado por teses e liminares individuais e principalmente das guildas corporativas contra a lógica, os cidadãos comuns: a mudança de comportamento da sociedade que não atura mais a farra, e os que a defendem no ambiente do serviço público, do fornecimento de serviços e materiais e até na iniciativa privada com suas parcerias de sacanagens.

Há um limite para tudo, inclusive financeiro e que comprometem a gestão pública ao mínimo, como na oferta de Saúde Pública descente, creches, Assistência Social e até simples obras de manutenção. Vai faltar dinheiro para o custeio da máquina, do obrigatório, do pagamento de ativos e principalmente de inativos. Olham o presente. Desprezam o futuro, que será drástico e triste. Simples assim!

Uma pergunta que não quer calar: o vereador Cícero pode dizer ao seu público quantas reportagens e temas ele me encomendou? Nem sugerir, sugeriu.


ALIENADOS?

Agora, estranho mesmo foi o comportamento da agora minoritária bancada do MDB na sessão de terça-feira. O líder do partido, Francisco Solano Anhaia, reafirmou óbvio para ele governo: de que a matéria “não foi encomendada”, mas que o jornal, independente que é, teve à disposição para consultas o Portal Transparência. Teve, mas no caso da prefeitura, pediu informações e se baseou nelas.

Agora a piada, e se não for, revela como e porque o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e Carlos Roberto Pereira ainda não se encontrou.

O líder do governo, Francisco Hostins Júnior, escolado nesse assunto, advogado, reconhecidamente antenado na cidade (não apenas no governo onde está encurralado por ser minoria na Câmara), ao defender o governo nesse assunto na terça-feira, foi cômico, no mínimo. Não convenceu ninguém. Se auto-incriminou.

Disse que ao falar num encontro casual com o proprietário e editor Gilberto Schmitt, soube, que o jornal faria reportagens não apenas sobre os vencimentos dos funcionários públicos da prefeitura nesse assunto, mas com os do Samae e da Câmara. Avisado, na tribuna, de que isso já teria sido publicado há semanas, Hostins desconcertou tudo: “preciso ler mais os jornais e ficar atualizado”.

Hostins precisa ler não só o jornais, os portais e as redes sociais, ouvir rádios, onde tudo foi amplamente debatido.

Como um líder de um governo que está sendo fortemente questionado, está acuado e em minoria na Câmara, pode Hostins atestar que não está atualizado e principalmente diante do jornal de maior circulação de sua cidade e no portal mais acessado? Ele não tem canais na prefeitura a orientá-lo ou no velho e bom clipping? Não possui assessoria? Ou estava fazendo cena para tergiversar em algo que sabe ser solidário na fonte oficial que foi a prefeitura? Como se vê, esta administração dá atestados todos os dias, inclusive de isolamento, esperteza pontual até mesmo naquilo que claramente lhe favorece e que faz parecer aos adversários como uma “encomenda”.

E governo de Kleber, Luiz Carlos e Pereira diz que não entende a razão pela qual a comunicação não está funcionando. Será? Amanhã, aliás, troca o nome da titular. Apenas o nome. Acorda, Gaspar!



TRAPICHE

Hoje o vice do MDB de Gaspar, o empresário Walter Morello, assume a presidência da executiva local no lugar do advogado, secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, secretaria da Saúde, e prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira.

Morelo já está acostumado a esse vai-e-vem, há décadas. Ele é a cara do partido por aqui. Tem raiz. Morello já viu tantas coisas acontecerem e do seu jeito manso, vai comendo pelas beiradas. Volta e meia está no centro do jogo. Ele e Ivete Mafra Hammes, Celso Oliveira... Morello elegeu por exemplo, Adilson Luiz Schmitt, foi seu chefe de gabinete e se voltou contra Adilson. A história é uma repetição, constatam os historiadores.

Nada muda. Nada mesmo! Apesar do clima não estar bom. Muitos caciques. Muitos interesses. Poucos capazes. É o que sinalizam as minhas fontes dentro do próprio MDB de Gaspar, entre elas, aquelas que anteciparam que Sílvio Cleffi, PSC, seria o plano B para a presidência da Câmara. E foi. Um B, que deu um nó no governo e nos próprios planos “eternos” de poder do MDB. E este 2018 é perigoso: é ano de eleições, amarras, acertos e avaliações.

E qual a razão da arrumação então no partido? É que o doutor Pereira, finalmente está entendendo que para ter poder não é preciso acumular títulos como a sua vaidade exige e está pagando caro por isso. Vai tentar mandar nos mesmos locais dentro da administração como vinha mandando, sem, no entanto, ter o título da cadeira. Vai tentar fazer funcionar gente sua.

Vai ser assim na super-secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, de onde “sairá”; será assim na procuradoria geral, onde tem o seu representante; na Ditran, na Defesa Civil, na de Planejamento Territorial – onde a coisa está manca e amanhã escrevo sobre isso; e agora terá a Saúde. Ali o doutor Pereira vai estar de corpo e alma. Já os coveiros desalmados estão esperando o novo corpo fresco. Avisado está.

O doutor Pereira vai ficar no governo com apenas o título de secretário da Saúde, mas no fundo comandará tudo em que se metia. Com essa tática, evitará ainda mais o seu desgaste público e dos próprios próximos e familiares do prefeito eleito, Kleber Edson Wan Dall. Eles não aguentam mais ouvir que o prefeito de fato é o doutor Pereira.

Contudo, o gestor e o político Kleber, que não se preparou para governar, ficou dependente do doutor Pereira, querem-no no governo. E por enquanto, não têm outra alternativa.

Por outro lado, o lance do doutor Pereira é audaz, é correto e faz sentido como tentativa de reverter o quadro que ele e o próprio Kleber criaram, deixando a Saúde Pública chegar onde chegou.

Esta imagem e resultados ruins estão corroendo a imagem do governo, dos gestores. O decorrente caos está sendo usado por um ex-aliado, cria de Kleber - o médico e presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC -, como discurso político, para as chantagens corporativas e não apenas dos interesses eleitoreiros da dita oposição que se bandeou para lhe apoiar e dar uma lição de articulação ao governo de plantão.

Até agora, o doutor Pereira que não é dado à transparência, mas afeito à vingança, as quais não melhoram os resultados do governo para povo sofrido, não abriu os seus planos para colocar ao funcionamento mínimo a área da Saúde de Gaspar, nem, principalmente, como ele vai resolver e por fim no sumidouro à montanha de dinheiro público que é o Hospital e assim fazer funcionar de fato em favor dos gasparenses desprotegidos dos planos de saúde, os postinhos, policlínica e à farmácia básica.

Enfim. O diretório do MDB de Gaspar com Walter Morello, fica onde sempre esteve. Vai fazer política, ainda mais em ano de eleições, composições etc e tal. Enquanto isso, Carlos Roberto Pereira vai tratar de governar e desatar o nó onde a administração de Kleber Edson Wan Dall está metida e muito próxima dos resultados dos seus Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho e Adilson Luiz Schmitt. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1841 - Segunda-feira

Comentários

Pirulito
05/03/2018 21:56
MDB, PMDB e de novo MDB. Muda o que?
Desde a fundação do partido, são os cupins do Brasil a consumir a economia e o povo.
Paty Farias
05/03/2018 20:44
Oi, Herculano

Do Blog do Políbio

"O vereador Renato Tiecher também não quer saber da visita do réu condenado Lula da Silva a Passo Fundo, Rio Grande do Sul e por isto acaba de propor 'moção de repúdio' contra a visita, programada para acontecer durante a Caravana do Lula na região Sul do país, programada pelo PT.

O que disse o vereador:

- O ex-presidente se transformou num bandido político, um formador de quadrilhas, e a cidade não tem espaço para aceitar políticos desse porte.

O vereador acredita que sua moção será aprovada por unanimidade na Câmara Municipal de Passo Fundo.

Em Bagé, 14 dos 17 vereadores já aprovaram moção semelhante."

Quem mandou ser bandido, toma!!!
Herculano
05/03/2018 19:26
(P)MDB DISPUTA POSTO DE MEIRELLES COM TÉCNICOS, por Josias de Souza a

Ao trocar as obrigações de ministro da Fazenda pela ambição de presidenciável, Henrique Meirelles acendeu um pavio que ameaça convulsionar uma das poucas áreas em que o governo tem resultados positivos a exibir. Trava-se nos subterrêneos de Brasília uma disputa pelo comando da área econômica. Meirelles terá de desocupar a poltrona a poltrona até 7 de abril.

Presidente do (P)MDB, o notável senador Romero Jucá pega em lanças para transferir o seu protegido Dyogo Oliveira da pasta do Planejamento para o Ministério da Fazenda. A equipe técnica montada por Meirelles torce o nariz. Alega-se que Temer dispõe na Fazenda de pelo menos duas opções para a vaga de Meirelles: Mansueto Ameida, secretário de Assuntos Fiscais; e Eduardo Guardia, secretário-executivo.

Em privado, auxiliares de Meirelles ameaçam bater em retirada se Temer rifar as opções técnicas para saciar os apetites de Jucá. Conspiram a favor de Dyogo Oliveira dois detalhes: 1) Temer adora o titular do Planejamento; 2) sem espaço no PSD de Gilberto Kassab, Meirelles precisa dos bons préstimos de Jucá para azeitar o eventual lançamento de sua candidatura pelo (P)MDB.
Herculano
05/03/2018 17:14
SEM GRANA DOS NOSSOS IMPOSTOS PARA FESTA DE POUCOS. ANTES SAÚDE, SEGURANÇA, EDUCAÇÃO, OBRAS...

Concordo com a conclusão do contumaz leitor desta coluna, o brasiliense Miguel José Teixeira. O sucesso de faturamento e impostos que foi o Carnaval do Rio, mostra que esta festa não precisa dinheiro público dos brasileiros - Temer deu R$10 milhões para bicheiros, traficantes e espertos que dominam esse negócio e levou pau - e fluminenses. Talvez dos cariocas.

Quanto o poder público coloca para fazer a Oktoberfest de Blumenau? Ao contrario, o resultado dela subvenciona outras promoções menos rentáveis como Sommerfest, Festival da Cerveja Artesanal que está sendo feita agora, Osterfest, Natal, melhoria do ambiente de infraestrutura do Parque Vila Germânica... E o que Blumenau ganha com misso? Os o giro da economia, os impostos, os empregos... É muito.

Aliás, isso não acontecia até pouco tempo atrás, onde até a transparência para prestar contas à sociedade era um parto cheia de dúvidas.

Napoleão Bernardes, PSDB e Ricardo Stodieck, PSD, mudaram essa percepção. Enquanto isso, Gaspar ficou com o velho método e nada mudou por aqui. Acorda, Gaspar!
Miguel José Teixeira
05/03/2018 15:09
Senhores,

Outra do Ancelmo:

"O carnaval carioca gerou, este ano, R$ 179 milhões em tributos, sendo R$ 77 milhões em ISS. Trata-se, portanto, de um ótimo negócio para a prefeitura, que investe no carnaval bem menos do que arrecada.
E mais...O carnaval de 2018 injetou R$ 3,02 bilhões na economia da cidade. O valor é 6,8% maior do que o registrado na folia de 2017.

Portanto, ficou comprovado que eventos similares, NÃO DEVEM TER A PARTICIPAÇÃO DO PODER PÚBLICO.
Miguel José Teixeira
05/03/2018 15:00
Senhores,

Da coluna do Ancelmo Gois/Globo:

"Pezão sancionou a lei que declara a pipa como patrimônio cultural, histórico e imaterial do Rio. Agora vai."

Depois ninguém sabe porque o Rio se encontra naquele estado. . .
Sidnei Luis Reinert
05/03/2018 12:30

segunda-feira, 5 de março de 2018
Militares encenam a nova arte da guerra?



Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Os Generais desejam que Jair Bolsonaro seja eleito Presidente da República no pleito de 2018. Esqueça a versão de que o Alto Comando não aceita bater continência para um "capitão reformado". Tanto tal versão não é verdadeira que eles nada fizeram contra comunistas no comando do Ministério da Defesa ?" a quem obedeceram direitinho. A novidade é que os militares querem eleger oficiais que representem, diretamente, os interesses estratégicos das Forças Armadas no Congresso Nacional.

O Exército joga no mais puro pragmatismo. Os Generais apostam nas eleições, como se estivessem lavando as mãos, apenas para atender à Constituição. Aparentemente, ainda descartam intervenções na política. Desejam que os grandes problemas sejam resolvidos pelos demais poderes, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Se o Presidente convocá-los a agir, eles estarão prontos para o trabalho. "Intervenção" só desta maneira.

A mudança estratégica esperada pelos militares, a partir do ano que vem, é uma maior representatividade deles no Congresso, com oficiais-deputados e oficiais-senadores atuando de modo ostensivo na defesa dos interesses militares, inclusive como porta-vozes dos Comandos no parlamento. Há dúvidas se a Câmara e o Senado estão preparadas para tamanho embate ?" com toda legitimidade.

É bom prestar atenção na prática da nova arte da guerra no Brasil. A batalha será política, estratégica, e muito menos bélica que o desejado por muita gente.

O problema é os militares apostarem em uma estratégia que depende de uma eleição com resultado previamente questionável, em um sistema eletrônico sem recontagem dos votos...
Herculano
05/03/2018 11:02
da série: não só a carne é fraca, mas a cabeça dos gestores empresariais para enganar o consumidor


MPF APONTA INDÍCIOS DE FRAUDE NA FABRICAÇÃO DE RAÇõES PARA AVES E SUÍNOS DA BRF

Conteúdo de O Antagonista. A Operação Trapaça também identificou indícios de fraude na fabricação de rações pela BRF que são distribuídas às unidades responsáveis pela criação e engorda de aves e suínos, depois abatidos e comercializados nos mercados interno e externo.

Em e-mail interno, Tatiane Alvieiro, técnica de qualidade, ensina como burlar a fiscalização.
Herculano
05/03/2018 10:59
INFILTRAÇÃO ACADÊMICA, por Rodrigo Constantino, na revista IstoÉ

UnB, uma instituição federal, resolveu criar um curso sobre o "golpe" do impeachment que derrubou Dilma Rousseff. Outras já pretendem seguir seus passos. Todos sabem da forte presença comunista em nossas universidades, talvez o maior câncer do País.

Os comunistas entendem, desde Gramsci, que a revolução moderna não deve ir pelo caminho das armas, mas sim da cultura. Em "A corrupção da inteligência", Flávio Gordon mostrou como nossas universidades foram tomadas pela turma vermelha, que destruiu a educação em nosso País, substituindo-a por pura doutrinação ideológica.

Dessas universidades saíram nossos jornalistas, não por acaso quase todos de esquerda. Não há espaço nos maiores veículos para os independentes, como William Waack ou Guilherme Fiúza. A independência passa a ser um problema, não um mérito, uma condição necessária para se fazer jornalismo verdadeiro.

Com universidades e imprensa ocupadas, pode-se dizer que estava tudo dominado. Chico era uma "unanimidade". Mas veio a era das redes sociais, e os liberais e conservadores finalmente encontraram seu espaço. Nessa pequena brecha aberta, passou uma boiada, e hoje milhões de brasileiros entendem que as "Fake News" não são exclusividade da internet, pois a própria mídia abusa delas, com seu viés ideológico.

As redes sociais têm sido nosso principal instrumento para levar uma visão alternativa a milhões de pessoas, apresentando fatos que costumam ser distorcidos por professores e jornalistas. O resultado está aí, na tal "onda conservadora" que tem apavorado o establishment. As próprias redes sociais, também controladas por "progressistas", reagem. O preço da liberdade é a eterna vigilância: cochilou, o cachimbo cai.

Alguns não se importam com esses cursos para idiotas. Ledo engano. A esquerda radical entende bem que a narrativa é fundamental, e nos livros de história, o que ficará para as próximas gerações é a mentira de que um governo popular que lutava pelos pobres foi derrubado num golpe por uma elite "neoliberal". O estrago no conhecimento não pode ser menosprezado. Ideias têm consequências.

Já conseguimos importantes conquistas, diversos jovens sabem quem foi Mises ou Hayek, Burke ou Roger Scruton. A Venezuela é a evidência indesculpável do fracasso socialista, sem embargo americano como bode expiatório. Mas todo cuidado é pouco. Afinal, os comunistas ainda dominam boa parte da academia e do jornalismo. O efeito disso não deve ser desprezado.

O estrago na mente das pessoas é grande. São aqueles que chamam de "fascismo" tudo que não é socialismo, que trocam o debate de ideias por insultos e rótulos depreciativos, que "até" criticam Lula e o PT, só para defender Ciro Gomes, Marina Silva ou o PSOL em seguida. A guerra é cultural, e ela apenas começou.
Herculano
05/03/2018 10:56
RODRIGO MAIS SERÁ LANÇADO NA QUINTA COMO PRESIDENCIÁVEL DO DEM. CADÊ PINDARELLO? HÁ PERSONAGENS EM BUSCA DE NARRATIVAS... por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Para complicar um pouco o cenário de um centro político balcanizado, Rodrigo Maia (RJ), presidente da Câmara, resolveu sonhar alto. Na convenção do DEM, na quinta, será lançado pré-candidato à Presidência. Como ele mesmo já admitiu várias vezes, não tem votos para isso. É um esforço para ganhar musculatura no mercado das composições... Não vejo como ele próprio possa levar a postulação a sério. De toda sorte, não se tem soma zero.

Enquanto mantém a sua suposta pretensão à Presidência, partidos que lhe são simpáticos e que poderiam ser atraídos para a órbita do tucano Geraldo Alckmin recalcitram. "Mas isso não pode ser um jogo para fortalecer a legenda numa eventual composição com o próprio PSDB?" Pode. Ocorre que, enquanto esses movimentos vão sendo feitos, zonas de sombra e atrito vão sendo criadas, o que nunca é positivo.

A desordem é grande. Estão todos mais ou menos perdidos. O DEM mantinha um discurso conservador, com laivos de reacionarismo, quando o processo político estava mais deslocado para a esquerda. Agora, pode-se dizer que ele deu uma ligeira deslocada para a direita, mas Maia, consta, busca um discurso mais voltado para o... social.

Daria uma peça de teatro à moda Pirandello: seis personagens - ou mais - em busca de uma narrativa.
Herculano
05/03/2018 10:51
da série: estamos perdidos. Como presidente da Câmara atrasou o Brasil, agora com a ajuda das viúvas petistas quer ser presidente para afundá-lo como no tempo de Dilma Vana Rousseff,PT

MAIA SE LANÇA A PRESIDÊNCIA E DIZ QUE "POLARIZAÇÃO À PRESIDÊNCIA PT X PSDB JÁ SE ESGOTOU, por Josias de Souzas

A candidatura presidencial do deputado Rodrigo Maia, penúltima novidade da sucessão de 2018, será formalizada nesta quinta-feira (8) em convenção nacional do DEM. Contrariando até a prudência paterna, o presidente da Câmara decidiu meter-se numa aposta. Cesar Maia, seu pai, preferia que o DEM fizesse uma aliança com o tucano Geraldo Alckmin e que o filho renovasse o mandato de deputado, pleiteando a recondução ao comando da Câmara em 2019.

"Não nasci deputado. E não preciso morrer deputado", deu de ombros o neopresidenciável, em conversa com o a coluna. "As pesquisas indicam que o PSDB é o partido mais rejeitado do Brasil. Não tenho nada contra o Geraldo Alckmin, mas isso contamina a candidatura dele. Além disso, a política brasileira atravessa uma mudança de ciclo. A polarização PT versus PSDB já se esgotou. Vivemos o início de um novo ciclo."

Sob diferentes denominações, o DEM está no poder desde a chegada das cavarelas de Pedro Álvares Cabral a Porto Seguro. Após amargar um jejum de 13 anos nas administrações do PT, o partido está novamente no poder. Mas lhe falta o governo. E Rodrigo Maia avalia que, se não tentar a sorte na conturbada conjuntura de 2018, seu partido não encontrará nova chance tão cedo.

"A política vai se rearranjar. Pelos próximos oito ou 12 anos não teremos outra oportunidade igual", declarou Rodrigo Maia. "Com um mínimo de competência, o próximo presidente poderá permanecer à frente do governo por oito anos. O Brasil tem muita possibilidade de dar certo. E o presidente, estando bem, terá condições de fazer o sucessor."

A aposta de Rodrigo Maia deixou de ser solitária. Ele arrastou para o seu lado duas legendas do chamado centrão: PP e Solidariedade. Flerta com outros dois partidos: PRB e PR. Todas essas legendas são cobiçadas também por Alckmin, cuja margem de manobra estreitou-se. Um deputado do centrão resumiu a cena: "O Alckmin também quer o nosso apoio, mas ele não gosta de nós. O Rodrigo gosta."

A candidatura de Rodrigo Maia vai trafegar na congestionada via do centro. "O principal ator desse campo é o Geraldo Alckmin", reconhece o presidente da Câmara. "Não podemos menosprezar um governador de São Paulo. Mas a rejeição ao PSDB é alta. E o Geraldo não terá mais o governo de São Paulo, que será assumido pelo vice Márcio França. Isso reduz a influência da máquina."

A última vez que o DEM sonhou com a Presidência da República foi na década de 1990. Nessa época, chamava-se PFL, Partido da Frente Liberal. Nascera de uma dissidência do PDS, que sucedera a Arena, legenda oficial da ditadura. Enquanto o tucanato envergonhava-se das reformas liberais, o PFL estendia um tapete vermelho no Congresso para as propostas de FHC. Coisas como reforma da Previdência, quebra do monopólio do petróleo e gás.

Nessa ocasião, suprema ironia, o projeto presidencial do ex-PFL se chamava Luís Eduardo Magalhães. Ele também presidia a Câmara quando a legenda elaborou um projeto de poder chamado "PFL 2000". A ideia era fazer de Luís Eduardo, filho do cacique Antonio Carlos Magalhães, o sucessor de FHC. Dono de lábia refinada, Luís Eduardo percorreu o país para conquistar novos quadros. Atraiu, por exemplo, o então prefeito do Rio, Cesar Maia. Depois de alguma hesitação, o pai de Rodrigo Maia migrou do PMDB para o PFL.

A morte prematura de Luís Eduardo, que sofreu um infarto em abril de 1998, abortou uma candidatura presidencial que o próprio FHC não descartava apoiar. Na sucessão de 2002, o PFL chegou a lançar a candidatura presidencial de Roseana Sarney, hoje no PMDB. A pretensão da filha de Sarney virou pó depois que a Polícia Federal apreendeu R$ 1,3 milhão no escritório da empresa Lunus Participações, de propriedade do marido de Roseana, Jorge Murad.

A mesma convenção que aclamará a candidatura de Maia guindará à presidência do DEM o prefeito de Salvador, ACM Neto. Vem a ser sobrinho de Luís Eduardo Magalhães, herdeiro político do clã do seu avô ACM. Considerando-se que todo candidato é o seu valor multiplicado pela sua autoestima - ou dividido por sua autocrítica?" Maia terá de provar a própria viabilidade eleitoral até maio ou junho. Sob pena de ser abandonado pelos aliados e desligado da tomada pelo pedaço do DEM que ainda prefere uma aliança com Alckmin. Hoje, as pesquisas atribuem a Maia 1% das intenções de voto.
Herculano
05/03/2018 10:43
CENSURA NÃO É REMÉDIO PARA FAKE NEWS, por Ronaldo Lemos, advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio e representante do MIT Media Lab, para o jornal Folha de S. Paulo

Projeto prevê que quem criar ou divulgar notícia falsa, que possa distorcer a verdade, poderá ser preso.

Está em curso uma nova tentativa do Congresso Nacional de controlar o que cidadãos podem ou não dizer na internet, especialmente com relação a políticos e pessoas públicas.

O jornalista Leonardo Sakamoto publicou na semana passada o texto de um projeto de lei do Senado que, sob a guisa de combater notícias falsas ("fake news"), cria um sofisticado sistema de censura à internet, alterando o Código Penal, a Lei Eleitoral e o Marco Civil.

Pelo texto, quem "criar ou divulgar notícia falsa, que possa distorcer a verdade", poderá ser preso por até dois anos. Ganha 1 milhão quem conseguir definir o que é "verdade". O projeto entrega essa função ao Poder Judiciário. Mas a função do Judiciário não é decidir o que é falso ou verdadeiro. É decidir o que é legal ou ilegal.

A verdade é uma construção social complexa, que passa por instituições como o método científico, a falseabilidade de proposições em um debate racional e outras, que não são atinentes ao Judiciário.

Não é a primeira vez que congressistas tentam censurar a internet nesta legislatura. Desde que Eduardo Cunha se tornou presidente da Câmara, surgiu uma geração de projetos de lei nesse sentido (um deles proposto de próprio punho pelo ex-deputado). Para alavancá-los, os congressistas responsáveis usualmente pegam carona em temas de repercussão.


Primeiro, usaram a pedofilia como justificava para censura. Depois, o combate aos "cibercrimes". Em seguida, a comoção em torno da "Baleia Azul", que gerou até CPI. Nenhuma dessas estratégias deu certo.

Agora, aparentemente surgiu a bala de prata capaz de fazer avançar a censura na rede: as fake news. O tema é sério e merece medidas efetivas. No entanto, a lei que está sendo proposta não é remédio, é veneno. O texto obriga que provedores de internet tomem "medidas efetivas para combater a disseminação de notícias falsas", "removendo ou bloqueando [o conteúdo falso] em 24 horas do recebimento da reclamação".

Em outras palavras, cai por terra a inafastabilidade do Poder Judiciário, garantida pela Constituição e pelo Marco Civil. Os provedores terão a obrigação de remover conteúdos "falsos" mediante simples "reclamação" privada, decidindo eles mesmos o que fica e o que sai.

Ao autor que tiver um conteúdo derrubado restará procurar o Judiciário, que, por sua vez, terá de analisar a questão da "verdade" como critério da decisão.

Esse projeto é o sonho dourado de qualquer político envolvido em corrupção. Enquanto não tiver sido formalmente julgado e condenado, poderá exigir a remoção da internet de qualquer conteúdo
postado por cidadão (ou mesmo por autoridade) apontando seus malfeitos.

Para isso, precisará apenas enviar uma "reclamação" ao provedor da internet, que deverá ser atendida em 24 horas. O cala-boca voltou desta vez embrulhado na bandeira das fake news.

READER

JÁ ERA
Achar normal que um país não tenha lei de proteção da privacidade de dados, como o Brasil

JÁ É
Entrada em vigor da GDPR, a nova regra de proteção de dados da Europa, em maio

JÁ VEM
O Brasil tendo de escrever às pressas uma lei de proteção de dados para tentar entrar na OCD
Herculano
05/03/2018 10:29
AMORIM DEU PITI, MAS BRASIL REJEITOU ARMAS RUSSAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O então ministro da Defesa Celso Amorim tentou fazer o Brasil comprar baterias antiaéreas russas Pantsir-S1, no valor de US$1 bilhão (R$3,2 bilhões), contra a recomendação dos militares brasileiros. Na viagem da ex-presidente Dilma a Moscou, em 2012, Amorim deu chilique em pleno saguão do hotel, quando soube que o negócio não constava do comunicado conjunto a ser assinado pelos presidentes. Ficou histérico.

CHILIQUE ESQUISITO
"Se as baterias antiaéreas não aparecerem no comunicado conjunto, a presidenta Dilma (sic) não assina!", gritou Amorim para os assessores.

BATERIAS ERRADAS
As Forças Armadas há anos pediam a compra de baterias antiaéreas, mas as russas não atendiam a qualquer das especificações brasileiras.

ESPECIFICAÇõES
As baterias deveriam "falar" com radares brasileiros, caber em aviões de carga da FAB e ser equipadas de mísseis com alcance de 30km.

MONSTRENGO RUSSO
A insistência de Celso Amorim levantou suspeitas no meio militar brasileiro. Um certo respeito inicial que ele inspirava virou decepção.

FORÇA-TAREFA INVESTIGA SEDE BAIANA DA PETROBRAS
Após a operação que teve como alvo o ex-ministro petista Jaques Wagner, passou a chamar atenção a sede que o governo Lula adquiriu para a Petrobras em Salvador. O prédio "Torre Pituba" foi construído pela OAS e Odebrecht, claro, entre 2011 e 2015, quando presidia a estatal o enroladíssimo petista Sergio Gabrielli. Professor de modesta reputação, Gabrielli virou presidente da maior empresa brasileira.

PROJETO PESSOAL...
Gabrielli tinha sonhos eleitorais e pretendia estabelecer uma presença rotineira na Bahia, daí a dispendiosa sede soteropolitana da Petrobras.

...DESPESA NOSSA
A Petrobras transferiu o Departamento Financeiro para a Bahia em 2011, para atender ao capricho eleitoreiro de Sérgio Gabrielli.

SOCIEDADE PETISTA
A suspeita da Lava Jato é que verbas da obra foram drenadas para a campanha de reeleição de Jaques Wagner ao governo baiano.

DENÚNCIA GRAVÍSSIMA
A revista IstoÉ desta semana denuncia uma romaria de figurões do PT no Supremo Tribunal Federal, para tentar livrar Lula do cumprimento de sua pena de prisão por corrupção. A reportagem menciona uma aliança dos petistas com alguns ministros que ajudaram a nomear para o STF.

PAPO ESQUISITO
Em Brasília para um evento, semana passada, os médicos Miguel Serrouge, David Uip e Roberto Kalil jantaram com o presidente Temer no Alvorada. Foi uma chatice: os convidados só falaram em doenças.

VÁ LAMBER SABÃO, MADAME
A primeira-ministra norueguesa Erna Solberg tratou Michel Temer com grosseria, na visita oficial a Oslo em junho de 2017, mas três semanas depois ela tentou se aproximar dele sorridente, na reunião do G-20, na Alemanha. Temer reagiu com frieza digna do ártico e se afastou dela.

MELHOR FECHAR DE VEZ
Nem carteiro cumpre suas obrigações nos Correios: em Brasília, a estatal obriga uma loja a buscar as encomendas na agência, ampliando o atraso, porque sua caixa de correspondência é "mal posicionada".

IMPOSTO ÚNICO
Será lançada nesta terça (6), na Câmara, a Frente Parlamentar Mista do Imposto Único Federal. É liderada pelo deputado Luciano Bivar (PSL-PE), e já reúne 215 senadores e deputados federais.

BOMBANDO NA REDE
Análise da FGV sobre os presidenciáveis no Facebook revelou que Alvaro Dias (Pode) e Manuela D'Ávila (PCdoB) têm engajamento bem maior que outros pré-candidatos. Só Jair Bolsonaro (PSC) os supera.

BALAIO DE MPS
O Congresso instalará esta semana 12 comissões mistas para analisar medidas provisórias do presidente Temer. A primeira é a que alterou a reforma trabalhista, proposta que mais recebeu emendas na História.

DINHEIRO NO LIXO
Entre as medidas provisórias que vão ganhar comissão esta semana está a que autoriza a União a doar recursos à Palestina para a restauração da Basílica da Natividade. Mas a obra já foi finalizada.

PENSANDO BEM?
...em semana de troca na Polícia Federal, Temer na Lava Jato e marasmo no Congresso, a operação mais importante é no Neymar.
Herculano
05/03/2018 10:23
FARRA FEDERAL, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Deputados precisam votar com urgência projeto que disciplina o cumprimento do teto salarial

Está marcado para o dia 22 de março o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de seis ações tratando da concessão de auxílio-moradia para magistrados.

Com o acúmulo de verbas indenizatórias e gratificações especiais, é comum que membros graduados da magistratura recebam mensalmente quantias muito superiores ao teto permitido para o funcionalismo público - a quantia nada irrisória de R$ 33,8 mil.

Contracheques em torno de R$ 50 mil vieram ao conhecimento público - assim mesmo, só depois de uma determinação da presidente do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministra Cármen Lúcia, datada de agosto do ano passado.

Graças a uma liminar concedida em 2014 pelo ministro Luiz Fux, do STF, o pagamento do auxílio-moradia se generalizou no país. Mesmo juízes que dispõem de imóvel próprio na cidade em que trabalham fazem jus à benesse.

Num movimento que certamente ultrapassa qualquer limite de razoabilidade, de ética e de respeito à sociedade brasileira, a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) anuncia paralisação em 15 de março, uma semana antes da sessão de julgamento no STF.

Alega-se que o necessário fim dessa verdadeira farra federal seria, na verdade, uma represália contra os juízes dedicados a combater a corrupção. O argumento chega a ser mais ridículo do que aquele, tão empregado pelos próprios corruptos, de que são perseguidos por suas ideias e atos em favor das classes desfavorecidas.

Nem o mais diabólico especialista em marketing eleitoral seria capaz de imaginar uma iniciativa tão determinada para inverter, quem sabe em favor dos próprios políticos, o apoio da opinião pública às ações da Justiça Federal e, em especial, à Lava Jato.

Enquanto isso, está à espera de votação, na Câmara dos Deputados, um projeto de lei que visa a regulamentar, com extremos de minúcia, o teto para o funcionalismo.

Chega a 39 o número dos incisos especificando todas as exceções pelas quais se consegue ultrapassar o teto. A nova lei, já aprovada pelo Senado, elimina-as, tanto na magistratura quanto no Legislativo e nas Forças Armadas.

"Exercício em local de difícil provimento", "adicional de localidade especial", "vantagem pessoal nominalmente identificável", anuênios, biênios, triênios, quinquênios, sexta parte, "cascatinha": uma impressionante parafernália de vantagens será cortada se contribuir para a superação do teto.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), diz esperar o julgamento do STF para levar ao plenário esse projeto de lei. Será bom que não perca tempo.

Raras vezes os políticos terão chance comparável de empunhar, por pouco que seja, uma bandeira contra abusos e privilégios que - sabe-se agora - mesmo seus mais severos algozes lutam para manter.
Herculano
05/03/2018 10:08
POR QUE TEMOS VONTADE DE BEIJAR UMA MULHER NA BOCA POR HORAS, ENGOLINDO SUA SALIVA? por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo.

Afinal, o que querem duas pessoas quando se beijam na boca? Essa questão me vinha à mente quando criança. O que faz com que duas pessoas aparentemente queiram devorar uma à outra num beijo em que as salivas se misturam?

Diretamente ligada a esta questão, uma outra que frequentava minhas indagações filosóficas infantis era: por que os homens chamam mulheres de "gostosas"? Sendo "gostosa" uma expressão usada para comida, por que, afinal, os homens a aplicavam às mulheres?

Comecemos por esta (apesar de não ser a questão que me interessa propriamente). Estou longe de achar que a expressão "gostosa" seja errada ou "objetificante da mulher". Penso justamente o contrário: "gostosa" é um termo perfeito para se aplicar a um certo tipo de mulher, aquelas que nos fazem perder a cabeça.

Na verdade, o debate sobre a objetificação não me interessa. Afora o fato de que mulheres se sentem de fato gostosas quando gozam ou quando arrasam corações e vidas por aí, o termo "gostosa" é, exatamente, o que descreve a sensação que temos quando estamos diante de mulheres que temos vontade de "devorar sexualmente".

O verbo "devorar" pode, facilmente, ser substituído por "comer" ou "engolir". Lembro-me bem da primeira vez que entendi o significado de chamar uma mulher de gostosa. E esse entendimento tinha a ver com a vontade de comê-la ou engoli-la. A beleza dela se transmutava em desejo de assimilá-la a mim mesmo.

Todos esses verbos, assim como a expressão "gostosa", nos remetem à ideia de gosto e de alimentação.

Mulheres têm gosto e nos alimentam. Para quem as aprecia, esse gosto não é unicamente "físico".

O gosto de uma mulher é, também, metafísico. Por isso o poder de uma mulher inundar a vida de um homem: ele quer "comer" seu corpo e sua alma. Não é à toa que muitos antropólogos consideram o canibalismo indígena (o real, não o metafórico) um ato sublime e espiritual.

E aí voltamos à minha primeira indagação filosófica infantil: por que temos vontade de beijar uma mulher na boca por horas a fio, engolindo a saliva dela?

Claro que há algo relacionado ao "comer" a mulher desejada neste gesto. Ou "comer" qualquer pessoa desejada, obviamente. Não vou perder tempo aqui com questões periféricas como "gênero". Mas, haveria algo de metafísico nisso?

O filósofo e místico espanhol e mulçumano Ibn Arabi, nascido em Múrcia, Espanha, em 1165, e morto em Damasco, Síria, em 1240, escreveu uma obra (entre outras) dedicado ao amor ("Tratado do Amor") em que discorre sobre a natureza de vários tipos de amor, desde o mais natural, ao mais espiritual e místico.

Ibn Arabi é conhecido pelo impacto na tradição islâmica sufi e na mística islâmica como um todo. Um daqueles antídotos para quem pensa que o islamismo seja uma religião de bárbaros. Aliás, o componente místico do Islã é de uma beleza avassaladora.

Vejamos um trecho específico sobre o beijo escrito pelo místico islâmico espanhol medieval: "Quando dois amantes se beijam intimamente, cada um aspira a saliva do outro, que penetra neles. Quando se beijam e se abraçam, a respiração de um se expande no outro e o hálito assim exalado penetra em ambos ao mesmo tempo".

Este trecho está na parte do tratado em que ele discorre sobre as relações entre o amor natural e o espiritual.

A ideia de Ibn Arabi é a de que ao engolir a saliva um do outro, ao respirar o hálito que sai da boca do outro e ao desejar de forma ardente esta mistura "promíscua" de elementos corporais íntimos, os dois amantes desejam estabelecer uma identidade única entre eles.

Misturar saliva e hálito representa, na análise poética do místico espanhol, essa partilha de intimidade para além de qualquer abstração vazia.

Quando desejo engolir a saliva de uma mulher ou respirar seu hálito com a minha boca, de forma ardente e apaixonada, estou dizendo a ela que gostaria de ser um com ela. De me fundir com ela. De assimilar a beleza que vejo nela e que me coloca nessa condição de desejar tê-la como parte do meu corpo. Por isso, o espírito em sua saliva me encanta.

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