Vereador de Gaspar vai à Justiça para que o prefeito Kleber responda os seus requerimentos. Transparência? Zero! - Jornal Cruzeiro do Vale

Vereador de Gaspar vai à Justiça para que o prefeito Kleber responda os seus requerimentos. Transparência? Zero!

08/04/2019

No início da atual legislatura, o prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, que já foi vereador de oposição - e presidente da Câmara -, ou seja, conhece desse assunto como poucos, foi à Casa de Leis e tida como a do povo para uma visita protocolar.

Era uma visita de “boas-vindas” ao ano legislativo e distensão depois de um ano de rusgas entre os dois poderes. A intenção de Kleber, além de protocolar, era também a de “estreitar” a relação, pois em tese, o Executivo estava voltando a ter maioria estreita na Câmara, apesar de Ciro André Quintino, MDB, eleito presidente, não ter sido o candidato que o prefeito quis impor à Casa.

Lá, na segunda sessão do ano – deveria ter sido na primeira -, Kleber ocupou a tribuna da Câmara por pouco mais de cinco minutos. Além de elogiar à atuação dos vereadores na elaboração de leis e fiscalização do Executivo, Kleber afirmou que estava à disposição deles, a qualquer momento, vejam só, não só para responder às dúvidas deles pelos requerimentos oficiais, mas também estava, disponível no seu gabinete para esclarecer quaisquer dúvidas a todos eles e a qualquer momento. Hum!

Jogo. Discurso. Enganação, a julgar pelo que vem se repetindo este ano.

Nem os requerimentos dos vereadores o prefeito, o gabinete ou os secretários dele respondem, quando não adiam sucessivamente por ofícios – antes nem isso faziam - em coisas aparentemente simples ou óbvias.

E por que Kleber faz isso? Por vingança? Talvez! Mas, principalmente porque sabe que está enrolado e trabalhou contra a lei. Quer tempo para o esquecimento ou para o conserto. Ele sabe que se não arrumar argumentos sólidos, ou negociar para que se esqueça o que se questiona, vai ficar mais exposto do que já está.

Uma parte desse problema vem das escolhas que fez para o seu assessoramento, não exatamente pela competência dos escolhidos, e sim pela necessidade de empreguismo político partidário, familiar ou até afinidade religiosa. Com isso, Kleber, não só fica vulnerável, como está, como também contraria o slogan do seu governo, o de “eficiente”. Pelo jeito ele já jogou no lixo, e está substituindo por um tal “Avança Gaspar”, e que os vereadores da oposição resolveram verificar no que se está avançando de verdade. E pelo jeito, é na lei.

Volto.

No ano passado, quando era o articulador da ferrenha e maioria oposição na Câmara - agora virou parte da bancada de Kleber -, o vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, teve que ir à Justiça para obter respostas do prefeito aos seus questionamentos dos requerimentos por meio de mandado de segurança. E fez disso, um estardalhaço na mídia tradicional.

Desta vez, que está precisando da Justiça para receber respostas aos seus requerimentos que se enrolam desde fevereiro, foi o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT. Ele já teve o irmão Lovídio Carlos Bertoldi como presidente do Samae e secretário de Obras. Devem entender sobre o que estão fiscalizando e pedindo explicações ao prefeito.

O QUE A PREFEITURA ESTÁ ESCONDENDO?

Aliás, o que se quer saber no requerimento feito lá no dia cinco de fevereiro e hoje estamos no dia oito de abril e que se deveria ser respondido em 15 dias, sem as prorrogações, os leitores e leitoras desta coluna já sabiam há meses dos problemas e dúvidas. Na imprensa, afora este portal e jornal Cruzeiro do Vale, só a rádio comunitária Vila Nova FM 98.3 tratou dele. Sintomático.

É assunto simples, mas cabeludo. E é por isso, que gente no Executivo de Gaspar está nervoso e tentando encontrar defeitos em quem fiscaliza, ou em quem os divulga, como, diga-se, desde logo, públicos, e por isso, obrigam os órgãos de fiscalização a se interessarem por este tipo de matéria que não deveria ser apenas pauta da imprensa ou das redes sociais.

O que teme o pessoal do paço municipal? Que bem investigado, ele pode dar até em improbidade administrativa se o Ministério Público, Gaeco e o Tribunal de Contas se interessarem. Provas sobram. E o que pode ser levantado desse caso, e em outros assemelhados, poderá aparecer com o mesmo vício e defeito, entrelaçando-se, sempre, os mesmos personagens.

E o que quer saber o requerimento de número cinco do vereador Dionísio?

Informações sobre a obra de drenagem da Rua Frei Solano, no Bairro Gasparinho, área de atuação do vereador, como cópia do projeto de execução; cópia dos Contratos e Aditivos; Cópia do Decreto ou Portaria indicando o agente público responsável pela fiscalização de cada obra (Art. 67 da Lei 8666/1993); cópia dos Diários de Obra, individualizados e em ordem cronológica; cópia das Notas de Empenhos e Sub-empenhos; Cópia das Notas Fiscais (frente e verso) com relatórios de serviços/materiais; cópia das autorizações de pagamento das respectivas notas de Empenho e Sub-empenhos”.

Algum segredo? Isto não é o mínimo que se deve exigir numa obra organizada e numa prefeitura que se rotula como eficiente? Não deveria estar disponível num arquivo digital para ser acessado em microssegundos? Ou numa prateleira para a consulta física?

É! Mas, na mesma justificativa do dito requerimento há pelo menos uma pista aterradora e que a prefeitura não sabe como se livrar dela de forma a não deixar a menor dúvida aos fiscais do uso dos pesados impostos do povo: “Conforme visita ‘in loco’, verificou-se que os tubos foram entregues na rua antes do dia 26 de outubro, e a aprovação do Projeto de Lei Complementar 03/2018 (que permite ao Samae realizar drenagens pluviais) foi apenas em 13 de novembro. Desta forma, este requerimento visa esclarecer para a comunidade quais os recursos foram utilizados”.

Ou seja, com o exercício de 2018 encerrado, é preciso “descontabilizar”, é preciso de criatividade, é preciso deixar rastros, ou assumir erros, o que é mais indicado e mais fácil, para não se incorrer na possibilidade de falsificação. E esses erros, podem ter um custo administrativo e político. E tudo se agrava quando parte da imprensa fora do controle do governo por afinidade e verbas, bisbilhota, opina e mostra as mazelas, que podem alimentar outras instituições investigatórias. Simples assim.

Então o que está faltando? Transparência, assumir, apontar culpados e correções. Aqui já mostrei vários fatos, onde as coisas não seguiram a tramitação do que pede a legislação que trata das licitações. Banca-se, realiza-se e depois se vai atrás da documentação, incluindo a licitação, isso quando não se compra ou se paga antes do empenho.

Outra. Esta obra, devido à falta de planejamento, também está complicada do ponto de vista técnico. E a prova disso? Ela não passou nos testes das enxurradas do verão, mesmo com a desculpas de que ainda não estava totalmente concluída.

Ela não bate o nível, pois num determinado trecho há rochas que precisariam ser retiradas para se estabelecer o declive, e não foram. Os tubos começam com uma bitola, e passam pela asfixia de outra. As caixas de passagens, como já mostrei em fotos, foram feitas fora da norma técnica, ao improviso com tijolos de cimento e vazados; tecnicamente não aguentarão à força da água. Ou seja, é dinheiro colocado fora e devidamente enterrado, para que outras administrações façam discurso e justifiquem mais gastos.

E para complicar, fotografias e vídeos feitos pelo próprio prefeito Kleber como repórter de si próprio e se vangloriando da obra, mostram ele sem estar vestido com EPIs, trabalhadores sem camisas, sem capacetes, sem luvas, sem botinas e dando duro no ambiente das obras. Mas, isso nem faz parte do requerimento.

O vereador Dionísio está esperando a canetada do juiz para obrigar o prefeito a responder este simples requerimento. E precisava disso? Acorda, Gaspar!

Quando a Prefeitura de Gaspar não responde os requerimentos dos vereadores, debocha e desrespeita institucionalmente um poder fiscal do Executivo em nome do povo

No mesmo dia cinco de fevereiro, registre-se que foi o primeiro dia de sessão ordinária deste ano da Câmara de Gaspar, o mesmo vereador, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, fez o requerimento de número nove ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Ele foi aprovado por todos os vereadores presentes naquela sessão. Este assunto, foi antes, entretanto, motivo de denúncia aqui nesta coluna.

Pois na semana passada, depois de sucessivos adiamentos nos gabinetes da prefeitura, veio a resposta. Um deboche. Um desatino. Arrogância explícita. Uma falta de respeito não ao vereador e nem a Câmara, mas com gasparense pagador de pesados impostos. Foi ele quem suportou o desperdício no referido descarte de patrimônio público que custou para adquirir. Agora virou, depois que virou notícia e questionamento, e para ninguém se complicar, o material se tornou “reutilizável”, premissa que deveria ter sido prevista no planejamento da sua remoção.

Resumindo: acharam uma utilidade de última hora.

Para simplificar e não me alongar em assunto conhecido, sobre aquele amontoado de paralelepípedos retirados da rua Frei Solano, no Gasparinho e que por pouco não se tornou material descartável e inservível, se não fosse à polêmica iniciada aqui, com ajuda de gasparenses zelosos, vou juntar as perguntas do requerimento do vereador Dionísico com as respostas do secretário de Obras e Serviços Urbanos, Jean Alexandre dos Santos, remetida no dia 18 de março – coincidentemente dia do feriado, vejam só - via a procuradoria geral, em nome do prefeito Kleber, à Câmara.

Pergunta do requerimento: A quem pertence o terreno, conforme as fotos, e onde estão descartadas as pedras? (Enviar documento comprobatório). Resposta: Este terreno é público (comentário da coluna: não veio, a documentação alguma).

Pergunta do requerimento: Explicar a razão do descarte dos paralelepípedos em terreno localizado no loteamento nas margens da Rua Fernando Krauss, ao lado do Loteamento Novo horizonte? Resposta: Estas pedras estão sendo guardadas para a pavimentação de um estacionamento ao lado da escola (comentário da coluna: nem projeto se tem, nem se sabe quando isso será possível, e só estão sendo guardadas, depois que houve a denúncia e o questionamento; ser havia esta disposição, qual a razão para esconder da sociedade por tanto tempo esta informação? Por que nenhum vereador da base rebateu e esclareceu este assunto quando ele chegou à tribuna? Se isso estava mesmo decidido, qual a razão para tanta demora na resposta oficial? Outra e mais estranha: qual a razão para se guardar paralelepípedos, escondendo-o sob o barro? Não devia exatamente deixá-los limpos e separados para uso?)

Pergunta do requerimento: conforme o princípio da eficiência, por que o paralelepípedo não foi utilizado para calçamento em vias não pavimentadas? Resposta: o descarte neste terreno se deu, simplesmente para guardar estas pedras, pois será utilizada no estacionamento da Escola (comentário da coluna: descarte é a palavra mais uma vez utilizada nesta resposta oficial é um indicador para se jogar fora o material; guardar, também usada nesta resposta, é para entre outras, possivelmente reutilizar; complicada essa dualidade!)

Pergunta do requerimento: quem autorizou o descarte do referido patrimônio público? Resposta: Amauri Bornhausen. (comentário da coluna: contradição do começo ao fim. Nesta resposta se confirma, mais uma vez, que houve autorização de descarte e não de uma suposta guarda para reutilização)

Pergunta do requerimento: o loteamento foi aprovado junto à Prefeitura? Encaminhar cópia do projeto. Resposta: aprovação do loteamento não é de competência da secretaria de Obras e Serviços Urbanos. Comentário do vereador: “eu NÃO pedi informações para a secretaria de Obras. Eu pedi informações para o poder público, tanto que o requerimento é dirigido ao prefeito”. (Comentário da coluna: esta resposta mostra o jogo, o desprezo, a arrogância, enrolação estruturada e a falta de respeito na obrigação de prestar contas não apenas ao Legislativo, mas à sociedade)

Pergunta do requerimento: terreno tem licença ambiental para aterro com paralelepípedo? (Enviar documento comprobatório). Resposta: não será aterrada e sim estas pedras serão utilizadas para pavimentação do estacionamento da Escola (comentário da coluna: mesmo assim, para depósito temporário como alega o secretário, é preciso de licença, pois é assim que se procede na secretaria em casos assemelhados, até porque não se sabe quando este material será removido de lá, e amontoado em terreno agora sabido que é público, já que não há previsão das obras da escola; não se trata de uma mera passagem, mas um depósito).

Encerro. “Estão fazendo o vereador de bobo ou enganando a população”, perguntou o vereador Dionísio ao ler na tribuna a resposta que recebeu do Executivo. Seguiu-se um silêncio de todos, pois todos compreenderam o que se respondeu: nada! Acorda, Gaspar!


TRAPICHE

O que falta ao Ministério Público para olhar com lupa esse desatino das passagens do coletivo urbano de Gaspar ser a mais escorchante delas no Vale do Itajaí e sob concessão precária?

Estão esfolando trabalhadores e estudantes, e fazendo horários e itinerários filés para atender linhas com lucros. Precisou a NSC de Blumenau vir aqui para mostrar o desespero dos usuários dos coletivos.

Abandono. Os moradores do Sertão Verde garantem que a prefeitura de Gaspar passou três anos sem fazer qualquer benfeitoria lá. A constatação é do vereador Silvio Cleffi, PSC. Ele montou o tal vereador itinerante lá um dia desses e ficou com a orelha quente de tanta queixa que ouviu. Meu Deus.

E depois o pessoal que domina a prefeitura diz não saber a razão pela qual as pesquisas crucificam os políticos no poder de plantão. Também pudera!

O suplente de vereador Cleverson Ferreira dos Santos, PP, partido da base do poder de plantão, deixou a diretoria geral de Atendimento e Ouvidoria do município de Gaspar. No seu lugar foi nomeada Elisângela Reinert.

Ouvidoria é um órgão de acesso independente para queixas e denúncias dos cidadãos e cidadãs, neste caso, contra problemas nos serviços e servidores do município de Gaspar.

Entretanto, há uma distorção. Na verdade, a Ouvidoria é mais um ente empregador político, sem autonomia para o exercício da função que se exige de uma verdadeira Ouvidoria, feita para ajudar a própria administração. Kleber e sua turma não gosta de queixosos.

Comentários

ROBERTO DINAMITE
09/04/2019 20:19
PREFEITURA MUNICIPAL DE GASPAR/SC

EXTRATO DO PRIMEIRO ADITIVO DO CONTRATO SAF Nº 60/2018

Tomada de Preços nº: 01/2018. OBJETO: Assessoramento e consultoria técnica em gestão de pessoas, para desenvolvimento e revisão de plano de cargos, carreiras e vencimentos, de reforma administrativa, definição de formas de gratificação por desempenho e/ou função e redefinição e reestruturação do quadro funcional dos servidores municipais, bem como de desenvolvimento de anteprojeto de lei dispondo sobre plano de carreira aos servidores municipais do município de Gaspar. Vigência: 06/04/2019 à 05/04/2020. CONTRATANTE: MUNICÍPIO DE GASPAR (83.102.244/0001-02). CONTRATADA: FK ASSESSORIA E CONSULTORIA EMPRESARIAL LTDA (05.942.401/0001-84).

Gaspar/SC, 03 de abril de 2019.

FELIPE JULIANO BRAZ

Secretário da Fazenda e Gestão Administrativa
Pedro Salvador
09/04/2019 19:53
Considerando as últimas notícias veiculadas na imprensa local referente as obras de drenagem da Rua Frei Solano, em que um vereador foi obrigado a entrar na Justiça (via mandado de segurança e liminar judicial) para assim conseguir que a Prefeitura de Gaspar responda um requerimento, o qual busca informações e esclarecimentos da referida obra. Estas noticias foram veiculadas em:
- Portal da Câmara de Vereadores do Município de Gaspar (http://4.lancerweb.com.br/2019/04/08/justica-determina-que-prefeitura-informe-sobre-drenagem-da-rua-frei-solano/)
- Portal do Jornal Cruzeiro do Vale (http://www.cruzeirodovale.com.br/geral/prefeitura-de-gaspar-nao-responde-requerimento-e-justica-da-prazo-para-prefeito-apresentar-documentos/)
- Portal do Jornal Metas (http://www.jornalmetas.com.br/geral/obra-da-rua-frei-solano-vai-parar-na-justi%C3%A7a-1.2134428)
- Portal da Rádio Sentinela do Vale (http://www.radiosentinela.com.br/?liminar-determina-que-prefeitura-informe-sobre-drenagem-da-rua-frei-solano&ctd=25547)


Me vejo no dever de utilizar este espaço para publicar uma denuncia que realizei junto ao Ministério Público em 29/11/2018, na qual destaco as irregularidades que vêm acontecendo nestes tipos de obras (drenagem). Estava relutante em trazer a público esta denuncia, pois ainda acredito que o MP deva estar trabalhando/interessado pelo caso, mas ao mesmo tempo creio que deva contribuir para que as investigações no Poder Legislativo ganhem força e se unam ao MP para buscar punir os responsáveis pelas irregularidades elencadas na referida denuncia.

Segue links do Corpo da Denuncia e do Protocolo do Ministério Público:
Denuncia Encaminhada: https://pt.scribd.com/document/405647659/Denuncia-Obras-Drenagem-GASPAR
Protocolo Ministério Público: https://uploaddeimagens.com.br/imagens/cadastro_mp-jpg

Lembro que o corpo desta denuncia é datado de 29/11/2018, nesta data não existia o empenho dos serviços contratados para as obras de drenagem da Rua Frei Solano. Atualmente é possível verificar no Portal da Transparência do Município de Gaspar, tais empenhos e pagamentos. Visualiza-se nestes empenhos da Rua Frei Solano que realmente conforme suspeita foram pagos os serviços de berço em concreto para tubulação, caixas de concreto moldadas in loco e outros, embora tais serviços não foram executados e/ou executados de maneira divergente do contratado.
fernando collor de mello
09/04/2019 19:42
Boa Tarde...

A abelha rainha não chegou a esquentar o banco... sua amiga esposa de um vereador que atualmente está na base do governo.... conseguiu uma bocinha.. agora na Educação! Nomeação recente diário oficial do dia 08-04-2019... hahaha.
Miguel José Teixeira
09/04/2019 16:40
Senhores,

". . .Passado agora um ano da prisão, desse ideólogo do caos, o que se observa por todo o país é o afloramento desses sentimentos nas suas mais variadas versões, opondo brasileiros contra brasileiros, instituições contra instituições e, o que é pior, os brasileiros contra as instituições do Estado. . ."

A semente da instabilidade

Durante todo o tempo em que a mídia prestava atenção e divulgava as falas, Lula, insistentemente, usou da retórica divisionista do "nós contra eles" como forma de apartar as massas e, com isso, obter vantagens eleitorais e políticas imediatas, dentro da velha e perigosa lógica de dividir para dominar. Por um breve período, a estratégia adotada pelo então presidente da República lhe trouxe alguns frutos e, enquanto estava no poder, não foram poucos os políticos e parte da imprensa que se renderam à ladainha belicista, certos de que era uma mera tática política, inofensiva e sem maiores consequências.

O tempo, com sua paciência de estátua de praça, cuidou de demonstrar que, por trás dessa singela retórica separatista de marketing, estava se formando e cristalizando um grosso caldo, em que eram misturados, no mesmo caldeirão, ódios, invejas, incapacidades, ressentimentos, frustrações e outros sentimentos que só a espécie humana é capaz de sentir. Passado agora um ano da prisão, desse ideólogo do caos, o que se observa por todo o país é o afloramento desses sentimentos nas suas mais variadas versões, opondo brasileiros contra brasileiros, instituições contra instituições e, o que é pior, os brasileiros contra as instituições do Estado.

Brotadas as sementes desse ambiente de animosidade generalizada, que foram cuidadosamente semeadas, a razão e o bom senso se afastaram, dando lugar a ações extremistas e outras maldades que pareciam confinadas na Caixa de Pandora. Com isso, a perda de credibilidade nos políticos e suas respectivas legendas, nas instituições da República e no próprio Estado, tem propiciado, cada vez mais, o aparecimento de núcleos extremistas que pregam abertamente e constrangimentos, o fim do Estado democrático de direito.

A forma selvagem com que o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi tratado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, e mesmo o conteúdo dos debates que vão sendo travados no Congresso, reforçam a preocupação de que o Brasil vai adentrando célere em um período de grande conturbação política e social, por conta, justamente, dos apelos segregacionistas feitos num passado recente e que, infelizmente, não foram, naquela ocasião, repelidos com a máxima veemência.

Para aqueles que não entendem a antiga expressão "Quem semeia vento colhe tempestade", o significado vai ficando cada mais claro, quando se nota que, até dentro das famílias brasileiras, as outrora sementes da fraternidade, que deveriam germinar no mesmo lar, vão sendo espalhadas pelos ventos da discórdia, levando muitas a caírem em solos inférteis.

Com ou sem metáforas, é certo que o maior e mais nefando crime cometido pelo ex-presidente, do alto de suas responsabilidades constitucionais, não foram os crimes comuns de lavagem de dinheiro e corrupção, mas o crime de pregar a divisão da nação entre "nós e eles". Por esse crime, nem a prisão perpétua teria o condão de restabelecer e reparar os danos causados ao país.

(Fonte: Correio Braziliense, hoje, Coluna: Visto, Lido e Ouvido, por Circe Cunha
Herculano
09/04/2019 12:57
BRINCANDO COM A VERDADE, João Pereira Coutinho, sociólogo e escritor português, no jornal Folha de S.Paulo

O discurso pós-moderno da nova esquerda emigrou para a nova direita

"Fatos alternativos." Adoro essa expressão. Pelo menos, desde o momento em que a escutei pela boca tenebrosa da sempre tenebrosa Kellyanne Conway, conselheira política de Donald Trump.

O pretexto, se bem me lembro, era saber quantas pessoas haviam estado na posse de Trump, em Washington. Os jornalistas diziam um número (modesto). Kellyanne dizia outro (estratosférico). O âncora que a entrevistava na TV insistia na verdade dos fatos. Kellyanne, perfeitamente blasé, respondia que os números em que acreditava eram "fatos alternativos".

Naquele momento, ri alto e murmurei: quem diria que os novos conservadores eram tão pós-modernos? Uso a expressão no sentido próprio: se a verdade não passa de uma quimera, o que resta são as múltiplas verdades que a minha subjetividade produz.

O discurso pós-moderno que a "nova esquerda" abraçou na década de 1960 tinha agora emigrado para a "nova direita" do século 21.

Nunca mais voltei a pensar no assunto. Até encontrar, com surpresa, o livro de Michiko Kakutani, "A Morte da Verdade: Notas sobre a Mentira na Era Trump".

Conhecia Kakutani das páginas do New York Times, onde o seu chicote crítico não poupava alguns escritores consagrados (Norman Mailer, John Updike, Jonathan Franzen etc.).

O livro exibe a mesma erudição e a mesma inteligência ferina, procurando explicar as raízes históricas e intelectuais dos "fatos alternativos" de Donald Trump e sua turma.

E, entre essas raízes, Kakutani, uma progressista imaculada, não hesita em fazer um "mea culpa". Na década de 1960, a contracultura foi importante ao questionar velhas convenções morais, sem falar do seu espírito saudavelmente anarquista e antiautoritário.

Mas a contracultura também legou ?"ou, melhor dizendo, ressuscitou?" uma desconfiança instintiva da razão e da racionalidade, entendendo ambas como meras construções burguesas, ocidentais, opressivas, ao serviço da classe dominante.

Na ânsia de derrubar falsos ídolos, o relativismo que brotou das universidades americanas, e que tanto desesperava conservadores como Irving Kristol ou Allan Bloom, defendia a radical subjetividade do eu, princípio e fim de todo o conhecimento e de toda a verdade.

Pois bem: os novos conservadores parecem ter aprendido a lição com os pós-modernistas do passado. Nada é sagrado para eles: nem a razão, nem a moral, nem a ciência, muito menos as elites intelectuais ou esses antros de criminalidade que dão pelo nome de "universidades".

E quando escutamos os "fatos alternativos" de Kellyanne Conway ou as incontáveis "inverdades" do seu patrão, perguntamos seriamente se eles alguma vez leram Derrida.

A verdade, para eles, também se abre a uma multiplicidade de interpretações, a uma infinitude de sentidos, porque a "instabilidade" e a "indeterminação" das palavras autorizam tudo e o seu contrário.

No seu livro, Michiko Kakutani cita Mike Cernovich, um nome conhecido entre os "trolls" da alt-right e, segundo palavras do próprio, um fã das teorias pós-modernas.

"Se tudo é uma narrativa", afirmou Cernovich em entrevista, "então precisamos de novas narrativas contra a narrativa dominante". As palavras poderiam ter sido escritas por Jean-François Lyotard "lui-même".

As consequências dessa atitude deságuam no mar do niilismo. Não no sentido em que a "intelligentsia" russa do século 19 usava o vocábulo, ou seja, como recusa de tudo aquilo que não pode ser provado cientificamente.

O niilismo contemporâneo nem a ciência respeita. A ciência é apenas mais uma forma discursiva entre várias formas possíveis. Sim, que interessa vacinar as crianças contra o sarampo quando a internet garante que as vacinas provocam autismo?

Estamos afundados em mentiras. Ou, polindo a linguagem, estamos rodeados de "pós-verdades" que marcham continuamente contra a "tirania da logocracia".

Michiko Kakutani não oferece nenhuma resposta para o problema ?"a sua hostilidade a Trump não lhe permite ver um pouco mais longe.

Mas eu, com a devida vênia a Kakutani, acredito que só é possível voltar a "construir" algumas verdades quando muitos intelectuais ou acadêmicos contemplarem seriamente onde nos trouxe a "desconstrução" da verdade. As ideias têm consequências, já dizia um (velho) conservador americano.

Em 1838, no seu célebre discurso ao Lyceum de Springfield, no estado de Illinois, Abraham Lincoln avisou: a sobrevivência da República depende da razão, de uma moral sadia e da reverência pela Constituição e pelas leis.

Como programa para a América pós-Trump, melhor é impossível.
Herculano
09/04/2019 12:55
da série: ela anunciou a demissão do ministro baseada numa fonte de confiança, Bolsonaro, resolveu resistir para desmoralizar a jornalista, prejudicando o próprio governo e os brasileiros. Por fim, cedeu. Já em Gaspar... as almas penadas continuam no governo desgastando-o

ALMAS PENADAS, por Eliane Cantanhede, no jornal O Estado de S. Paulo

Assim como Vélez, há uma fila de embaixadores esperando o 'bilhete azul' que não vem

A demissão de Ricardo Vélez Rodríguez do MEC foi decidida antes da viagem a Israel, em 30 de março, e anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro três dias antes de ser formalizada e finalmente publicada ontem no Twitter e no Diário Oficial. Se parece esquisito, não é caso único e não será o último.

Bolsonaro também anunciou no dia 13 de março, antes da ida aos EUA, que iria trocar 15 embaixadores, inclusive Sérgio Amaral, de Washington. Deu um motivo para o "bilhete azul" num encontro com jornalistas: "Não está vendendo uma boa imagem do Brasil no exterior". E para ser só na volta: ficaria muito ruim às vésperas de chegar ao país.

O presidente foi para os EUA no dia 17, voltou, foi ao Chile, voltou, foi a Israel, voltou. Mas os embaixadores continuam exatamente onde estavam, como almas penadas. O que mudou, nesse meio tempo, foi o número dos que estavam com os dias contados.

Se Bolsonaro havia falado em 15, a lista que o chanceler Ernesto Araújo enviou para a Casa Civil continha três vezes mais nomes, em torno de 45 embaixadores que ocupam efetivamente embaixadas ou consulados e chefias de representações do Brasil em organismos internacionais nos diferentes continentes. Entre eles, seis estão se aposentando neste ano. Os demais entram na dança das cadeiras.

Até agora, porém, praticamente um mês depois do anúncio feito pelo próprio presidente da República, ninguém veio, ninguém foi para posto nenhum. O próprio embaixador Sérgio Amaral, nomeado no governo Michel Temer, não só continua em Washington como participou ativamente da viagem de Bolsonaro e, agora, participa da visita do vice Hamilton Mourão.

O tempo vai passando e Amaral vai ficando. Ele já estava fazendo as malas, arrumando as gavetas, cuidando das conveniências da família, quando o Itamaraty deu uma contraordem, mandou parar tudo e aguardar novas orientações. Que ainda não chegaram, provavelmente porque alguém deve ter feito as contas: quanto custa a mudança de mais de 40 diplomatas?

Sérgio Amaral não é Vélez Rodríguez nem causou tanta confusão, tanto rebuliço, tantas demissões e tantos recuos, mas sofre nesses três meses o mesmo processo que atingiu o agora ex-ministro da Educação: fica no limbo, sabendo de seu destino pela mídia.

Assim como ele, embaixadores brasileiros pelo mundo afora, na Europa, na Ásia, na África, nas Américas. E, claro, seus assessores diretos, sejam diplomatas, sejam funcionários. Em consequência, suas famílias.

Se há insegurança entre os que saem, há também entre os que podem entrar. Para Washington, o vice Mourão queria o cientista político Murillo de Aragão, da consultoria Arko Advice, um frequentador assíduo da Vice-Presidência. Já a cúpula do Itamaraty preferia o embaixador de carreira Nestor Forster, do grupo de Ernesto Araújo. Os dois enfrentam resistências e obstáculos concretos para assumir o que é, nada mais, nada menos, a embaixada mais importante do Brasil. Aliás, de todos os países.

No MEC, sai Vélez, filósofo, e entra Abraham Weintraub, um homem das finanças, mas uma coisa é certa: a ideologia fica. Além de professores universitários, ambos são também arraigadamente de direita, conservadores nos costumes, simpatizantes das ideias do tal guru Olavo de Carvalho. Lembram-se daquela velha corrente que via comunistas em toda a parte, até debaixo das camas das famílias brasileiras?

Agora, é acompanhar a montagem da equipe e identificar os impostos por Olavo de Carvalho, os indicados pelos militares e os simplesmente técnicos, que querem ver o ministério andar. Sim, porque a Educação está paralisada. Mas a guerra no ministério continua.
Herculano
09/04/2019 12:51
AGENDA NOVA NA ECONOMIA, por Míriam Leitão, no jornal O Globo

Equipe econômica tem pronta agenda pós-Previdência, com divisão de receita de petróleo, reforma tributária, desvinculação e abertura comercial

A área econômica tem uma série de propostas para os próximos meses. A avaliação feita é que a reforma da Previdência vai ser aprovada neste primeiro semestre e depois virá a agenda que eles acham que será nova e positiva. O governo pretende propor a reforma tributária, a abertura comercial, o chamado "pacto federativo", que tem como ponto mais atraente para estados e municípios a descentralização dos recursos. Essa nova divisão do bolo começaria com algo concreto, que é a distribuição de 70% dos recursos do pré-sal do megaleilão previsto para outubro.

A Previdência é sempre um assunto difícil, e por isso tanto o presidente Bolsonaro quanto o ex-presidente Lula começaram com ela. Mas já está em preparação o cardápio das próximas medidas. Na visão dos economistas do governo, todas serão assuntos mais populares do que a reforma da Previdência. A verdade não é tão simples. Algumas podem provocar muito debate, divisão e polêmica. Não é assim que a agenda é vista na área econômica.

O que eles chamam de novo pacto federativo inclui a desvinculação das receitas e a redistribuição de recursos. Para estados e municípios, falar em nova divisão das receitas é, de fato, muito atraente até porque começa pela divisão da renda do petróleo que fica com a União. O argumento na equipe é que quem centralizou foi o governo militar e que o ideal é fortalecer a Federação.

Já a desvinculação, que o ministro Paulo Guedes sempre apresenta como a devolução ao Congresso do poder de decidir sobre os recursos, sempre será polêmica. As bancadas temáticas que têm recursos carimbados, como educação e saúde, não vão querer, evidentemente, abrir mão da garantia constitucional à parcela dos recursos. Se realizado, dará mais poderes ao Congresso, de fato. Hoje, o Orçamento é feito por técnicos do Planejamento e a decisão está nas mãos de poucas pessoas. Antes eram o ministro da Fazenda e do Planejamento que decidiam o Orçamento. Hoje, os dois ministérios estão na mão de Paulo Guedes. Ele, por sua vez, tem um falso poder, já que tudo está definido previamente por regras, muitas vezes, estabelecidas na Constituição. O discurso de que desengessar será bom para os políticos acaba de ter um sinal contrário, porque a Câmara e o Senado votaram a favor de engessar ainda mais a destinação das receitas. Mas, nas conversas com os líderes do Congresso, o ministro Paulo Guedes repete sempre que essa agenda é positiva porque aumenta os poderes do parlamento.

A reforma tributária é outro tema que já estará ocupando a pauta nos próximos dias. Ideias começaram a ser discutidas. O próprio presidente Jair Bolsonaro falou recentemente em taxação de dividendos, sem entrar em detalhes. Esse é um ponto que esteve em quase todos os programas da última campanha eleitoral, do PT ao PSL. A ideia é reduzir o imposto sobre as empresas e aumentar a taxação sobre o acionista através do tributo sobre dividendos.

A reforma incluirá também alguns pontos que têm estado em todos os estudos sobre a estrutura de impostos brasileira: a de unificação de vários tributos num só para redistribui-los pelos estados e municípios. A grande vantagem é a da simplificação, e quando se tratar apenas de impostos federais, haverá acordo em todas as unidades da federação. Quando envolver o ICMS, estadual, ou o ISS, municipal, a avaliação das cidades e dos estados poderá ser bem diferente.

Outro ponto da agenda econômica de Paulo Guedes é a abertura comercial, que o ministério acredita que terá um efeito "exponencial". Se, por um lado, essa reforma tem a chance de elevar a competitividade dos produtos brasileiros, por outro, tem perdedores e mexe com lobbies cristalizados. É apresentada na área econômica como agenda positiva, mas ela provocará muito debate, pressão e divisão. A última vez que o Brasil fez um forte movimento de abertura foi no governo Fernando Collor. O Brasil precisa se abrir e integrar-se a outros mercados. O fechamento nos trouxe até aqui: a uma indústria que encolhe como percentual do PIB a cada ano. A indústria tem dito é que antes de abrir será necessário mudar a economia.

Essa nova agenda será apresentada aos poucos. No governo se diz que não tirará o foco da Previdência, que continuará sendo a primeira das reformas.
Herculano
09/04/2019 12:50
SERÁ QUE NÃO ACREDITAMOS EM NóS MESMOS?

Segundo o DataFolha, 75% dos brasileiros desconfiam das notícias publicadas na imprensa.

Na mesma pesquisa, uma constatação mais preocupante ainda: 84% dos brasileiros desconfiam das notícias publicadas nas redes sociais.
Herculano
09/04/2019 12:47
"BOLSONARO TEM RAZÃO", por Gustavo Nogy, no site Gazeta do Povo, Curitiba PR

"Enfim, sou capaz de concordar sem avarentas restrições ou manhosas adversativas com o presidente Jair Bolsonaro. Nosso acordo é mútuo e pleno de verdade. Ouso dizer: mais do que concordar com ele, ele concorda comigo. Não nos conhecemos, mas estamos em sintonia.

Num gesto de invulgar nobreza, afirmou sobre si o que eu sempre afirmei sobre ele: não nasceu para ser presidente, não faz ideia do que está fazendo no posto, não sabia que os problemas eram tantos e tamanhos. Que lhe desculpemos as caneladas, ele pede. Não é do ramo.

Antes tarde do que nunca, embora não precisasse demorar tanto. Tivesse reconhecido um pouquinho mais cedo sua dificuldade de dominar uma bola e ninguém teria incomodado ninguém: nem ele ao governo, nem o governo a ele. No fundo, de acordo com sua declaração, quem não votou em Bolsonaro lhe fez mesmo um favor. Não precisa agradecer, presidente, eu compreendo suas aflições. Também são minhas.

Não pensem vocês que ele está de brincadeira. Ele fala a sério, mortalmente a sério. Catapultado ao imaginário nacional diretamente dos programas de humor e entretenimento, Bolsonaro parece ter proposto candidatura com a certeza de que não corria risco nenhum de ser eleito, como adolescente que vai à rua procurar emprego temendo encontrar emprego.

Pois encontrou emprego.

Nós ficamos espantados.

Ele ficou espantado.

Irmanados no espanto, temos aí um inconveniente país com o qual lidar.

A prova de que Bolsonaro tem razão e fala a verdade é que nunca soube explicar de que se trata, afinal de contas, essa treta de governar. Quando lhe perguntavam sobre Previdência, ele remetia ao Paulo Guedes. Saúde? Falem com o Paulo Guedes. Privatizações? Guedes. Infraestrutura? Vão logo ao inferno ou ao Instituto Millenium.

Para quem insistia, tinha uma resposta na ponta da retórica: um presidente não precisa, e nem se quisesse conseguiria, saber tudo sobre todos os assuntos. O que é verdade. Contudo, é também verdade que um presidente carece de saber algo mais do que os nomes das pessoas e o número das respetivas salas. Precisa perceber algo de gestão, de princípios elementares de administração, de movimentos básicos do xadrez político.

Ele tem mostrado que sabe? Mistérios.

O affair Velez Rodriguez é mais eloquente que um Socrates na praça. O colombiano putativamente conhecedor de pensamento brasileiro foi escolhido não pelo presidente, que o ignorava, mas por aqueles que o presidente escolheu. Disseram a ele que o historiador de filosofia sabia tudo o que o presidente não sabia.

A fé move montanhas e nomeia ministros, sabemos todos.

Em três meses, o ministério com segundo maior orçamento e complexidade sem igual está à deriva. Sem planos, sem metas, sem projetos. O ministro, que fazia ponta de morto-vivo há semanas, foi demitido. Garanto que a culpa não é minha; não sou Charles Xavier nem Magneto, e o poder do meu pensamento negativo não chega a tanto. O fato é que quem o indicou já tinha se apressado a desindicar, quem viu fez de conta que não viu, quem sabia garante que não sabe do que estão falando.

Jair Bolsonaro afirmou que não nasceu para ser presidente. Finalmente está coberto, sufocado, soterrado de razão
Herculano
09/04/2019 08:06
ESTA É A MANCHETE DA COLUNA:

VEREADOR DE GASPAR VAI À JUSTIÇA PARA QUE O PREFEITO KLEBER RESPONDA OS SEUS REQUERIMENTOS. TRANSPARÊNCIA?ZERO!

ESTA É A MANCHETE PóS MANCHETE:

LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA DE JUIZ MANDA PREFEITO KLEBER RESPONDER EM DEZ DIAS REQUERIMENTO DO VEREADOR DIONÍSIO

O juiz Lenoar Bendini Madalena, da segunda vara da Comarca de Gaspar, deu dez dias para o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, responder o requerimento 05/2019 do vereador aprovado na Câmara de Vereadores no dia cinco de fevereiro. Ele foi remetido à prefeitura no dia seis de fevereiro. Estamos no dia nove de abril. E ele tinha o prazo de 15 dias úteis para responder tal documento.

Esta não é a primeira vez que a Justiça obriga o prefeito Kleber responder requerimentos de vereadores de Gaspar.

A obrigação de prestar contas está na Lei Orgânica do Município e como bem lembrou o magistrado, é função constitucional do Poder Legislativo à fiscalização do Poder Executivo, e que não foi atendida até aqui, sem qualquer justificativa por parte do prefeito.

"De mais a mais, não posso de destacar que tal conduta, pelo menos em princípio e em tese, pode inclusive caracterizar crime de responsabilidade do Chefe do Executivo Municipal, máxime considerando que este mandado de segurança visa ter acesso a informações relevantes sobre finanças municipais, as quais, a bem da verdade, deveriam ter seu acesso facilitado para garantir transparência no trato com a rés pública, e não embaraçado como de fato aqui ocorreu", ressaltou Madalena no mandado.
Herculano
09/04/2019 07:36
A FARSA E A TRAGÉDIA DA EDUCAÇÃO, Joel Pinheiro da Fonseca, economista e mestre em filosofia pela USP, no jornal Folha de S. Paulo

Pessoas sem nenhuma competência são loteadas em cargos importantes

Que a educação não seria um ponto forte do governo Bolsonaro era mais do que evidente desde a campanha. Poucos imaginavam, contudo, o tamanho do desastre, que é o resultado de duas causas: a incompetência técnica do ex-ministro e sua equipe; e a guerra que instaurou dentro do ministério.

Ricardo Vélez Rodríguez é um intelectual de direita. Não tem nenhuma experiência com gestão pública nem conhece a realidade e os desafios da educação brasileira. Sua única credencial para o cargo foi ter sido indicado por Olavo de Carvalho. Suas únicas agendas eram pautas simbólicas como defender a ditadura militar e executar o Hino Nacional nas escolas.

Além disso, talvez pela fraqueza de sua liderança, o ministério se tornou um campo de guerra das duas principais alas do governo: o núcleo olavista (encabeçado pelo chanceler, pelo assessor do presidente Filipe Martins e pelos filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro) e o militar. Esse conflito, que resultou em repetidas desonerações, travou o ministério. Quase nada saía de lá; e o que saía era tão ruim (a circular para as escolas, a decisão de não medir a alfabetização das crianças) que precisava ser imediatamente cancelado.

Essa é a sina de todo projeto ou instituição que tenha o azar de se aproximar de Olavo de Carvalho: envolver-se numa espiral de intrigas, brigas internas, acusações de traição e rompimentos. Olavo, que foi quem indicou Vélez, passou a acusá-lo.

O presidente não aprendeu a lição e já nomeou um novo olavista para o cargo, de quem Olavo já cobrou inclusive que recontrate todas as sumidades que Vélez Rodríguez nomeara e demitira pouco tempo antes.

Abraham Weintraub é outro que está no governo única e exclusivamente por afinidade ideológica e que carece de proximidade com a área da educação. Se se mostrar um líder mais forte que Vélez, poderá trocar a inoperância pelo movimento na direção errada: aparelhar o ministério e tocar sua agenda de combate "aos comunistas", antagonizar professores e promover a doutrinação oficial em sala de aula. Quem pagará o preço dessa brincadeira serão jovens e crianças brasileiros.

Vejo apoiadores do governo repetirem o discurso reconfortante de que a ascendência dos militares e dos ministros sérios (Sergio Moro, Paulo Guedes) sobre o presidente acabará por se impor e o núcleo olavista será ou varrido ou tornado irrelevante.

Na prática, contudo, o grupo tem conseguido vitórias em alguns conflitos com outras pastas. Olavo xingou abertamente o vice-presidente e um ministro (o general Santos Cruz) e mesmo assim se sentou à direita do presidente no jantar em Washington. Foi a pressão do núcleo olavista que levou Bolsonaro a desautorizar o ministro Moro na nomeação de Ilona Szabó. E agora, mesmo com o fracasso retumbante do MEC olavista, a pasta é reconduzida ao mesmo grupo.

Por algum motivo insondável, o presidente é incapaz de se desligar de um núcleo que, por qualquer métrica disponível, só lhe traz problemas.

A ação da militância agressiva nas redes sociais - o único ativo que os olavistas têm a oferecer- o está alienando da opinião pública geral. Sua popularidade está em queda. O tão sonhado povo nas ruas, disposto a tocar o terror para coagir Congresso e STF, não tem comparecido. Além disso, pessoas sem nenhuma competência são loteadas em cargos importantes, que previsivelmente entregam resultados péssimos.

Mesmo apoiadores sérios do governo só têm a lamentar. No Ministério da Pesca ou do Turismo seria cômico. No da Educação, é criminoso.
Herculano
09/04/2019 07:32
'NÃO VOU SER MULHER DE MALANDRO, FICAR APANHANDO E ACHAR BOM". NEGOU ESTAR CHATEADO COM BOLSONARO. CONTINUA DEFENDENDO REFORMA

Conteúdo de Poder 360. Texto de Ludmylla Rocha. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou estar chateado com o presidente Jair Bolsonaro devido às farpas públicas que trocaram em março. "De jeito nenhum, facilita minha vida", afirmou durante o debate "E Agora, Brasil?" promovido pelos jornais O Globo e Valor Econômico nesta 2ª feira (8.abr.2019), no B Hotel, em Brasília (DF).

"Eu imaginava que a gente pudesse ter 1 governo de coalizão, ele discorda. Eu só não vou ficar no meio. [...] Eu não vou ser mulher de malandro, ficar apanhando e achar bom", declarou o deputado ao lado do ministro Paulo Guedes (Economia), que também participa do evento.

O demista diz que segue apoiando a reforma da Previdência, mas não atuará como articulador político. "Continuo defendendo a matéria em qualquer ambiente que eu possa fazê-lo. Agora, eu não tenho mais as condições que eu tinha até 1 mês atrás de ser 1 articulador político, isso eu não posso. Se o governo quer votar em 15 de junho, a pauta tá dada. Se o governo vai ganhar, você pergunta pro ministro Onyx [Lorenzoni, da Casa Civil]", afirmou.

"Tô mais fechado porque acho que me colocaram nesse papel. [...] A forma que eu entendi que o governo queria trabalhar de forma harmônica comigo é no meu papel institucional e nos ambientes que eu posso continuar ajudando. Agora, eu não falo mais de prazo, não falo mais de voto, aliás, falar de prazo e de voto, pela minha experiência, atrapalha o governo", completou.

Maia disse também que quando o governo quiser colocar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) da Previdência em votação, o fará. Mas considera mais interessante a economia aos cofres públicos do que o prazo em que o projeto será aprovado.

"A data é irrelevante se é 1 mês antes ou 1 mês depois, o importante é a economia. Se ela vai ser votada em junho, em julho ou em maio, pra mim é irrelevante, o importante é conseguir o trilhão", declarou em referência à economia de R$ 1 trilhão visada pelo ministro Guedes em 10 anos para que possa implantar o regime de capitalização no qual cada trabalhador poupa para sua própria aposentadoria.

Durante o mesmo evento, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também negou ser o articulador político da reforma. "Eu sou animal de combate. [...] Eu não me considero 1 bom político. Eu acho que eu sou 1 defensor honesto de algumas propostas", declarou.
Herculano
09/04/2019 07:26
BOLSONARO 2022


Conteúdo de O Antagonista.Ele disse à Jovem Pan:

"A pressão está muito grande para que se eu estiver bem, que me candidate à reeleição."

A queda nas pesquisas, que pode transformá-lo num pato manco, obrigou-o a confirmar sua candidatura depois de apenas cem dias de mandato.
Herculano
09/04/2019 07:22
A CONTA DA VERGONHA FEITA PELOS POLÍTICOS CATARINENSES

Ponte Hercílio Luz
Custo desde interdição(anos 90) até conclusão R$ 685 milhões
Extensão 821 metros

Ponte Anita Garibaldi, Laguna- concluída em 2015
Custo: R$744 milhões
Extensão 2,8 km

Ou seja, poderia-se fazer uma outra ponte nova, moderna, e principalmente na ligação sul, facilitando o acesso do aeroporto à BR 101

Pior: ainda dizem que a ponte Hercílio Luz, que vai ter uso limitado, vai ser liberado aos catarinenses. Esta é uma ponte dos florianopolitanos, e não dos catarinenses, que foram chamados só para pagar a absurda conta. Meu Deus!
Herculano
09/04/2019 07:17
REFORMA DA PREVIDÊNCIA LIVRA O BRASIL DO ATRASO, por João Dória, governador do estado de S. Paulo

Vale a pena comprometer o futuro de gerações?

O debate econômico no Brasil está paralisado por duas questões: quando a reforma da Previdência vai passar no Congresso e qual o tamanho do impacto fiscal dessa mudança.

Apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional, a reforma da Previdência prevê que o governo federal economize R$ 1 trilhão em dez anos. É uma urgência de nosso tempo. Ela exige a união daqueles que desejam outro ritmo no desenvolvimento do Brasil. Os números não mentem: o sistema atual levará à insolvência do Estado e a uma nova recessão econômica, ainda mais grave.

Em São Paulo, temos mantido o equilíbrio orçamentário. Mas, em sete estados, o peso das despesas de Previdência já compromete os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Cinco estados já possuem mais servidores aposentados do que na ativa - aqueles que atendem diariamente a população. O prejuízo coletivo causado pelas distorções desse sistema é evidente.

Faz dois anos que temos um crescimento pífio, apenas uma ínfima parte do potencial do país. Então, se por um lado é necessário diálogo e união entre os que desejam um Brasil mais próspero, é também obrigatório desnudar quem pensa apenas nos seus interesses.

Infelizmente há aqueles que se uniram para atrasar a mudança. Falseiam números e fraudam o debate para manter privilégios indefensáveis e interesses mesquinhos. Retardam uma agenda fundamental, condenando o Brasil ao baixo crescimento e à perpetuação de modelo injusto e desigual, que tira dos pobres para dar aos ricos. Trabalham para o "quanto pior, melhor".

Em Davos, no Fórum Econômico Mundial, em janeiro último, tive 23 encontros com investidores estrangeiros, executivos de grandes empresas globais e líderes políticos mundiais. Todos, sem exceção, tinham unânime expectativa de retomada dos investimentos no Brasil - mas com a reforma da Previdência aprovada.

O investimento estrangeiro no Brasil vai aumentar ou vai diminuir? Depende da Previdência. A bolsa de valores, que alcançou o recorde histórico de 100 mil pontos, vai manter a arrancada ou vai murchar? Depende da Previdência.

A Previdência é um ponto de inflexão para o Brasil. Ela define o rumo de um país para as próximas gerações. E nunca estivemos tão próximos de um cenário positivo. Aprovar a reforma o mais rápido possível é ingressar no círculo virtuoso de crescimento contínuo. É abrir as portas para retomar o grau de investimento perdido pelos desarranjos do passado, é matar o chamado voo de galinha da economia, que asfixia nosso desenvolvimento desde a crise do petróleo, nos anos 70.

Os erros econômicos do passado recente e a renitente demora em fazer o que é certo comprometeram duas gerações de brasileiros. Vale a pena comprometer o futuro de outras duas? O Brasil precisa olhar para os bons exemplos do mundo. Enquanto países como Chile e Coreia do Sul, que eram menos desenvolvidos do que o Brasil, arrancaram para anos de crescimento contínuo, nós ficamos parados, amarrados pelo corporativismo e pela visão ideológica equivocada e atrasada.

A necessidade de se reformar a Previdência já passou pelo teste das ruas. É preciso agora, passar pelo teste do Congresso. O modelo de crescimento ancorado no Estado, via subsídios do BNDES, com empresas estatais e fundos públicos, se esgotou.

As propostas para fortalecer uma economia liberal, com mais iniciativa privada e menos Estado, são defendidas pelos brasileiros de São Paulo. Mas, para construir esse novo modelo, precisamos de inflação sob controle, juros mais baixos, regras claras e mercado competitivo.

O novo ciclo de crescimento do Brasil só de dará quando os agentes privados, daqui e do mundo, tiverem confiança na recuperação das contas públicas.

Está na hora de a reforma da Previdência libertar o Brasil do atraso crônico e projetar o país para um futuro próspero, com menos pobreza e mais crescimento.
Herculano
09/04/2019 06:56
MULHER DE HADDAD TEM 'BOQUINHA' NO MARANHÃO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

Mulher do ex-candidato do PT a presidente, Ana Estela Haddad desfruta de boquinha a quase 3 mil quilômetros de distância em uma fundação credenciada pelo Ministério da Educação no Maranhão, um dos estados mais pobres do País. Só em 2018, Ana Estela recebeu mais de R$32 mil da Fundação Josué Montello, parceira do governo Flávio Dino (PCdoB). Este ano, madame já levou R$ 13 mil. Planilha no blog do jornalista Filipe Mota atesta remuneração do CPF *.257.668-.**

BOCA DE SIRI
A coluna tentou sem êxito saber da sra. Haddad a natureza do vínculo à Fundação. O PT diz não tratar de "assuntos de natureza pessoal".

DIZ QUE NÃO ESTOU
Procurado, o governo do Maranhão, controlado pelo PCdoB, partido que é velho aliado do PT, não respondeu aos questionamentos.

DIZ QUE MORRI!
A fundação Josué Montello também foi indagada sobre o assunto, mas se recusou a explicar o vínculo com Ana Estela Haddad.

CONTAS REJEITADAS
A Josué Montello já se enrolou com o Ministério Público no passado. As contas de 2004 a 2008 foram rejeitadas pelo Tribunal de Contas.

GOVERNOS DO PT DERAM R$30,7 BILHõES A 4 PAÍSES
A lista de países que mais receberam financiamentos do BNDES nos governos Lula e Dilma mostra onde foi parar o dinheiro que teria feito a diferença em áreas miseráveis do País. E tudo para garantir contratos sem licitação para a Odebrecht, na maior parte dos casos. Apenas quatro países - Angola, Argentina, Venezuela e República Dominicana - levaram do Brasil US$8 bilhões em financiamentos sem retorno. Pior: o avalista do empréstimo é o governo brasileiro, ou seja, o contribuinte.

PAGANDO EM DOBRO
O contribuinte pagará tanto o que o BNDES tomou do Tesouro para financiar a Odebrecht lá fora quanto o calote do países financiados.

R$12,6 BILHõES NO LIXO
Lula mandou o BNDES dar R$12,6 bilhões do Tesouro para financiar obras da Odebrecht em Angola. O prejuízo é o dobro desse valor.

DINHEIRO SALVADOR
Somente a bolivariana Venezuela aplicou um beiço de US$1,5 bilhão no Brasil. Equivalem a R$5,7 bilhões que salvariam vidas no Nordeste.

VALE CONTINUA IMPUNE
Prenderam arraia miúda, prenderam vigaristas que se passaram por vítimas para ganhar indenização, mas prender diretores da Vale pelo que deixaram de fazer para evitar Brumadinho, até agora, nada.

'ÉTICA' COM MORDOMIA
Não explicam, mas os presidentes do Conselho de Ética e de um "Centro de Estudos e Debates Estratégicos" da Câmara dos Deputados têm direito a carro oficial com placa preta, tudo por nossa conta.

DIA 17 SERÁ PUNK
Vale falar da mãe, puxão de cabelo e dedo no olho, na estratégia da oposição a Bolsonaro para tentar impedir a reforma da Previdência na CCJ, dia 17. Petistas apostam na inexperiência do PSL.

TUDO SOB CONTROLE
O presidente do PSL, Luciano Bivar, está orgulhoso do desempenho dos deputados do partido na CCJ da Câmara. Afinal, lembra ele, o PSL elegeu o presidente e escolheu o relator da reforma da Previdência.

MOURÃO SABE JOGAR
Mais que jogar para a plateia, o vice Hamilton Mourão parece determinado a jogar para a mídia hostil a Jair Bolsonaro. O general tem o talento de falar exatamente o que um e outro desejam ouvir.

MUDANÇA DE POSIÇÃO
Após dar um rolê na bolsa de valores de São Paulo falando mal da reforma da Previdência, o deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE) deu a Paulo Guedes a impressão de estar convencido a apoiá-la.

PURA EMBROMAÇÃO
Ex-ministro de Dilma e Líder da Maioria, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) diz "não haver contagem de votos" do apoio à reforma da Previdência na Câmara. "Isso cabe a quem apresenta a proposta".

MARCHA DOS PREFEITOS
Será realizada em Brasília nesta quarta-feira (10), centésimo dia do governo Jair Bolsonaro, a 22ª Marcha dos Prefeitos em Defesa dos Municípios. Centenas de prefeitos já confirmaram a participação.

PENSANDO BEM...
...quando Bolsonaro afirma que não nasceu para ser presidente, é como no meio do voo o piloto dizer aos passageiros que a sua especialidade é pular de paraquedas.
Herculano
09/04/2019 06:49
A RETIRADA DE BOLSONARO, por Luiz Weber, secretário de Redação da sucursal de Brasília, do jornal Folha de S. Paulo

Presidente perde capital político diariamente imerso em batalhas imaginárias

Militares veem valor até mesmo nas retiradas. Exigem esforços logísticos, são operações que salvam vidas e permitem a reorganização das tropas acuadas pelo inimigo para uma futura ofensiva. O Exército brasileiro registra um recuo histórico. Foi na Guerra do Paraguai, no episódio conhecido como Retirada Laguna.

Nesta segunda-feira (8), os militares perderam uma batalha na disputa por espaço no Ministério da Educação (MEC). Incrivelmente associados à vanguarda iluminista do governo, os oficiais generais perderam com a nomeação de Abraham Weintraub para o lugar de Ricardo Vélez.

Weintraub é um Vélez turbo, menos caricato. Mas o combustível batizado que o move é o mesmo, o da guerra cultural. Em seminário gravado disponível nas redes sociais o novo ministro diz que os "comunistas" no Brasil estão no topo das organizações financeiras, no comando da mídia e das grandes empresas.

Com a mexida, Bolsonaro reforça a posição dos guerreiros culturais no governo, em detrimento de uma representação partidária ética. Afaga suas falanges digitais, mas não as forças necessárias à governabilidade e à aprovação de reformas.

Bolsonaro virou um presidente paraguaio, fake. Em três meses, deixou de representar a parcela majoritária da população que o colocou no Planalto, como mostrou o Datafolha, para se refugiar no território conflagrado da internet, onde governa via Twitter um monte de perfis radicalizados.

Eleito com os votos de um amplo espectro da sociedade, que rejeitara a candidatura do indicado de Lula, Bolsonaro insiste em ser um avatar e não um presidente de carne e osso para todos os brasileiros. Está na hora de bater em retirada do terreno hostil em que se meteu.

O presidente perde capital político a cada dia que passa imerso em batalhas imaginárias. Uma hora estará só, vulnerável - sem apoio popular, sem a retaguarda dos militares que já terão se retirado. Aí será tarde demais para cuidar do mundo real.
João Pedro
08/04/2019 21:43
Samae Inundado. Tem servidor que era pt e agora fas tudo que o presidente manda. Sendo pucha saco ele consegue tudo, hora extra, falta uma vez por mes pra ir pra um retiro de candomble na quinta e sexta feira e não ganha falta. Facam uma consulta no cartao ponto dele que é tudo abonado pelo melato. acho que vai ter mais uma denuncia no MP
Herculano
08/04/2019 11:43
JOGOS DA TERCEIRA IDADE PODEM NÃO ACONTECER EM MAIO EM GASPAR

O governador Carlos Moisés da Silva, PSL, estuda cortar ou diminuir as verbas estaduais que irão ajudar nos custos de eventos esportivos este ano em Santa Catarina, comprometendo assim, a realização deles.

A informação é da coluna de Roberto Alves, no Diário Catarinense, da NSC.

O primeiro teste deste facão será o JASTI, programados para maio aqui em Gaspar.
Herculano
08/04/2019 11:36
QUEM TEM JBS TEM PODERr
SALVAR

Conteúdo de O Antagonista, detentor da revista eletrônica Cruzoé. É ensurdecedor o silêncio dos jornais sobre os grampos inéditos da PF, publicados pela Crusoé, que mostram Joesley Batista comemorando a eleição de Dilma Rousseff com Michel Temer, Fernando Pimentel, Henrique Meirelles e outros notáveis.

Quem tem JBS tem poder.
Herculano
08/04/2019 11:29
OS BRASIS

De Guilherme Fiuza, no twitter:

De um lado o povo na rua gritando o nome do ministro da Economia, q lidera uma reforma para melhorar a vida de todos. De outro os tchutchucas de sempre defendendo o ladrão do povo e sabotando o país para manter suas boquinhas. O Brasil nunca foi tão óbvio.
Mariana
08/04/2019 11:28
Herculano, essa independência que você se refere sobre a ouvidoria deveria também acontecer com a Controladoria, porém desde a troca dos controladores não se tem mais isso.
Aliás, essa troca somente aconteceu devido o controlador anterior fazer sugestões para corrigir coisas erradas que estavam acontecendo e como premio por fazer o seu trabalho de forma assertiva, ele foi substituído por alguém mais "chegado" ao modo do governo fazer as coisas.
Está na Hora do TCE fazer uma auditoria aqui na Prefeitura.
Herculano
08/04/2019 11:27
DATAFOLHA MOSTRA QUE GOVERNO NÃO TEM TEMPO A PERDER A PARTIR DE AGORA, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo.

Pesquisa é preocupante para governo, mas é possível corrigir a rota e governar para valer

Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro tem feito tímidos acenos de autocrítica, reconhecendo, a seu modo, inclusive com alguns exemplos esdrúxulos, possíveis erros de conduta e de gestão.

Diante da inércia na formação de sua base aliada no Congresso, ele contemporizou o discurso que tem adotado contra o que chama de "velha política". Em busca de apoio, desculpou-se com dirigentes partidários do que classifica de "caneladas" - palavra rotineiramente usada pelo presidente para justificar absurdos (muito mais que caneladas) que costuma dizer não só sobre políticos.

Em um café com jornalistas na sexta-feira (5), Bolsonaro foi questionado sobre declarações passadas, entre elas uma em defesa do fechamento do Congresso. O presidente então saiu-se com essa: não haveria como se arrepender do que dissera, mesmo hoje discordando, afinal, ele fez xixi na cama até os cincos anos e não tinha como voltar atrás. "Saiu, pô", disse aos presentes no encontro.

Xixi na cama aos cinco anos tende a ser um ato involuntário. Afirmar publicamente ser a favor de trancar as portas do Parlamento, não.

Bolsonaro deveria aproveitar essa aparente fase reflexiva e ler com calma a pesquisa do Datafolha sobre os cem dias de governo. Não será perda de tempo, de forma alguma.

Os dados são preocupantes, porém estão longe de uma catástrofe para o chefe da República. Ele é o presidente mais mal avaliado entre os eleitores desde 1985, mas 59% apostam que sua gestão será ótima ou boa.

Ao que parece, Bolsonaro ficou mais chateado com os dados sobre a sua imagem (em que está com patamar inferior a Lula e Dilma Rousseff sobre ser muito ou pouco inteligente) do que com 61% dos entrevistados terem dito que ele fez até agora menos do que o esperado no cargo.

Cem dias, por mais desastrosos que tenham sido, são muito pouco em um período de quatro anos. É possível corrigir a rota política, trocar ministros ineficientes, controlar o impulso na rede social e governar para valer. Só não há tempo a perder.
Herculano
08/04/2019 11:24
PENSANDO BEM

Para o governo Bolsonaro foi fácil acabar com o Horário de Verão.

Está sendo difícil, é acabar com os milhões de desempregados deixados por Dilma, o PT e a esquerda do atraso.

Está sendo mais difícil gerar outros milhões de empregos para criar estabilidade econômica, social, consumo e atrair investidores.

Está difícil aprovar os projetos urgentes, vitais de Paulo Guedes para retomar o crescimento.

Está sendo difícil de achar um ministro da Educação que de fato se preocupe em alfabetizar as crianças e jovens, para deixá-los competitivos no mercado de trabalho.

Está sendo difícil de acabar com os privilégios e a criminalidade de todos os tipos....
Herculano
08/04/2019 11:20
ENQUANTO O BRASIL SUSPENDE O HORÁRIO DE VERÃO, OS ESTADOS UNIDOS QUEREM AMPLIÁ-LO, por Raphael Sibilla, de Boston, USA, especial para o site Gazeta do Povo, de Curitiba PR

Nos Estados Unidos o horário de verão - chamado daylight saving time - dura quase o ano todo. São praticamente oito meses com os relógios adiantados em uma hora. Este ano começou no dia 10 de março e só terminará no dia 3 de novembro.

Dos 50 estados americanos, apenas dois não adotam o horário de verão, Arizona e Havaí. Enquanto isso, na Flórida e na Califórnia existem iniciativas para transformar o daylight saving time no horário oficial durante o ano todo. Por sinal, em 2018, a Flórida aprovou uma lei para que o horário de verão permaneça durante os 12 meses, mudança esta que depende de uma aprovação federal. "Estudos já demonstraram inúmeros benefícios em manter o horário de verão durante o ano todo. Foi por isso que a votação foi esmagadora (Na Assembléia Legislativa venceu por 103 a 11 e no Senado Estadual por 33 a 2) para que a mudança seja permanente", disse o senador democrata Marco Rubio (Republicano da Flórida), que em março deste ano apresentou uma proposta no Congresso para que a oficialização do horário de verão não ocorra só na Flórida, mas em todo os Estados Unidos.

Os políticos da Flórida que votaram a favor da mudança apresentaram uma série de benefícios para justificar o voto. Em um documento enviado à imprensa defenderam que o horário de verão diminui o número de acidentes de carro, reduz o risco de problemas cardíacos e depressão, que há uma diminuição em 27% no número de assaltos (números de 2015) e que a atividade econômica tem uma queda entre 2,2% e 4,9% quando o relógio volta ao horário oficial. Os argumentos são similares aos usados pelos políticos da Califórnia que também discutem no legislativo estadual a mudança permanente no horário.

Contra
Mas e o que dizem os contrários ao daylight saving time? Afinal, o outono e o inverno não vão deixar de existir e se o relógio estiver adiantado em uma hora, as manhãs vão permanecer escuras e frias por mais tempo. Por isso, a Associação Nacional de Pais e Mestres já se posicionou contra a mudança permanente alegando, principalmente, fatores de segurança. Um dos motivos apresentados é de que crianças que tenham que caminhar até o ponto de ônibus de manhã no escuro estarão mais expostas ao frio e a acidentes.

O setor agrícola é outro que não apoia a mudança permanente. Estudos também apontam problemas causados pelo simples fato de se adiantar ou atrasar o relógio, causando distúrbios no sono e potencializando quadros de depressão.

História
A história do horário de verão nos Estados Unidos começou há mais de um século, em 1918. Alemanha e Inglaterra já haviam adotado a mudança em 1916 para economizar carvão na produção de energia elétrica durante a I Guerra Mundial.

Até a década de 60 o horário de verão não era padronizado, e as cidades americanas tinham autonomia para definir se iriam fazer a mudança e quando a fariam. O estado de Iowa chegou a ter 23 datas de início e término do horário de verão, dependendo da cidade em que você estava era preciso adiantar ou atrasar o relógio. A padronização só aconteceu em 1966.

Atualmente Califórnia e Flórida, os estados que mais defendem uma mudança permanente e que contam com extensas regiões litorâneas, alegam que uma hora a mais por dia promoverá o turismo durante todo o ano.

Já o argumento sobre a economia de energia provocada pela mudança está cada vez mais em desuso. No próprio documento enviado por políticos que votaram a favor na Flórida, a questão energética é tratada como uma questão secundária. "A economia é de energia é de 0,5% por dia. Estudos apontam que é uma economia mínima, mas apesar de pequena, ela ocorre"."
Herculano
08/04/2019 11:13
PERGUNTAR NÃO OFENDE

Qual a razão para não se ter publicada uma pesquisa sobre a percepção do desempenho do governador catarinense Moisés Carlos da Silva, PSL?

Nas pesquisas patrocinadas por grupos políticos que circulam nos bastidores, os números são reveladores.

Isso mostra como o jornalismo catarinense continua manco.
Herculano
08/04/2019 11:10
BOLSONARO MENOS POPULAR É BOA NOTÍCIA, por Vinicius Mota, secretário de Redação do jornal Folha de S. Paulo

Dilma e Lula cometeram barbaridades no auge da aprovação; moderação favorece eficácia na política

Os resultados do Datafolha completam um ciclo de notícias confortadoras em torno do presidente da República. Jair Bolsonaro tornou-se mais parecido com um governante comum, atravessado por limitações que começa a reconhecer.

Recuou em frentes que produziam atrito gratuito, da embaixada em Jerusalém ao Ministério da Educação. Pôs areia na engrenagem do ministro da Economia ao acenar com a retirada da capitalização na Previdência, ideia fixa de Paulo Guedes.

O presidente também ampliou seu papel na negociação da reforma do sistema de aposentadorias com partidos importantes no Congresso. A manter-se no proscênio, cresce a probabilidade de aprovação tempestiva de um programa satisfatório.

A popularidade mediana favorece o ambiente em que a política representativa pode ser mais eficaz. Retira a coroa e o cetro do presidente sem, no entanto, atirá-lo à lona. Fortalece parlamentares mais no sentido da cooperação que no da retaliação.

Não por coincidência, as maiores barbaridades do segundo governo Lula e do primeiro Dilma coincidiram com aprovações presidenciais estratosféricas. O chefe de governo brasileiro, já constitucionalmente forte, tende ao czarismo nesses momentos.

A entropia, o desgaste natural que envolve tudo o que é sólido no universo, vai ajudar Bolsonaro a enfocar os temas e as ações realmente importantes para o sucesso de sua gestão. Na economia, a agenda das reformas. Na política...

Bem, na política está o seu calcanhar de aquiles. E não se trata de realizar ajustes na condução do governo para atingir objetivos de curto prazo na Previdência, o que parece factível neste contexto de tesouros públicos quebrados Brasil afora.

A doença crônica do bolsonarismo é a carência de bolsonarismo organizado. Não há partido ou movimento coerentes a sustentá-lo. Nem sequer um broto disso. Sem essa espinha dorsal, nada sobrevive ao tectonismo da política.
Herculano
08/04/2019 11:06
LOBBY VENCEU: REEDITADA MP DE DILMA E TEMER, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente Bolsonaro enviou ao Congresso a Medida Provisória 877, que autoriza compra de passagens diretamente às companhias aéreas, e com cartões corporativos, exatamente como o lobby das empresas conseguiu dos governos Dilma e Temer. A MP garante o céu às empresas aéreas, que se tornam os únicos fornecedores do governo federal a serem pagos à vista. Além disso, dispensou-as da retenção na fonte de impostos que incidem sobre as passagens. O lobby das aéreas obteve em 2014 a primeira MP, no governo Dilma, renovada por Michel Temer em 2017.

PARA SEMPRE

A MP de Bolsonaro ainda dá às empresas aéreas uma colher de chá adicional às MPs: não tem prazo para acabar.

O MAIOR E MELHOR
O governo se transformou no maior cliente das empresas aéreas, em prejuízo do cidadão, explica a empresária Ana Merheb, do setor de agências de turismo.

BILIONÁRIA
Até o momento, o volume pago pelo governo federal às empresas aéreas através de cartões corporativos soma R$1,3 bilhão.

ECONOMIA FAJUTA
Segundo a área de Planejamento, a compra direta representaria uma suposta economia de R$13 milhões, que não se confirma: afinal, o governo paga "preço cheio", sem descontos e nem promoções. E os impostos não-retidos garantem R$50 milhões no caixa das empresas aéreas.

LUTA DE CRIVELLA É CONTRA AMBIÇõES PELO CARGO
Presidente da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, chamada de "Gaiola de Ouro" desde 1923, o vereador Jorge Felippe (MDB) se declarou impedido votar a admissibilidade do impeachment do prefeito Marcelo Crivella alegando razão ética: é o primeiro na linha sucessória, caso o titular perca o mandato. Mas poucos acreditam no teatro da Câmara as digitais Jorge Felippe não estivessem nos 33 votos que aprovaram a admissibilidade do impeachment de Marcelo Crivella.

EXPECTATIVA DE PODER
Após a morte do vice Fernando Mac Dowell, o jogo começou a virar contra Crivella na Câmara presidida pelo seu novo vice, claro.

TRANSFERÊNCIA DE PODER
A comissão da Câmara do Rio tem maioria simpática a Crivella, mas esses vereadores são cada vez mais ligados a Jorge Felippe.

A HISTóRIA ENSINA
Fernando Collor foi afastado para enfrentar processo de impeachment no Senado, enquanto o vice compartilhava o governo com senadores.

BATALHA PELO MEC
O senador tucano Izalci Lucas (DF) percebeu que a queda do ministro da Educação era iminente e começou a articular sua própria indicação. Durante três semanas fechou apoio de 6 das 7 principais igrejas evangélicas. De quebra, ainda obteve apoio do movimento maçom.

COMPROMISSO
Cristão novo do PRB, egresso do DEM, o deputado João Roma (BA) ganhou o apoio peso-pesado de ACM Neto, mas não recebeu a bênção do bispo Edir Macedo, que já havia se comprometido com Izalci Lucas.

FUNCIONA QUANDO QUER
Quando Rodrigo Maia tem interesse, a Câmara dos Deputados adquire rapidez estonteante: será nesta terça (9) a audiência pública sobre o leilão da Ferrovia Norte-Sul, ocorrido 12 dias atrás. Humm...

IDEIA DE JERICO
Experientes parlamentares não aconselham a tramitação simultânea da Reforma Tributária e da Reforma da Previdência. É uma velha lei não escrita da política: se uma pode atrapalhar a outra, vai atrapalhar.

QUANTA 'GENTILEZA'
Além de vender a TAG por R$35 bilhões à Engie e ao grupo canadense CDPQ, a Petrobras ainda vai fechar "contratos de longo prazo" com sua ex-transportadora de gás para tornar o negócio mais atraente.

TUDO VIROU NEGóCIO
Lobistas da bilionária indústria da multa pressionam seus parceiros em órgãos de trânsito para divulgarem números milagrosos sobre radares (ou pardais), após Bolsonaro suspender a compra de 8 mil deles.

PETISTAS QUE APOIAM A REFORMA
Em relação à reforma da Previdência, o ministro Paulo Guedes conta com apoio nos estados e municípios: "O bom é que como está cheio de governador também do PT, prefeito do PT, todo mundo sem dinheiro.

CAPITAL DO CHORO
A capital federal será a capital mundial do choro entre os dias 23 e 28 de abril. Brasília sediará o primeiro Encontro Internacional de Choro (EICHO), em comemoração aos 20 anos do Clube do Choro da cidade.

PERGUNTA EM CURITIBA
Cadê aqueles candidatos do PT que visitavam Lula diariamente, durante a campanha de 2018? O gato comeu?
Herculano
08/04/2019 11:05
A MULHER ADÚLTERA, por Luiz Felipe Pondé, filósofo e ensaísta, no jornal Folha de S. Paulo

O povo adora apedrejar pecadoras e detesta quem as perdoa

Talvez uma das passagens mais famosas do Evangelho seja aquela em que umas pessoas trazem uma mulher aos prantos, envergonhada, e a jogam aos pés de Jesus. Ela tinha sido pega transando com outro homem que não o seu marido. Um horror até hoje. Uma adúltera (que não tem nada a ver com Maria Madalena!).

As pessoas que a levaram perguntaram a Jesus se ela não deveria ser morta por apedrejamento, como rezava a lei de Moisés. Era uma armadilha para testar se Jesus era fiel às leis de Israel ou se era algum tipo de herege.

É fácil imaginar que leis como essas visavam garantir a fidelidade da mulher e, com isso, a paternidade dos filhos. Esse negócio de sexo é coisa séria demais para deixarmos nas mãos dos idiotas de gênero.
Façamos um exercício literário bíblico. Na Bíblia, outro personagem muito famoso, que para os cristãos era ancestral de Jesus, o Rei Davi, passou por uma semelhante. Davi se apaixonou por Batsheva (Betsabá), mulher de um dos seus generais mais fiéis.

Davi, segundo a tradição, escreveu os Salmos. Homem de coração apaixonado, ambicioso, libidinoso, mas profundamente sincero, e Deus gosta dos corajosos, sinceros e humildes. Ele engravidou a mulher do general (logo, ela era uma adúltera) e armou uma situação para parecer que ela estava grávida do marido.
Em seguida, armou outra para o general morrer na guerra que estava acontecendo ao norte do reino israelita. O militar morreu, mas a história não colou. Davi queria que sua amada escapasse do apedrejamento que "merecia" por lei. Mas não adiantou, o povo foi atrás. O povo adora apedrejar adúlteras e detesta quem as perdoa. O povo odeia o perdão.

As pessoas clamaram pelo apedrejamento da adúltera às portas de Jerusalém, inclusive porque os homens santos diziam que a seca infame que Israel sofria àquela altura era castigo pelo adultério real.
Davi se recusou a entregar sua amada e foi pedir a Deus, pessoalmente, na tenda onde ficava a Arca da Aliança, para que perdoasse Batsheva e o punisse, afinal Davi era o rei, enquanto ela era uma coitada que tinha de obedecê-lo - apesar de saber que ela também o amava e o desejava, portanto, também era responsável pelo pecado do adultério.

Sendo Davi ele mesmo um pecador por ter armado tudo que armou, deveria ser destruído pelas chamas do céu ao tocar a Torá, na qual só os puros poderiam encostar.

Mas não. Deus o perdoa e faz chover sobre Israel. A sinceridade de Davi, reconhecendo que ele mesmo merecia morrer, e não ela, e o pedido para que ele fosse castigado, e não ela, faz Deus ficar comovido.
O povo, impressionado, aprende ali que Deus é misericordioso e que a lei não esgota a relação entre nós e Ele.

Davi se casa então com Batsheva, e deles nasce Salomão: o futuro rei sábio da Israel antiga, autor, segundo a tradição, dos livros de sabedoria israelita, entre eles o Cântico dos Cânticos, uma história de amor proibido.

Davi, na tradição judaica, é o bem-amado de Deus, o preferido entre os heróis do Antigo Testamento. Por quê?

Quem somos nós pra saber o que se passa no coração de Deus, mas talvez Davi seja querido justamente porque sabe que não merece o perdão e não o barganha ?"no lugar disso, pede que ele salve a mulher amada.

Deus não resiste à sinceridade e ao amor verdadeiro, que pode custar a vida de quem ama. Por isso, o caminho mais reto para o coração divino é a verdade. A verdade comove o coração da divindade israelita.
Voltando a Jesus e à adúltera, a reposta dada pelo Cristo é famosa. Ele reconhece que a mulher pecou, e ela também, e que a lei é a lei. Mas pede que aquele que tiver o coração puro atire a primeira pedra.

Jesus, como Deus na história de Davi e Batsheva, comove-se com a dor da mulher humilhada e desafia os "puros" de coração a aplicar a lei. Ninguém atira a primeira pedra, porque não existem os puros de coração, pelo menos entre os que assim pensam de si mesmos.

Essa passagem é fundamental para uma época com tantos santos desfilando pelo mundo. A Bíblia nos ensina que a virtude não está onde parece se revelar, orgulhosa de si mesma (evidente contradição, não?).
A virtude está no desespero de Davi diante do possível apedrejamento da mulher que ele desgraçou. A virtude está naquela adúltera desesperada pega em pecado evidente diante dos seus juízes.

Enfim, a virtude está no pecador que sabe quem é. Por isso, uma das velhas e maiores máximas do mundo bíblico é: só os pecadores verão a Deus.

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