24/07/2018
Esta polêmica da subida diminuição das filas para as vagas nas creches municipais é mais uma prova de como a administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, perde para ela própria, não possui uma estratégia séria de comunicação e vive zombando da capacidade de percepção da população – já demonstrada numa pesquisa pública -, mesmo a desinformada. Faz todos de tolos.
O que era uma suposta boa notícia e levava à condição de “eficiente” à administração municipal, foi mal avaliada, mal estruturada, mal comunicada e se mostrou ser mais uma jogada de esperteza, por trazer informações incompletas e suscitar dúvidas na majoritária oposição na Câmara que conhece bem esse assunto e em parte da imprensa que não engole a eufórica propaganda oficial.
O governo, por meio da liderança do MDB na Câmara, anunciou que a longa fila que já chegou a ser anunciada em discursos de 1.200, tinha se reduzido a 384. E provou sua “novidade” com os nomes da fila das creches e que estão disponíveis no site oficial da prefeitura (secretaria de Educação).
O que não se disse e eu esclareci bem antes dos vereadores questionarem?
Que parte desse exagerado baixo número em tão pouco tempo, era fruto do descontrole dentro da própria secretaria de Educação sobre o assunto e já no governo do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT; que o alto número anunciado era político e construído para campanha política; ele visava unicamente exaltar um e desmoralizar o outro; que sem construir uma só creche, a não ser as 90 vagas criadas no Belchior e que Kleber herdou do governo anterior, a fila baixou com a reavaliação nas duplicidades existentes; procedimento óbvio de controle; alguns pais desesperados, tentaram em várias creches a vaga para a mesma criança.
Fez-se mais.
Silenciosamente a prefeitura baixou a fila limitando as vagas das creches para as crianças de zero a três anos e não mais até quatro anos como era anteriormente (não se sabe quantas crianças passaram para as escolas por esse critério); apenas cumpriu a legislação. Não houve mágica.
A outra “manobra” foi a de reduzir a estadia das crianças nas creches a meio-período, uma prática já iniciada na gestão de Zuchi – que hoje faz política com o meio-período - e também permitida na legislação. A outra “manobra” foi a de ampliar o número de crianças por salas: a média saiu de 18 nas mais procuradas para 24 ou até mais, o que é desaconselhável sob vários aspectos como o de cuidados e questão de saúde; ou até puxadinhos com divisórias em área de lazer cobertas como aconteceu na Cachinhos de Ouro.
Além disso, como mostrei na coluna de sexta-feira passada, a prefeitura teve que atender à imposição judicial. Nelas, dezenas de crianças gasparenses e filhas de pais trabalhadores, conquistaram na marra suas vagas em período integral; repito, período integral. E isso também contribuiu para diminuir as filas oficiais.
O que os vereadores Cícero Giovane Amaro e Wilson Luís Lenfers, ambos do PSD e Roberto Procópio de Souza, PDT, pediram no requerimento 115, eu já lhes respondi nos sucessivos comentários e acima. Repito: não há mágica, e aparentemente nenhuma ilegalidade, mas propaganda mal formulada e falta de transparência no trato dos problemas a favor da solução para os gasparenses.
Os vereadores vão esperar, esperar, esperar e até com respostas incompletas como tem sido hábito da prefeitura para com a Câmara. Por aqui, todavia, já tem a situação esclarecida.
O que os vereadores de Gaspar querem saber no requerimento e se já não sabem bem a razão disso é: quantas crianças estão atualmente matriculadas em cada Centro de Desenvolvimento Infantil (CDI's) do Município de Gaspar? A quantidade de vagas por creche e se todas estão preenchidas; Lista de espera das crianças que estão matriculadas em meio período, mas solicitam vagas para o período integral, por CDI; A administração municipal está viabilizando a criação de novas vagas? Em caso positivo, onde?; qual é o procedimento adotado nos CDI's para concessão de vagas em período integral? Encaminhar cópias das listas publicadas no sitio eletrônico do Município de Gaspar a partir do mês de janeiro de 2017 até o presente momento; encaminhar relação de crianças matriculadas para o ano letivo de 2018, inclusive as que foram matriculadas durante o decorrer do ano letivo e o período o qual foi matriculada.
Como se vê, todos falham até perceberem que alguém está levando vantagem com algo que realmente não solucionou. Acorda, Gaspar!
DEPUTADOS CATARINENSES SÃO NO BRASIL OS TERCEIROS QUE MAIS GASTAM: R$15,9 MILHÕES POR ANO, CADA UM. VERGONHOSO. A IMPRENSA QUE VIVE DE PRESS RELEASE E NEGÓCIOS COM O PODER PÚBLICO TEM PARTE PODERÁVEL DE CULPA NISSO!
Na semana passada, os catarinenses foram “surpreendidos” por mais uma notícia da extraordinária farra do custo dos 40 deputados estaduais da Assembleia Legislativa barriga-verde. Ela, segundo um levantamento técnico do Conselho Regional de Contabilidade, mostra que cada deputado daqui é o terceiro mais caro do país. Uau!
Cada parlamentar custa aos nossos bolsos exatos R$15.924.213,17, por ano, tomando-se por base os dados de 2017 e disponíveis no Portal Transparência das Assembleias. Se for olhar a fundo é muito mais, pois a transparência aos políticos não é tudo. Os mais de 7 milhões de catarinenses pagam por ano, cada um, R$90,98 para sustenta-los e somos o nono estado onde mais tiramos do bolso individualmente para manter “nossos” representantes na Alesc. Lá, entre eles, criam cada vez mais despesas e mandam a conta para nós pagarmos.
Abre um parêntesis: nas Câmaras de Vereadores não é diferente. Elas inventam mecanismos de todos os tipos, ludibriam à sociedade como as Projeto de Resoluções marotas das mesas diretoras e Projeto de Leis, que passam silenciosamente, para favorece-los e aos funcionários dessas “casas” que as chamam como sendo “povo”, o pagador de todas essas farras com dinheiro público. Fecha o parêntesis.
A Assembleia que mais gasta proporcionalmente com os deputados, é a mineira (R$17.529.928,83 para cada deputado) e em segundo, a Distrital (R$16.895.253,21 para cada um por ano). Ou seja, a diferença com a catarinense, é pouca. Para comparar com os dois nossos estados vizinhos: o Paraná gasta anualmente com um deputado, segundo a mesma pesquisa e critérios usados para os catarinenses, R$7.658.527,74, por ano, ou seja, a metade do que Santa Catarina. E o Rio Grande do Sul, R$10.382.128,27, situando-se em 11º entre os 26 estados federados e o Distrito Federal.
E um presidente da Assembleia, Gelso Merísio, PSD, é agora candidato a governador. E ele fala em economia, uma ação que não soube fazer quando deputado e presidente da Alesc. Então...
A Assembleia Alesc vem de sucessivos e caros escândalos todos pagos com os pesados impostos dos catarinenses, e os deputados, que estão na corrida para a reeleição, pediram proteção.
Os bem pagos técnicos da Casa, os assessores de todos os tipos da Alesc e dos deputados, já colocaram dúvidas sobre os números do Conselho Regional de Contabilidade como se ele não soubesse fazer contas e nem ler números. Também julgaram de má intenção a impressionante revelação. Pior do que isso, foi ler, ouvir e ver certos colunistas e analistas políticos fazendo coro com a dúvida dos políticos, como se fizessem parte da mesma alma. Então, só por isso, é preciso ir mais a fundo nos critérios, mas de cara colocar dúvidas? É incrível.
Os mesmos critérios que serviram para enterrar os deputados de outras Assembleias, não servem para os de Santa Catarina. O que se esconde?
O PERIGOSO COMPADRIO
Isso, na verdade, estampa o quanto e como está comprometida a imprensa catarinense derivada da escola da RBS de quase 40 anos. Ela acabou com o jornalismo investigativo, a concorrência entre os veículos na busca de notícias e reportagens exclusivas. A RBS usava o que chamava de jornalismo, para fazer negócios, exauriu o poder público – onde até plantou um secretário de estado no governo - e foi embora com as burras cheias.
Restou a sucessora NSC voltar ao jornalismo mínimo para no mínimo dizer que existia.
Desacostumados à exposição devido a esse vício, até os jornais do interior que dependem do bolsa Adjori, - uma espécie de agência de negócios e distribuição uniforme de press release do poder de plantão – entraram na mesma dança da informação oficial única como se aqui fosse o paraíso no ambiente do poder público.
Com as sucessivas “descobertas” depois da saída da RBS, todos os do poder de plantão estão se queixado do bisbilhotamento dos jornalistas mais novos, ou da própria NSC e até da RIC, que saiu do casulo de conforto, para não perder o passo na concorrência jornalística e de negócios.
O jornalismo quando exercido como função social, e se ele não faz à defesa do cidadão e da cidadania, ao menos esclarece aos cidadãos as mazelas da sociedade e suas instituições. Uma delas é aplicação dos recursos públicos em prioridades que cumpram a função pública comum, e que não é a de criar e ressarcir privilégios para uma casta de políticos, gestores e funcionários públicos.
A Assembleia de Santa Catarina acaba de sair de uma campanha perante os veículos de comunicação. Era para “melhorar” à sua imagem. Ou seja, ela sabia que os deputados e e instituição não era bem vista pela sociedade. Gastou dinheiro bom com coisa ruim e para esconder as mazelas que levam milhões de reais dos catarinenses como compra de milionário prédio marcado, despesas ilimitadas de tratamento médicos dos deputados, ter uma equipe de taquígrafos de altos vencimentos em pela era digital...
Falham os eleitores, a imprensa, as instituições de controle...
Voltando e encerrando. Em Gaspar, por exemplo, foi a imprensa livre, atenta, que interrompeu até aqui, a sanha da Câmara de torná-la um cabideiro sem fim de cargos comissionados de altos vencimentos, como ainda quer e arma, o presidente Silvio Cleffi, PSC. Ele é um político de primeira viagem, mas que se aliou aos gulosos e mateiros PT, PDT e PSD na busca de notório poder para ser presidente da Casa.
O estado de Santa Catarina está quebrado – e que diz isso é o próprio governador Eduardo Pinho Moreira, MDB – e a Assembleia é o retrato perfeito de que a sociedade catarinense não está representada.
A Alesc deveria ser a fiscal, mas é parte do problema. Para ela, a crise econômica, passa longe, porque para a Alesc e seus 40 deputados, não falta o escasso dinheiro dos cidadãos para atender as suas insaciáveis demandas como bem demonstra o levantamento do Conselho Regional de Contabilidade. Todos estão por aí pedindo votos para não perder a boquinha nessa e outras escandalosas farras. Então...
O Jornal de Santa Catarina, de Blumenau, estampou na terça-feira a manchete que mostra o quanto Gaspar e Ilhota foram esquecidas pelos sete anos de governo de Raimundo Colombo, PSD, o prefeito de Lages e que agora quer voltar a ser senador.
Escrita por Jean Laurindo, que já editou o Cruzeiro do Vale, a reportagem diz no título que a “Revitalização da Rodovia Jorge Lacerda chega a 30% de execução após primeiro ano de obras. Prevista para ser entregue em um ano e meio, os trabalhos se concentram em trechos com marginais e duplicação”.
Quem passa ali no Poço Grande conhece a agonia de perto. Outro perigo é à noite, onde em trechos que já receberam a nova capa asfáltica, a sinalização não existe e tem contribuído para acidentes.
Os problemas são os mesmos de sempre de qualquer obra pública: falta de recursos que já estão rubricados no Orçamento Estadual; projetos mal feitos; aditivos para as “surpresas” óbvias mas não previstas no projeto; e problemas de desapropriação, isso quando a empreiteira rateia por problemas administrativos devido ao fluxo irregular de recursos do governo.
Um requerimento do suplente de vereador João Pedro Sansão, PT, quer saber da prefeitura quem vai pagar as melhorias do terminal urbano e que hoje está jogado às traças. É que no edital que foi publicado recentemente, esta responsabilidade será da empresa que ganhar a concorrência permissionária para a exploração do serviço.
Ora! Quem vai pagar a reforma e melhoria do terminal se a responsabilidade será da empresa que vier a ganhar o serviço do transporte coletivo de Gaspar? Os que andam de ônibus. Simples assim. Ou alguém possui dúvidas? A empresa não vai colocar do próprio bolso, ter prejuízos para fazer o que o poder público não quer fazer. Santa ingenuidade!
Impressionante. Alguns vereadores de Gaspar vão a tribuna para informar que não assistem à Rede Globo, mas “casualmente”, se “interessou” por uma “chamada” que devem ter ouvido (e visto) por mediunidade, se não assistem àquela tevê, mas a querem na cobertura de seus feitos.
Outros vereadores, viram e mexem, lastreiam seus discursos e exemplos com o batido: “lá em Blumenau...”. Quando Gaspar será exemplo ou referência? Acorda, Gaspar!
As “novas” sessões noturnas da Câmara têm sido no limite de três horas como manda o artigo 113 do Regimento Interno. E com isso, o líder do governo, Francisco Hostins Júnior, MDB, está sem voz para defender o poder dos ataques da majoritária oposição.
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