Vereadores pró Kleber enterraram a CPI na Câmara depois dos desastrosos depoimentos dos técnicos. No voto, eles impediram a ouvida do engenheiro que fez o projeto da drenagem da rua Frei Solano - Jornal Cruzeiro do Vale

Vereadores pró Kleber enterraram a CPI na Câmara depois dos desastrosos depoimentos dos técnicos. No voto, eles impediram a ouvida do engenheiro que fez o projeto da drenagem da rua Frei Solano

09/03/2020

Está em curso também uma trama para desqualificar o presidente da CPI, vereador Dionísio Bertoldi, PT; impedir a convocação de depoentes dele e do relator Cícero Giovane Amaro, PSD; fazer valer o testemunho de leigos para sobrepor ao dos técnicos; inviabilizar a perícia na obra; e negar validade ao relatório oficial da comissão 


Estas fotos são da semana passada. Elas mostram as caixas de inspeção da drenagem da Frei Solano. Elas deixam dúvidas se existem ferros internamente para “amarrar” os tijolos vazados e o concreto, segundo o autor da foto, o vereador Dionísio.

O melhor das três horas e meia da reunião na quinta-feira à tarde da CPI que apura as supostas irregularidades nas obras das drenagens da Rua Frei Solano, bairro Gasparinho, em Gaspar, ficou para os últimos 25 minutos. E neles, valeram os votos para enterrá-la. Eles se disfarçavam desde o início da CPI. Esta coluna, a única que está reportando o que acontece lá, todavia, anunciou aos seus leitores e leitoras essa estratégia, tão logo os governistas se estruturaram em um novo modelo de forças na Câmara.

Se não agisse tão radical para constranger e abafar o processo investigatório na Câmara como o feito na quinta-feira, o governo gasparense seria engolido pelos fatos reais e que estão sendo confirmados até aqui nos depoimentos técnicos.

Finalmente, a base do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, representada na CPI pelos vereadores Francisco Hostins Júnior, MDB, e Roberto Procópio de Souza, PDT, ambos advogados, fez valer à manobra que deu maioria de Kleber na CPI, com a formação do blocão que juntou MDB, PP, PSDB e PDT, a anulação do voto de Dionísio Luiz Bertoldi, PT, por ele presidente e votar apenas em caso de empate. Esta escolha se deu por ser Dionísio o mais velho dos quatro vereadores da CPI e devido ao “empate-impasse”. O único voto – e que sempre será derrotado por Hostins e Procópio - da CPI ficou com o relator escolhido, Cícero Giovane Amaro, PSD.

O que aconteceu na quinta-feira? A CPI depois de ouvir o presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, e o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Jean Alexandre dos Santos, os executores da polêmica obra, iniciou-se um período de debates, impasses e chicanas em dois requerimentos: um de Cícero, negado e outro de Hostins, aprovado.

CONVOCAÇÃO NEGADA

Cícero pediu a convocação do engenheiro Vanderlei Schmitz. Ele assinou como autor e responsável pelo projeto da obra de drenagem. O tempo fechou. Hostins foi contra alegando que Vanderlei já tinha presenciado os depoimentos anteriores dos técnicos. E segundo Hostins, esse fato estaria “contaminando” ou “compromentendo as suas declarações à CPI.

Mais: de que todas as informações técnicas já teriam sido dadas pelas testemunhas e informante anteriores, e de que a CPI, supostamente, já teria decidido de que não convocaria mais ninguém para depor, além dos dois moradores de lá, indicados pelos defensores de Kleber para se apresentarem nesta quinta-feira. A posição e argumentação de Hostins foram seguidas pelo vereador Roberto.

Sem votos e surpreendidos, o relator e o presidente se lançaram à uma frustrada contra-argumentação e tentativas de demover os vereadores Hostins e Roberto da posição que tomaram para proteger Vanderlei e o governo Kleber nas dúvidas das obras da Frei Solano. Hostins, sempre comedido e elegante, pressionado pelo governo, nas duas últimas reuniões, perdeu a fleuma em algumas ocasiões e vinha demonstrando desconforto com os depoimentos que deixaram o governo mais exposto do que antes da CPI.

FALTA DE TRANSPARÊNCIA PODERIA COMPROMETER MAIS UM DEPOIMENTO TÉCNICO

A argumentação de que o engenheiro Vanderlei já tinha assistido os depoimentos anteriores não se justifica, eles são públicos, estão gravados e disponíveis para qualquer cidadão assistí-los na internet, ainda mais para interessados como Vanderlei. Então ele estar presente ou não aos outros depoimentos é um fato irrelevante. Cortina de fumaça política e sem qualquer amparo jurídico.

A argumentação de que a CPI trata de eventuais erros de execução do projeto e não da sua concepção também não se sustenta. É exatamente Vanderlei quem poderia apontar, com precisão as discrepâncias entre o que fez e que se executou, como foi consultado e como consentiu nessas mudanças que geram dúvidas

Para Cícero e Dionísio, com essa atitude, os vereadores da base do prefeito Kleber tentam esconder vários fatos. O primeiro deles é que Vanderlei como testemunha não poderia mentir. E isso pode começar pela então falta de projeto, que só apareceu na Câmara mais de um ambos depois de pedido feito por um requerimento de Dionísio. Nem a obrigação de um mandado de segurança foi capaz de se revelar esse projeto. Se ele tivesse vindo antes para a Câmara, talvez nem CPI existisse sobre este fato.

Uma outra questão, é que o engenheiro proprietário da CR Artefatos de Cimentos, Walney Agílio Raimondi, experiente neste tipo de obras, criticou duramente o projeto durante o seu depoimento à CPI, para justificar os ajustes técnicos que ele fez por conta própria e aprovados, segundo ele, e que se confirmaria nos demais, para tornar o serviço compatível com as técnicas de engenharia de hoje em dia.

E se todas estas questões não fossem suficientes, há uma outra de ordem funcional. Vanderlei é um comissionado. Como o engenheiro Hallan Jones Mores, do Samae, se não rezar pela cartilha do empregador, está fora, mesmo que isso coloque em risco à sua reputação profissional. Hallan já foi embora e registrou com toda a pompa o presidente do Samae, Melato à CPI. Na segunda-feira passada eu relatei o depoimento do engenheiro fiscal do Samae, que só foi dado porque se desbaratou antes na Comissão de que ele estava de saída da cidade.

E para complicar, Vanderlei tem um segundo problema funcional grave e que é a marca da gestão Kleber. Ele foi contratado no dia dois de fevereiro de 2018 para ser o Diretor de Habitação, mas sempre atuou como engenheiro na secretaria de Obras e Serviços Urbanos, inclusive elaborando e assinando projetos como se técnico fosse. Ou seja, há um explícito desvio de função. A lei é clara: cargos em comissão são para chefia, comando e assessoramento. Ele é um mero técnico graduado longe daquilo que foi originalmente contratado e do centro de custos que o paga,

E para finalizar: temia-se que não pudesse suportar a pressão dos questionamentos.

CHICANA PARA MELAR A CPI

A outra surpresa dos minutos finais da reunião de quinta-feira também foi protagonizada pelo vereador Francisco Hostins Júnior. Ele protocolou um requerimento para inserir no rol de documentos da CPI, uma gravação. Ela é de uma entrevista dada pelo presidente da CPI, Dionísio, dada à Rádio 89 FM, onde ele disse que o Ministério Público culpou a gestão de Gaspar por irregularidades na drenagem da Frei Solano.

Hostins, leu uma degravação do áudio da entrevista e que estava em seu celular. Queria que Dionísio confirmasse se ele tinha dado a entrevista e dito aquilo.

Primeiro, se há uma gravação, não há como refutá-la. Fazer o autor confirmar ou negar àquilo que ele próprio disse e está gravado, soa à zomba e parecer ser mais uma daquelas encenações teatrais em Tribunal do Júri para plateias de interesses antagônicos. A não ser que haja adulteração do material gravado e que não será uma negação que o invalidará, mas uma perícia.

Segundo, isto é apenas uma chicana. E por que? O que Hostins quer diante dos depoimentos que deixam em situação delicada o governo de Kleber, é desqualificar o presidente, ou até a própria CPI da qual faz parte, para uma suposta falta de isenção do seu presidente. Onde está escrito que o presidente deve ser isento se ele é um dos interessados no esclarecimento dos fatos? E nada difere da oposição. Ambos possuem interesses diametralmente opostos: um quer provar as irregularidades e o outro, a regularidade.

E quem vai dizer isso, são os documentos coletados e disponíveis, indícios, bem como os depoimentos dados até aqui, e que não foram favoráveis, principalmente pelas contradições expostas nele. Nem o relatório, valerá para esses casos, se disponibilizados os documentos para o MP estadual, Federal e Tribunal de Contas.

Na verdade, com isso, o governo Kleber, por intermédio dos seus dois vereadores na CPI, depois de ver que os depoimentos colocaram a vaca o brejo e que ambos terão que desatolá-la. Não querem que ninguém veja isso e assim distraem as pessoas para darem as costas ao atoleiro.

A chance dessa chicana dar em alguma coisa, é próximo a zero. E se der, ela vai bater em outra ponta e humilhar ainda mais o vereador cria de Kleber, que se desgarrou do governo e retornou agora às saias dele: Silvio Cleffi, ainda no PSC. O preço desse retorno e a “recuperação” da fidelidade perdida, é a de buscar votos e fazer legenda para reeleger Franciele Daiane Back no PSDB, justamente a que ele derrotou para chegar à presidência da Câmara contra a vontade de Kleber.

Silvio é o suplente da oposição na CPI. Se Dionísio for impedido, Silvio que não é mais oposição, assumirá e fará o serviço para enterrar de vez a CPI a favor de Kleber. Acorda, Gaspar!

“Você vai encontrar caixas [de inspeção], tubos e principalmente um povo feliz [na rua Frei Solano]”, sintetizou Melato em seu depoimento à CPI ao negar qualquer irregularidade na obra e apontar que o resultado supera qualquer eventual erro


Melato foi à CPI e nela disse que não é técnico e apenas processou administrativamente o que os técnicos atestaram. Para ele, se alguém errou tecnicamente deve ser apurado e responsabilizado. Não ele

O mais longevo dos vereadores (seis vezes) e licenciado para estar presidente do Samae há três anos, José Hilário Melato, PP, fez valer à sua experiência na política e embates políticos polêmicos. Tanto que quando perguntaram a sua profissão, ele se intitulou funcionário público.

Assim foi a tônica da primeira parte do seu depoimento de quinta-feira passada na CPI. Ela apura às supostas irregularidades na implantação da drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho, em Gaspar. O Samae, sem experiência no assunto, fez a principal parte deste trabalho lá e agora sob questionamentos da CPI.

Melato cantou de galo, mas com o tempo aceitou ser frango diante das incoerências documentais e principalmente dos depoimentos anteriores feitos pelos técnicos, incluindo o engenheiro fiscal que o Samae contratou para a, Halan Jones Mores, e que já saiu da autarquia.

“Vereador: eu não sou técnico, eu confio nos técnicos; vá perguntar e responsabilizar os técnicos”, disse ele várias vezes, à diversas perguntas formuladas pelos vereadores Dionísio Luiz Bertoldi, PT e Cícero Giovane Amaro, PSD, este, um vereador-funcionário efetivo do Samae, e que no início do mandato, para amansá-lo nas críticas, Melato no jogo com o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, deixaram o vereador numa encruzilhada: ou ele escolhia o mandato na Câmara ou o trabalho Samae, por serem as sessões no horário de trabalho de Cícero. As sessões mudaram, e Cícero faz as duas coisas, uma longa história também já contada aqui.

Aliás, Melato, habilmente, usou Cícero para exemplificar e lavar as suas próprias mãos no que tange ele autorizado mudanças no processo de execução do projeto da drenagem da Frei Solano: “vereador, o senhor é testemunha de que eu nunca interferi no seu trabalho de fiscal do Samae”. E Cícero, por outro lado, ao ouvir tal afirmação, não negou, nem confirmou. “O senhor faz um belíssimo trabalho”, chegou a chancelar Melato sobre Cícero em dado momento do depoimento de quase duas horas.

Ao ver que Melato estava impaciente diante das perguntas – olhava frequentemente para a porta de saída, teto e encarava os inquisidores – Cícero sugeriu que seria mais rápido. “Não vai ser rapidinho, vereador. Eu tenho todo o tempo do mundo para esclarecer”. Quando lhe perguntaram se ele não tinha tomado conhecimento via os requerimentos e principalmente via a imprensa dos questionamentos, Melato não hesitou: “a mídia publica o que ele quer, quando e da forma que quiser”.

E foi ai que a boa performance de Melato começou a dar brecha à sua tática de transferir todas as eventuais dúvidas para os engenheiros que conceberam, executaram e mandaram pagar o que estava no projeto e não o que foi executado, e até tubos que não se sabe bem onde foram colocados. “Eu sou gestor e confiei nos técnicos. Se há erros, que se apure as responsabilidades”, retirando à sua responsabilidade solidária em todo o processo.

E para complicar admitiu que ouviu falar, que participou de reuniões, que autorizou pagamentos e para contrapor, iniciou a mesma ladainha do governo. Ou seja, de que as eventuais dúvidas e erros são menores do que os resultados para a comunidade. “Não há erro gravíssimo, vereador”, rebatendo a Cícero, sem contrapor com qualquer documentação ou fatos novos.

“Eu sou do tempo de que os tratos horam o fio do bigode”, disse a certa altura Melato. Falácia. Na legislatura passada, houve um acordo de “fio de bigode” pela presidência da Câmara, e quando chegou a vez da vereadora Andreia Simone Nagel Zimmermann, então no DEM, assumir, exatamente por ela ser crítica do governo do petista Pedro Celso Zuchi, Melato não honrou o fio do bigode e tomou a vez dela.

E para encerrar. “A equipe de apoio do Ministério Público viu fortes indícios de superfaturamento de qualidade na obra. O que vamos encontrar se abrirmos ela, presidente?”, perguntou o Cicero a Melato.

“Você vai encontrar caixas [de inspeção], tubos e um povo feliz e que não aguentava mais perder os seus bens”, devolveu Melato, justificando que todas as possíveis irregularidades levantadas pela CPI foram ou são menores, diante do resultado e benefício, mesmo que a lei impeça tal prática. Acorda, Gaspar!

Secretário de Obras diz que é interessado no resultado da CPI e assim propositalmente se desqualifica como testemunha. Vira informante no seu depoimento na CPI


Para impressionar, staff do secretário levou caixas de documentos que não dizem respeito ao objeto da CPI

O secretário de Obras e Serviços Urbanos de Gaspar, Jean Alexandre dos Santos, insistiu que era um “interessado” no resultado da CPI. Nela se apuram às dúvidas da drenagem da Rua Frei Solano. Com isso, Jean se autodesqualificou. Foi ouvido como um mero informante e não como testemunha. O seu depoimento não possui qualidade. É mera propaganda. Decoração. E por que? Num ele possui responsabilidades com o que diz; no outro, não.

Jean se mostrou desde logo inconformado com a CPI. Foi na mesma linha dos discursos do governo, da base do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, na Câmara e dos depoimentos técnicos anteriores. Para ele, o mais importante é que foi dada a solução a um problema antigo, não importa se o que se fez está de acordo com a legislação ou há dúvidas que precisam ser esclarecidas no processo de transparência que rege à atividade pública.

Tanto que, na era digital, para impressionar a restrita plateia que estava lá, levou três caixas plásticas de documentos – a quais mais pareciam engradados de bebidas -, desalinhados. As caixas as colocou ao seu lado na banca de depoimento para impressionar os membros da Comissão.

Nelas, segundo Jean, estavam documentos que provariam que a administração petista de Pedro Celso Zuchi usou do mesmo expediente do Pregão e Registro de Preços em Atas para obras idênticas, como se um erro justificasse o outro, e não precisasse ambos de apuração e punição, mas de perdão. Na época que isso aconteceu, o MDB que era oposição dormiu de toca na defesa dos pesados impostos dos gasparenses e não foi atrás como foram Dionísio e Cícero.

“Estes documentos o senhor vai protocolar na Câmara?”, perguntou o presidente Dionísio, referindo-se aos que estavam nas caixas. “Sim!”, respondeu o secretário. É que não se sabia a razão daqueles documentos estarem na Câmara, e naquele momento e trazidos pelo staff da secretaria. É que a CPI não os requisitou, não são eles parte do objeto da investigação que apura falhas e dúvidas na execução, como ressaltou o Cícero.

Aliás, a própria secretaria, levou mais de um ano para disponibilizar os dados das obras solicitados em simples requerimentos ao prefeito. Nem a Justiça foi capaz de impedir que esses dados fossem sonegados, razão e origem da CPI

“Você alguma vez ouviu algum membro desta comissão dizer que a obra não atendeu à necessidade de drenagem da Freei Solano?”, perguntou Dionísio ao secretário Jean. Explicado mais uma vez, Jean respondeu que não tinha ouvido tal acusação. Mas ficou uma dúvida crucial e revelada pelo próprio secretário: o final da drenagem da Frei Solano, uma tubulação de dois metros de diâmetro desemboca numa de um metro. Se isto não for um erro de projeto é o desatino lógico. Isto sem falar, que não é propriamente uma drenagem, mas um canal de esgotos dos moradores da região.

Jean que logo de cara deu a entender conhecer muito bem tudo o que se falava e reclamar de que estava ali explicando a mesma coisa pela segunda vez, sendo que na primeira, os vereadores e Dionísio e Cícero não tinham comparecido, não soube explicar direito a razão de ter assinado documentos técnicos, não sendo ele engenheiro; de ter autorizado pagamentos de tubos aparentemente não assentados; e como mudanças feitas no projeto original não alteraram custos e a razão da demora da obra, se entre as justificativas para tal, além da boa técnica, era a aceleração da obra em favor da comunidade.

Todos os depoimentos até agora, justificaram para a atitude do vereador Hostins. Ele, em nome do governo, e arriscando o seu currículo político, agiu como advogado de defesa e colocou uma tranca na porta da CPI em nome do governo, como apontei no artigo de abertura desta coluna de hoje. Tudo para inviabilizá-la.

Se Hostins e Roberto Procópio de Souza, PDT, poderão controlar o relatório oficial da CPI, negando o do relator e fazendo um próprio como deverá acontecer, não poderão mudar depoimentos de testemunhas com fé pública já tomados. Eles sim, poderão ser disponibilizados para os órgãos de fiscalização e poderão atrair dores de cabeça no presente e futuro.

Ao final, Jean que foi de muletas ao depoimento e mostrando que tinha dificuldades de locomoção, fez uma tabelinha com o vereador Hostins, MDB. Tudo para mostrar vídeos e planilhas. Elas, segundo ele, justificariam as interferências dos engenheiros ou resultados das obras para a comunidade. Acorda, Gaspar!

Sinais dos tempos e o aviso está dado: faltou público na abertura da semana que comemora os 86 anos de emancipação de Gaspar

Texto do press release da prefeitura: “na sexta-feira (6), acontece a primeira edição do projeto ‘EnCena’ o evento tem com o objetivo incentivar o desenvolvimento cultural da juventude gasparense. Para essa edição as atrações confirmadas são Godri, Bruno Ferreira, Rafael Gaiewski e a Banda My Place”. Parece que nem as atrações movimentaram seus “fãs clubes”. Explico.

No sábado cedo, depois de olhar meu aplicativo de mensagens inundado com imagens patéticas do prefeito, seu chefe de gabinete, além do puxa-saco mor do governo fazendo live para atrair mais puxas e diminuir o vexame, sob título “Aviso”, escrevi isto na área de comentários da coluna no portal Cruzeiro do Vale, o mais acessado:

“O fiasco de público na abertura das comemorações de mais uma aniversário de emancipação de Gaspar, em pleno Centro, com ampla divulgação, em ano de eleições, mostra o que pode ser o retrato das urnas de quatro de outubro.

São impagáveis, as queixas da assessora de imprensa da prefeitura pela falta de público, para a qual foi cobrada, bem como dos "çabios" que rodeavam o constrangido prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, candidato a reeleição. Impagável foi ver o guru dele nas redes sociais explicar o inexplicável, sendo ele um dos problemas que afetam a imagem e retiram a credibilidade do prefeito. Acorda, Gaspar!”.

Bom! O meu simples comentário viralizou nas redes sociais e principalmente aplicativos de mensagens.

Não pedi para replicar, nem para não usá-lo e nem mesmo tenho condições de impedi-lo que se espalhe sem o meu consentimento. A coluna Olhando a Maré é uma marca de credibilidade em Gaspar e Ilhota.

Entretanto, este ato – o de espalhar este textinho - mostra como está o estômago de muita gente em Gaspar com o atual governo empreguista, mal articulado, pouco transparente, censor, vingativo e arrogante. Ele não entendeu o recado das urnas de outubro de 2018, não se preparou a mudança de humor do eleitorado. Ele continua velho nas práticas e poderá ser surpreendido neste outubro. Clima há. Tudo que encosta nele, chamusca.

Sobre a importada superintendente de Comunicação Amanda Elisa Weber, o braço do marketing externo de Kleber para a reeleição, reproduzo acima as suas queixas na sua própria rede social.

Atentem: agora ela quer culpar o público pelo fiasco para quem ela não se comunicou adequadamente, ou não sabe falar com ele – eu também tenho sérias dificuldades - ou então esse público não está nem aí para o governo, mesmo o governo, supostamente, atendendo os pedidos dele, o jovem.

As lições primárias dizem que a comunicação deve ir ao encontro do público e não o público ao encontro da informação como quer Amanda. É um princípio básico e elementar de comunicação. Não é a toa, que esta área da prefeitura de Gaspar trocou de mão quatro vezes em menos de dois anos. E nela, os curiosos são prevalentes sobre os técnicos. Este é o real problema.

Se a tese da nossa comunicadora – e do grupo de "çabios" que ela representa nesse mundo exclusivo - estiver correta, no dia quatro de outubro quando se encerrar à contagem dos votos, e se for frustrante o resultado, ela dirá: “Um governo lindo. Criado à forma dos magnânimos que dominam a política de Gaspar a décadas. Uma pena que os eleitores não entenderam assim. Depois reclamam que são mal-governados. Vocês deveriam ter acreditado na nossa propaganda”.

E para completar a auto-enganação, o prefeito Kleber apareceu na sua rede social, com uma foto em close ao fim do evento, que faz supor ter sido o evento “bem prestigiado” e nele não estando mais, com este texto: “obrigado a todos que prestigiaram o primeiro Encena. Um evento que foi idealizado a pedido do próprio público-alvo: os jovens da nossa Gaspar. Música boa e lazer de qualidade na praça da prefeitura. Vida longa ao projeto! Que possa atrair cada vez mais jovens e revelar ainda mais talentos”.

Pois é. Tudo isso é uma tabelinha perigosa. A avestruz continua com a cabeça enterrada na terra. Aguarda-se que pelo menos ela tire a cabeça do buraco para respirar e possa ao menos dar uma olhada ao seu redor e vez que tudo é diferente do que imagina. Acorda, Gaspar!

O vereador Cícero deixará o PSD nesta terça-feira e vai se filiar ao PL do senador Jorginho Melo e do deputado Ivan Naatz. Se ficasse teria que puxar votos para o MDB, PP, PSDB, PDT e Kleber e poderá atrair outros.

A notícia não é uma surpresa. Eu mesmo já noticiei aqui há meses sobre o desconforto do vereador Cícero Giovane Amaro, funcionário público lotado no Samae de Gaspar. Esse desconforto foi a declaração de apoio ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, do presidente do partido, ex-vereador, ex-presidente da Câmara, ex-candidato a prefeito derrotado nas últimas eleições, Marcelo de Souza Brick.

Marcelo quer ser o vice de Kleber. Já recebeu carta branca para isso tanto do PSD como do próprio Kleber e seu entorno. Provocou um impasse com o PP que ocupa atualmente a vice de Kleber, com Luiz Carlos Spengler Filho e foi a gota final para a decisão de Cícero, um contumaz questionador da falta de transparência e dúvidas do governo Kleber. Tanto que é o relator na CPI que apura supostas irregularidades nas obras de drenagem da Rua Frei Solano.

Cícero foi ao PDS pelo então PFL e que virou o Democrata, quando o então governador Raimundo Colombo atraiu a maioria dos do DEM ao PSD fazendo crer que o DEM seria extinto. Cícero embarcou na onda. Bem diferente da mudança que faz agora: ela é pensada e até necessária para a sua sobrevivência política. Nesta cepa do PFL ele ficou por quase 20 anos.

O PL SE ORGANIZA EM GASPAR

A formatação do PL em Gaspar passou por um stress danado. Ele tinha um presidente na comissão provisória: o médico Odilon Áscoli, que é originário do MDB e até 2000 foi vice da primeira tentativa de Adilson Luiz Schmitt chegar a prefeitura.

Do nada, Márcio Cezar, como relatei em artigos anteriores, foi guindado à presidência. E ele continua oficialmente lá. Nesta segunda-feira, depois de sucessivas reuniões, o ex-secretário de Pedro Celso Zuchi, PT, engenheiro e professor Rodrigo Althoff – a cabeça de ponte do grupo do deputado Ivan Naatz que passou pelo PV depois de sair do PDT - deve assumir a presidência do PL e Márcio Cezar ficar com a vice.

E Cícero aparece como a cereja do bolo para atrair novos filiados, candidatos e principalmente eleitores desconfiados com os rumos da política em Gaspar. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

A promoção dos empresários e da prefeitura do “Liquida Gaspar” como parte das comemorações da semana de emancipação dos 86 de Gaspar se mostrou, na atração de participação e movimento econômico, vitoriosa.

Entretanto, dois fatores de responsabilidade da prefeitura como denunciam as fotos acima, precisam ser corrigidos urgentemente para os próximos. A Ditran precisa estar nas ruas para orientar e fazer fluir o trânsito. Se não fizer isso, poucos sairão de casa para não chegar ao destino, e sem se estressar.

A outra é a limpeza do centro. Dois conteiners repletos de lixo ficaram expostos durante todo o sábado na Aristiliano Ramos. Limpeza é um aspecto fundamental de organização para promoções comemorativas como a deste tipo.

E para finalizar as observações: os idealizadores da promoção precisam combinar com os proprietários dos estacionamentos privados próximos ou no Centro para eles ficarem abertos num evento desse porte até pelo menos uma hora após o fechamento das lojas.

Falta de transparência e atraso. A Câmara de vereadores de Gaspar gasta dinheiro para gravar e transmitir as sessões dela. Na terça-feira passada deu chabú. Alegam-se que a “placa” queimou. Cobrada, a Câmara disse que não usava a nuvem para o armazenamento. Brincadeira. Em que era está a informática da Câmara?

Cobrada na quarta-feira, o pessoal foi atrás do tempo perdido. Ao menos se coçou para colocar no ar a reunião da CPI que se armava para passar em branco.

Nesta terça-feira, os congressistas se preparam para “roubar” uma parte dos R$30 bilhões do Orçamento que é de responsabilidade do Executivo Federal administrar.

Os deputados e senadores mantiveram na semana passada, sob pressão popular nas mídias sociais, os vetos do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, a este tipo de sacanagem, mas na negociação, querem avançar em até R$20 bilhões sobre o Orçamento para farrearem ao seu gosto. E depois eles não sabem a razão pela qual há movimentação nas ruas.

Serviço de porco e contra a saúde do cidadão. A obra de drenagem da Rua Frei Solano revelou que a canalização de esgoto da Rua Manoel Pedra, também no Gasparinho, em Gaspar, não desembocava em lugar nenhum. Sumia na terra. Meu Deus!

Pegou mal, também, o passeio dos emedebistas – entre eles deputados e senador - no Centro. Os correligionários vieram de várias partes do estado e principalmente do Vale do Itajaí e se reuniram na Sociedade Alvorada. Lá discutiram as estratégias da campanha do partido para quatro de outubro. É outro sinal de que as coisas não andam bem.

O assessor parlamentar do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, Uillian Rafain, efetivo da prefeitura e que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, assinou portaria para ele voltar à origem, vai pedir as contas. Vai trocar a estabilidade pela liberdade. “Não nasci para viver no cabresto”, justificou.

O suplente de vereador que representa o Distrito do Belchior, Paulo Filippus, (466 votos) está coordenando um movimento para o fortalecimento do seu DEM, que está ainda nas mãos de outro suplente, Wellington Carlos Laurentino, o Lelo Piava (498 votos).

Ilhota em chamas. A nota desta coluna na sexta-feira sobre caravana de cinco vereadores de Ilhota em viagem para Brasília, rendeu muito debate nas redes sociais. Os vereadores depois de sentirem o bafo dos seus eleitores e não prestarem contas, acharam que o culpado de tudo isso fui eu, quem divulgou a excursão. Essa gente ainda não entendeu a quem deve prestar contas: seus eleitores e à comunidade que lhes paga. Outubro está chegando

Os 30 anos da formatura do veterinário Adilson Luiz Schmitt, está rendendo. A foto abaixo mostra um jantar neste final de semana, para quem segundo ele diz, ajudaram nos seus estudos e nos primeiros passos dentro da profissão aqui em Gaspar.

 

 

Comentários

Miguel José Teixeira
12/03/2020 11:55
Senhores,

O genial José Carlos Vieira, em "Tantas Palavras" do Correio Braziliense, publicou hoje este poema do também genial Gaúcho L.C.Vinholes, que deveria estar presente em todas as Unidades da Defesa Civil das regiões que sofrem com as constantes enchentes:

"sou neblina
sou nuvem
sou cerração
sou chuva
sou tempestade
sou enxurrada
sou alagado
sou lágrima
sou água
tirem as taipas
tirem as barreiras
tirem os muros
tirem as barragens
tirem as represas
tirem o lixo
devolvam as praias
areias
devolvam as margens
terra-verde-pedras
devolvam meu leito
sou rio
quero passar"
Herculano
12/03/2020 11:35
QUEDA DAS BOLSAS.

NO BRASIL DEVIDO A IRRESPONSABILIDADE DOS DEPUTADOS E SENADORES AO DERRUBAREM ONTEM O VETO DO PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO, S?" POR VINGANÇA E CHANTAGEM.

A CONTA - OS BEM PAGOS QUE SE DIZEM NOSSOS REPRESENTANTES - PASSARAM, MAIS UMA VEZ, PARA O POVO, INCLUSIVE OS POBRES.

NOS ESTADOS UNIDOS PELA ATITUDE QUASE INSANA DE DONALD TRUMP, DE SE ISOLAR DE TODOS. E AI O MUNDO PAGA A CONTA.

OU SEJA, NO FUNDO, OS MAIS POBRES ESTÃO PAGANDO DUPLAMENTE, COM DESEMPREGO, INSEGURANÇA, RECESSÃO E ATÉ MAIS IMPOSTOS, COMO NO CASO DO BRASIL.
Herculano
12/03/2020 07:46
GASPAR TEM UM SUSPEITO DE CORONAVÍRUS. FAKE OU FALTA DE TRANSPARÊNCIA DA SECRETARIA DE SAÚDE DE GASPAR?

Ontem, as redes sociais foram tomadas por depoimentos, fotos e relatos de que um paciente idoso, que teria vindo do Rio de Janeiro, sentindo-se doente, teria procurado o Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar e lá teria sido diagnosticado com coronavírus.

Pânico entre as pessoas que estavam esperando até 12 horas no Pronto Atendimento para serem atendidas, mesmo com a festiva mudança de Gestor, o Santé. A desgraça e os problemas continuam os mesmos contra os mais pobres. E há três anos.

Volto ao caso de ontem

Transparência zero do Hospital, em perpétuo socorro e da secretaria de Saúde, do dentista José Carlos de Carvalho Júnior bem como do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, em assunto tão relevante

Kleber e Júnior não se espelharam, no ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, deputado Federal pelo Mato Grosso do Sul. Ele tem vindo a público diariamente mostrar que a situação é grave, poderá se agravar mais e que por isso exige ações coordenadas do setor de Saúde, além de muita transparência para derrubar o vírus, a ignorância, o pânico e as fake news.

Menos em Gaspar.

Primeiro, não há como diagnosticar, na lata, do Hospital de Gaspar, se alguém na sala de espera do Pronto Atendimento com coronavírus. Aliás, em nenhum outro. É preciso um exame laboratorial.

Segundo, há medidas imediatas, os chamados protocolos, para diagnóstico e graus de isolamento do paciente e seus contatos.

Terceiro, se o paciente não está grave, pode ser tratado em casa, no próprio hospital e até ser removido para outro para buscar uma UTI, que aqui não se tem, como insinuavam as desencontradas informações de ontem.

Quarto, distribuir máscaras aos que estão na sala de espera do Pronto Atendimento do Hospital não significa que alguém com coronavírus passou por lá. É apenas um protocolo preventivo.

Aliás, pode até estar na sala transmitindo a pessoas doentes e vulneráveis, sem ser percebido, um doente sem sintomas aparente, por exemplo. Dai à prevenção.

Resumindo e finalizando. O pânico e a desinformação só se ampliaram em Gaspar ontem, porque, a prefeitura de Gaspar, aliás continua interventora do Hospital e por meio da secretaria de Saúde não fizeram o papel dela: o transparência, o de informar, o de orientar. Comunicação zero. Alguma novidade?

A prefeitura de Gaspar preferiu o método do governo Kleber Edson Wan Dal, MDB, o de esconder fatos, ou então nomeá-lo como repórter de si mesmo para fazer da desgraça uma forma dele aparecer nas redes sociais. Acorda, Gaspar!
Herculano
12/03/2020 07:18
CONGRESSO EXPLODE BOMBA NA FANTASIA DE BOLSONARO, por Josias de Souza, no UOL

Numa evidência de que há males que vêm para pior, Brasília reage à pandemia do coronavírus com uma epidemia de insensatez. Um dia depois de conhecer o diagnóstico de Jair Bolsonaro, segundo o qual há "muito mais fantasia" do que realidade na crise que alarma o planeta, o Congresso decidiu submeter o governo a um tratamento de choque.

Por ampla maioria, senadores e deputados explodiram dentro da fantasia do capitão um gasto de R$ 20 bilhões. Despesa anual e obrigatória, destinada a ampliar a clientela de velhinhos miseráveis e deficientes que recebem benefício mensal de um salário mínimo. Não há dinheiro no Tesouro Nacional. O que faz do absurdo uma decisão maravilhosa, a ser executada por uma espécie de capitão Alice no país dos espelhos.

A abertura do paiol do Legislativo fez cair a ficha de Paulo Guedes. Antes da explosão, a pasta da Economia reduzira a previsão de crescimento para 2020 de 2,4% para 2,2%. Depois do barulho, o Posto Ipiranga disse a parlamentares que o país corre o risco de amargar um novo pibinho de 1%. No intervalo de algumas horas, o prognóstico oficial evoluiu da gripe leve para a pneumonia aguda.

Foi a segunda pauta-bomba que o Congresso impôs a Bolsonaro no período de um ano. Uma explosão está intimamente ligada à outra. Na primeira, os parlamentares detonaram em março de 2019 um artefato de 2015. Coisa concebida para explodir no colo da então presidente Dilma Rousseff. Entre os signatários da peça estavam, suprema ironia, o então deputado Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo, o Zero Três.

Aprovou-se um ajuste constitucional que tornou impositivas as emendas enfiadas dentro do Orçamento da União pelas bancadas estaduais. Foi como se os congressistas dissessem a Bolsonaro: "Não quer entregar as verbas? Pois nós vamos tomar na marra!" Além das emendas individuais, cuja execução já era impositiva, os partidos passariam a administrar algo como R$ 30 bilhões do Orçamento de 2020.

Tudo foi concebido com frieza maquiavélica. Subscritor da emenda que terminou explodindo no seu colo, não no de Dilma, Bolsonaro ficou diante de duas alternativas: ou colocava um sorriso no meio da cara chamuscada ou reconhecia que era um sujeito irresponsável na época em que rubricou a emenda. Coube ao filho Eduardo sorrir amarelo.

Além de votar a favor da bomba, o Zero Três foi ao microfone do plenário. Dirigindo-se a Rodrigo Maia, que presidia a sessão, ele declarou: "Só queria deixar aqui a nossa posição favorável à PEC, parabenizar Vossa Excelência. Realmente é uma pauta que, quando Jair Bolsonaro era deputado federal, ele e eu fomos favoráveis."

Agora, em vez de implementar o orçamento impositivo que subscreveu como deputado e que avalizou indiretamente por meio do voto do filho, Bolsonaro preferiu se fingir de morto. Chegou a autorizar a celebração de um acordo pelo qual metade da cifra de R$ 30 bilhões seria devolvida para o governo. Mas recuou. Fez pior: atiçou o asfalto para roncar contra o Congresso no próximo domingo.

Quer dizer: Bolsonaro tenta fazer o Congresso de idiota. Com a segunda pauta-bomba, os congressistas informam ao presidente que ele não encontrará material. Enquanto aguardam pelo ronco do pedaço bolsonarista do asfalto, os parlamentares oferecem o mimo de R$ 20 bilhões aos velhinhos miseráveis. E desafiam o capitão a se indispor com milhares de votos residentes nos fundões do Brasil.

Cria-se uma despesa bilionária numa hora em que Paulo Guedes pede pressa na votação das reformas econômicas. Em reunião emergencial convocada depois da nova explosão, o ministro disse aos comandantes de um Congresso em pé de guerra que a saída para a pandemia que Bolsonaro chama de "fantasia" passa pelo Legislativo.

"A solução é política", declarou o ministro. "Se nós conturbarmos o ambiente político por um lado, o Congresso reage por outro lado e aprova mais despesas. Não são as que nós queremos, derrubamos o teto [de gastos], vamos para a Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo trava os recursos. Onde nós vamos parar?".

Paulo Guedes talvez devesse repetir a pergunta no gabinete presidencial. Diz-se que o governo de Jair Bolsonaro não tem rumo. Engano. Mantido o cenário atual, o rumo do governo é o da crise.
Herculano
12/03/2020 07:06
da série: a maioria dos congressistas é o Judas dos brasileiros em tempo de crise que aumenta a insegurança, a volta do desemprego e da recessão, mas essa maioria por Rodrigo Maia e David Alcolumbre, ambos do DEM, continua chantageando...


MAIA: " ESTAMOS ABERTOS PARA AJUDAR O GOVERNO"

Conteúdo de O Antagonista. Após a reunião com Paulo Guedes e Davi Alcolumbre sobre o novo coronavírus, Rodrigo Maia disse que o Legislativo está aberto para "ajudar o governo na suplementação do orçamento emergencial para reforçar ações de combate ao vírus".

"É fundamental que, neste momento, haja uma aproximação entre o Parlamento e os ministérios diretamente envolvidos neste problema, para enfrentarmos juntos essa pandemia", postou o presidente da Câmara no Twitter.

O encontro no Congresso reuniu parlamentares e também contou com a participação de Luiz Henrique Mandetta (Saúde), Roberto Campos Neto (Banco Central), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).

O governo quer R$ 5 bilhões das emendas parlamentares para preparar a rede pública no atendimento à alta demanda nas próximas semanas.

Segundo Rodrigo Maia, os impactos na economia também foram tratados.

"O ministro Paulo Guedes informou que o governo já está olhando com cuidado alguns setores - como o de aviação e o de serviços - para minimizar os efeitos da pandemia sobre nosso crescimento econômico."
Herculano
12/03/2020 06:58
VÍRUS NOVO, REMÉDIOS ANTIGOS? por Solange Srour, economista-chefe da gestora ARX Investimentos. É mestre em economia pela PUC-Rio, no jornal Folha de S. Paulo.

A crise sanitária deveria ser a prioridade na implementação de políticas públicas

Está cedo para prevermos os efeitos de médio e longo prazo do coronavírus, mas não para reconhecermos que a próxima recessão global se aproxima com características bem diferentes das crises de 2001 e 2008.

A pandemia representa tanto um choque de oferta quanto de demanda. Esfacela cadeias globais de produção, encarece o crédito e paralisa o comércio internacional. Ao mesmo tempo, o medo do contágio confina pessoas, aumenta a incerteza e diminui a demanda por bens e serviços não prioritários.

Como lidar com tais choques? Em termos de política econômica, as sugestões são as de sempre: mais afrouxamento monetário e fiscal. O problema é que grande parte dos bancos centrais já pratica taxas de juros próximas de zero e tem restrições para compras de ativos.

Em termos fiscais, há espaço para países com dívidas estáveis e equilíbrio nas contas primárias expandirem gastos, já que o custo da dívida está baixo.

No entanto, quando a recessão é causada pela queda da oferta, e não só pela demanda, é preciso encarar duas restrições. A primeira é que as cadeias de suprimento não serão recompostas com estímulos de demanda, principalmente no caso de um vírus altamente contagioso. A segunda é a incerteza de que a recessão será deflacionária. Tudo depende do que cairá com mais intensidade: oferta ou demanda.

A crise sanitária deveria ser a prioridade na implementação das políticas públicas. Sem previsibilidade sobre quando a pandemia será estancada, a incerteza para o mundo. Enquanto laboratórios testam vacinas, os governos podem fazer a diferença, adotando medidas que impeçam o aumento do contágio e, principalmente, evitando uma crise financeira global.

Como o Brasil se enquadra nesse cenário? É claro que, mesmo sendo relativamente pouco integrado às cadeias globais de produção, não estamos imunes a uma crise dessa proporção. Os ativos financeiros são os primeiros a sofrer. Queda da Bolsa, desvalorização do câmbio e elevação dos juros de mercado representam um aperto das condições financeiras e por si só causarão impactos contracionistas na atividade.

Antes mesmo do surgimento do coronavírus, a decepção com o ritmo do crescimento, expresso no pibinho de 2019, criava um ambiente propício à demanda por mais estímulo monetário e ao afrouxamento da política fiscal. Críticas à comunicação do BC de encerrar o corte de juros, discussões sobre o abandono do teto de gastos, propostas de aumento real para o salário mínimo e injeção de recursos federais no Fundeb são manchetes há meses.

Em relação à política monetária, é preciso ter cautela e entender se o choque atual é mesmo deflacionário. Já há relatos de impactos na produção doméstica e na oferta de insumos importados.

De outro lado, o real depreciou quase 15% neste ano, o que pode ser explicado, em parte, pela política monetária frouxa. O repasse cambial foi muito baixo até agora porque o PIB não cresce, mas inferir que esse é o "novo normal" para qualquer montante de depreciação é arrojado, sobretudo quando a oferta sofre interrupções.

O comportamento das commodities em reais pode não ser tão benigno quanto em 2008. O preço da gasolina deve desabar, mas o BC não deve combater efeitos primários de um choque de oferta.

Em relação à política fiscal, não há espaço para afrouxamento. A trajetória da dívida melhorou em razão dos juros baixos, resultado da política fiscal responsável e da aprovação de reformas como a da Previdência e o teto de gastos. Já a dinâmica dos gastos obrigatórios continua explosiva.

Aumentar os gastos de infraestrutura é excelente ideia para um país carente como o nosso, mas de onde virão os recursos? A PEC Emergencial abriria esse espaço, mas anda devagar no Senado. Nesse ínterim, o novo marco legal do saneamento ainda não foi aprovado, privatizações não saem do papel e o ambiente regulatório continua afastando investidores.

Insistir nas reformas é a única alternativa. Seria excelente se pudéssemos abusar dos carboidratos sem a restrição da balança ou viajar pela Itália na primavera sem preocupação. Economistas trabalham com a realidade e não deveriam sonhar com impossibilidades.
Herculano
12/03/2020 06:42
PESQUISA: MAIORIA É CONTRA FECHAR O CONGRESSO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais nesta quinta-feira

Assunto recorrente para setores mais conservadores, o fechamento do Congresso é ideia rejeitada pela maioria dos brasileiros. Levantamento do Paraná Pesquisa para o site Diário do Poder e esta coluna mostra que 51,2% são contrários à medida e 43,2% favoráveis ao fim da atuação de deputados federais e senadores. Não responderam 5,6% dos entrevistados. Não há recorte da pesquisa onde uma parcela da população é mais favorável do que desfavorável à medida de força.

CASO ÚNICO

Apenas entre eleitores de 45 a 59, que são 24,8% dos pesquisados, há empate: 47% favoráveis e contrários a fechar o Congresso.

ENSINO SUPERIOR

Entre os que têm formação de ensino superior, 60,7% são contra fechar o Congresso e 34% a favor. É a maior margem de diferença.

ENSINO FUNDAMENTAL

Entre entrevistados que têm apenas ensino fundamental completo, 47,6% são contrários ao fechamento e 45,5% a favor.

DADOS DA PESQUISA

O Paraná Pesquisa ouviu 2.010 pessoas em 162 municípios dos 26 estados e DF, entre 5 e 9 de março. A margem de erro é de 2%.

MANIFESTAÇÃO DE DOMINGO DÁ PESADELOS EM MAIA

Rodrigo Maia recebeu deputados na residência oficial, nesta quarta (11), para falar mal da manifestação de domingo (15) e, claro, do presidente Jair Bolsonaro. Ele não convive bem com a crítica e teme a virulência das ruas. Parlamentares do Rio de Janeiro, dizem que o vaidoso presidente da Câmara tem pesadelos sobre sua caracterização em bonecos infláveis em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

ISSO, NÃO

A torcida alvinegra espera que eventuais bonecos de Maia não apareçam vestidos com a camisa do Botafogo, o Glorioso.

UMA INJUSTIÇA

Especialista em agradar plateias para fazer pose de rei da sensatez, Maia acha que são injustas as críticas dos bolsonaristas.

VIRALIZOU

Rodrigo Maia ganhou apelido de "Coronavírus" pela desenvoltura de procurar apenas os inimigos para cumprimentar, terça (10), no plenário.

PEC DEVAGAR

Não há perigo de este País dar certo: mais interessados na próxima eleição do que na próximas gerações, os integrantes da CCJ do Senado começaram a dilacerar a chamada "PEC Emergencial", que os especialistas consideram de aprovação mais importante e urgente.

SEM PERIGO DE DAR CERTO

A CCJ do Senado repetirá o erro da reforma da Previdência: Estados e Municípios devem ficar fora da PEC Emergencial. Presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS) alega "ano eleitoral" e outras razões políticas.

MAIS IGUAL QUE OS OUTROS

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ordenou quarentena de 14 dias para servidores que estiverem voltando do exterior. Rodrigo Maia, que passeou por França e Espanha dias atrás, terá acesso garantido.

O MUNDO SOU EU

Impressiona, no noticiário sobre o sobre o coronavírus, a queixa dos que tiveram de desistir de suas viagens ou suas reservas e voos foram cancelados. Enquanto o vírus mata, o que importa é o próprio umbigo.

VITóRIA DOS SERVIDORES

No Paraná, servidor público já está desobrigado desde terça (10) do desconto em folha da "contribuição sindical". Apenas um terço dos quase 100 mil servidores, renovou a autorização do desconto.

TRANSMISSÃO COMUNITÁRIA

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Clóvis Arns da Cunha, explicou que pandemia é risco de "transmissão comunitária" do coronavírus, sem origem identificada. Para ele, se isso ocorrer no Brasil, apenas grandes cidades tipo Rio e São Paulo correm riscos.

CIDADE PORRETA

Em vídeo para evento de empresárias em Curitiba, Luiza Trajano, do Magazine Luiza, elogiou o empreendedorismo feminino e tascou: "Essa cidade é muito porreta, né?" A plateia no Teatro Paiol foi ao delírio.

MULHERES NO MERCADO

Estuado do site de trabalhos freelances Workana mostra que idade não é um fator impeditivo para mulheres: 42% ingressaram na modalidade freelance depois dos 30 anos e 30% fizeram a mudança após os 40.

PENSANDO BEM...

...setores radicais de direita não precisam mais pregar o fechamento do Congresso: o coronavírus já se prestou a esse papel.
Herculano
12/03/2020 06:30
NO BRASIL, QUEM EMPREENDEU PODE SOFRER MAIS POR CAUSA DO CORONAVÍRUS, por Fernando Canzian, no jornal Folha de S. Paulo

Quase 55% dos empregos formais concentram-se em micro ou pequenas empresas, segundo o Sebrae
Os cinemas chineses perderam mais de US$ 1,49 bilhão por estarem fechados no feriado do Ano-Novo Lunar, informou o jornal britânico Financial Times.

Após o pico do coronavírus no país, as entregas em caminhões a grandes companhias estão em 60% do volume anterior à crise. Para as pequenas, ainda não passam de 26%.

Na Itália, agora em quarentena, 94,6% das empresas têm menos de dez funcionários. Só 0,1% (3.231 companhias) tem mais de 250 contratados.

No mundo desenvolvido, pequenas e médias empresas somam 65% dos trabalhadores e 55% do PIB, segundo a Organização Mundial do Comércio.

Ao contrário do que o pandemônio com ações de grandes companhias nas Bolsas sugere, o grosso do PIB global é gerado por pequenas e médias companhias. E elas serão as maiores vítimas do aperto de liquidez que a crise do covid-19 provoca.

Com menos consumidores nas ruas e dinheiro no caixa, o capital de giro delas está secando na Europa. Isso provocou, nos últimos dias, declarações de autoridades para tentar tranquilizar os proprietários desses negócios.

Segundo o Banco Mundial, companhias de pequeno porte já têm dificuldades históricas em tomar empréstimos bancários. Só nos países emergentes, a carência de financiamentos para manter ou ampliar negócios atinge US$ 5,2 trilhões todos os anos.

No cenário de queda de faturamento como o atual - e de garantias menores para empréstimos?", o quadro tende a piorar muito, e rapidamente, se novos canais de financiamento não forem criados; e os existentes, desentupidos.

Após a crise global de 2008, por intransigência alemã, o Banco Central Europeu demorou a criar mecanismos de socorro a empresas em dificuldade na zona do euro, sobretudo em países em situação fiscal frágil à época, como Itália, Grécia e Portugal.

Desta vez, a chanceler Angela Merkel diz que a região fará "o que for necessário" para ajudar os afetados. "Não vamos nos perguntar todos os dias o que isso significa para os nossos déficits", disse.

Nos últimos anos, vários países europeus trabalharam para a diminuição de seus déficits fiscais e, agora, parecem dispostos a ampliá-los.

A Itália diz que injetará cerca de ? 10 bilhões na economia e deu mais tempo aos que não puderem pagar financiamentos imobiliários. A Alemanha ampliou subsídios em créditos à exportação.

A França promete uma resposta "contundente" às empresas. Do outro lado do canal da Mancha, o Reino Unido anunciou corte na taxa básica de juro e outras medidas que permitam aumentar em US$ 387 bilhões os créditos bancários às empresas.

No Brasil, quase 55% de todos os empregos formais concentram-se em micro ou pequenas empresas com até R$ 4,8 milhões de receita bruta anual, segundo o Sebrae.

Juntas, as micro e pequenas (até 99 empregados) criaram 731,4 mil vagas formais no ano passado. Já as médias e grandes (cem ou mais pessoas) demitiram 88,1 mil.

Diante da precariedade do mercado de trabalho nos últimos anos, muitos brasileiros empreenderam e pegaram o gosto por ter um negócio, gerando muitos empregos.

Para eles, nada foi sinalizado como providência para a crise que chega. Nem mesmo o reconhecimento, por Jair Bolsonaro, de sua gravidade.
Herculano
12/03/2020 06:25
ATÉ CORONAVÍRUS É AMIGO DOS CONGRESSISTAS

O medo e a prudência farão com que as marchas,protestos e passeatas deste domingo contra a irresponsabilidade dos congressistas contra os brasileiros que precisam de empregos, que as reformas sejam aprovas, contra a chantagem e irresponsabilidade permanente de deputados e senadores contra o Executivo e os cidadãos pagadores de pesados impostos, sejam canceladas, ou ao menos diminuídas drasticamente.

Eles estão rindo. Saboreando uma vitória, que sabem ser de pirro. Mas, como são políticos, sobram a cara de pau e falta do senso do ridículo.

Agora, se a manifestação for as ruas, qualquer que seja o tamanho dela, terá que ser multiplicada por três ou quatro diante do quadro de medo do coronavírus.

E se isso acontecer, o aviso está dado. Quando a epidemia passar, o Brasil estará mais pobre, mais nervoso e mais perto das eleições, e os políticos mais expostos. Será mais um tiro que sairá pela culatra. Wake up, Brazil!
Herculano
12/03/2020 06:12
EPIDEMIA É GUERRA, GOVERNOS VIVEM A PAZ DOS CEMITÉRIOS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

É preciso gastar para deter o inimigo novo coronavírus e cuidar dos feridos

A epidemia tem algo de uma guerra. Não há destruição física, mas partes da economia deixam de produzir por falta de gente para trabalhar, de transporte e matérias-primas.

Os danos estão evidentes, mas muitos governos vivem em um mundo de paz. A paz dos cemitérios. Mas é preciso um esforço de guerra ?"mais sobre isso adiante.

Há quem grite nesse silêncio mortal no meio da algazarra dos mercados financeiros, os primeiros a pedir socorro. Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, soltou os cachorros em reunião fechada da cúpula europeia, na terça-feira (10), segundo relatos de jornais europeus: parem de tergiversar, governos precisam gastar.

Juros baixos não movem moinhos destruídos, não animam pessoas travadas pelo pânico ou pela impossibilidade física de trabalhar, não tratam doentes.

O Brasil também terá de pensar em medidas de emergência (que não impedem "reformas"). O número de casos da doença se expande aqui a 30% ao dia, quase o mesmo ritmo do mundo rico. Nessa toada, em 15 dias haverá 2.700 doentes. Haverá paralisia também, em um país mais pobre e desgovernado, em parte na mão de dementes.

Reino Unido e Itália começaram a agir. Lawrence Summers, ex-secretário do Tesouro dos EUA, diz que é "melhor se exceder do que fazer pouco". O governo americano está perdido entre os economistas de auditório de Donald Trump e picuinhas democratas. Apenas o BC deles agiu.

O governo da Alemanha, centro da Europa, está aparvalhado. Tem dívida pública pequena, menos de 60% do PIB, e governo com superávit (!). Muito do establishment alemão tem culto fanático pela austeridade, mas parte dessa elite já diz basta.

Para piorar, a "guerra" da epidemia da covid-19 ocorre em um mundo de várias economias deprimidas ou quase estagnadas desde 2008. O PIB per capita da eurozona cresceu cerca de 0,5% ao ano desde então.
É um mundo enfraquecido ainda por guerra econômica real: EUA versus China, disputa tecnológica, militar e comercial; conflito pelo controle do mercado de petróleo (sauditas contra russos contra petroleiras americanas); ataque ao sistema internacional de comércio, obra de demagogos como Trump.

É também um mundo de desumanidade louca, em que mais gente está largada à própria sorte, sem previdência social para pagar saúde, falta de trabalho e outros desastres da vida, como nos EUA.

Guerra demanda esforço de guerra. É preciso aumentar a produção de alguns bens e serviços, pagar os soldados e o remédio para feridos e desabrigados.

É preciso gastar em hospitais e seus funcionários. É preciso sustentar quem cuida dos doentes, profissionais e famílias que ficam sem trabalhar.

É preciso fazer a economia produzir armas contra o inimigo e rodar em setores que escapem à destruição: investimento em infraestrutura de saúde ou geral: energia, transporte.

Na Europa, Alemanha inclusive, há quem diga até que será preciso cuidar das empresas "refugiadas" da guerra, asfixiadas pela destruição causada pela epidemia. Cuidar como? Até o ponto de o governo colocar dinheiro nessas firmas, se tornando sócio delas. Quem o diz é parte do establishment do pensamento econômico de lá, quase todo linha-dura.

Mercados financeiros derretem? Sim, são um enorme sintoma que pode deixar terríveis sequelas. Mas o problema de base é uma economia paralisada por uma guerra, por uma peste, em mundo de lideranças entre dementes e medíocres.
Herculano
11/03/2020 19:12
da série: deputados e senadores colocam mais despesas nos bolsos dos brasileiros, inclusive pobres; mais impostos para cobrir o rombo do populismo

DEPUTADOS DERRUBAM VETO DE BOLSONARO A MUDANÇAS NO BPC

Conteúdo de O Antagonista. Texto de Cézar Feitoza. Por 302 a 137 votos, os deputados acompanharam os senadores na derrubada do veto de Jair Bolsonaro à lei que amplia o alcance do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Antes, apenas pessoas com deficiência ou idosos com mais de 65 anos que recebessem menos de 1/4 do salário mínimo por mês poderiam solicitar o benefício.

Com a queda do veto, passam a ter direito ao BPC as famílias com idosos ou deficientes que têm renda per capita de até meio salário mínimo.

O impacto nas contas públicas será de R$ 217 bilhões em 10 anos, segundo Bruno Bianco Leal, secretário de Previdência.

A derrubada do veto foi costurada como uma resposta do Congresso à postura de Jair Bolsonaro, que, após o envio dos PLNs, sugeriu sua rejeição pelos parlamentares - traindo o acordo em torno dos R$ 30 bilhões.

Para fontes do Ministério da Economia, a decisão do Congresso significa o fim do teto dos gastos. "Sem teto, o ajuste fiscal só vem com aumento de impostos", afirmou um assessor de Paulo Guedes a O Antagonista.
Herculano
11/03/2020 19:00
da série: e os congressistas dizem não saber a razão pela qual o povo, que deveriam servir mas usam nos votos e impostos para suportar as mordomias, quer ir às ruas neste domingo, mesmo com a ameaça do corona vírus.

EM FESTA, CONVIDADOS DE RODRIGO MAIA DISCUTEM O QUANTO DURA BOLSONARO

Reunião política virou evento improvisado para celebrar os 60 anos de Aécio Neves

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Igor Gielow. Se conversa de salão brasiliense definisse o futuro de governos, Jair Bolsonaro poderia pensar em limpar as gavetas.

Em uma concorrida reunião política transformada em festinha de aniversário improvisada na noite de terça (10), o assunto dominante não era a governabilidade, mas sim o quanto mais o presidente ficaria no cargo.

Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ, à frente), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ, à frente), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) - Marcelo Camargo - 29.ago.2019/Agência Brasil
O consenso apurado entre presentes não foi dos mais otimistas para Bolsonaro.

O palco era naturalmente hostil ao Planalto nesses dias de conflito em torno de emendas orçamentárias: a residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Ele costuma reunir líderes de bancadas e partidos, notadamente do centrão, para discutir a pauta de trabalhos da Casa às terças, e recebeu os convivas com um churrasco.

Só que a terça calhou de ser o dia do aniversário de 60 anos de Aécio Neves (PSDB-MG), o deputado que já foi senador, governador e quase eleito presidente em 2014, só para cair em desgraça no episódio em que foi gravado pedindo dinheiro ao empresário Joesley Batista em 2017.

Aécio segue popular entre seus pares, e isso atraiu convidados de fora do círculo usual do evento. Havia gente de outros Poderes, como o ministro Gilmar Mendes (Supremo Tribunal Federal), um governador, o fluminense Wilson Witzel (PSC), e o secretário do Meio Ambiente do Distrito Federal, Sarney Filho (PV).

Figurinhas carimbadas como Arthur Lira (Progressistas-AL) dividiram o espaço com estranhos no ninho, como os petistas paulistas Arlindo Chinaglia e Paulo Teixeira. Davi Alcolumbre (DEM-AP), vizinho e presidente do Senado, também passou por lá.

Nas rodas de conversa, a avaliação sobre a disputa entre Bolsonaro e Congresso acerca do manejo de R$ 30 bilhões do Orçamento foi de que o esgarçamento da relação demonstrou que não haverá possibilidade de interlocução com o Planalto.

Aqui e ali a pergunta que surgia era: e daí, o que acontece agora? A palavra impeachment só foi ouvida como uma hipótese remota e indesejada, o que explicita o quão atônitos estão os políticos com a recente escalada de agressividade de Bolsonaro.

O presidente pediu apoio aos atos de domingo (15) que, além de defender o governo, sugerem entre suas pautas o fechamento do Legislativo e do Supremo. A manifestação teve como estopim uma crítica do general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), que chamou o Congresso de chantagista na questão do Orçamento.

Ao mesmo tempo em que não vislumbram como se dará o desenlace do embate, muitos dos presentes acreditam que o chão está diminuindo em torno de Bolsonaro, e que dificilmente ele conseguirá reunir condições para mais três anos de governo.

Como isso ocorrerá e de que forma o presidente irá reagir antes disso, por outro lado, são hipóteses para quais não há respostas unânimes.

Enquanto uns preveem uma radicalização proporcional à adesão aos atos de domingo, outros creem que ainda haverá uma tendência de acomodação liderada pela renovada ala militar instalada no Palácio do Planalto.

Também é dada como certa por muitos a saída do general Luiz Eduardo Ramos da Secretaria de Governo, provavelmente por vontade própria.

Responsável pelos acordos com o Congresso, ele se desgastou durante a negociação da questão dos vetos ao Orçamento ?"algo que Bolsonaro depois tentou negar que tivesse ocorrido.

Quem acha que ele pode ficar argumenta que o ministro é muito próximo de Bolsonaro, e que está sofrendo um ataque especulativo por parte dos filhos do presidente.

Sua articulação com o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, e com o chefe da Casa Civil, general Walter Braga Netto, também pesam a favor de sua permanência.
Toioescaro
11/03/2020 14:37
Boa tarde

Segundo informações o bloco da direita formado por prtb psl aliança Brasil e PL estão se organizando para lançar candidato a prefeitura de Gaspar..O nome cotado é do engenheiro Rodrigo althoff estão em busca de um vice forte.. já o PT vai lançar João Pedro sansao com o lema da renovacao. As cartas estáo na mesa..
Miguel José Teixeira
11/03/2020 11:47
Senhores,

Só para PenTelhar:

O que preveem agora analistas que viram dólar a R$ 5 se Haddad fosse eleito...

(mais em https://economia.uol.com.br/cotacoes/noticias/redacao/2020/03/11/previsoes-dolar-r-5-haddad-bolsonaro.htm?cmpid=copiaecola)

Caso, por infelicidade geral da Nação o PeTralha tivesse sido eleito presidente, o REAL hoje, seria chamado de bolívar, à la Venezuela, pois a corja vermelha foi contra a criação do Real no governo do FHC.

1 bolívar venezuelano hoje vale 0,4674 centavos do Real.

Alguém aí se arrisca a teclar com quantos bolívares venezuelanos se compra 1 (um) dólar americano?
Herculano
11/03/2020 07:21
da série: por uma reforma previdenciária mais dura em Santa Catarina

?LÍDERES DE ENTIDADES EMPRESARIAIS E POLÍTICOS APóS REUNIÃO SOBRE PREVIDÊNCIA, por Estela Benetti, no NSC Total, Florianópolis SC

Líderes empresariais e de entidades da sociedade civil do Estado participaram de reunião na noite desta terça-feira, na sede da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), com seis deputados estaduais para discutir a proposta de reforma da Previdência dos servidores do Estado. Do parlamento, participaram o relator do projeto, deputado Maurício Eskudlark (PL) e os deputados Bruno Souza (Novo), Moacir Sopelsa (MDB), Valdir Cobalchini (MDB), Sargento Lima (PSL) e Jessé Lopes (PSL). O presidente da Acif, Rodrigo Rossoni, deixou claro que a redução de gastos prevista na proposta é muito baixa e é preciso fazer uma reforma mais efetiva.

- A idéia, aqui, é criar uma frente parlamentar em prol da Previdência sustentável - afirmou no final do evento o presidente da Acif, Rodrigo Rossoni.

Segundo Rossoni, até agora, tudo o que a entidade obteve de informações sobre a proposta da reforma da previdência é que é insuficiente. Na noite de segunda-feira, no evento de posse da ADVB, o governador Carlos Moisés disse que apoia uma reforma mais efetiva.

O deputado Bruno Souza, que elaborou um amplo documento com dados da Previdência dos servidores do Estado, foi o responsável pela apresentação dos números. Entre os dados que ele destacou estão o fato de SC ser nota "C" no indicador de capacidade de pagamento, o que impede de obter crédito com garantia da União; que a despesa com previdência, no ano passado, alcançou R$ 6,897 bilhões (incluindo as contribuições dos servidores e do governo) e o déficit de 2019 alcançou R$ 4,2 bilhões. O déficit previdenciário do Estado para cada catarinense custou, ano passado, R$ 586.

Um dos dados repetidos pelos deputados que defendem uma reforma mais efetiva é que esse gasto todo, hoje de 27,5% do orçamento, é para apenas 70 mil servidores e pensionistas. Ou seja, são 7 milhões de catarinenses contribuindo para pagar uma minoria e, assim, têm cada vez menos oferta de serviços de saúde, segurança, infraestrutura e até educação.

O momento mais polêmico foi quando a empresária Zena Becker, coordenadora do movimento Floripa Sustentável, cobrou do deputado Maurício Eskudlark os dados que mostrariam que a reforma que está na Alesc, atualmente, é boa. Ele disse que não tinha dados e, logo mais, foi rebatido pelo colega Valdir Cobalchini, que informou uma economia inferior a R$ 900 milhões em 10 anos, com a reforma.

Também a favor de uma reforma mais profunda, o deputado Moacir Sopelsa alertou que se Santa Catarina perder a oportunidade de fazer uma boa reforma, logo vai chegar numa situação semelhante a do Rio Grande do Sul, que tem o terceiro governo parcelando salário e fez uma reforma muito melhor que a proposta de SC.

Sopelsa citou o exemplo de um servidor do Estado que recebe hoje R$ 25 mil de aposentadoria. O salário dele é R$ 12, ele contribuiu sobre R$ 12 mil, mas recebe mais porque teve agregação de função de R$ 5 mil, mais R$ 2 mil pela graduação que fez e mais R$ 2 mil pela pós-graduação, além de outras vantagens. Esse servidor contribuiu sobre os R$ 12 mil de salário e deveria receber aposentadoria sobre esse valor, não sobre os demais. Para mudar isso, a sociedade precisa se mobilizar, disse o parlamentar.

Uma das questões levantadas é o pouco tempo para apreciar a matéria e a dificuldade para conseguir os votos favoráveis à mudança do projeto. O relator disse que pode ampliar o prazo para dois meses, mas o deputado Bruno quer votar rápido porque o custo diário do déficit da Previdência é de R$ 12 milhões.

Entre as lideranças presentes na reunião estavam, também, o ex-presidente e conselheiro da Acif Dilvo Tirloni, o presidente da CDL de Florianópolis Ernesto Caponi, o vice-presidente da Fecomércio SC Marcelo May Philippi, o presidente da Abrasel-SC Raphael Dabdab, o presidente do Instituto de Formação de Líderes (IFL) Leonardo Freitas, o presidente do Observatório Social de Florianópolis Roberto Zardo e o vice-presidente do Observatório Social SC, Carlos Mussi. Alguns parlamentares que não puderam participar enviaram representante. A deputada Paulinha, líder do governo, enviou representante.
Herculano
11/03/2020 07:16
O RONCO DAS RUAS E DOS QUARTEIS

"O Executivo não consegue governar porque o Congresso não deixa. Quando chamamos de 'parlamentarismo branco', é porque o Congresso quer fazer o papel do Executivo". (Eduardo José Barbosa, general da reserva e presidente do Clube Militar)
Herculano
11/03/2020 07:00
MPF DENUNCIA OITO PESSOAS DENTRO DA OPERAÇÃO ALCATRAZ POR SUPERFATURAMENTO EM LICITAÇÃO, por Ânderson Silva, no NSC Total, Florianópolis SC

Oito pessoas foram denunciadas na última sexta-feira pelo Ministério Público Federal (MPF) dentro da operação Alcatraz por superfaturamento em uma licitação de novembro de 2016 feita pela Secretaria de Administração. O edital previa a contratação de serviços de telefonia para a Agência de Desenvolvimento Regional (SDR) de Laguna, que havia sofrido com danos de chuvas ocorridas à época na região Sul de Santa Catarina.

Segundo a denúncia do MPF, obtida com exclusividade pelo NSC Notícias, da NSC TV, o grupo investigado beneficiou a empresa vencedora da licitação com um sobrepreço de R$ 164 mil, valor que teria sido depois dividido entre os envolvidos. Ao todo, saíram dos cofres do governo do Estado R$ 234 mil, enquanto o valor médio das licitações para o mesmo serviço girava em torno de R$ 69 mil, conforme os procuradores.
Entre os denunciados estão o ex-secretário adjunto de Administração, Nelson Castello Branco Nappi Junior, empresários e servidores estaduais. Eles vão responder por crimes como corrupção, peculato e dispensa de licitação sem necessidade.

Dentro do pedido do MPF, os procuradores querem que os envolvidos sejam obrigados a devolver os R$ 164 mil de sobrepreço aos cofres públicos. A decisão cabe à juíza Janaína Cassol Machado, responsável pela operação na Justiça Federal de Florianópolis.

Contraponto

A defesa de Nelson Nappi ainda vai se inteirar da denúncia, mas diz que ele nega que tenha cometido qualquer ato ilícito como secretário-adjunto de Administração do Estado.
Herculano
11/03/2020 06:57
TUDO FRAUDADO

Já pedi ao meu banco, que não quero mais extrato feito pelo computador, só os feitos a mão, com assinaturas do gerente do gerente da conta, da agência e minha.

É que os programas podem ser fraudados, como dizem por ai no caso das eleições. Na dúvida, devemos voltar ao tempo do escrito ou do fio do bigode.
Herculano
11/03/2020 06:54
O MENSALINHO DIGITAL BOLSONARISTA

Conteúdo de O Antagonista. O inquérito ilegal das Fake News, conduzido pelo STF, apurou que empresários bolsonaristas gastam até 5 milhões de reais por mês para financiar sua rede de ataques virtuais.

"As apurações indicam que eles bancam despesas com robôs e produção de material destinado a insultar e constranger opositores de Bolsonaro nas mídias digitais", diz o Estadão.

O Antagonista e a Crusoé, censurados por Alexandre de Moraes, foram constrangidos pelo STF no âmbito do inquérito, e é insultado nas mídias digitais por essa gente.
Herculano
11/03/2020 06:50
COMISSÃO DO PSL VAI JULGAR DEPUTADOS POR INFIDELIDADE, por Moacir Pereira, no NSC total, Florianópolis

O Conselho de Ética do PSL vai se reunir, as 19h, para iniciar o julgamento de quatro deputados do partido que são acusados de atos de infidelidade partidária. São eles o líder deputado Sargento Lima, mais Felipe Estevão, Ana Campagnolo e Jessé Lopes.

Nos bastidores há informações seguras indicando aplicação de penalidade aos quatro parlamentares. Eles são justamente os mais identificados com o presidente Jair Bolsonaro.

Apoiadores dos deputados estão anunciando protesto durante o julgamento. Pretendem levar faixas, cartazes e melancias, em crítica indireta ao governador Carlos Moisés da Silva, que é responsabilizado pelos processos e criticado por ter sido eleito pela direita e governar com a esquerda.
Herculano
11/03/2020 06:45
GOVERNO TEM ATRAPALHADO, DIZ ARMÍNIO FRAGA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Economista rejeita mais gasto, pede plano racional de reformas e comenta riscos financeiros

Arminio Fraga lidou com a grande crise da desvalorização do real, faz 21 anos. Era o recém-nomeado presidente do Banco Central quando a então recente estabilização da moeda parecia ir para o vinagre. O que fazer agora?

O economista e financista não propõe medidas heroicas. É o caso de "evitar grandes ruídos nas mais diversas áreas, manter a disciplina macro e tocar a agenda de reformas. O Congresso tem feito muito, mas precisa de mais ajuda do Executivo". O governo tem atrapalhado.

Fraga observa que o primeiro ano do governo poderia ter sido aproveitado para mais reformas, mas então nem as prioridades foram apresentadas com clareza. Perdeu-se tempo com um plano de reforma tributária inviável, em parte pela ideia de recriar uma CPMF, por exemplo.

Até agora, não se sabe quais são as prioridades e tampouco o governo parece saber o que quer fazer. Há confusão, desarticulação política no Congresso. "Pela confiança, não estão ganhando o jogo".

Aumentar o gasto público, mesmo de modo emergencial, a fim de elevar o investimento, não seria uma opção.

Sim, houve um colapso do investimento público, que está em mínimos históricos. "Algum investimento público é indispensável. Agora, não vejo como aumentar, o Estado está quebrado".

0
Arminio Fraga é economista e foi presidente do Banco Central de 1999 a 2002, na gestão FHC - Ricardo Borges-17.set.19/Folhapress
Países que têm crédito no mercado pagam juros baixos, como EUA e Alemanha, podem investir em época de crise. Não seria o caso de quem teve problemas de excesso fiscal e tem dívida alta, argumenta.

"Neste momento, uma tentativa de aumentar despesa, mesmo estritamente direcionada a investimento, tende a desestabilizar tudo e ter efeito contraproducente. Por ora, nosso problema ainda é reencontrar espaço fiscal para fazer investimento público".

Crescimento ainda menor que o ora previsto ou até a estagnação de fato mudam o receituário de curto prazo?

"O BC está explorando os limites da queda de juros, uma novidade para nós. Dados os riscos internos e externos recomenda-se alguma cautela. Essa parece ser a nossa sina".

Há algum risco financeiro submerso, dados os solavancos financeiros e a ameaça de crise econômica?

Fraga diz não ver problemas nos canais financeiros, que estariam azeitados, e menos ainda nos bancos.

Nada a ver, por exemplo, com o que se viu nas crises financeiras de 2008 nos EUA, com paralisia nos empréstimos interbancários, ou de 2012, com bancos europeus com problemas nos créditos para países endividados. Mas acha que ainda é difícil ter ideia mais precisa dos efeitos do tumulto.

Algum outro efeito mais concreto nas finanças por aqui?

Pode-se pensar na reação de investidores de varejo. Houve facilidades e interesse, devido aos juros baixos, de investir em ações e debêntures. Com as quedas e variações de preços violentas, pode haver um abalo nos ânimos.

"É um aspecto novo no mercado brasileiro, que é interessante acompanhar. Houve alguma euforia, que acabou de acabar". Esses tombos no mercado contribuem para diminuir a confiança do setor real.

"Além da timidez do gasto, tanto no consumo quanto no investimento, pega no câmbio, que por ora está reprimido pelas declarações do Banco Central. Mas estão apenas reprimindo a volatilidade. Se o clima geral [no mercado] seguir nessa toada um tanto bizarra, aquilo que hoje se reprime volta mais forte no futuro".

A queda da despesa do governo (em obras, equipamentos etc.), não foi compensada pelo investimento privado. "Em parte, porque há capacidade ociosa, em parte porque a perspectiva é de crescimento lento, um pouco disso tem a ver com confiança, que depende também do governo, que tem atrapalhado".

O que vai ser de EUA e Europa? A hipótese é recessão: "Com sorte de curta duração, mas esses processos às vezes adquirem vida própria".
Herculano
11/03/2020 06:32
REFORMA 'NÃO MEXA NO MEU' SERÁ UM GRANDE FIASCO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Apontada como solução para todos os males, a Reforma Administrativa do governo será apenas a "Reforma Não Mexa no Meu", que adiará os próprios efeitos por décadas, talvez meio século, a fim de preservar as vantagens e mordomias que deveria extinguir. A rigor, a reforma será definida pela elite de servidores que influencia a posição de ministros de Estado, de parlamentares e de ministros do Supremo. A bola de ferro no calcanhar do Brasil continuará: ninguém abre mão de regalias.

(MÁ) SORTE SELADA

Bolsonaro afagou os ouvidos até da pelegada que se opõe a ele: a reforma só vai afetar quem ainda não ingressou no serviço público.

PAÍS? ORA, O PAÍS

Os "direitos adquiridos" serão alegados para manter auxílios moradia, babá, paletó, gasolina, avião, alimentação... O País que se exploda.

CHANCE PERDIDA

Empacou a versão inicial da reforma do ministro Paulo Guedes porque era o que precisa ser feito. Quase provocou infarto coletivo no Planalto.

PARINDO O RATO

O projeto de reforma empacou porque Paulo Guedes se recusa a participar do esforço de construir montanha para parir um rato.

CÂMARA IGNORA SERVIDORES EXPOSTOS A CORONAVÍRUS

A Câmara dos Deputados é um dos locais mais propícios para eventual propagação nacional do coronavírus, mas servidores em viagem para regiões de alta incidência da doença, no exterior, estão indignados com tratamento da Casa. Grupo de doze servidores que estava na França, perto da Itália, entrou em contato com seus empregadores sobre o que pode ser feito para garantir-lhes o retorno. A Câmara ignorou os seus.

PRATO CHEIO

Enfurnados em salas e corredores sem ventilação natural, servidores, deputados e visitantes são alvos fáceis para espalhar o vírus pelo país.

NÃO TÁ COMIGO

A Câmara diz que houve um pedido de orientação "pelo canal errado", mas, liberada pela Anvisa, a servidora não apareceu para avaliação.

TRABALHO Só SOB PRESSÃO

Apenas quando a chefia entrou em ação, o departamento médico da Câmara falou do protocolo do Ministério da Saúde e se dispôs a ajudar.

CADÊ AS PROVAS?

O presidente Jair Bolsonaro não compartilhou com seus advogados eleitoralistas quaisquer provas de fraude no primeiro turno da sua eleição de 2018. "Se ele as tem, precisa apresentar", disse um deles.

TRÂMITE 'NATURAL'

A comissão no Congresso que analisa a MP Verde e Amarela, texto do governo para modernizar relações do primeiro emprego, deve votar hoje relatório que cria a lei abarrotada de emendas de parlamentares.

SERPENTÁRIO

Uma serpente provocou momentos de inquietação, nesta terça (9), no Anexo IV da Câmara, onde se encontra a maioria dos gabinetes de deputados federais. Não foi identificada sua filiação partidária.

VÍRUS NA ECONOMIA

O Barômetro Global Coincidente da FGV caiu 14,4 pontos em março; de 92,4 pontos para 78,0 pontos. E o levantamento ainda não leva em consideração a propagação da epidemia para além da Ásia. A média histórica do índice da economia mundial é de 100 pontos.

ACIDENTES CUSTAM BILHõES

Segundo o boletim Economia em Foco, da Confederação Nacional do Transporte, de 2009 a 2019 foram gastos R$ 156 bilhões com acidentes. Mas nesse período, acidentes com vítimas caíram 8,4%.

SEM MATO

De acordo com estudo da CNT com dados da Polícia Rodoviária Federal, quando o mato cobre totalmente as placas de trânsito, o risco de morte é quase 2 vezes maior do que na situação mais segura.

LAVA JATO, 6 ANOS

Após 70 fases em seis anos, a operação Lava Jato realizou 1.343 buscas e apreensões, 130 prisões preventivas, 163 temporárias, 118 denúncias, 500 acusados, 52 sentenças e 253 condenações (165 nomes únicos). No total já foram 2.286 anos e 7 meses de penas.

NA SURDINA

Enquanto mídia e contribuintes se concentravam no coronavírus, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou relatório de Eduardo Braga (MDB-AM) que muda a forma como se dividem os bilhões oriundos do petróleo no Pré-sal. Só falta passar pelo plenário.

PENSANDO BEM...

...para um vírus pouco letal, o coronavírus bem que assassinou rapidamente a recuperação econômica.
Herculano
11/03/2020 06:22
CHEGA DE "ROUBA, MAS FAZ", por Roberto Livianu, procurador de Justiça, doutor em direito pela USP, idealizador e presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, no jornal Folha de S. Paulo

Não devemos permitir a eternização dos que só querem se servir do poder

Há alguns anos, o político Paulo Maluf moveu ação pedindo indenização por danos morais contra o jornalista José Nêumanne Pinto pelo uso frequente do termo "malufar" como sinônimo de roubar. O juiz teve a coragem de indeferir a petição inicial do processo. Afirmou que fatos notórios não dependiam de provas e que seria do conhecimento de todos que Maluf era um político ladrão e, portanto, o termo "malufar" já tinha se tornado um neologismo incorporado à língua portuguesa, sendo incogitável pensar em condenar o jornalista por danos morais pelo uso de tal termo.

Aliás, não é sem motivo que muitos acreditam ser Maluf o mito nacional, o criador, a origem da expressão "rouba, mas faz" - que, na realidade, é a máxima ademarista. Refiro-me a Ademar Pereira de Barros, nascido em 22 de abril de 1901, em Piracicaba (SP), e falecido em Paris em 12 de março de 1969.

Ademar de Barros governou o estado de São Paulo por três vezes (uma delas como interventor), foi um dos principais apoiadores do golpe de 1964 e por duas ocasiões tentou ser presidente da República. Foi o grande articulador da criação do Partido Social Progressista (PSP), para sua autopromoção.

Como registra Affonso Ghizzo Neto, em "A Corrupção na História do Brasil", obra coletiva do Instituto Não Aceito Corrupção publicada em 2019, "as administrações públicas de Ademar de Barros foram marcadas pela realização - com grande marketing político - de obras faraônicas em todo o estado de São Paulo, entre elas: as rodovias Anchieta e Anhanguera, o Hospital das Clínicas, o autódromo de Interlagos, a Casa de Detenção de São Paulo, a Ceagesp e o aeroporto de Viracopos. Ao vincular sua imagem pessoal à inauguração de grandes obras com visibilidade marcante, Ademar aumentou sua popularidade entre todas as classes sociais, inclusive - pouco importava - com a fama conjunta de governante corrupto, pois, ainda que roubasse, seria um grande realizador de obras. Em resumo, restou consagrado: "rouba, mas faz".

Os registros históricos apontam que, ao ser Ademar percebido como corrupto na década de 1950, seus defensores, ao invés de negar os desvios, os abusos, os atos de corrupção, começaram a afirmar sem escrúpulos que ele roubava, mas realizava, o que contribuiu para a sedimentação do slogan político que muitos acreditam indevidamente pertencer a Paulo Maluf.

Na verdade, ele representava uma liderança política personalista que influenciou habilidosamente toda uma geração. Manipulava as massas. Era o homem bondoso a quem os recebedores das benesses estatais se tornavam eternamente devedores, o rei do clientelismo, o mago do patrimonialismo populista, o líder carismático de dimensões divinas, que dava ao Estado caráter transcendental, o grande pai. Verdadeiro e legítimo monumento hoje demolidor dos princípios constitucionais de 1988 da moralidade, legalidade e impessoalidade.

Nas eleições gerais de 2018, tivemos uma brisa de renovação (no Senado, da ordem de 85%), ainda que muitos processados por corrupção tenham sido eleitos. E, nas últimas semanas, tomamos conhecimento de que os bens de Paulo Maluf fora do Brasil foram confiscados e suas ações em empresas se encaminham para leilão - o que nos gera a sensação de justiça efetiva em relação a ele, ícone nacional de corrupção. Sabemos que faltam ainda muitos outros. Estamos certamente tocando a ponta do iceberg, mas estamos no caminho.

Um desafio complexo que precisaremos enfrentar e vencer é o de mostrar para cada cidadão que não precisamos de salvadores da pátria, que o político "rouba, mas faz", tanto de direita como de esquerda, trai o povo. A entrega da obra não deve isentar de pena o desvio de verba, o enriquecimento pessoal.

Que o eleitor saiba que, ao trocar seu voto por uma dentadura ou por uma cesta básica, está vendendo sua dignidade, sua alma e o futuro da nação. Que o único caminho é o da integridade no escrutínio da eleição que teremos em 4 de outubro para a escolha dos novos prefeitos e vereadores. Não devemos permitir a eternização nem a concessão de qualquer espaço político para aqueles que só querem se servir do poder. Chega de "rouba, mas faz"!
Herculano
11/03/2020 06:04
DRAUZIO VARELLA PODE DEIXAR A GLOBO

Conteúdo do MBL News. Texto de Paulo Rocha.Equipe da Globo avalia culpar alguém pela repercussão negativa da reportagem de Suzy.

Na tarde desta terça-feira (10), o Doutor Drauzio Varella pediu desculpas à família do menino que foi vítima da transexual Suzy. "Ser médico orienta meu olhar em todas as situações", disse ao explicar que não participou da matéria veiculada pelo Fantástico como "juiz".

A relevante informação era de conhecimento da Globo, que não informou em nenhum momento da série o motivo de Suzy estar presa. Toda gravação ou entrevista com detentos necessita de autorização prévia da Justiça.

Segundo Keila Jimenez do R7, após a repercussão do caso, o caso gerou uma crise interna gigante dentro da emissora. De um lado, todos querem um "culpado" para demitir e justificar a culpa. A produção e a direção do programa enfrentaram reuniões e mais reuniões desde então e sabem que alguém vai pagar o preço.

Internamente há uma divisão de opiniões. Há quem acredite que mesmo que não tenha existido a intenção de manipular, a edição da série das trans induziu o público a se comover e sentir compaixão. Faltou precisão e seriedade jornalística. Porém, do outro, há os que acreditam que se "contassem" o crime cometido, o objetivo da série não seria atingido.

No entanto, Drauzio está abalado com toda história, ele fechou os comentários no seu Instagram, parou de responder seguidores e se recolheu.

Segundo o noticiado na coluna, com a repercussão negativa, pessoas próximas afirmam que Drauzio avalia a possibilidade de se retirar de vez da televisão e evitar as polêmicas.
Herculano
11/03/2020 05:59
O CASSANDRA VÍRUS, por Guilherme Fiuza, no site do Gazeta do Povo, Curitiba PR

Já pensou se todo o espaço dado no noticiário ao PIB de 1,1% tivesse sido dado também à menor taxa de juros da história? Não dá pra imaginar, né? Então vamos ser mais modestos: já pensou se a menor taxa de juros da história merecesse metade do espaço dado ao PIB de 1,1%? Continua difícil de imaginar, né? Mas sonhar é de graça, então vamos passear um pouco mais no mundo da imaginação.

Como seria se a repercussão da alta do dólar fosse a mesma que a da queda do desemprego? Ia ter gente sem nem saber onde anda a cotação da moeda americana...

Imagina se a infinidade de manchetes sobre a subida do preço da carne se repetisse um mês depois, quando o preço da mesma carne caiu... Ok, vamos fazer por menos: se a queda do preço tivesse merecido um terço das manchetes de quando a carne cara virou sinônimo de crise nacional. Parece delírio? Então vamos continuar delirando, que a carne é fraca.

Solte sua mente e tente pensar como seria se a carne - ainda ela, a vilã temporária de uma disparada inflacionária que não existiu - reaparecesse dominando o noticiário quando os Estados Unidos decidiram, depois de quase três anos, voltar a comprar carne brasileira. Como seria se essa decisão tão importante para a economia nacional fosse para o topo do debate sobre a... economia nacional ?" a exemplo do surto catastrófico de dois meses antes com a subida do preço da mesma carne?

Aí você vai interromper este delírio para advertir: deixa de ser burro! Quer comparar a monotonia de uma boa notícia com o charme da catástrofe?! Você tem toda razão, não dá nem pra saída.

Mas vai dar uma voltinha aí no jardim das cassandras em flor que nós vamos dar mais uma delirada aqui.

Imagina se a barulheira com a queda da bolsa tivesse acontecido durante um ano inteiro de recordes sucessivos na mesma bolsa? Aí você interrompe o passeio para explicar: só a queda faz barulho. Subida é silêncio ?" a não ser que bata no teto. Alguém poderia argumentar que a bolsa furou o teto em 2019, o que você rebateria com facilidade: teto é metáfora, chão é realidade.

Claro que 100 mil pontos na bolsa não é nem nunca será chão ?" mas ninguém aqui vai querer estressar a sua jardinagem fúnebre. Continuemos nosso devaneio sem querer ofender ninguém.

Lembra a mobilização do debate nacional em torno da notícia (falsa, mas isso é problema dela) de que a Amazônia estava desaparecendo numa progressão sem precedentes e escandalizando o mundo? Então tenta imaginar uma fração desse interesse para difundir que o mundo está voltando a confiar no Brasil, como mostra o menor risco país da década. Difícil imaginar, né? Ok, nessa nós fomos longe demais.

Então vamos para de imaginar e falar das coisas como elas são. O PIB tão comemorado pelos fracassomaníacos não revoga a realidade que eles deploram: todos os setores da economia aumentaram suas previsões de investimento e voltaram a contratar. As reformas fiscais, a queda dos juros e a desburocratização (Liberdade Econômica) estão favorecendo o empreendimento - o que já aparece no próprio PIB, com o aumento do crescimento do setor privado em relação ao setor público.

Tem muita gente trabalhando duro contra os parasitas e as epidemias. A pior delas é a do cassandra vírus."
Herculano
11/03/2020 05:55
BOLSONARO INVESTE NO TUMULTO E CULTIVA CLIMA DE RUPTURA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Com suspeita sem provas sobre eleição, presidente tenta reforçar sua aposta no caos

Em momentos de tensão, Jair Bolsonaro gosta de investir no tumulto. O presidente aproveitou o caos que se desenha na economia para lançar novas suspeitas sem provas sobre o resultado das eleições e ampliar sua carga de intimidação sobre o Congresso. De quebra, desdenhou do coronavírus e levantou hipóteses de traição dentro do Planalto.

O pacote é mais do que um lance de diversionismo. Ele cumpre o papel de desviar atenções e mascarar o fato de que o governo não tem um plano para conter os riscos para a economia, mas o objetivo principal de Bolsonaro é alimentar a desordem e cultivar um ambiente cada vez mais favorável a rupturas.

O presidente não explicou como pretendia reagir ao derretimento das Bolsas em seu encontro com brasileiros em Miami, na segunda (9). Preferiu fabricar mais um elemento de incerteza ao fazer um novo ataque à lisura das últimas eleições.

Um ano depois de assumir o poder, ele se queixou de ter sido alvo de uma falcatrua que teria impedido sua eleição em primeiro turno. "No meu entender, teve fraude", afirmou.

O TSE rebateu Bolsonaro e repetiu que as urnas são seguras. O presidente alegou ter provas, mas não exibiu nenhuma evidência. Seu propósito, afinal, é apenas lançar dúvidas para produzir um clima permanente de desequilíbrio.

No dia em que a Bolsa despencou 12%, o presidente só observou o pânico. Disse que as preocupações com o coronavírus eram exageradas e, na manhã seguinte, deu de ombros: "Isso acontece esporadicamente".

Em vez de apontar para águas mais tranquilas, Bolsonaro faz questão de agitar o barco. Trabalha para ampliar as tensões com o Congresso e desfazer a negociação que ele mesmo assinou para partilhar o controle do Orçamento. Inventou ainda uma conspiração grave ao dizer que o acordo foi uma rasteira de seus auxiliares.

A conduta irresponsável não é acidental. Este é o governo que torceu por uma onda de protestos para reagir com medidas de exceção, como o AI-5. A instabilidade seria uma desculpa para ampliar seus poderes.?
Herculano
11/03/2020 05:52
A POLÍTICA DO PETR?"LEO, por Carlos Brickmann

A Arábia Saudita pediu à Rússia que reduzisse a produção de petróleo, já que a China diminuiu as compras e o preço iria cair. A Rússia recusou. E os sauditas reagiram duro: reduziram o preço do petróleo em 30% e anunciaram o aumento da produção em quase três milhões de barris por dia. Mas, além de mostrar a força econômica, os sauditas têm também um objetivo político.

A derrubada do preço do petróleo atinge pesadamente o Irã, inimigo dos sauditas. Sufocado por imensas despesas militares, as finanças sofrendo com o embargo americano, o Irã depende de vendas de petróleo no varejo. Não tem como suportar a queda dos preços. A Venezuela também terá problemas sérios (e, embora não seja exatamente inimiga dos sauditas, é amiga do Irã). A Rússia, que apoia o Irã, protege o regime sírio (mal visto pela Arábia Saudita) e bombardeia grupos armados ligados de alguma forma aos sauditas, não vai falir por causa da queda do petróleo, mas terá grandes prejuízos. Talvez aprenda que, em petróleo, os sauditas são os mestres.

Os americanos também têm perdas ?" a produção de shale oil, o petróleo de xisto, fica inviável. Mas as usinas não são tão caras, podem ficar paradas até que o negócio volte a valer a pena. E os Estados Unidos, enquanto isso, podem importar petróleo barato e até crescer na crise (a menos que os vírus o impeçam).

Os Estados Unidos são o maior aliado mundial dos sauditas. Já o Brasil? de acordo com nosso Governo, não existe crise, apenas fantasia.

MAROLINHA E FANTASIA

A última grande crise econômica mundial foi chamada pelo então presidente Lula de "marolinha". Até hoje pagamos os custos da marolinha. A atual crise é chamada pelo presidente Bolsonaro de "fantasia". A fantasia fez com que a Bolsa recuasse aos índices anteriores à sua posse. O dólar bate recordes. O valor das empresas cotadas em Bolsa se reduziu em quase meio trilhão de reais (embora não haja perda real para quem tiver condições de manter as ações, sem vendê-las às pressas, esperando que voltem ao normal).

Bolsonaro também diz que a questão do coronavírus não é tudo que a grande mídia propaga. Se tiver razão, a Universidade Harvard é dirigida por malucos que suspenderam as aulas por causa do noticiário da imprensa sobre o coronavírus. O caríssimo futebol europeu é dirigido por idiotas que, por causa da imprensa, perdem dinheiro jogando em estádios sem torcida. Os israelenses são dirigidos por irresponsáveis que, acreditando na imprensa, impuseram isolamento de 14 dias a visitantes de qualquer parte do mundo.

Bolsonaro tem certeza do que diz, tanto que convoca manifestação em todo o país em que milhares de pessoas poderão se expor ao coronavírus.

MUY AMIGO

Trump convidou Bolsonaro para jantar em seu resort de Mar-a-Lago, na Florida, uma beleza cinco-estrelas - e, mais importante, numa propriedade de Trump, algo pessoal, informal, não burocrático. Trump chamou Bolsonaro de "bom amigo", "que está fazendo um trabalho fantástico", garantiu que os Estados Unidos sempre "ajudarão o Brasil", que as relações entre os dois países estão em excelente momento. Mas não quis se comprometer a evitar o aumento de tarifas sobre importações de aço e alumínio brasileiros. "Não faço nenhuma promessa".

Tudo bem: promessas são sempre boas, agradáveis, simpáticas, desde que não se acredite nelas.

RACISMO, NÃO

Houve quem acreditasse que usando perfis falsos na Internet poderia fazer o que quisesse. Duas pessoas que acreditaram nisso, e usaram perfis falsos para agredir na Internet a jornalista Maria Júlia (Maju) Coutinho, da Rede Globo, acabam de ser condenados. Ambos fizeram ataques racistas contra Maju. Foram identificados, processados e sentenciados. Érico Monteiro dos Santos foi condenado a seis anos de prisão e Rogério Wagner Castor Sales a cinco, ambas as penas em regime semiaberto. O juiz Eduardo Pereira Santos Jr., da 5ª Vara Criminal, de São Paulo, condenou-os também por corrupção de menores, por terem levado três adolescentes a cometer o mesmo crime.

OS CRIMES

O juiz, citado pelo ótimo portal Consultor Jurídico, concluiu que ambos cometeram crimes de racismo e injúria racial. "O racismo, no caso, deu-se em sua forma qualificada, eis que as frases de ódio racial e de cor foram publicadas na página virtual do Jornal Nacional da Rede Globo, ou seja, em ambiente de amplo acesso ao público. Está caracterizado também o crime de injúria racial". Duas outras pessoas foram absolvidas por falta de provas. Os condenados podem recorrer da sentença em liberdade.

BOA NOTÍCIA

Lembra-se dos tempos de Jayme Lerner, em que Curitiba se transformou em símbolo de cidade bem administrada? Pois bem: um dos seus assessores mais próximos sai candidato a vereador pelo PDT curitibano, e com apoio formal de Lerner. Se votasse lá, este colunista votaria em Gerson Guelmann.
Herculano
11/03/2020 05:44
ECONOMIA ENSINA QUE ESPERANÇA NÃO É ESTRATÉGIA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Guedes deve ter seus motivos para estar tranquilo, mesmo que seja um dos poucos com essa serenidade
A Bolsa de Nova York teve a maior queda desde a crise de 2008, a de São Paulo suspendeu o pregão, fechou com um tombo de 12% e o dólar bateu em R$ 4,73. Diante desse quadro, o doutor Paulo Guedes disse que "estamos absolutamente tranquilos", pois sua equipe "é serena, experiente". Nada contra, salvo os precedentes.

Em 2008, Lula disse que a grande recessão americana chegaria ao Brasil como uma "marola". Deu no que deu. Em 1979 e 1980, diante de uma alta do petróleo e dos juros americanos, o governo brasileiro (e o FMI) garantiam que a dívida externa seria administrável. O país quebrou, entrando na sua década perdida. Em 1973, quando o mundo sofreu o primeiro choque do petróleo, o Brasil era apresentado com uma "ilha de tranquilidade".

Paulo Guedes deve ter seus motivos para estar tranquilo, mesmo que seja um dos poucos ministros da Economia com essa serenidade. Seus antecessores acreditaram que crises podiam ser mitigadas com otimismo. Como ensinou Tim Geithner, o ex-diretor do Federal Reserve Bank de Nova York e ex-secretário do Tesouro americano, que toureou a crise de 2008, "esperança não é estratégia".

Ninguém explicou a origem do pânico financeiro das últimas semanas. Atribuí-lo ao coronavírus é pouco. Se for só isso, a economia mundial tomará um tombo em 2020. Em 1973, quando os países exportadores de petróleo começaram a aumentar o preço do barril, poucos se deram conta do tamanho da encrenca. Seis anos depois, quando o aiatolá Khomeini derrubou o Xá do Irã e provocou a segunda alta do petróleo, muita gente achava que ele era um velhinho bondoso de barbas brancas. Em 2008, quando o economista Nouriel Roubini previa a crise bancária, chamavam-no de "Doutor Fim do Mundo". Ele virou profeta e, na segunda-feira (9), diante da queda do preço do petróleo somada ao coronavírus, tuitou: "recessão e crise à vista".

A serenidade de Guedes inquieta quando ele diz que "a democracia brasileira vai reagir, transformando essa crise em avanço das reformas". Uma coisa tem muito pouco a ver com a outra. Viu-se isso com o pibinho que se seguiu à reforma da Previdência. Essa e todas as propostas de Guedes podem melhorar a situação da economia, mas são mudanças de médio prazo. Democracia não reage, apenas existe ou deixa de existir. Misturando-se banana com laranja consegue-se apenas travestir um mau cenário econômico, fantasiando-o como questão política.

A crise de 2008 deveu muito a um clima de festa da banca, mas quando um sujeito é responsável pela administração de uma economia deve conhecer seus limites. Em março daquele ano, quando a banca não falava em crise, o presidente George Bush submeteu ao seu secretário do Tesouro, Henry Paulson, um discurso no qual diria que o governo não salvaria empresas. Paulson surpreendeu-o pedindo-lhe que cortasse a afirmação. Em setembro o mundo caiu. Ele conhecia o mercado e evitou que o presidente dissesse algo que poderia obrigá-lo a desmentir-se.

O Fed de Nova York tem hoje uma caçadora de encrencas potenciais no comportamento e nas certezas dos banqueiros. Ela se chama Margaret McConnell e ensina: "Nós gastamos tempo procurando pelo risco sistêmico, mas é ele quem tende a nos achar."
Herculano
10/03/2020 16:08
NÃO SABE O QUE FALA

da deputada Federal pelo PT do DF, Érika Kokay, no twitter:

Tem saída pra crise? Sim!
- revogar imediatamente a EC 95;
- aumentar investimento público;
- incluir os pobres no orçamento e tratá-los como solução e não como problema;
- enfrentar os banqueiros e o sistema da dívida;
- ter um plano inclusivo e soberano de desenvolvimento.

LEVIANA

De Rubinho Nunes, do MBL, também no twitter:

Não seja leviana,@erikakokay:
_ A EC 95 reduziu a escalada dívida/PIB - 76% com a Dilma
- Não há $ p/ investimento pois há déficit fiscal desde a Dilma
- O que afeta o pobre é a inflação, hj 4%, na Dilma 10,6%
- Os bancos lucraram 8x mais c/ PT. Juros de 14,25%. Hj é 4,5%
Herculano
10/03/2020 15:42
SAMAE INUNDADO

O fato é repetido. O aprendizado, nulo. Mais uma vez o pessoal da Rua Brusque e Frei Godofredo, em Gaspar, ficou sem água. Uma máquina da empreiteira achou o cano do Samae na Rua Barão do Rio Branco.

Chamado, o Samae foi lá. Desligou a rede errada e não só a que precisava ser consertada. Depois de horas, descobriu-se que o registro fechado, era o errado. Acorda, Gaspar
Herculano
10/03/2020 15:23
da série: o ronco das ruas. Era para ser na terça-feira passada, passou para a quarta-feira seguinte; foi transferido para hoje, mas pode ir para amanhã.

PROJETO QUE DÁ AO CONGRESSO O CONTROLE DE R$15 BI DEVE SER ADIADO

Conteúdo do Congresso em Foco. Texto de Lauriberto Pompeu. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), disse ao Congresso em Foco que a votação dos projetos de lei do Congresso Nacional (PLNs) que regulamentam o orçamento impositivo devem ficar para a quarta-feira (11). Há uma sessão do Congresso Nacional marcada para esta terça-feira (10), mas ela não deve conseguir analisar os projetos.

"Temos que votar nove vetos antes dos PLNs. Mais provável ficar para amanhã", disse Bezerra. Os PLNs foram enviados na semana passada pelo governo federal como parte de um entendimento sobre a disputa por R$ 30 bilhões de emendas de relator do orçamento de 2020.

Na última quarta-feira (4), deputados e senadores aprovaram o veto de Jair Bolsonaro e tiraram das mãos do deputado Domingos Neto (PSD-CE) o controle da quantia. Os PLNs dividem meio a meio os R$ 30 bilhões entre governo e Congresso.

Apesar disso, na segunda-feira (9) o presidente Jair Bolsonaro pediu que os projetos que regulamentam a divisão não sejam votados e que, se isso ocorrer, as manifestações marcadas para o dia 15 podem não acontecer .

Um dos líderes do Muda, Senado e contrário ao aumento do poder do Congresso no orçamento, o senador Álvaro Dias (Podemos-PR) minimizou a declaração de Bolsonaro:

"Ocorre que já estamos acostumados. Quase sempre o presidente diz uma coisa para a plateia e pede para seus apoiadores no Congresso fazer outra. Portanto para nós o que ele fala é indiferente".

Partidos como MDB, DEM e PSDB já indicaram que devem apoiar a aprovação do PLNs. O senador paranaense não esconde a dificuldade de barrar os projetos, mas adota tom otimista: "teremos dificuldades, mas confiamos no bom senso da maioria".

O líder da oposição no Senado, Radolfe Rodrigues (Rede-AP), disse que a oposição vai orientar o voto contrário aos projetos que regulamentam os R$15 bilhões do orçamento para o Congresso. De acordo com o senador da Rede, a oposição na Câmara dos Deputados deve fechar a mesma orientação.
Herculano
10/03/2020 14:51
"NÃO HOUVE UMA ÚNICA IMPUGNAÇÃO AO SISTEMA MINIMAMENTE SÉRIA"

Conteúdo de O Antagonista. Marco Aurélio Mello rechaçou hoje a declaração de Jair Bolsonaro que apontou fraude na eleição de 2018.

"O que posso dizer é que capitaniei as primeiras eleições informatizadas, em 1996, nos municípios com mais de 100 mil eleitores. E de lá para cá não houve uma única impugnação ao sistema minimamente séria. Daí se preserva a vontade do eleitor. E ninguém coloca em dúvida a lisura da Justiça", afirmou o ministro.

"Tempos estranhos. Pelo menos de tédio nós não morremos", concluiu.
Herculano
10/03/2020 14:45
da série: o que os deputados estaduais não conseguem enxergar: 95% dos catarinenses sustentado 5%.E depois não querem que ninguém vá a rua para reclamar deles

O COLAPSO DA PREVIDÊNCIA JÁ TEM DATA MARCADA, por Roberto Azevedo, no Makingof

Se considerado que o maior déficit do governo do Estado é o encargo da dívida pública, cerca de R$ 19 bilhões - com a possibilidade de renegociação de R$ 2,6 bilhões este ano, caso a Assembleia aceite a operação com o BIRD -, e se nada ocorrer de mais grave em termos de repercussão financeira ou eventual crise econômica, em 2025 ocorrerá o colapso do pagamento das aposentadorias e pensões dos servidores.

Esta é a projeção do Iprev sem a Reforma da Previdência, conforme o presidente Kliwer Schmitt (na foto, abaixo), baseado na expectativa de que, naquele ano, a proporção de servidores inativos será duas vezes maior do que os em atividade, àqueles que pagam pela concessão dos benefícios.

O reflexo imediato seria no comprometimento não só das aposentadorias e pensões, mas da folha do funcionalismo na ativa, além da falta de recursos para o atendimento dos serviços básicos de saúde, educação, infraestrutura, segurança pública e assistência social.
?
O problema anterior

Em 2022, ainda de acordo com estudos do Iprev, haverá o comprometimento do limite de pessoal do Estado, somente com o crescimento da dívida com a Previdência, independentemente do fluxo de caixa.

Ou seja, não poderão ser feitas novas contratações sob pena de não existirem recursos suficientes nos cofres públicos.
 
A realidade

A Reforma da Previdência é crucial para equacionar e dar equilíbrio às contas do Estado.

Qualquer freio que seja dado na proposta em debate na Assembleia ou soluções que não contemplem o que foi aprovado pelo Congresso em relação ao funcionalismo federal, além do questionamento de inconstitucionalidade, será um tiro no pé da saúde financeira de futuras administrações.
 
Que cálculo

A bancada do PT na Assembleia divulgou uma nota em que afirma, com todas as letras e números, que o governo do Estado falta com a verdade na hora de divulgar o déficit da Previdência, que, pelos cálculos petistas, seria de R$ 2,8 bilhões e não de R$ 4,2 bilhões, em 2019.

O problema é matemático, pois os deputados da oposição esqueceram de calcular o último quadrimestre do ano, sequer foi divulgado pela Secretaria da Fazenda, que ainda não informou o balanço do ano passado, mas antecipa, que o gasto deverá chegar a R$ 1,2 bilhão.?
 
Mantido

O regime de urgência na análise da Reforma da Previdência será mantido na Assembleia.

A garantia foi dada pelo secretário Douglas Borba (Casa Civil) ao presidente do Iprev, Kliwer Schmitt, depois de conversa com o governador Carlos Moisés da Silva, no fim de semana passado.
Herculano
10/03/2020 14:39
QUEM PRECISA DE OPOSIÇÃO SE ELA É FEITA A LUZ DO DIA PELO PRóPRIO GOVERNO?

Leandro Ruschel, um dos tigres digitais do bolsonarismo, no twitter:

Já apresentei publicamente evidência estatística de inconsistências no resultado de primeiro turno da eleição presidencial de 2018. Agora, o próprio presidente diz ter provas da fraude. Gravíssimo!


Eu, no @olhandoamare, no twitter:

Gente doida.Eles mesmos criam armadilhas para si próprios.Ora, se a eleição d 2018 foi fraudada p impedir a eleição d Bolsonaro,segundo a legislação em vigor ela deve ser anulada.É crime também ter prova desta fraude- como diz o Ruschel e ontem Bolsonaro, e escondê-la
Herculano
10/03/2020 14:29
EM EVENTO ESVAZIADO NOS USA, BOLSONARO NEGA CRISE E DIZ QUE "PROBLEMAS NA BOLSA ACONTECEM"

Diante de empresários brasileiros em Miami, presidente afirma que muito do que falam sobre coronavírus 'é fantasia'

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Marina Dias, de Miami, Flórida, USA. Não havia nem 100 convidados quando Jair Bolsonaro (sem partido) chegou na manhã desta terça-feira (10) a um hotel no centro de Miami. Pelo menos três das 25 mesas do evento organizado por empresários brasileiros estavam completamente vazias.

Aos presentes, que incluíam o ex-piloto de Fómula 1 Emerson Fittipaldi e o ex-lutador de UFC Vitor Belfort, o presidente insistiu na retórica de que o quadro econômico do Brasil está controlado, negou que haja crise com o derretimento dos mercados financeiros em todo o mundo e disse que a imprensa é culpada pela situação.

Na avaliação de Bolsonaro, "muito do que falam é fantasia", "problemas na Bolsa acontecem" e é melhor "cair 30% o preço do petróleo do que subir."

Na segunda-feira (9), ele já havia minimizado o coronavírus como uma das causas das perdas históricas dos mercados e dito que as notícias sobre a doença estavam "superdimensionadas."

"Durante o ano que se passou, obviamente, temos momentos de crise. Muito do que tem ali é muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga. Alguns da imprensa conseguiram fazer de uma crise a queda do preço do petróleo [...] é melhor cair 30% do que subir 30% do preço do petróleo", afirmou o presidente nesta terça.

"Mas isso não é crise. Obviamente, problemas na Bolsa, isso acontece esporadicamente. Como estamos vendo agora há pouco, as Bolsas que começam a abri hoje já começam com sinais de recuperação", disse o presidente nesta terça-feira (10).

Impactadas pelo avanço do coronavírus e pela guerra do preço do petróleo entre Rússia e Arábia Saudita, nesta segunda, as Bolsas do Brasil e do EUA anunciaram circuit break - quando as negociações são interrompidas compulsoriamente.

O dólar e o risco-país estavam em alta e os investidores estrangeiros, que já estavam cautelosos desde o ano passado sobre a possibilidade de investir no Brasil devido à marcha lenta do crescimento, foram completamente desencorajados a colocar dinheiro em mercados emergentes.

Após o curto-circuito do início da semana, o dólar recuou um pouco e a Bolsa brasileira abriu operando em alta nesta terça, mas empresários e especialistas de todo o mundo já falam que a possibilidade de uma crise global é inevitável.

Durante uma viagem de quatro dias aos EUA, Bolsonaro se reuniu duas vezes com empresários e fez discursos bem rápidos. Oito minutos, no primeiro, e quinze no segundo. Ele evitou a imprensa durante todo o período que passou em Miami e falou a jornalistas pela primeira vez somente nesta terça, antes de embarcar para Jacksonville, onde fará uma visita à fábrica da Embraer e, depois, seguir para Brasília.

Após o evento com empresários, questionado pela imprensa sobre a crise, o presidente repetiu que não vai tomar medidas emergenciais, como o aumento da Cide, contribuição sobre o preço dos combustíveis recolhido pelo governo federal. Ele já havia declarado a mesma coisa via redes sociais, nesta segunda.

"Zero, zero, não existe isso [aumentar a Cide]. A política que a Petrobras segue é a de preços internacionais, então a gente espera, obviamente, não como presidente mas como cidadão, que o preço caia nas refinarias e seja repassado ao consumidor na bomba."
Herculano
10/03/2020 14:24
Ao que se diz ser "Halan Jonas"

Em matéria de patetice, você é insuperável. Eu não tenho fiscal para corrigir meus erros ortográficos ( e os tenho). Eles não invalidam a comunicação e todos que leram entenderam que quem falhou.

Sobre você ou não estar trabalhando, se você for o verdadeiro Halan, peço olhar o depoimento do seu chefe na Câmara. Foi ele quem afirmou que você não trabalharia mais na autarquia. Então, há mais patetas do que pode se supor...
Halan Jonas
10/03/2020 12:25
Que reportagem patética.
Horrível, vai fazer um curso de redação.

Obs.: eu nem fui embora.
Miguel José Teixeira
10/03/2020 11:06
Senhores,

Caso o enterro da CPI na Câmara tenha sido feito com o mesmo "know-how" do enterro dos recursos públicos na obra, logo, logo, esqueletos aparecerão!

E, em tempos de reeleição!
Herculano
10/03/2020 07:07
CRISE ATÉ PARECE, MAS É MUITO DIFERENTE DA GRANDE RECESSÃO

Risco está em dívidas empresariais e na produção; se fosse nos bancos, seria pior
Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Fernando Canzian. Embora venha causando o mesmo tipo de cataclismo nos mercados, a crise gerada pelo covid-19 -e agora ampliada pelo petróleo?" é radicalmente diferente do colapso global de dez anos atrás que levou o mundo à chamada Grande Recessão.

Em vários sentidos, havia entre 2008 e 2010 prognósticos muito piores do que os atuais.

Mesmo tendendo a levar o mundo à recessão, a nova crise não pegou o sistema financeiro global vulnerável a ponto de, como em 2008, quebrar o Lehman Brothers e obrigar o Tesouro americano a tornar-se sócio do Citibank e do Bank of America ?"e de concordar com a quebra de mais de mil pequenos e médios bancos.

É difícil imaginar um cenário como esse hoje, pois são as empresas não financeiras as detentoras de dívidas recordes em proporção ao PIB de seus países.

Na crise atual, a preocupação é com um contágio do setor corporativo em direção ao financeiro. Não o contrário, o que seria bem mais grave e traria problemas estruturais muito difíceis de digerir tanto para instituições financeiras quanto para empresas e governos.

Há dez anos, eram os bancos e as famílias os emaranhados na crise dos empréstimos "subprime", que permitiram a pessoas com pouca renda comprar imóveis supervalorizados que lastreavam títulos ruins negociados pelo mundo.

Quando o castelo de cartas ruiu, as famílias empobreceram tanto pela queda no preço de seus imóveis quanto pela derrocada do mercado de ações. A recessão que se seguiu no mundo rico agravou o quadro com desemprego e quebra de empresas.

Já os bancos tiveram que contabilizar o prejuízo de empréstimos de má qualidade a pessoas físicas e com os títulos que tinham os financiamentos como garantia ?"e que viraram algo próximo de lixo.

Assim, os bancos também pararam de emprestar dinheiro a empresas, que por sua vez já não achavam mais compradores para seus produtos.

No final, restou aos governos intervir, endividando-se para salvar todo mundo. Hoje, os governos centrais devem conjuntamente US$ 69,2 trilhões, o equivalente a 88,3% do PIB global, um recorde.

Normalmente, o setor financeiro é lento em assumir grandes riscos. A crise do "subprime" levou vários anos para se formar; e seu colapso posterior tornou os bancos ainda mais conservadores pela força de novas regulações e traumas adquiridos no período.

O risco hoje seriam as dívidas recordes das empresas não financeiras ?"US$ 13,5 trilhões, um terço disso vencendo em três anos?" contaminarem o sistema bancário. Mas o exemplo dos empréstimos "subprime" não vale aqui.

Os débitos corporativos são assumidos pelas empresas mediante a emissão, no mercado de "corporate bonds", de papéis por elas remunerados a juro e com prazo de vencimento. Em muitos casos, seus ativos servem de garantia.

O atual recorde em valor na emissão desses papéis decorre da farta oferta de dinheiro barato no mundo, que aumentou o apetite de investidores por esse tipo de instrumento.

Essas dívidas, portanto, não fazem parte do balanço dos principais bancos globais.

O maior risco para eles se concentra agora na possibilidade de empresas e demais clientes não pagarem outros tipos de empréstimos.

Nesta segunda (9), as ações dos quatro maiores bancos dos EUA ?"J.P. Morgan Chase, Bank of America, Citibank e Wells Fargo?" caíram entre 12% e 16% e o setor perdeu toda a valorização que acumulava desde outubro de 2016.

Ainda assim, como os bancos centrais devem ampliar a liquidez nos mercados, o maior risco de o mundo entrar em recessão restringe-se, por enquanto, mais a um choque de oferta do que de demanda.

O isolamento de regiões inteiras e de milhões de pessoas vem interrompendo a produção e a atividade de inúmeros setores em vários países.

Dependendo do tempo em que essas áreas ficarem paralisadas, pode surgir a necessidade de demissões e de cortes em planos de investimentos novos ou em andamento.

Como o coronavírus vem afetando de maneira paulatina diferentes regiões do mundo, quando a epidemia diminuir na China, poderá estar em alta nos EUA, retardando uma retomada da produção conjunta global em forma de "V" ?"a mais comum quando a economia se retrai por conta de fatores exógenos e não estruturais, como foi o caso da crise de 2008/2009.

Em 2009, no pior ano da Grande Recessão, a economia global encolheu 0,1% e os países ricos, 2,9%. Nos EUA, a queda foi de 2,5%; mas os emergentes cresceram 2,9%.

Há outras diferenças entre o mundo de então e o de 2020.

Do lado otimista, dados da OCDE (o clube dos países ricos) mostram que a renda média per capita total das famílias é 6% maior hoje do que há dez anos e que o endividamento delas caiu 3%. Houve ainda queda de cinco pontos percentuais no desemprego médio e alta de 7% nos rendimentos do trabalho.

Mas a aguda contração nos preços de ativos como ações, sobretudo nos EUA, já deixou mais pobres as famílias, que tenderão a confiar menos no futuro e a consumir menos.

Como as empresas já estão com problemas para produzir, o risco é a crise estar grande demais quando a epidemia começar a perder força.
Herculano
10/03/2020 07:04
REGISTRO

Hoje aniversariam em Gaspar José Silva, o popular Zequinha da Celesc, e Pedro Waldrich, o popular Dinho, do Distrito do Belchior - ex-vocalista dos "Os Ideais", ex-vereador pelo MDB e conhecido feirante na região.
Herculano
10/03/2020 07:00
O DIA DA RESSACA

As bolsas asiáticas que nesta manhã fechavam em média com 2% em alta. Já as europeias abriam há pouco com folego:Londres, Paris, Frankfurt e Milão sobiam mais de 3%.

Ai, gente no rádio e na televisão, olhando esses números, reclamavam que é pouco em relação ao tombaços de ontem.

Credo. Queriam o que que elas se recuperassem tudo o que perderam? Isso será um processo longo, talvez de mais de um ano. Gente estranha...
Herculano
10/03/2020 06:54
UM CAMINHO PERIGOSO. A DENÚNCIA NÃO É ALGO SIMPLES OU UMA BRINCADEIRA. É ALGO FUNDAMENTAL PARA TODOS, O SISTEMA ELEITORAL E A DEMOCRACIA

Ricardo Correia, editor de política, do mineiro O Tempo, resume bem, no twitter:

Bolsonaro diz que a eleição foi fraudada, que venceu no 1° turno e tem prova.

2 caminhos:

1) É verdade. Ele mostra provas, investiga-se e prende-se os responsáveis, inclusive no TSE, e faz-se nova eleição para todos os cargos.

2) É mentira e ele sofre processo de impeachment.
Herculano
10/03/2020 06:47
NERVOS A FLOR DA PELE

Num grupo de aplicativo de mensagens, investidores em bolsa trocam impressões sobre de mais um ciclo de forte queda do mercado de ações.

Um deles, manda um hino religioso e que em determinado trecho diz: "segura na na mão de Deus, segura na mão de Deus..."

Recebe a resposta de outro:

Boa. Mas, isso é para principiantes. Já passei por várias crises e não perco mais o sono. É como jogador na jogatina. Se ele perde o sono pela "falta d sorte" não deveria sentar na mesa do carteado e fazer pose de entendido, frio e calculista...
Herculano
10/03/2020 06:39
BAIXA DO PETRóLEO VAI TIRAR AINDA MAIS DINHEIRO DO GOVERNO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Gasto terá de ser suspenso, no mínimo, o que torna a economia ainda mais lerda

Afora milagres, o pandemônio mundial vai fazer com que o governo arrecade menos. Com menos receita e a perspectiva incerta do que vai ser o mundo daqui a algumas horas, que dirá meses, haverá contenção de despesas por precaução, "contingenciamento".

É razoável especular que o governo federal perca uns R$ 20 bilhões da receita esperada para este ano, o equivalente a dois terços do gasto anual em Bolsa Família, baixa devida ao crescimento menor do PIB e da receita com petróleo.

Seria um impacto extra da crise que começou com o novo coronavírus. Haverá outros.

A tormenta pode levar empresas importadoras de insumos a baixarem a produção (por falta ou encarecimento deles) e provocar retranca no crédito bancário. Pode assustar famílias que nos últimos anos fizeram aplicações financeiras mais arriscadas e muito mais, pois a alta rápida do dólar abala ânimos em geral.

Um aperto duradouro no gasto público, ainda que provisório, tende a tirar mais um tico do crescimento previsto, já baixo e caindo. A gritaria nos ministérios e nas ruas pode reprisar a de 2019 (lembre-se do protesto contra a suspensão de gastos em educação, por exemplo). Haverá mais sugestões de suspender o teto constitucional de gastos federais.

Nas estimativas da Instituição Fiscal Independente (IFI), a redução de 0,1 ponto percentual no crescimento tira entre R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões da receita bruta do governo federal. A IFI é um órgão de acompanhamento e avaliação das contas públicas ligado ao Senado.

Considere-se que a previsão de crescimento do PIB caia dos 2,4% (estimativa inicial do governo para o ano) para 1,6% (número para o qual convergem grandes bancos e consultorias); calcule-se tal impacto sobre a receita líquida federal. Dá uns R$ 11 bilhões.

Mas a coisa pode ser pior. Com o tombo do preço do barril de petróleo, deve cair a receita com as participações em "exploração de recursos naturais" (concessão de exploração de petróleo, por exemplo, o grosso).

Nas contas de um grande banco, apenas por causa do petróleo a redução da receita federal pode ser de R$ 10 bilhões caso o petróleo continue cotado a US$ 36 o barril e o dólar fique perto de R$ 4,80 (para o governo federal, as perdas seriam de R$ 4 bilhões. O resto do prejuízo recairia sobre estados e municípios).

Este jornalista, porém, ouviu estimativas maiores de perdas com a receita do petróleo: de R$ 20 bilhões (cálculo de outro bancão) ou mesmo R$ 30 bilhões, acredita um analista das contas públicas.

No ano passado, a média do preço do barril foi de US$ 64 (o tipo Brent); ainda em fevereiro, de US$ 55. Houve um colapso desastroso. Em 2019, a receita bruta com "exploração de recursos naturais" foi de R$ 64,7 bilhões, dos quais R$ 38,8 bilhões foram transferidos para governos regionais.

Trata-se aqui de tentativas preliminares de fazer projeções e apenas sobre as contas públicas. Há outros impactos a considerar.

O pânico no mercado mundial tende a diminuir a inclinação de investir no Brasil, em particular em novos negócios ou concessões, especificamente de petróleo, embora se trate de um investimento em que se leva em conta o prazo de uma década.

Começam a pipocar exemplos de empresas brasileiras com dificuldades de refazer estoques de matérias primas e peças importadas. De início, a desvalorização rápida do real desestimula a compra de máquinas e equipamentos importados.

Uma queda muito grande da confiança do consumidor, mesmo na ausência de limitações práticas impostas pela possível disseminação da Covid-19 no Brasil, pode prejudicar o ânimo das empresas de demandar crédito _ou dificultar a concessão de empréstimos. Segundo bancos, isso ainda não está no radar. Mas pode entrar, caso esta crise aguda dure mais um mês ou dois.

O Ibovespa, que mede a variação das principais ações brasileiras, perdeu toda a valorização que teve desde o início do governo de Jair Bolsonaro. Altas de taxas de juros de longo prazo e a evaporação de parte da Bolsa tendem a baixar a confiança de famílias mais remediadas.

Enfim, trata-se de chutes informados preliminares, ressalte-se. Quase todo mundo da finança foi pego de calças curtas e sem galochas na tempestade que se seguiu à queda histórica dos preços do petróleo. As recentes revisões para baixo do crescimento da economia, que não têm semanas, terão de ser requentadas ou, melhor, resfriadas sob balde de gelo. Mas, apesar da pancada, sabe-se ainda muito pouco do futuro desta crise.
Herculano
10/03/2020 06:25
JUSTIÇA OBRIGA GOOGLE A CENSURAR ESCÂNDALO JBS, por Claudio Humberto, na coluna que publicou nesta terça-feira, nos jornais brasileiros

Maior portal de buscas do mundo, o Google vem sendo obrigado pela Justiça brasileira a censurar acesso a notícias sobre o escândalo de corrupção envolvendo Joesley Batista & cia, controladores do grupo J&F/JBS. Tudo à revelia da Constituição, que veda qualquer forma de censura, e também do interesse público. Os veículos ficam sabendo do da censura quando o Google comunica a decisão autoritária da Justiça.

ESTRATÉGIA MALANDRA

Impedidos de processar os veículos e os jornalistas, que afinal apenas informaram fatos, censura-se o acesso às notícias por meio do Google.

'SEGREDO' CONVENIENTE

Correm em conveniente "segredo de Justiça" as ações determinando ao Google que censure notícias sobre o esquema de corrupção.

CONSTITUIÇÃO IGNORADA

Dada a "interpretar" em vez de cumprir a lei, parte da Justiça faz de conta que não conhece o artigo 220 da Constituição proibindo censura.

MAIS IGUAIS QUE OUTROS

A Constituição proíbe "qualquer restrição" à informação e veda "toda e qualquer censura". Exceto para corruptos ricos e influentes, pelo visto.

DóLAR DISPARA, MAS ESTÁ LONGE DO PATAMAR DE 2002

A escalada do dólar tem feito estragos nas viagens internacionais e em quem depende de produtos importados, ao se aproximar dos R$5, mas a situação ainda está longe de atingir o nível alcançado em 2002, com a iminente vitória de Lula nas eleições presidenciais. A cotação de R$4 da época, motivando a "Carta aos Brasileiros", equivaleria a R$11,14 atualmente, aplicada a correção do IPCA dos últimos 18 anos no Brasil.

ISSO É INFLAÇÃO CONTROLADA

Enquanto a inflação oficial no Brasil foi de cerca de 178% no período, nos EUA foram 43% e aquele dólar de 2002 equivale hoje a US$1,43.

EMERGENTES NA PIOR

Na Índia, a rúpia bate recordes negativos. Na Rússia e África do Sul, as altas são similares. Apenas o euro e a libra se salvaram. Por enquanto.

IMPACTO MUNDIAL

Desde o surgimento do coronavírus, o dólar se valorizou contra o peso mexicano, colombiano, argentino e uruguaio, além do iene japonês.

TRAGÉDIA Só NA TV

O governo paulista acha injusta a crítica a João Doria por se meter na campanha do Rio em meio à tragédia da Baixada Santista. Diz que ele cuidou das vítimas, ao contrário de Bolsonaro, "que adora a região para passar virada de ano e carnaval, mas preferiu ver a tragédia pela TV".

GENERAL, TUDO BEM

Entreouvido no cafezinho da Câmara, deserta de deputados, sobre a demissão do general Amir Kurban de órgão do Ministério do Esporte: "Enquanto estiver caindo general, tá bom". É o quinto a ser demitido.

DECORO NO LIXO

Da tribuna do Senado, nesta segunda (9), o senador Telmario Mota (Pros) xingou o ex-senador Romero Jucá (MDB), seu desafeto, para ele "um vagabundo" e "o maior ladrão que Sarney mandou para Roraima".

VALE PARA DESCER TAMBÉM

Ex-diretor da agência reguladora ANP, David Zylbersztajn acha correta a política de "cotação internacional" determinar o preço na bomba, mas diz que, na baixa, a regra deve valer para também para reduzir o valor.

NóS PAGAMOS. E ELES?

"Quem quer ser deputado e senador já sabe que vai ter que morar em Brasília. Então venha preparado para pagar seu aluguel. Nós pagamos o nosso", diz a leitora Margarida Santana, sobre o auxílio-moradia.

QUE HORROR, AGU

A AGU comemorou a "decisão favorável" da Justiça rejeitando a ação de uma associação de ateus pedindo ressarcimento do dinheiro público gasto com a viagem de autoridades à canonização da Irmã Dulce.

ÍNDICE CAI

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) caiu 0,01% em fevereiro, diz a FGV. Em janeiro, o índice subiu 0,59%. Agora, sete das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo nas taxas.

PAGAMENTO ELETRôNICO

Segundo a Visa Consulting, braço de análise da Visa, entre outubro de 2018 a setembro de 2019, turistas brasileiros pagaram com o cartão 13% de todas as contas em São Paulo. No Rio, 7% e em Brasília, 3%.

PENSANDO BEM...

...ao desdenhar dos efeitos da crise na economia brasileira, o ministro Paulo Guedes apenas apresentou sua versão da "marolinha" de Lula.
Herculano
10/03/2020 06:16
da série: se se não fossem essas pífias reformas que começaram com o ex-presidente Michel Temer, MDB, e que a maioria esquece, o que seria do Brasil? Esquece-se que se interrompeu um desastre bolivarianista chamada Dilma Vana Rousseff, PT, e com cara da Venezuela. Se não chegamos lá vamos esperar os efeitos da crise e comparar com a Argentina, que no mínimo estaríamos iguais?

TRÊS ANOS DE REFORMAR, RESULTADOS PÍFIOS; O QUE DEU ERRADO? por Joel Pinheiro da Fonseca,economista, mestre em filosofia pela USP, no jornal Folha de S. Paulo.

Coronavírus e petróleo atrapalham, mas nada nos dizem sobre o acerto ou erro do caminho atual

Já são três anos da agenda de reformas no governo federal, que se tornou um mantra da equipe econômica. Como fazer para crescer? Reformas. Como atrair investimentos? Reformas. Como reagir ao coronavírus? Reformas. O crescimento, contudo, ainda é pífio.

Coronavírus e petróleo atrapalham, mas nada nos dizem sobre o acerto ou erro do caminho atual. A grande pergunta que se coloca é: passada essa turbulência global (supondo, portanto, que o "normal" ainda voltará a existir), vamos finalmente acelerar o passo da recuperação?

Os resultados fracos não refutam, mas dão aos adversários das reformas uma clara vantagem retórica que tem de ser respondida. O crescimento prometido (e foi prometido, sim, inclusive pelo governo atual) ainda não veio. O que está dando errado?

A primeira resposta é a triunfalista: nada está errado, apenas tivemos azar com contratempos globais temporários. Se nos mantivermos firmes na agenda, voltaremos à aceleração prevista no início do ano. É o voto de confiança que Guedes parece ter recebido de Bolsonaro. Se passar do prazo de validade, pode levar à reação contrária. Alternativas não faltam. Militares, Fiesp, MDB ?"todos estão se aproximando do presidente e têm planos que fogem à estrita ortodoxia de Guedes. O canto da sereia vai se tornando mais sedutor.

A segunda é a resignada: de fato, a agenda de reformas, embora fundamental para o crescimento de longo prazo, não o trará para já. Seria bom poder estimular a demanda, mas infelizmente a situação fiscal do país não permite. Precisamos ter paciência e fazer a lição de casa. Talvez o timing da retomada nem sequer bata com o da política, e os frutos só sejam colhidos no próximo mandato. Estaria o governo preparado para assumir isso?

A terceira é a flexível: a agenda de reformas é fundamental, mas é possível conciliá-la a estímulos anticíclicos que não comprometam a credibilidade do ajuste fiscal. O juro baixo é um convite ao investimento público. O equilíbrio é delicado, mas se feito na medida certa pode trazer a melhora desde já sem sacrificar o futuro. O risco aqui é que interesses vários venham exigir seu quinhão e, uma vez aberta a torneira, seja impossível fechá-la.

Outra pergunta é: o problema está na agenda em si ou na maneira como vem sendo conduzida? Enquanto escrevo, os mercados mundiais derretem e Bolsonaro surge com a declaração bombástica de que tem provas de que as urnas que o elegeram foram fraudadas para impedir sua vitória no primeiro turno.

O governo reage a más notícias econômicas com palhaçada e desinformação, não elenca prioridades claras para as reformas e nem sequer envia projetos para tributária e administrativa, abandona pautas outrora tidas por essenciais como a abertura econômica, tem já péssima interlocução com o Congresso e ainda promove atos contra ele, que é atualmente o protagonista no desenho e votação das reformas. Seja qual for a agenda, se conduzida dessa forma, tem alguma chance de dar certo? Talvez as pessoas importem tanto quanto as ideias...
Herculano
10/03/2020 06:06
publicado originalmente, ontem as 19.10

O SEO MAURÍCIO

Eu não tinha relação com ele. Fui apresentado numa confraternização do pessoal da Redação do jornal.

Maurício José Rodrigues, 74 anos, contato comercial do Cruzeiro do Vale, talvez pela idade, talvez pelo seu jeito de vendedor, logo se enturmava e tinha a cara de um paizão.

Eu sou um pouco mais jovem do que ele, mas a idade ainda não me transformou num paizão.

Naquele dia, ele ficava de olho na gurizada da Redação e em dois maduros sempre ausentes da redação: o Álvaro Correia, mais velho do que ele, e eu.

Num determinado momento, chamou-me no canto e me disse: "você já me salvou algumas vezes". E eu espantado, não entendi e pedi: "como assim?".

"Eu vou no cliente", explicou-se, "sinto que não é o dia para se tirar água da pedra; conversa vai, conversa vem, jogo o seu nome; se vejo simpatia, não desisto da linha e quase sempre fisgo alguma coisa [contrato]".

Pois é. Nesta segunda-feira, não o salvei. Porque se dependesse de mim, ele não teria aquele infarto fulminante, em pleno tempo de trabalho. Maurício, o paizão do pessoal da Redação não adentrará mais nela... O pessoal irá até ele, nesta terça-feira, para se despedir do "seo Maurício", o que tinha cara de paizão.
Herculano
10/03/2020 05:59
da série: como se monta sacanagens no corporativismo de gente cheia de privilégios com o dinheiro do povo, por gente bem entendida, que é paga para não errar e corrige os outros em erros semelhantes. Responsabilizar? Eles vão devolver? Vai retroagir e diminuir o que se deu a mais? Sobre isso, nem o pio e o povo continua metendo a mão no bolso para pagar essa gente com salário feito do erro.

AGU DIZ QUE EX-PGR COMETEU ERRO GROSSEIRO AO DAR ADICIONAL A SERVIDORES

Representação ao Tribunal de Contas da União está há mais de um mês sem decisão com ministro

?"nus
Em representação ao TCU, a Advocacia-Geral da União pede que o procurador-geral da República de 2009 a 2013, Roberto Gurgel, seja responsabilizado pelo que chama de erro grosseiro: a concessão de adicional ao salário de servidores do Ministério Público da União.

Ilegal
O Adicional de Atividade Penosa é pago para servidores que trabalham em zonas de fronteira ou em outras áreas específicas do país. Para a AGU, o erro foi instituir pagamento por meio de portaria, já que deveria ter havido regulamentação por meio de lei.

Empacou
A representação da AGU está no TCU há mais de um mês sem decisão, com o ministro Bruno Dantas.
Alexandre Cesar de Souza
09/03/2020 20:22
Senhor Herculano;

Conforme já explicitado as mazelas do SAMAE e Prefeitura na execução da obra da Rua Frei Solano e diante da sacanagem e falta de respeito dos vereadores amigos do poder, não resta outra alternativa a não ser entregar toda essa documentação à Policia Federal, já que os recursos são do Governo Federal (nosso)!

Chega de sacanagem.
Herculano
09/03/2020 19:41
"PARLAMENTARISMO BRANCO"

De Ricardo Noblat, de Veja, no twitter:

O que chamam de "parlamentarismo branco" é o protagonismo adquirido pelo Congresso dada a fraqueza política do governo. Culpa de quem? Do governo que não se interessou em montar uma base política no Congresso.

A resposta de @olhandoamare no twitter:

Será q o"parlamentarismo branco"é resultado da fraqueza d Bolsonaro ou é um método dos congressistas p extorquir o Executivo?FHC era fraco?Lula era fraco e por isso patrocinou o mensalão.N satisfeito c a ameça de pegá-lo,criou o petrolão e derramou a dinherama aos políticos?
Herculano
09/03/2020 19:38
CLUBE MILITAR APOIA MANIFESTAÇAO E CRITICA "PARLAMENTARISMO BRANCO"

Conteúdo de O Antagonista.O Clube Militar, centro da atuação política de militares da reserva com sede no Rio de Janeiro, declarou seu apoio à manifestação bolsonarista do dia 15 e criticou o Congresso, informa Lauro Jardim.

"Não podemos permitir que se estabeleça um parlamentarismo branco", diz em comunicado o grupo que já foi presidido pelo atual vice-presidente, Hamilton Mourão.

Em outros trechos, o texto afirma que "não podemos mais aceitar a velha política que se traduz em verdadeira barganha espúria" e "não se pode mais assistir à impunidade pairar sobre a nossa pátria, estimulando a corrupção que destrói nossas instituições".

A nota do Clube Militar é concluída com um "Brasil acima de tudo!".
Herculano
09/03/2020 19:29
BOLSA DESPENCA 12% MESMO COM PARADA, EM DIA TENSO; É A MAIOR QUEDA DESDE 1998

Conteúdo do UOL com a agência Reuters. A segunda-feira (9) foi um dia de caos nos mercados globais e aqui no Brasil, com uma guerra no preço do petróleo somando-se aos efeitos do surto de coronavírus. Apesar de uma suspensão temporária pela manhã, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou com forte queda de 12,17%, aos 86.067,20 pontos ?"mesmo nível de dezembro de 2018, antes de Jair Bolsonaro assumir a Presidência. É a maior queda percentual diária desde setembro de 1998, ano marcado pela crise financeira russa. As ações da Petrobras lideraram as perdas, com um tombo de quase 30%.

A Bolsa brasileira teve as negociações suspensas durante 30 minutos por volta das 10h30 após despencar na manhã desta segunda-feira (9). A interrupção é um mecanismo automático, chamado de "circuit breaker", acionado quando há uma queda de mais de 10%. Isso não acontecia desde maio de 2017, quando Michel Temer foi acusado pelo empresário Joesley Batista de integrar um esquema de corrupção. Após a interrupção, a Bolsa voltou a operar em forte queda, mas não chegou a passar de 15%, limite necessário para uma nova parada.

O dólar comercial fechou em alta de 1,97%, a R$ 4,726 na venda. Este é o maior valor nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real. O dólar subiu forte mesmo após o Banco Central ter feito uma intervenção reforçada no mercado de câmbio.

O dia foi de caos nos mercados mundiais, com o derretimento das Bolsas na Ásia, na Europa e nos Estados Unidos, após uma disputa de preços entre a Rússia e a Arábia Saudita derrubar a cotação do petróleo em mais de 20%.

Tombo do petróleo soma-se a coronavírus

A cotação do petróleo no mercado internacional já vinha em queda há duas semanas, o que levou a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) a propor uma redução na produção para tentar conter essa desvalorização. Mas as negociações não terminaram bem.

A Rússia se recusou a apoiar os cortes, e a Arábia Saudita retaliou sinalizando que aumentará a produção para ganhar participação no mercado. Os sauditas cortaram seus preços oficiais de venda. A disputa comercial fez a cotação do petróleo ter a maior queda desde a Guerra do Golfo.

O tombo nos preços do petróleo se soma ao pânico que já acometia os investidores com os efeitos do coronavírus na economia mundial.

Bolsas despencam no mundo todo

As Bolsas do mundo todo derreteram nesta segunda. Na Europa, as Bolsas de Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Espanha e Portugal despencaram. Na Ásia, houve queda generalizada, e as Bolsas chegaram a fechar em queda de mais de 7%.

Atuação reforçada do BC no câmbio

Diante da disparada do dólar, o BC triplicou a intervenção no mercado de câmbio anunciada na sexta-feira, de US$ 1 bilhão para US$ 3 bilhões no mercado à vista. À tarde, fez outra venda, de US$ 465 milhões, para tentar conter a alta da moeda. É o maior volume a ser liquidado em um mesmo dia desde pelo menos 11 de maio de 2009.

O diretor de política monetária do BC, Bruno Serra, indicou hoje que as intervenções cambiais do BC podem durar o tempo que for necessário e disse que o banco não tem preconceito ou preferência por uso de nenhum dos instrumentos à sua disposição.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Recorde do dólar não considera inflação

O recorde do dólar alcançado hoje considera o valor nominal, ou seja, sem descontar os efeitos da inflação, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

Levando em conta a inflação nos EUA e no Brasil, o pico do dólar pós-Plano Real aconteceu no fim do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), em 22 de outubro de 2002. O valor nominal na época foi de R$ 3,952, mas o valor atualizado ultrapassaria os R$ 7.

Fazer esta correção é importante porque, ao longo do tempo, a inflação altera o poder de compra das moedas. O que se podia comprar com US$ 1 ou R$ 1 em 2002 não é o mesmo que se pode comprar hoje com os mesmos valores.
Herculano
09/03/2020 19:18
SECRETÁRIO DO TESOURO DIZ QUE NÃO É HORA DE MEXER NO TETO DE GASTOS

Conteúdo de O Antagonista. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse que a equipe econômica monitora os efeitos do choque do petróleo sobre a economia brasileira, mas ainda é cedo para traçar um diagnóstico sobre a magnitude do impacto, registra o Estadão.

Mansueto argumentou, porém, que não é hora de mexer no teto de gastos ?"mecanismo que limita o avanço das despesas públicas à inflação, para impulsionar investimentos públicos.

"Se o efeito da crise for muito de curto prazo, investimento público não adianta. Não faz sentido mexer no teto agora", disse o secretário.

Alguns economistas têm defendido "flexibilizar" o teto de gastos para colocar mais dinheiro público na economia, diante da crise do petróleo e do novo coronavírus.

"O teto não vai ser problema para garantir o investimento que já está no Orçamento. Agora, se acelerar a concessão, tem investimento muito maior", afirmou Mansueto.
Herculano
09/03/2020 19:14
PARA REGISTRAR

Do presidente Jair Messias Bolsonaro, no twitter:

- NÃO existe possibilidade do Governo aumentar a CIDE para manter os preços dos combustíveis. O barril do petróleo caiu, em média, 30% (US$ 35 o barril). A Petrobras continuará mantendo sua política de preços sem interferências. A tendência é que os preços caiam nas refinarias.
Herculano
09/03/2020 18:57
FILHOS DO PAI

De Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo, no twitter:

O filho do presidente posta um vídeo lisérgico contra o liberalismo no dia em que os mercados estão colapsando e o pai dele acaba de manifestar apoio ao LIBERAL Paulo Guedes. Está bombardeando o ministro da Economia? Pelo amor de Deus, onde isso vai parar?
Luiz Carlos
09/03/2020 13:44
Perguntar nao ofende, então:
Quando será que vão liberar o acesso aos passeios instalados na ponte que liga as ruas Indl.Jose Beduschi e Barão do Rio Branco?
Sera necessaria uma nova licitação???
Herculano
09/03/2020 11:47
EMPRESAS CHINESAS DE TECNOLOGIA CRESCEM COMO NOVO CORONAVÍRUS, por Ronaldo Lemos, advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, no jornal Folha de S. Paulo.

Expectativa é que hábitos da quarentena, como compra online, permaneçam
Um dos efeitos colaterais inesperados do covid-19 é fortalecer ainda mais as empresas chinesas de internet. Apesar de a economia do país estar sofrendo um enorme impacto negativo por causa do vírus, os gigantes da rede no país estão consolidando e expandindo sua posição no mercado.

O símbolo dessa expansão é justamente a glorificação de um personagem inesperado: os entregadores de aplicativo. Em várias cidades da China hoje, como WuHan e Pequim, é possível ver ruas desertas por causa do autoisolamento.

No entanto, grupos de entregadores cruzam essas mesmas ruas freneticamente, levando todos os produtos que as pessoas precisam para sobreviver em casa. Há até hashtags homenageando o heroísmo dos entregadores, que passaram a ser peça essencial em um cenário de quarentena generalizada.

Esse movimento pode fazer com que as vendas do varejo por meio de comércio eletrônico superem pela primeira vez as vendas físicas já em 2021, como apontou a consultoria Zero One e o jornalista Vincent Fernando.

Por exemplo, nas últimas semanas o gigante chinês JD.com apontou que as vendas de produtos frescos online aumentaram 215% e as vendas especificamente de vegetais frescos pela internet saltaram 450%. Vale lembrar que hoje a China tem o maior percentual de vendas online do planeta, correspondendo a 35% de todas as compras do país.

Esse número já havia sido impulsionado pela epidemia de Sars no passado. Com o covid-19 é esperado que boa parte dos consumidores que passarem a comprar online continuem com o hábito após o fim da epidemia. Vale notar que esse mesmo fenômeno pode acontecer no Brasil ou em qualquer país que tenha um aumento de casos de isolamento preventivo nos próximos dias.

Outro boom que começa a ser notado é em serviços de telemedicina, que fornecem atendimento médico por meio de chamadas de vídeo e outras modalidades. Empresas como WeDoctor, Alibaba Health e Ping An Good Doctor oferecem serviços dessa natureza. Algumas têm inclusive permitido acesso gratuito a suas plataformas. De novo, é uma boa chance de fidelizar novos usuários nessa nova modalidade de atendimento.

Outra área que se beneficia diretamente é a de videoconferência. Plataformas de comunicação corporativa como DingTalk, que permite até 16 pessoas falarem simultaneamente, tiveram uma explosão nas últimas semanas atingindo 200 milhões de usuários, como aponta o China Internet Watch.

Já o WeChat Work, que permite até 300 pessoas simultâneas na mesma conexão, acabou de atingir 1 milhão de empresas ativas por dia. Isso beneficia também plataformas como o Xoom, que apesar de ser uma empresa americana, foi cofundado por um empreendedor nascido na China.

E, é claro, outra área que está crescendo rapidamente nos últimos dias é a de games e serviços de streaming de conteúdo. Na medida em que as pessoas se isolam, buscar entretenimento passou a ser uma questão de saúde mental.

O próprio jornal The New York Times fez um artigo recente mostrando o quanto é difícil se manter em quarentena de 14 dias física e mentalmente. Enquanto a epidemia viral e informacional não passa, esses talvez sejam alguns dos pouquíssimos players que tenham a ganhar algo com o covid-19.

READER
Já era
Câmeras de celular com zoom de até 6x

Já é
Câmeras de celular com zoom de até 50x

Já vem
Câmeras de celular com zoom de 100x ou mais
Herculano
09/03/2020 11:46
ANAC CAMARADA PODE RENDER MILHõES A OPERADORA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A resolução camarada nº533 da Anac, "agência reguladora" de aviação civil, datada de novembro, abriu caminho para a concessionária Inframérica devolver o aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), alegando prejuízos na operação, com "direito" a indenização pelos R$700 milhões que alega ter investido no terminal. A concessão do terminal a 36km de distância de Natal foi obtida em 2011 como obra da Copa do Mundo de 2014, financiada pelo BNDES e valeria até 2040.

ENTRE AMIGOS

A Inframérica, também dona do aeroporto de Brasília, tenta "devolução amigável" do aeroporto potiguar. Amigos na Anac, pelo visto, já tem.

DESCULPA ESFARRAPADA

Presidente da Inframérica, Jorge Arruda reclamou que "a operação do terminal" ficou "financeiramente desafiadora". Qual negócio não o é?

HIST?"RIA CONHECIDA

A obra do aeroporto micado, batizado com o nome do tio do ex-ministro Henrique Alves, beneficiou políticos com propriedades próximas.

POPULAÇÃO PREJUDICADA

A vereadora Kátia Pires, que luta contra os prejuízos à população, tem denunciado os problemas do aeroporto, localizado a 36km de Natal.

DEPUTADO PODE ESCOLHER IM?"VEL OU AUXÍLIO MORADIA

Deputados federais têm direito a um auxílio-moradia, quando não ocupam um dos 432 apartamentos funcionais que a Câmara dispõe em Brasília. Todos foram construídos e decorados com dinheiro público, para além de equipamentos de cozinha e aparelhos de ar-condicionado em todas as dependências. Mas a maioria está vazia porque suas excelências, que ganham muito bem, preferem dinheiro vivo no bolso: são R$4.253 por mês para aluguel, hotel ou prestação apart-hotel.

ATÉ NAS FÉRIAS

Mesmo no recesso de janeiro, quando estavam em seus Estados, os deputados não abriram mão do auxílio moradia. No total R$1,1 milhão.

DINHEIRO NÃO FALTA

Deputados podem pagar sua moradia: recebem R$33,7 mil de salário, R$45 mil de verba indenizatória e R$111 mil de verba de gabinete

NADA LHES FALTARÁ

Se em vez de dinheiro vivo o deputado escolher o reembolsado contra recibo de aluguel ou hotel, é isento de Imposto de Renda. Que beleza.

FIQUEI SABENDO

O general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, encontrou uma maneira de desmentir fake news: ele agora chama noticiário fajuto de "imprensa do fiquei sabendo".

DE QUEM MESMO?

Por onde anda, incluindo Brasília, o general Santos Cruz, provável candidato a cargo eletivo pelo PSDB, tem sido apresentado como "porta-voz de setores militares", seja lá o que isso signifique.

PEGOU MUITO MAL

Se arrependimento matasse, o governador paulista João Doria estaria em maus lençóis. Ele deixou de lado providências em relação à tragédia na Baixada Santista, para lançar a candidaturas... no Rio.

LEGIÃO DE ARREPENDIDOS

Em campanha ao Planalto, João Doria acolhe qualquer um que deixe as hostes bolsonaristas. Foi assim com os deputados Alexandre Frota e Joice Hasselman, Gustavo Bebianno e o empresário Paulo Marinho.

VOTA VETO

O Congresso deve votar nesta terça-feira (10), em sessão conjunta, os dez vetos presidenciais que trancam a pauta. A votação faz parte do acordo sobre os R$30 bilhões quase sequestrados do orçamento.

É MUITO PIOR

Sindicato se indignou com afirmação de Bolsonaro de que a burocracia da Receita atrapalha o desenvolvimento, e listou 4.821 legislações específicas. Só mostrou que o buraco burocrático é mais profundo.

LIBERDADE DE ESCOLHA

Comercializadores de energia comemoraram evolução do projeto da portabilidade da conta de luz, no Senado. A Abraceel, associação do setor, diz que o Brasil é vice-lanterna entre países com energia livre.

BONS RESULTADOS À VISTA

Esta semana o IBGE divulgará importantes índices econômicos como a produção agrícola e industrial nacional, além do INPC, índice nacional de preços ao consumidor e o IPCA, o índice de preços amplo.

PERGUNTA EM PÂNICO

Após a China averiguar o "teto" do coronavírus, a crise passou?
Herculano
09/03/2020 11:45
AFINAL, O CARNAVAL É UMA FESTA DEMOCRÁTICA? por Luiz Felipe Pondé, filósofo e ensaísta, no jornal Folha de S. Paulo

Á medida que cresce, folia sequestra a cidade, acuando quem não participa dela, logo, invadindo o espaço de todos

Há várias formas de entendermos a democracia. Desde a Atenas do século 5º a.C. até hoje, a democracia se transformou de um regime direto em um regime representativo que, provavelmente, os atenienses não considerariam uma democracia de fato.

A democracia é essencial, antes de tudo, por causa da separação e do conflito entre os poderes, limitando assim o poder em si: as várias instituições com poder limitam uma a outra. Mas, concordo que essa compreensão se afasta em muito do entendimento que faz o senso comum de democracia como um "regime do povo nas ruas".

E aqui o senso comum é transversal em todas as classes sociais: de pobres a ricos, muitos não conseguem entender que democracia não é um regime do povo, mas, sim, prioritariamente, um regime de instituições representativas que devem organizar e solucionar os conflitos da sociedade.

Comportamentos autoritários são, muitas vezes, praticados por parte da população, incluindo gente proveniente de setores menos vulneráveis.

Pensemos num exemplo que parece banal, mas não é. Seria o Carnaval um exercício de democracia?

Muitos o consideram hoje uma ferramenta política em vários sentidos: feministas, ativistas do clima e de gênero, bolsonaristas e afins.

Aqueles que assim o pensam sustentam que o caráter democrático do Carnaval se faz presente na medida em que, como dizia uma velha marchinha de Carnaval baiano (nasci no Recife e vivi na Bahia, ao todo, cerca de 25 anos, por isso conheço o Carnaval do Nordeste por dentro), "a Praça Castro Alves é do povo, como o céu é do avião". Isto é, a ocupação livre da cidade mediada pela vontade popular seria um indicativo de valores democráticos.

Entretanto, há controvérsias nesse argumento. Existem atitudes autoritárias que brotam do chão no cotidiano das ruas e não apenas do poder Executivo. A dinâmica do Carnaval, me parece, é um desses casos: há traços de autoritarismo social no Carnaval, e ele é, cada vez mais, invasivo da rotina da cidade.

Esse caráter autoritário e invasivo se manifesta, antes de tudo, no que o filosofo Immanuel Kant (1724?"1804) chamaria de categorias a priori de sensibilidade, espaço e tempo. O Carnaval, à medida que cresce, sequestra a cidade, acuando quem não participa dele, logo, invadindo o espaço de todos.

Por outro lado, cada vez mais começa antes da data oficial e cada vez mais termina depois da data oficial, sequestrando o tempo e o calendário. Mas, como todo ato autoritário, quem o pratica está entusiasmado com sua própria alegria. Alguém duvida do Eros implicado no exercício do autoritarismo?

O fato é que mesmo a turminha politizada e ideológica (o Carnaval tem crescido como plataforma ideológica, aliás, como tudo o mais) em seus bloquinhos sujam a cidade de forma absolutamente totalitária e invasiva. Mijam (para não dizer coisa pior) nas ruas dos outros, às vezes, mesmo, com gritos de "direito de apropriação do espaço público".

Samurais gourmet com coques na cabeça, feministas empoderadas, apocalípticos do aquecimento global dão provas da sua alegre incivilidade em toda parte.

Como respeitar um desses personagens que andam falando por aí em nome da democracia depois de vê-los darem uma mijada no seu muro ou na árvore na praça onde você mora?

E sabe quem vai limpar essa sujeira no dia seguinte? Provavelmente evangélicos não tão branquinhos como a maioria dos foliões e que, possivelmente, nem participaram da "festa democrática" abusiva. Esses mesmos evangélicos que os branquinhos que mijam por aí acham um horror de preconceituosos.

O Carnaval é, também, uma grande festa do capital. Por isso, cresce exponencialmente em São Paulo, cidade mais rica do país.

Afinal, o Carnaval é uma festa democrática? A conclusões nesse âmbito é difícil de se chegar. Arriscaria dizer que há um componente democrático no Carnaval de teor popular espontâneo, e, por isso mesmo, podemos ver que a espontaneidade da vontade popular é, às vezes, bastante autoritária e invasiva, ao contrário do que pensa nossa vã militância festiva.

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.