09/03/2020
Estas fotos são da semana passada. Elas mostram as caixas de inspeção da drenagem da Frei Solano. Elas deixam dúvidas se existem ferros internamente para “amarrar” os tijolos vazados e o concreto, segundo o autor da foto, o vereador Dionísio.
O melhor das três horas e meia da reunião na quinta-feira à tarde da CPI que apura as supostas irregularidades nas obras das drenagens da Rua Frei Solano, bairro Gasparinho, em Gaspar, ficou para os últimos 25 minutos. E neles, valeram os votos para enterrá-la. Eles se disfarçavam desde o início da CPI. Esta coluna, a única que está reportando o que acontece lá, todavia, anunciou aos seus leitores e leitoras essa estratégia, tão logo os governistas se estruturaram em um novo modelo de forças na Câmara.
Se não agisse tão radical para constranger e abafar o processo investigatório na Câmara como o feito na quinta-feira, o governo gasparense seria engolido pelos fatos reais e que estão sendo confirmados até aqui nos depoimentos técnicos.
Finalmente, a base do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, representada na CPI pelos vereadores Francisco Hostins Júnior, MDB, e Roberto Procópio de Souza, PDT, ambos advogados, fez valer à manobra que deu maioria de Kleber na CPI, com a formação do blocão que juntou MDB, PP, PSDB e PDT, a anulação do voto de Dionísio Luiz Bertoldi, PT, por ele presidente e votar apenas em caso de empate. Esta escolha se deu por ser Dionísio o mais velho dos quatro vereadores da CPI e devido ao “empate-impasse”. O único voto – e que sempre será derrotado por Hostins e Procópio - da CPI ficou com o relator escolhido, Cícero Giovane Amaro, PSD.
O que aconteceu na quinta-feira? A CPI depois de ouvir o presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, e o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Jean Alexandre dos Santos, os executores da polêmica obra, iniciou-se um período de debates, impasses e chicanas em dois requerimentos: um de Cícero, negado e outro de Hostins, aprovado.
CONVOCAÇÃO NEGADA
Cícero pediu a convocação do engenheiro Vanderlei Schmitz. Ele assinou como autor e responsável pelo projeto da obra de drenagem. O tempo fechou. Hostins foi contra alegando que Vanderlei já tinha presenciado os depoimentos anteriores dos técnicos. E segundo Hostins, esse fato estaria “contaminando” ou “compromentendo as suas declarações à CPI.
Mais: de que todas as informações técnicas já teriam sido dadas pelas testemunhas e informante anteriores, e de que a CPI, supostamente, já teria decidido de que não convocaria mais ninguém para depor, além dos dois moradores de lá, indicados pelos defensores de Kleber para se apresentarem nesta quinta-feira. A posição e argumentação de Hostins foram seguidas pelo vereador Roberto.
Sem votos e surpreendidos, o relator e o presidente se lançaram à uma frustrada contra-argumentação e tentativas de demover os vereadores Hostins e Roberto da posição que tomaram para proteger Vanderlei e o governo Kleber nas dúvidas das obras da Frei Solano. Hostins, sempre comedido e elegante, pressionado pelo governo, nas duas últimas reuniões, perdeu a fleuma em algumas ocasiões e vinha demonstrando desconforto com os depoimentos que deixaram o governo mais exposto do que antes da CPI.
FALTA DE TRANSPARÊNCIA PODERIA COMPROMETER MAIS UM DEPOIMENTO TÉCNICO
A argumentação de que o engenheiro Vanderlei já tinha assistido os depoimentos anteriores não se justifica, eles são públicos, estão gravados e disponíveis para qualquer cidadão assistí-los na internet, ainda mais para interessados como Vanderlei. Então ele estar presente ou não aos outros depoimentos é um fato irrelevante. Cortina de fumaça política e sem qualquer amparo jurídico.
A argumentação de que a CPI trata de eventuais erros de execução do projeto e não da sua concepção também não se sustenta. É exatamente Vanderlei quem poderia apontar, com precisão as discrepâncias entre o que fez e que se executou, como foi consultado e como consentiu nessas mudanças que geram dúvidas
Para Cícero e Dionísio, com essa atitude, os vereadores da base do prefeito Kleber tentam esconder vários fatos. O primeiro deles é que Vanderlei como testemunha não poderia mentir. E isso pode começar pela então falta de projeto, que só apareceu na Câmara mais de um ambos depois de pedido feito por um requerimento de Dionísio. Nem a obrigação de um mandado de segurança foi capaz de se revelar esse projeto. Se ele tivesse vindo antes para a Câmara, talvez nem CPI existisse sobre este fato.
Uma outra questão, é que o engenheiro proprietário da CR Artefatos de Cimentos, Walney Agílio Raimondi, experiente neste tipo de obras, criticou duramente o projeto durante o seu depoimento à CPI, para justificar os ajustes técnicos que ele fez por conta própria e aprovados, segundo ele, e que se confirmaria nos demais, para tornar o serviço compatível com as técnicas de engenharia de hoje em dia.
E se todas estas questões não fossem suficientes, há uma outra de ordem funcional. Vanderlei é um comissionado. Como o engenheiro Hallan Jones Mores, do Samae, se não rezar pela cartilha do empregador, está fora, mesmo que isso coloque em risco à sua reputação profissional. Hallan já foi embora e registrou com toda a pompa o presidente do Samae, Melato à CPI. Na segunda-feira passada eu relatei o depoimento do engenheiro fiscal do Samae, que só foi dado porque se desbaratou antes na Comissão de que ele estava de saída da cidade.
E para complicar, Vanderlei tem um segundo problema funcional grave e que é a marca da gestão Kleber. Ele foi contratado no dia dois de fevereiro de 2018 para ser o Diretor de Habitação, mas sempre atuou como engenheiro na secretaria de Obras e Serviços Urbanos, inclusive elaborando e assinando projetos como se técnico fosse. Ou seja, há um explícito desvio de função. A lei é clara: cargos em comissão são para chefia, comando e assessoramento. Ele é um mero técnico graduado longe daquilo que foi originalmente contratado e do centro de custos que o paga,
E para finalizar: temia-se que não pudesse suportar a pressão dos questionamentos.
CHICANA PARA MELAR A CPI
A outra surpresa dos minutos finais da reunião de quinta-feira também foi protagonizada pelo vereador Francisco Hostins Júnior. Ele protocolou um requerimento para inserir no rol de documentos da CPI, uma gravação. Ela é de uma entrevista dada pelo presidente da CPI, Dionísio, dada à Rádio 89 FM, onde ele disse que o Ministério Público culpou a gestão de Gaspar por irregularidades na drenagem da Frei Solano.
Hostins, leu uma degravação do áudio da entrevista e que estava em seu celular. Queria que Dionísio confirmasse se ele tinha dado a entrevista e dito aquilo.
Primeiro, se há uma gravação, não há como refutá-la. Fazer o autor confirmar ou negar àquilo que ele próprio disse e está gravado, soa à zomba e parecer ser mais uma daquelas encenações teatrais em Tribunal do Júri para plateias de interesses antagônicos. A não ser que haja adulteração do material gravado e que não será uma negação que o invalidará, mas uma perícia.
Segundo, isto é apenas uma chicana. E por que? O que Hostins quer diante dos depoimentos que deixam em situação delicada o governo de Kleber, é desqualificar o presidente, ou até a própria CPI da qual faz parte, para uma suposta falta de isenção do seu presidente. Onde está escrito que o presidente deve ser isento se ele é um dos interessados no esclarecimento dos fatos? E nada difere da oposição. Ambos possuem interesses diametralmente opostos: um quer provar as irregularidades e o outro, a regularidade.
E quem vai dizer isso, são os documentos coletados e disponíveis, indícios, bem como os depoimentos dados até aqui, e que não foram favoráveis, principalmente pelas contradições expostas nele. Nem o relatório, valerá para esses casos, se disponibilizados os documentos para o MP estadual, Federal e Tribunal de Contas.
Na verdade, com isso, o governo Kleber, por intermédio dos seus dois vereadores na CPI, depois de ver que os depoimentos colocaram a vaca o brejo e que ambos terão que desatolá-la. Não querem que ninguém veja isso e assim distraem as pessoas para darem as costas ao atoleiro.
A chance dessa chicana dar em alguma coisa, é próximo a zero. E se der, ela vai bater em outra ponta e humilhar ainda mais o vereador cria de Kleber, que se desgarrou do governo e retornou agora às saias dele: Silvio Cleffi, ainda no PSC. O preço desse retorno e a “recuperação” da fidelidade perdida, é a de buscar votos e fazer legenda para reeleger Franciele Daiane Back no PSDB, justamente a que ele derrotou para chegar à presidência da Câmara contra a vontade de Kleber.
Silvio é o suplente da oposição na CPI. Se Dionísio for impedido, Silvio que não é mais oposição, assumirá e fará o serviço para enterrar de vez a CPI a favor de Kleber. Acorda, Gaspar!
Melato foi à CPI e nela disse que não é técnico e apenas processou administrativamente o que os técnicos atestaram. Para ele, se alguém errou tecnicamente deve ser apurado e responsabilizado. Não ele
O mais longevo dos vereadores (seis vezes) e licenciado para estar presidente do Samae há três anos, José Hilário Melato, PP, fez valer à sua experiência na política e embates políticos polêmicos. Tanto que quando perguntaram a sua profissão, ele se intitulou funcionário público.
Assim foi a tônica da primeira parte do seu depoimento de quinta-feira passada na CPI. Ela apura às supostas irregularidades na implantação da drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho, em Gaspar. O Samae, sem experiência no assunto, fez a principal parte deste trabalho lá e agora sob questionamentos da CPI.
Melato cantou de galo, mas com o tempo aceitou ser frango diante das incoerências documentais e principalmente dos depoimentos anteriores feitos pelos técnicos, incluindo o engenheiro fiscal que o Samae contratou para a, Halan Jones Mores, e que já saiu da autarquia.
“Vereador: eu não sou técnico, eu confio nos técnicos; vá perguntar e responsabilizar os técnicos”, disse ele várias vezes, à diversas perguntas formuladas pelos vereadores Dionísio Luiz Bertoldi, PT e Cícero Giovane Amaro, PSD, este, um vereador-funcionário efetivo do Samae, e que no início do mandato, para amansá-lo nas críticas, Melato no jogo com o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, deixaram o vereador numa encruzilhada: ou ele escolhia o mandato na Câmara ou o trabalho Samae, por serem as sessões no horário de trabalho de Cícero. As sessões mudaram, e Cícero faz as duas coisas, uma longa história também já contada aqui.
Aliás, Melato, habilmente, usou Cícero para exemplificar e lavar as suas próprias mãos no que tange ele autorizado mudanças no processo de execução do projeto da drenagem da Frei Solano: “vereador, o senhor é testemunha de que eu nunca interferi no seu trabalho de fiscal do Samae”. E Cícero, por outro lado, ao ouvir tal afirmação, não negou, nem confirmou. “O senhor faz um belíssimo trabalho”, chegou a chancelar Melato sobre Cícero em dado momento do depoimento de quase duas horas.
Ao ver que Melato estava impaciente diante das perguntas – olhava frequentemente para a porta de saída, teto e encarava os inquisidores – Cícero sugeriu que seria mais rápido. “Não vai ser rapidinho, vereador. Eu tenho todo o tempo do mundo para esclarecer”. Quando lhe perguntaram se ele não tinha tomado conhecimento via os requerimentos e principalmente via a imprensa dos questionamentos, Melato não hesitou: “a mídia publica o que ele quer, quando e da forma que quiser”.
E foi ai que a boa performance de Melato começou a dar brecha à sua tática de transferir todas as eventuais dúvidas para os engenheiros que conceberam, executaram e mandaram pagar o que estava no projeto e não o que foi executado, e até tubos que não se sabe bem onde foram colocados. “Eu sou gestor e confiei nos técnicos. Se há erros, que se apure as responsabilidades”, retirando à sua responsabilidade solidária em todo o processo.
E para complicar admitiu que ouviu falar, que participou de reuniões, que autorizou pagamentos e para contrapor, iniciou a mesma ladainha do governo. Ou seja, de que as eventuais dúvidas e erros são menores do que os resultados para a comunidade. “Não há erro gravíssimo, vereador”, rebatendo a Cícero, sem contrapor com qualquer documentação ou fatos novos.
“Eu sou do tempo de que os tratos horam o fio do bigode”, disse a certa altura Melato. Falácia. Na legislatura passada, houve um acordo de “fio de bigode” pela presidência da Câmara, e quando chegou a vez da vereadora Andreia Simone Nagel Zimmermann, então no DEM, assumir, exatamente por ela ser crítica do governo do petista Pedro Celso Zuchi, Melato não honrou o fio do bigode e tomou a vez dela.
E para encerrar. “A equipe de apoio do Ministério Público viu fortes indícios de superfaturamento de qualidade na obra. O que vamos encontrar se abrirmos ela, presidente?”, perguntou o Cicero a Melato.
“Você vai encontrar caixas [de inspeção], tubos e um povo feliz e que não aguentava mais perder os seus bens”, devolveu Melato, justificando que todas as possíveis irregularidades levantadas pela CPI foram ou são menores, diante do resultado e benefício, mesmo que a lei impeça tal prática. Acorda, Gaspar!
Para impressionar, staff do secretário levou caixas de documentos que não dizem respeito ao objeto da CPI
O secretário de Obras e Serviços Urbanos de Gaspar, Jean Alexandre dos Santos, insistiu que era um “interessado” no resultado da CPI. Nela se apuram às dúvidas da drenagem da Rua Frei Solano. Com isso, Jean se autodesqualificou. Foi ouvido como um mero informante e não como testemunha. O seu depoimento não possui qualidade. É mera propaganda. Decoração. E por que? Num ele possui responsabilidades com o que diz; no outro, não.
Jean se mostrou desde logo inconformado com a CPI. Foi na mesma linha dos discursos do governo, da base do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, na Câmara e dos depoimentos técnicos anteriores. Para ele, o mais importante é que foi dada a solução a um problema antigo, não importa se o que se fez está de acordo com a legislação ou há dúvidas que precisam ser esclarecidas no processo de transparência que rege à atividade pública.
Tanto que, na era digital, para impressionar a restrita plateia que estava lá, levou três caixas plásticas de documentos – a quais mais pareciam engradados de bebidas -, desalinhados. As caixas as colocou ao seu lado na banca de depoimento para impressionar os membros da Comissão.
Nelas, segundo Jean, estavam documentos que provariam que a administração petista de Pedro Celso Zuchi usou do mesmo expediente do Pregão e Registro de Preços em Atas para obras idênticas, como se um erro justificasse o outro, e não precisasse ambos de apuração e punição, mas de perdão. Na época que isso aconteceu, o MDB que era oposição dormiu de toca na defesa dos pesados impostos dos gasparenses e não foi atrás como foram Dionísio e Cícero.
“Estes documentos o senhor vai protocolar na Câmara?”, perguntou o presidente Dionísio, referindo-se aos que estavam nas caixas. “Sim!”, respondeu o secretário. É que não se sabia a razão daqueles documentos estarem na Câmara, e naquele momento e trazidos pelo staff da secretaria. É que a CPI não os requisitou, não são eles parte do objeto da investigação que apura falhas e dúvidas na execução, como ressaltou o Cícero.
Aliás, a própria secretaria, levou mais de um ano para disponibilizar os dados das obras solicitados em simples requerimentos ao prefeito. Nem a Justiça foi capaz de impedir que esses dados fossem sonegados, razão e origem da CPI
“Você alguma vez ouviu algum membro desta comissão dizer que a obra não atendeu à necessidade de drenagem da Freei Solano?”, perguntou Dionísio ao secretário Jean. Explicado mais uma vez, Jean respondeu que não tinha ouvido tal acusação. Mas ficou uma dúvida crucial e revelada pelo próprio secretário: o final da drenagem da Frei Solano, uma tubulação de dois metros de diâmetro desemboca numa de um metro. Se isto não for um erro de projeto é o desatino lógico. Isto sem falar, que não é propriamente uma drenagem, mas um canal de esgotos dos moradores da região.
Jean que logo de cara deu a entender conhecer muito bem tudo o que se falava e reclamar de que estava ali explicando a mesma coisa pela segunda vez, sendo que na primeira, os vereadores e Dionísio e Cícero não tinham comparecido, não soube explicar direito a razão de ter assinado documentos técnicos, não sendo ele engenheiro; de ter autorizado pagamentos de tubos aparentemente não assentados; e como mudanças feitas no projeto original não alteraram custos e a razão da demora da obra, se entre as justificativas para tal, além da boa técnica, era a aceleração da obra em favor da comunidade.
Todos os depoimentos até agora, justificaram para a atitude do vereador Hostins. Ele, em nome do governo, e arriscando o seu currículo político, agiu como advogado de defesa e colocou uma tranca na porta da CPI em nome do governo, como apontei no artigo de abertura desta coluna de hoje. Tudo para inviabilizá-la.
Se Hostins e Roberto Procópio de Souza, PDT, poderão controlar o relatório oficial da CPI, negando o do relator e fazendo um próprio como deverá acontecer, não poderão mudar depoimentos de testemunhas com fé pública já tomados. Eles sim, poderão ser disponibilizados para os órgãos de fiscalização e poderão atrair dores de cabeça no presente e futuro.
Ao final, Jean que foi de muletas ao depoimento e mostrando que tinha dificuldades de locomoção, fez uma tabelinha com o vereador Hostins, MDB. Tudo para mostrar vídeos e planilhas. Elas, segundo ele, justificariam as interferências dos engenheiros ou resultados das obras para a comunidade. Acorda, Gaspar!
Texto do press release da prefeitura: “na sexta-feira (6), acontece a primeira edição do projeto ‘EnCena’ o evento tem com o objetivo incentivar o desenvolvimento cultural da juventude gasparense. Para essa edição as atrações confirmadas são Godri, Bruno Ferreira, Rafael Gaiewski e a Banda My Place”. Parece que nem as atrações movimentaram seus “fãs clubes”. Explico.
No sábado cedo, depois de olhar meu aplicativo de mensagens inundado com imagens patéticas do prefeito, seu chefe de gabinete, além do puxa-saco mor do governo fazendo live para atrair mais puxas e diminuir o vexame, sob título “Aviso”, escrevi isto na área de comentários da coluna no portal Cruzeiro do Vale, o mais acessado:
“O fiasco de público na abertura das comemorações de mais uma aniversário de emancipação de Gaspar, em pleno Centro, com ampla divulgação, em ano de eleições, mostra o que pode ser o retrato das urnas de quatro de outubro.
São impagáveis, as queixas da assessora de imprensa da prefeitura pela falta de público, para a qual foi cobrada, bem como dos "çabios" que rodeavam o constrangido prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, candidato a reeleição. Impagável foi ver o guru dele nas redes sociais explicar o inexplicável, sendo ele um dos problemas que afetam a imagem e retiram a credibilidade do prefeito. Acorda, Gaspar!”.
Bom! O meu simples comentário viralizou nas redes sociais e principalmente aplicativos de mensagens.
Não pedi para replicar, nem para não usá-lo e nem mesmo tenho condições de impedi-lo que se espalhe sem o meu consentimento. A coluna Olhando a Maré é uma marca de credibilidade em Gaspar e Ilhota.
Entretanto, este ato – o de espalhar este textinho - mostra como está o estômago de muita gente em Gaspar com o atual governo empreguista, mal articulado, pouco transparente, censor, vingativo e arrogante. Ele não entendeu o recado das urnas de outubro de 2018, não se preparou a mudança de humor do eleitorado. Ele continua velho nas práticas e poderá ser surpreendido neste outubro. Clima há. Tudo que encosta nele, chamusca.
Sobre a importada superintendente de Comunicação Amanda Elisa Weber, o braço do marketing externo de Kleber para a reeleição, reproduzo acima as suas queixas na sua própria rede social.
Atentem: agora ela quer culpar o público pelo fiasco para quem ela não se comunicou adequadamente, ou não sabe falar com ele – eu também tenho sérias dificuldades - ou então esse público não está nem aí para o governo, mesmo o governo, supostamente, atendendo os pedidos dele, o jovem.
As lições primárias dizem que a comunicação deve ir ao encontro do público e não o público ao encontro da informação como quer Amanda. É um princípio básico e elementar de comunicação. Não é a toa, que esta área da prefeitura de Gaspar trocou de mão quatro vezes em menos de dois anos. E nela, os curiosos são prevalentes sobre os técnicos. Este é o real problema.
Se a tese da nossa comunicadora – e do grupo de "çabios" que ela representa nesse mundo exclusivo - estiver correta, no dia quatro de outubro quando se encerrar à contagem dos votos, e se for frustrante o resultado, ela dirá: “Um governo lindo. Criado à forma dos magnânimos que dominam a política de Gaspar a décadas. Uma pena que os eleitores não entenderam assim. Depois reclamam que são mal-governados. Vocês deveriam ter acreditado na nossa propaganda”.
E para completar a auto-enganação, o prefeito Kleber apareceu na sua rede social, com uma foto em close ao fim do evento, que faz supor ter sido o evento “bem prestigiado” e nele não estando mais, com este texto: “obrigado a todos que prestigiaram o primeiro Encena. Um evento que foi idealizado a pedido do próprio público-alvo: os jovens da nossa Gaspar. Música boa e lazer de qualidade na praça da prefeitura. Vida longa ao projeto! Que possa atrair cada vez mais jovens e revelar ainda mais talentos”.
Pois é. Tudo isso é uma tabelinha perigosa. A avestruz continua com a cabeça enterrada na terra. Aguarda-se que pelo menos ela tire a cabeça do buraco para respirar e possa ao menos dar uma olhada ao seu redor e vez que tudo é diferente do que imagina. Acorda, Gaspar!
A notícia não é uma surpresa. Eu mesmo já noticiei aqui há meses sobre o desconforto do vereador Cícero Giovane Amaro, funcionário público lotado no Samae de Gaspar. Esse desconforto foi a declaração de apoio ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, do presidente do partido, ex-vereador, ex-presidente da Câmara, ex-candidato a prefeito derrotado nas últimas eleições, Marcelo de Souza Brick.
Marcelo quer ser o vice de Kleber. Já recebeu carta branca para isso tanto do PSD como do próprio Kleber e seu entorno. Provocou um impasse com o PP que ocupa atualmente a vice de Kleber, com Luiz Carlos Spengler Filho e foi a gota final para a decisão de Cícero, um contumaz questionador da falta de transparência e dúvidas do governo Kleber. Tanto que é o relator na CPI que apura supostas irregularidades nas obras de drenagem da Rua Frei Solano.
Cícero foi ao PDS pelo então PFL e que virou o Democrata, quando o então governador Raimundo Colombo atraiu a maioria dos do DEM ao PSD fazendo crer que o DEM seria extinto. Cícero embarcou na onda. Bem diferente da mudança que faz agora: ela é pensada e até necessária para a sua sobrevivência política. Nesta cepa do PFL ele ficou por quase 20 anos.
O PL SE ORGANIZA EM GASPAR
A formatação do PL em Gaspar passou por um stress danado. Ele tinha um presidente na comissão provisória: o médico Odilon Áscoli, que é originário do MDB e até 2000 foi vice da primeira tentativa de Adilson Luiz Schmitt chegar a prefeitura.
Do nada, Márcio Cezar, como relatei em artigos anteriores, foi guindado à presidência. E ele continua oficialmente lá. Nesta segunda-feira, depois de sucessivas reuniões, o ex-secretário de Pedro Celso Zuchi, PT, engenheiro e professor Rodrigo Althoff – a cabeça de ponte do grupo do deputado Ivan Naatz que passou pelo PV depois de sair do PDT - deve assumir a presidência do PL e Márcio Cezar ficar com a vice.
E Cícero aparece como a cereja do bolo para atrair novos filiados, candidatos e principalmente eleitores desconfiados com os rumos da política em Gaspar. Acorda, Gaspar!
A promoção dos empresários e da prefeitura do “Liquida Gaspar” como parte das comemorações da semana de emancipação dos 86 de Gaspar se mostrou, na atração de participação e movimento econômico, vitoriosa.
Entretanto, dois fatores de responsabilidade da prefeitura como denunciam as fotos acima, precisam ser corrigidos urgentemente para os próximos. A Ditran precisa estar nas ruas para orientar e fazer fluir o trânsito. Se não fizer isso, poucos sairão de casa para não chegar ao destino, e sem se estressar.
A outra é a limpeza do centro. Dois conteiners repletos de lixo ficaram expostos durante todo o sábado na Aristiliano Ramos. Limpeza é um aspecto fundamental de organização para promoções comemorativas como a deste tipo.
E para finalizar as observações: os idealizadores da promoção precisam combinar com os proprietários dos estacionamentos privados próximos ou no Centro para eles ficarem abertos num evento desse porte até pelo menos uma hora após o fechamento das lojas.
Falta de transparência e atraso. A Câmara de vereadores de Gaspar gasta dinheiro para gravar e transmitir as sessões dela. Na terça-feira passada deu chabú. Alegam-se que a “placa” queimou. Cobrada, a Câmara disse que não usava a nuvem para o armazenamento. Brincadeira. Em que era está a informática da Câmara?
Cobrada na quarta-feira, o pessoal foi atrás do tempo perdido. Ao menos se coçou para colocar no ar a reunião da CPI que se armava para passar em branco.
Nesta terça-feira, os congressistas se preparam para “roubar” uma parte dos R$30 bilhões do Orçamento que é de responsabilidade do Executivo Federal administrar.
Os deputados e senadores mantiveram na semana passada, sob pressão popular nas mídias sociais, os vetos do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, a este tipo de sacanagem, mas na negociação, querem avançar em até R$20 bilhões sobre o Orçamento para farrearem ao seu gosto. E depois eles não sabem a razão pela qual há movimentação nas ruas.
Serviço de porco e contra a saúde do cidadão. A obra de drenagem da Rua Frei Solano revelou que a canalização de esgoto da Rua Manoel Pedra, também no Gasparinho, em Gaspar, não desembocava em lugar nenhum. Sumia na terra. Meu Deus!
Pegou mal, também, o passeio dos emedebistas – entre eles deputados e senador - no Centro. Os correligionários vieram de várias partes do estado e principalmente do Vale do Itajaí e se reuniram na Sociedade Alvorada. Lá discutiram as estratégias da campanha do partido para quatro de outubro. É outro sinal de que as coisas não andam bem.
O assessor parlamentar do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, Uillian Rafain, efetivo da prefeitura e que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, assinou portaria para ele voltar à origem, vai pedir as contas. Vai trocar a estabilidade pela liberdade. “Não nasci para viver no cabresto”, justificou.
O suplente de vereador que representa o Distrito do Belchior, Paulo Filippus, (466 votos) está coordenando um movimento para o fortalecimento do seu DEM, que está ainda nas mãos de outro suplente, Wellington Carlos Laurentino, o Lelo Piava (498 votos).
Ilhota em chamas. A nota desta coluna na sexta-feira sobre caravana de cinco vereadores de Ilhota em viagem para Brasília, rendeu muito debate nas redes sociais. Os vereadores depois de sentirem o bafo dos seus eleitores e não prestarem contas, acharam que o culpado de tudo isso fui eu, quem divulgou a excursão. Essa gente ainda não entendeu a quem deve prestar contas: seus eleitores e à comunidade que lhes paga. Outubro está chegando
Os 30 anos da formatura do veterinário Adilson Luiz Schmitt, está rendendo. A foto abaixo mostra um jantar neste final de semana, para quem segundo ele diz, ajudaram nos seus estudos e nos primeiros passos dentro da profissão aqui em Gaspar.
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