Vereadores querem acabar com o voto secreto na eleição da mesa da Câmara de Gaspar. Estão certos! Mas, só fazem isso depois de perderem, na articulação, à presidência - Jornal Cruzeiro do Vale

Vereadores querem acabar com o voto secreto na eleição da mesa da Câmara de Gaspar. Estão certos! Mas, só fazem isso depois de perderem, na articulação, à presidência

21/02/2019

O que esconde? I

Antes de começar, quero dizer de forma bem clara que sempre fui contra, e há décadas, o voto secreto dos parlamentares – os que se dizem nossos representantes, mas não revelam o que fazem com os nossos votos no escurinho dos acordos entre eles. O que pretendem os vereadores Francisco Solano Anhaia, MDB; Roberto Procópio de Souza, PDT e Franciele Daiane Back, PSDB, na Câmara de Gaspar? Apesar de legítimo e acertado, vem tarde e sem originalidade. Eles escondem que participaram do jogo e perderam, e agora “magoados” ou preventivamente para evitar nova derrota, querem mudar a regra desse jogo em benefício deles próprios.

O que esconde? II

Franciele era a candidata prometida pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, com Anhaia de cabo eleitoral. Nenhum dos três fez campanha. Contava com o ovo na galinha devido à suposta maioria de Kleber na Câmara. Franciele e os “governistas” perderam. Cena patética diante de convivas vestidos para a comemoração. Silvio Cleffi, PSC, até então governista, venceu e virou oposicionista. Roberto Procópio de Souza, PDT, o que articulou à derrota de Franciele, fez-se o mais ferrenho dos vereadores oposicionistas. Fachada! No final do ano passado, com esse cacife, trocou de lado. Tornou-se candidato de Kleber à presidência da Câmara. Anhaia era um dos seus cabos eleitoral. Contado os votos secretos, Procópio perdeu. Ciro André Quintino, MDB, venceu, vejam só: com os votos dele e dos oposicionistas (PT, Silvio e PSD).

O que esconde? III

Estranho que, exatamente os três perdedores no voto secreto, por má articulação, por não pedir votos, por impor vontades – pois os leitores e leitoras daqui souberam antes dos desfechos das eleições. Era impossível que os vereadores e os políticos não soubessem. Querem mudança? Mas, na própria Câmara rola desde 27 de julho, o Projeto de Resolução 3/2018. Está parado dede setembro na comissão de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação. Esse PR é para mudar o Regimento Interno da Casa. Por que não tratam de colocar esse assunto da votação desse PR e apressem à conclusão dele para votação? A nova eleição da mesa da Câmara só ocorrerá em 17 de dezembro, o dia da traição. Desistiram do PR? Não possuem voto para aprovar o PR? Ou querem é aparecer na mídia como os pais de uma criança até então enjeitada?

O que esconde? IV

O próximo presidente da Câmara já tem nome. É o mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP. Ele está presidente do Samae, vestido para assumir o papel ou “negociar”, mais uma vez essa oportunidade. O acerto com o poder de plantão, é de que Melato voltará à Câmara, torna-se presidente e de lá arruma à sua reeleição. Ou estão os do poder de plantão armando outra jogada para dar à presidência do legislativo gasparense à Franciele, e “reparar” a pixotada amadora que fizeram em dezembro de 2017 contra ela, bem como a enrolação sem tamanho que fazem na reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen? Franciele que abra o olho! A reeleição dela, sem coligação, no PSDB que não está no governo Kleber, sem o DEM que a elegeu na legenda, sem Napoleão Bernardes de quem dizia ser à sua referência, passa pelas obras entregues da Bonifácio e na ingerência total dela na superintendência do Distrito do Belchior. A superintendência, com Raul Schiller, MDB, da Figueira, tem sido uma madrasta. O futuro político e eleitoral de Franciele não passa pela presidência da Câmara. Ao contrário. Entretanto, cada um escolhe os seus caminhos. Kleber, o poder de plantão com o PP de Melato já a deixou a ver navios. Se ela não aprendeu...

TRAPICHE

Coisa de doido. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi à Câmara, fazer um discurso oficial de abertura do ano legislativo. Fez certo, mas já era a segunda sessão do ano. E se colocou à disposição dos vereadores para qualquer dúvida. Se verdadeiro, é só responder os requerimentos no tempo da lei e por completo.

Coisa esperta. Na primeira sessão da Câmara, o presidente que não era o da turma do poder de plantão, mas é do MDB, Ciro André Quintino, reafirmou em discurso à independência dos poderes. Fez bem! Contudo, se ele não cuidar vai ser atropelado pelas manobras que o Executivo faz contra o Legislativo. Entidades – em peso -  já se manifestaram contra o Fundo para construir a sede própria da Câmara.

Samae inundado I. O tempo é o senhor da razão. E ele provou mais uma vez que o Samae não possui absoluta condição de, ou se preparou para tocar as drenagens em Gaspar. Se não é incompetência, cheira a trambique. O governo está literalmente na vala de erros e dúvidas.

Samae inundado II. Ninguém está entendendo. José Hilário Melato, PP, provou na Câmara que havia “sobra de caixa” para os serviços de drenagens em Gaspar. Há poucos dias, a prefeitura repassou para o Samae R$500 mil. Agora, mais R$1,150 milhão? As “sobras” já foram tragadas?

Maluquices. O vereador e advogado Roberto Procópio de Souza, PDT, posou, em Lontras, no Alto Vale, num Dia de Campo promovido pela Cravil aos agricultores daqui. Nem ele, nem Pedro Pereira, o Geada, são do ramo. Hum!

Gasparenses quase manezinhos. Na foto com médico veterinário e ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, que trabalhou na capital, estão os quebra-tigelas residentes na Ilha, Clóvis Fontes (bancário aposentado do BB), Cláudio Barbosa Fontes (diretor do SC Saúde) e Fernando Fontes (filho do professor Hélio Barbosa Fontes). Eles se encontraram no Clube Asa e tiveram a companhia do ex-comandante da Polícia Militar de Santa Catarina, o criciumense, coronel da reserva, Nazareno Marcineiro, com a camisa listrada.

 

Edição 1889

Comentários

Miguel José Teixeira
25/02/2019 09:56
Senhores,

Extra! Extra! Extra!

Gleisi Hoffmann, Freicho e outros abobados da esquerda tupiniquim foram vistos em trilhas clandestinas tentando entrar na Venezuela!!!!

Levavam solidariedade ao pré-defenestrado, que está caindo de maduro. . .
Herculano
24/02/2019 08:55
PSOL CONTRA A AJUDA HUMANITÁRIA

Conteúdo de O Antagonista. Para a surpresa de ninguém, o PSOL divulgou uma nota criticando a ajuda humanitária oferecida aos venezuelanos.

Eis um trecho:

"Como um fantoche do governo dos Estados Unidos, tropas colombianas e brasileiras vão para as fronteiras com a Venezuela neste sábado, 23 de fevereiro, levar suposta 'ajuda humanitária', porém, com um nítido objetivo de provocar um conflito. O que realmente está em curso é a tentativa de uma intervenção militar externa combinada com uma ação golpista desde dentro, visando retomar o controle do país."
Herculano
24/02/2019 08:50
O ESPECTRO DO POPULISMO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

São cada vez mais evidentes os sinais de que Bolsonaro, como governante, toma suas decisões estimulado pela perspectiva do aplauso fácil e imediato

O "bolsonarismo" é, por enquanto, apenas uma caricatura mal-ajambrada de movimento populista, desses que de tempos em tempos assombram o Brasil, mas isso não significa que o País possa tranquilizar-se. Ao contrário: a esclerose precoce do governo de Jair Bolsonaro parece ter despertado no presidente o demagogo que ele sempre foi e que se encontrava apenas anestesiado em razão de conveniências políticas. Caso isso se confirme, a recuperação do País, repleta de obstáculos, será seriamente prejudicada, com consequências graves para a solvência do Estado e para a retomada do desenvolvimento. Nem é preciso enfatizar o perigo que um cenário desses representa para a estabilidade do País e mesmo para a ordem social.

São cada vez mais evidentes os sinais de que Bolsonaro, como governante, toma suas decisões não por razões de Estado ou como parte de alguma estratégia política de longo prazo, e sim estimulado pela perspectiva do aplauso fácil e imediato, este que brota de suas fanáticas hostes nas redes sociais - meio de comunicação caótico e irresponsável que Bolsonaro escolheu para se dirigir à sociedade, a título de estabelecer uma "relação direta entre o eleitor e seus representantes", como disse em seu discurso ao ser diplomado como presidente. Desse modo, Bolsonaro equipara os atos de governo a tuítes tolos e a "memes" engraçadinhos. Nem é preciso mencionar os riscos institucionais que essa prática acarreta ?" basta lembrar a recente confusão criada pelo presidente e por um de seus filhos no Twitter a respeito de um dos ministros de Bolsonaro, demitido como consequência do imbróglio.

Para os propósitos de Bolsonaro, no entanto, as redes sociais são o meio ideal para confundir a opinião pública, criando uma realidade paralela na qual a gritante falta de traquejo do presidente para o exercício de tão importante cargo seja convertida em qualidade de "homem simples". Nesse mundo bolsonarista, a falta de um programa claro de governo, em que haja firme compromisso com o progresso consistente e sadio do País, é compensada pela espetacularização das decisões do presidente e de seus ministros. Foi com esse espírito demagógico, por exemplo, que Bolsonaro anunciou recentemente nas redes sociais uma devassa no Ministério da Educação. "Daremos início à Lava Jato da Educação!", exclamou o presidente no Twitter, para compreensível delírio dos bolsonaristas mais animados, que acham que todos os problemas do País se resumem à corrupção.

A ninguém, contudo, é dado o direito de surpreender-se. Em 1999, este jornal publicou uma entrevista com Bolsonaro na qual o então deputado federal declarou sua admiração por Hugo Chávez, então recém-eleito presidente da Venezuela, dizendo que "gostaria muito que sua filosofia chegasse ao Brasil". Chávez conquistara o poder denunciando a hegemonia das oligarquias políticas, a degradação dos partidos, a corrupção desenfreada e a falência das instituições - e sobre essas bases ideológicas construiu uma ditadura populista tão sólida que sobreviveu a ele.

Não se pretende, com esse paralelo, sugerir que Bolsonaro possa reencarnar Chávez, mas é importante observar que o presidente brasileiro se elegeu com um discurso semelhante ao do falecido caudilho venezuelano e apresenta a mesma preocupante falta de compromisso com as liberdades democráticas. Seu histórico de defesa da ditadura militar e de supressão de direitos em nome de uma certa "ordem" fala por si, mas é preciso acrescentar ainda o fato de que Bolsonaro pretende resumir seu governo a uma luta do "bem" contra o "mal" ?" situação que inviabiliza a democracia. Foi assim que, recentemente ?" pelo Twitter, é claro -, Bolsonaro avisou que haverá "dificuldade" para "tentar consertar tudo isso", pois "o sistema não desistirá". Esse "sistema", presume-se, engloba todos aqueles que discordam de Bolsonaro.

Assim, contando ainda com formidável concentração de poder político, econômico e cultural, resultado de uma vitória eleitoral acachapante e da ausência de uma oposição digna do nome, Bolsonaro e seu entorno parecem ter decidido acelerar sua marcha populista - receita certa para o desastre.
Herculano
24/02/2019 08:43
BRINCADEIRA IDEOLóGICA ATRAPALHA A CAUTELA DOS MILITARES COM A VENEZUELA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Generais delimitam envolvimento brasileiro, mas chanceler faz jogo político perigoso

Quando a crise na Venezuela começava a transbordar, o general Hamilton Mourão se apressou para empurrar as inquietações para outras fronteiras. "Do lado mais complicado, que é o lado colombiano, acho que vai ficar nessa situação de impasse", afirmou o vice à BBC.

Enquanto isso, do lado mais complicado, o chanceler Ernesto Araújo resolveu posar sorridente com o autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó. O ministro decidiu confraternizar com o opositor de Nicolás Maduro justamente na hora em que os venezuelanos chegavam a uma encruzilhada.

O núcleo militar do governo tem reagido com cautela à escalada de tensões na região, mas a ala ideológica do bolsonarismo insiste num jogo político perigoso.

Generais do Planalto trabalharam nos últimos dias para delimitar claramente o envolvimento brasileiro na crise venezuelana. Embora não tenha se recusado a enviar ajuda humanitária ao país, o grupo conseguiu reduzir a marcha dessa ação.

Além de circunscrever a participação de tropas brasileiras, os militares também barraram a presença de soldados americanos em território nacional - ideia que havia sido alimentada pelo Itamaraty em conversas com autoridades dos EUA.

Araújo mergulhou numa guerra de provocações que, agora, interessa somente a Maduro, aos colombianos e a Donald Trump. Enquanto os militares tentavam baixar a temperatura para evitar uma matança, o chanceler brincava de fazer diplomacia.

*
Um assessor de Flávio Bolsonaro contou que repassava dois terços de seu salário a Fabrício Queiroz. Ele transferia R$ 4.000 ao ex-motorista do senador e recebia de volta R$ 4.700. O rendimento de 17,5% causaria inveja no mercado financeiro.

Flávio deveria incluir o nome de Queiroz no banco de talentos criado pelo governo para disfarçar nomeações políticas. Com essa habilidade para fazer dinheiro, ele seria contratado na hora por Paulo Guedes.
Herculano
24/02/2019 08:37
NSC CHAMA ATIVISTA PARA EXPLICAR A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E DIZER QUE Só OS POBRES VÃO PERDER?

Impressionante. No "Jornal do Almoço", de sábado, na NSC Florianópolis, trouxe e ouviu um "especialista" para explicar os principais pontos da Reforma da Previdência enviada ao Congresso. Era, vejam só, o presidente da Comissão de Direito Previdenciário da OAB SC, Jorge Mazera. O título, "a priori" lhe dá autoridade

A primeira coisa que ele disse é que há documentos sólidos, colhidos naquela CPI da Previdência do Senado, montada pelo PT, PSOL, PCdoB e outros que defendem a elite de altos salários, aposentadorias integrais e precoces do funcionalismo, provando que há recursos para suportar o atual modelo de previdência.

Duas coisas: se há documentos sólidos que provam de que não se precisa reformar a previdência e de que ela como está não quebra o Brasil, o que está se discutindo e impondo aos brasileiros é uma criminosa farsa; e os documentos que sustentam a Reforma não são sólidos, são facilmente combatíveis e os economistas - das mais variadas tendências - são bandidos.

Segundo, toda a entrevista, foi no sentido de invalidar a proposta do governo Jair Bolsonoro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, porque na Reforma só atingirá os pobres.

Impressionante o jogo que gente sabida faz para defender os mais privilegiados, os que usam o dinheiro dos pobres para se estabelecer nas vantagens.

Realmente a OAB - que não presta conta de seus recursos - é uma instituição fora da realidade brasileira. Aliás, pobre nem acesso a advogado possui, muito menos, pagar seus honorários.

Impressionante é a NSC tratar de especialista, um profissional que ao abrir a entrevista, posiciona-se como um ativista de algo já amplamente desmascarado fora do ambiente da esquerda do atraso, da elite do funcionalismo, do sindicalismo estatal....

Essa gente nem TV vê, por falta de tempo, por convicção ideológica e porque acha que os meios de comunicações tradicionais é um perigo quando inventa desnudar as verdades das poderosas guildas de privilegiados.

Incrível
Herculano
24/02/2019 06:52
LUTA FEIA PELOS RESTOS DO PAÍS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Brasil está na situação de optar entre a guerra por fundos públicos e o suicídio

Os servidores federais vão à luta para não pagar o aumento de contribuições previdenciárias previsto na reforma Bolsonaro-Guedes. É uma batalha da guerra civil por outros meios que está por vir caso o país decida de fato redistribuir de modo decente o gasto público. A Previdência é o aspecto maior desse drama, mas apenas um.

Parte do que se chama de reforma da Previdência é mesmo um projeto de reduzir o valor de salários, aposentadorias e pensões de servidores. O governo não tem mais como pagar essa conta do tamanho em que está. Menos ainda tem como bancar a Previdência dos trabalhadores do setor privado, o RGPS, problema ainda maior e mais explosivo.

Qual é o caso então com os servidores, além de salários fora da realidade? Em termos absolutos, o déficit do sistema de Previdência dos funcionários federais é menor que o do setor privado, embora proporcionalmente maior, em relação ao tamanho da sua despesa. E, sim, há privilégios.

Pelos mais recentes dados públicos disponíveis, a média do valor das aposentadorias do Executivo era 53% maior que a do teto do INSS. No Judiciário, 2,3 vezes o teto. No Ministério Público, 1,6 vez. No Legislativo, "os políticos", 3,8 vezes.

"Ah, pau nos políticos!". Suponha-se que o Congresso seja extinto e arrasado; que sua terra seja salgada, e sua gente, declarada infame até a décima geração; que deputados, senadores, funcionários e seus aposentados, viúvos e órfãos evaporem no espaço sideral. Tal economia lunática pagaria cerca de 1,6% da despesa da Previdência do "setor privado".

Sim, qualquer dinheiro é relevante neste país em que gente cata o que comer no lixo. O que se pretende mostrar é que não está fácil de arrumar um culpado para ficar com a conta.

Em 2017, Michel Temer quis aumentar a contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%. O socialista PSOL, acompanhado de sindicatos, reclamou no Supremo que alíquota progressiva de contribuição é inconstitucional. Imposto progressivo, argumentavam, tem de ser expressa e explicitamente previsto na Constituição e é confisco, de resto.

O ministro Ricardo Lewandowski, um líder da categoria, deu liminar cancelando a coisa, com apoio da Procuradoria-Geral da República.

Na reforma Bolsonaro-Guedes, de quanto será a contribuição extra dos servidores? Antes de mais nada: na metade mais pobre do país, o rendimento domiciliar por cabeça é de uns R$ 400. O benefício médio do Bolsa Família é de R$ 187,56 mensais.

Servidor que ganha até uns R$ 5.800 vai pagar uns trocados a menos. Para quem recebe uns R$ 10 mil, o desconto extra seria de R$ 180 mensais. Quem ganha em torno de R$ 20 mil, desconto adicional de R$ 770; salário de R$ 30 mil perde mais uns R$ 1.500. Para quem ganha o que deveria ser o teto de R$ 39 mil do funcionalismo, desconto extra de uns R$ 2.260.

Segundo o governo, esse aumento de imposto renderia R$ 13,8 bilhões, na soma dos próximos quatro anos. Nesta pindaíba, é dinheiro. Mas paga só 44% da despesa do Bolsa Família em um ano. Ou um quarto da conta de benefícios para idosos e deficientes muito pobres.

Apenas para sair do vermelho, o governo tem de cortar 9% de seu gasto (facada de R$ 125 bilhões).

Mesmo assim, não pagaria nada da despesa de juros, que se amontoa na dívida.

Para onde quer que se olhe, há contas estouradas e a feia necessidade. O país se explodiu. Como chegamos a isto vai ser tema de outras conversas.
Herculano
24/02/2019 06:49
AUDIÊNCIA DE CUSTóDIA

Evanio Wylyan Prestini, 31 anos, um riquinho de Guaramirim, as 5h30 da manhã deste sábado bateu contra um Pálio no Belchior Baixo, em Gaspar, vai na tarde deste domingo ser levado para a Audiência de Custódia, no Fórum de Blumenau que atende Gaspar nos plantões do final de semana.

Nas redes sociais, está postado um movimento para ir lá no Fórum e pedir a prisão dele, pois como é comum nesses casos, a Justiça manda soltar: não há antecedentes criminais, e o autor possui residência e trabalho fixo.

Com o acidente, Evanio - cujo teste mostrou que ele estava alcoolizado - matou na hora uma jovem de 21 anos e outra de 18 morreu no Hospital. Duas continuam internadas lutando para viver e suportar sérias sequelas.
Herculano
24/02/2019 06:43
AMIGO DE BOLSONARO QUE OPERA O CASO QUEIROZ VEIO A TONA NA REUNIÃO COM BEBBIANO, por Lauro Jardim, em O Globo

Frederick Wassef, o controvertido advogado paulista que opera, nas sombras, a defesa de Flávio Bolsonaro no caso Queiroz, apareceu na dura conversa que Gustavo Bebianno e Jair Bolsonaro tiveram na sexta-feira, 15, no Palácio do Planalto.

Não em pessoa, claro. Mas Bebianno, para espanto das testemunhas - os generais Augusto Heleno, Hamilton Mourão e Santos Cruz, além de Onyx Lorenzoni - contou histórias de Fred, amigo de Bolsonaro.
Herculano
24/02/2019 06:21
PGR ESPERA HÁ 17 MESES ANULAR DELAÇÃO DA JBS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

A Lava Jato está intrigada com a demora do ministro Edson Fachin, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), para decidir sobre o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), há 17 meses, em setembro de 2017, para anular o acordo de delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista e do lobista do grupo J&F/JBS, Ricardo Saud. O pedido da PGR, formulado por Rodrigo Janot e endossado por Raquel Dodge, prevê a preservação das provas recolhidas com o acordo.

OMISSÃO E MÁ-FÉ
A PGR pediu a anulação alegando omissão de informações e má-fé, mas até hoje o STF mantém os benefícios do acordo à gangue.

COLETA DE PROVAS
Em junho de 2018, o ministro Fachin abriu prazo de coleta de provas para em seguida submeter o caso ao plenário.

PRAZO SEM FIM
Questionada, a assessoria do STF explicou que a "fase de coleta de provas e depoimentos está em curso", sem indicar prazo.

INFILTRAÇÃO CRIMINOSA
A descoberta deixou constrangida a PGR: o procurador Marcelo Miller teria sido cooptado pela gangue, na época da negociação do acordo.

BRASIL É UM PROBLEMA PARA OPEP, CARTEL DO PETR?"LEO
A entrada em operação dos novos navios-plataforma da Petrobras P-67 e P-76, que aumentarão a produção brasileira em 300 mil barris/dia, criou um problema para o cartel denominado Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que por muito tempo ditou as regras do mercado. É que o Brasil se tornou um dos maiores produtores do mundo, maior que Kuwait, por exemplo, mas não se submete a Opep.

MESMO NÍVEL
Além de ultrapassar o Kuwait, com 3,4 milhões de barris/dia em 2018, o Brasil se aproxima do Irã, um dos maiores produtores do planeta.

PREOCUPAÇÃO TEM NOME
A operação da P-67 atrasou meses, em 2018, e a Opep contava com isso. Mas, desde a eleição, o cronograma é seguido à risca.

MUDANÇA DE PATAMAR
Com o início da operação das novas instalações até 2023, o Brasil será o 4º maior produtor, atrás apenas de EUA, Arábia Saudita e Rússia.

MATOU, TEM QUE PAGAR
Deveria ser cobrado da Vale e dos seus diretores os prejuízos e as despesas do município de Brumadinho, do governo de Minas, dos Bombeiros, da Polícia Militar, da FAB, do Exército e dos Estados que ajudaram nas buscas, após a tragédia do rompimento da barragem.

AO MENOS ISSO
O Tribunal de Justiça de Minas mandou que R$13 milhões bloqueados nas contas da Vale sejam usados para o ressarcimento de gastos do Estado com a tragédia. Mas as despesas são muito maiores que isso.

QUE VERGONHA
Só PT e Psol defendem a ditadura que submete sua população à fome e atira em civis desarmados. Esses bobalhões deveriam viver lá, sob o regime criminoso de Nicolás Maduro que tanto admiram.

DICA PRECIOSA
Em evento na Abrace, de Consumidores Industriais de Energia, o consultor Paulo Kramer deu a dica para lidar com o governo: "Serão bem recebidas sugestões para aumentar a competitividade do setor privado, mas se quiserem pedir novos subsídios ou a manutenção dos velhos, nem percam a viagem a Brasília."

ANO DIFÍCIL
Sucesso no Twitter, Guilherme Fiuza (@GFiuza_Oficial) lamentou um detalhe nos estertores da ditadura venezuelana: "Maduro fechou a fronteira com Gleisi do lado de cá. Êta ano difícil"

CONTRATO ANULADO
A estatal Infraero, em vias de extinção, anulou o contrato da operação do terminal de cargas do aeroporto de Manaus. A empresa vencedora, Ponta Negra, é de Sérgio Bringel, preso na operação Cashback, que investiga desvio de dinheiro público da saúde do Amazonas.

AGRIDOCE
A Petrobras comemorou o aumento na "nota stand-alone" de crédito da empresa estatal. A agência de risco Standard & Poor's passou a nota da Petrobras de BB- para BB. Mas o rating da empresa ainda é baixo.

RECORDE DE 25 ANOS
Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em fevereiro de 0,34%, este ano, é a menor variação do índice desde a criação do Real em 1994. É o segundo mês do governo.

PENSANDO BEM...
...fechar o espaço aéreo da Venezuela não ajuda o país e atrapalha os vizinhos.
Herculano
24/02/2019 06:11
A REFORMA, OS POBRES E AS CORPORAÇõES, por Samuel Pessoa, economista, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, no jornal Folha de S. Paulo

Sem ajuste, teremos inflação, que é jogar o não ajuste sobre os mais pobres

Como tenho escrito neste espaço, o ajuste fiscal envolve dois tipos de gasto: itens associados ao contrato social da redemocratização - política de valorização do salário mínimo, ajustes no RGPS (Regime Geral de Previdência Social), no BPC (Benefício de Prestação Continuada) e no abono salarial, entre outros-; e itens associados aos grupos de pressão - ajustes nos RPPS (Regimes Próprios de Previdência Social) e subsídios em geral ao setor privado.

Evidentemente, quanto maiores forem os ajustes sobre as corporações e o setor privado, menores precisam ser os ajustes sobre os mais pobres.

Sem ajuste, teremos inflação, que é jogar o não ajuste sobre os mais pobres. Quem se lembra da hiperinflação da virada dos anos 1980 para os 1990 e de seus impactos sobre os mais pobres sabe do que estou falando.

Nossa experiência nas últimas décadas é que as corporações são mais fortes do que a população.

Vejamos como será no governo Bolsonaro.

No jornal Valor Econômico na terça-feira passada (19), o futuro líder da bancada ruralista, Alceu Moreira, do MDB do Rio Grande do Sul, argumentou ser necessário haver "proteção racional" aos mercados agropecuários, "diante dos gargalos em infraestrutura e do histórico de juros altos no país".

Aplicando a mesma lógica, o setor deveria pagar impostos elevadíssimos para compensar a vantagem do sol e da água o ano todo e do bom relevo do Centro-Oeste.

O argumento do deputado está errado. As vantagens e as desvantagens que cada atividade tem no Brasil são compensadas pelo câmbio, que é flutuante. O cambio flutuante se ajusta à competitividade média das atividades do país. Os juros mais elevados, os custos tributários e trabalhistas maiores e os maiores custos de logísticas são compensados pelo câmbio.

Não faz sentido a agropecuária ter privilégios sobre a indústria e os serviços. Todos os setores precisam dar a sua contribuição para o ajuste fiscal.

Na semana passada, escrevi que o déficit do RGPS urbano foi de R$ 195 bilhões em 2018. Meu leitor atento Ricardo Knudsen notou que esse valor aplica-se ao RGPS todo.

Se retirarmos as contribuições e os gastos do RGPS rural, o déficit reduz-se para R$ 95 bilhões. Se consideramos a perda de receita pela desoneração da folha, do Simples nacional, da desoneração das entidades filantrópicas e do programa de microempreendedor individual, o déficit em 2018 foi de R$ 42 bilhões.

O RGPS rural apresentou em 2018 déficit de R$ 114 bilhões. Se descontarmos a renúncia fiscal da exportação de bens rurais, o déficit cai para R$ 107 bilhões.

Como escrevi há duas semanas, discutir déficit é ocioso. Dado que gastamos 14,5% do PIB (Produto Interno Bruto) com benefícios previdenciários e assistenciais para a terceira idade, incluindo pensão por morte, e nossa carga tributária é de 32% do PIB, é sempre possível estabelecer na forma de lei vinculações de receitas que superem o gasto previdenciário e tornam o sistema superavitário.

O tema é se faz sentido uma sociedade com as nossas características destinar 14,5% do PIB a esse tipo de gasto.

Exercício que fiz com meu colega Carlos Eduardo Gonçalves exposto no blog do Ibre (goo.gl/eQLJRC) indica que gastamos sete pontos percentuais do PIB a mais com previdência do que a norma internacional.

Adicionalmente, mostramos no mesmo exercício que esse excesso de gasto previdenciário reduz a poupança doméstica em cinco pontos percentuais do PIB. Não por coincidência os juros são elevados por aqui.
Herculano
24/02/2019 06:05
UNIR, JAMAIS. DESUNIR SEMPRE, por Carlos Brickmann

A proposta de reforma da Previdência não foi ainda integralmente enviada ao Congresso, e a parte que foi enviada está sob análise de quem entende: não é de um dia para outro que se vai avaliar toda a reforma. Mas, mesmo assim, mesmo sem saber muito bem de que se trata, o mercado se animou: já aceita receber juros menores em títulos do Tesouro (caíram de 13,5% para 9,5%) e o dólar deu uma boa descida diante do Real.

A base parlamentar de Bolsonaro é insuficiente para garantir a vitória da reforma ?" mas a força de sua expressiva vitória eleitoral, somada à boa reação do mercado, pode perfeitamente levar o Governo à vitória, a menos que, insatisfeita pela fraqueza da oposição, a família do presidente a reforce. É o que está ocorrendo: o senador Flávio, o filho 01, propõe que o Congresso mude a reforma. Se o filho do presidente deixa de defender suas propostas e sugere mudanças, como convencer quem nem parente é?

Todo o planejamento da reforma está baseado na redução das diferenças entre aposentadorias, hoje imensas: funcionário público aposentado recebe o salário integral dos ativos, filha de militares tem direito a manter a pensão após a morte do pai, assalariados da iniciativa privada têm limite bem mais baixo. Pois o senador 01 quer igualar os guardas municipais, para fim de aposentadoria, a policiais. Pode ter razão, mas não é essa a reforma que o Governo de seu pai propõe. Com união é difícil. Sem união, impossível.

NO RUMO

Valeu a pena ver, pela TV e pelo YouTube, as cenas da fronteira entre o Brasil e a Venezuela nos últimos dias, antes do fechamento da fronteira pelo presidente Nicolás Maduro. Muita gente cruzava a fronteira, sempre no sentido Venezuela-Brasil; ninguém no sentido Brasil-Venezuela. Se não há problemas na Venezuela, como afirmam os bolivarianos brasileiros, por que há tanta gente saindo? Vale conferir as imagens no YouTube.

ESTRANHA COINCIDÊNCIA

Não houve, nos últimos dias, alterações de preço nas refinarias da Petrobras. O dólar caiu. Mas, de quarta para quinta, em Brasília a gasolina passou de R$ 3,80 para R$ 4,23 - de repente, as marcas de todas as grandes distribuidoras tiveram alta parecida, sem maiores explicações. Diz o colunista Cláudio Humberto (www.diariodopoder.com.br) que, por causa deste surpreendente evento, espera-se que Bolsonaro autorize os produtores de álcool e as refinarias a fornecer combustível diretamente aos postos, sem precisar entregá-lo a distribuidoras que só elevam os custos.

JUSTIÇA X DISTRIBUIDORAS

O repórter Cláudio Tognolli foi processado por críticas duras que fez às distribuidoras de combustíveis - entre outros termos, usou "assalto ao consumidor" para definir a atitude das empresas. A Associação Nacional de Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência - Plural - que reúne BR, Shell e Ipiranga, donas de 70% do mercado, entrou na Justiça acusando-o de difamação. O juiz José Zoéga Coelho, do Juizado Especial Criminal, decidiu pela absolvição sumária. Uma derrota importante da Plural: o repórter bateu duro e ficou claro que nada mais fez exceto investigar e descrever os fatos que havia investigado e confirmado.

O FALSO HERóI

O principal repórter da principal revista alemã era uma farsa: inventava histórias magníficas e as publicava como se fossem verdadeiras. A revista, com todo seu sistema de controle de qualidade, publicou tudinho, sem nada questionar. E, se não fosse um repórter cujo prestígio não se comparava ao do falso herói, tudo se manteria sem problemas, enganando os leitores.

O principal repórter, um dos mais conhecidos e conceituados da Alemanha, era Claas Relotius; a revista, respeitadíssima, é Der Spiegel. E o jornalista que desmontou a farsa, Juan Moreno, também da Der Spiegel, foi quase massacrado ao colocar em dúvida as verdades do grande repórter. E, no entanto, tinha razão: hoje, a Der Spiegel adverte no site, onde há matérias de Relotius, que não há como garantir que sejam verdadeiras.

LUTAR E PROVARr

Moreno, jornalista nascido na Espanha e criado na Alemanha, desconfiou de Relotius depois de uma reportagem que fizeram juntos. Moreno deveria acompanhar um grupo de migrantes até a fronteira e contar a viagem; Relotius, nos Estados Unidos, se infiltraria num grupo civil de milicianos dispostos a bloquear a passagem dos migrantes. Estranhou as informações do colega e começou a verificá-las. Aos poucos, descobriu que Claas Relotius entrevistara pessoas que nunca havia visto, descrevia locais em que nunca havia estado. Demorou até que alguém prestasse atenção no que dizia; nesse período, perdeu oito quilos.

Hoje, a Der Spiegel reformulou seu controle de qualidade e abriu uma investigação interna: como pôde ser tão enganada por tanto tempo?
Herculano
24/02/2019 05:57
OS ÇABIOS UNIRAM MARAJÁS AOS MISERÁVEIS, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Se o problema das contas estiver no benefício aos pobres, devolvam o Brasil a Portugal

Não deu outra. Os çábios que conceberam o projeto de reforma da Previdência descobriram um jeito de entregar aos marajás a bandeira da defesa dos miseráveis. Fizeram isso ao propor a tunga do Benefício de Prestação Continuada, que dá um salário mínimo (R$ 998) aos miseráveis que têm mais de 65 anos.

O projeto é engenhoso. Dá R$ 400 ao miserável a partir dos 60 anos, o que é um alívio para quem recebe, no máximo, R$ 371 pelo Bolsa Família. Com a outra mão querem tomar pelo menos R$ 598 mensais dos miseráveis que têm mais de 65 anos. Eles só terão direito aos R$ 998 se e quando chegarem aos 70 anos.

Se o conserto do rombo da Previdência precisa tungar um benefício pago aos miseráveis que têm entre 65 e 70 anos, então é melhor devolver o Brasil a Portugal.

O ministro Paulo Guedes produziu um projeto racional e conseguiu apresentá-lo de forma competente. Na essência, podou privilégios. Essas virtudes levam à estupefação diante da tunga de sexagenários miseráveis. Ela só serve para soldar uma aliança maligna e hipócrita. O marajá que acumula privilégios ganha o direito de combater a reforma apresentando-se como defensor dos pobres e dos oprimidos.

Está entendido que o capitão reconheceu que errou ao combater a reforma proposta por Michel Temer, mas, se as pessoas podem mudar de opinião, não podem mudar os fatos. Quando ele estava do outro lado da trincheira, lembrava que a expectativa de vida no Piauí "estava na casa dos 69 anos, quando você bota 65, você convida a oposição a fazer sua proposta e melar esse projeto". Bingo. Os çábios fizeram isso, pois tomando-se a expectativa de vida do Piauí, seus miseráveis, que hoje recebem R$ 998, perderão o benefício aos 65 e irão para o outro mundo antes de terem direito a receber o que recebem hoje.

TOSA

O repórter Ancelmo Gois revelou que num fim de semana o ministro Paulo Guedes andou pelo Leblon e cortou o cabelo no salão Care, em Ipanema.

Esses salões são os únicos lugares onde a turma do andar de cima paga para ganhar cortes. No Care uma tosa custa de R$ 130 a R$ 250. Não é o mais caro, pois há salão que cobra R$ 320.

Para a turma do regime geral da Previdência, um corte de cabelo vai de uns R$ 15 a R$ 30.

ESTÃO CORROMPENDO A MORALIDADE

Duas operações de combate à corrupção produziram episódios que corrompem a luta pela moralidade. Num, a turma da Lava Jato do Paraná recorreu a uma gambiarra destinada a contornar a propensão libertadora do ministro Gilmar Mendes e prendeu o notório Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto da caixinha do PSDB paulista. No outro, prenderam e soltaram o presidente da Confederação Nacional da Indústria por causa de espetáculos teatrais mal explicados.

O doutor Paulo Preto já foi preso duas vezes. Ameaçou os cúmplices com a possibilidade de romper seu silêncio e documentos suíços mostram que amealhou milhões de dólares.

Para quem olha o caso de fora, ele não deveria estar solto, mas está.

Com barulho coreografado, o Ministério Público revelou que Paulo Preto tinha um bunker onde guardava R$ 100 milhões. Nas palavras do procurador Roberson Pozzobon, "talvez o bunker de Paulo Preto tivesse o dobro do dinheiro do bunker do Geddel. Isso é um escárnio."

Para quem gosta de espetáculo, seria uma prisão exemplar, investigação primorosa. Teve milhões, bunker, e até dinheiro no varal para não mofar. Era prato enfeitado, porém requentado.

A acusação veio da delação do doleiro Adir Assad e é de 2017. A cifra de R$ 100 milhões também é de 2017. E o bunker? "Talvez", pois os endereços dados por Assad há dois anos não foram investigados.

São muitos os escárnios que acompanham o caso de Paulo Preto. Seria ótimo se o Ministério Público encarcerador brigasse publicamente com os magistrados libertadores, mas é péssimo que se faça isso com espetáculos de manipulação do distinto público.

Em outro episódio prenderam Robson Andrade, presidente da CNI, porque acharam o que parece ser uma roubalheira em contratos de eventos teatrais em Pernambuco. Se investigação de malfeitorias praticadas com dinheiro do Sistema S pretende girar em torno de festivais de bonecos, é melhor economizar o dinheiro dessas operações espetaculares.

COISA PARA MAGO

Diversos dirigentes do PSL não foram convidados para a posse do capitão. Alguns fizeram-se de desentendidos e apareceram nas solenidades.

A saída de Gustavo Bebianno deu uma enorme desarrumada no tabuleiro e o presidente precisará de um mago para consertá-la.

Se houver bom senso, Bolsonaro deverá começar seu serviço construindo uma convivência saudável com Rodrigo Maia.

DORIA DE OLHO

A turma do capitão gosta de pensar que a oposição ao governo vem do PT e da esquerda. É uma meia verdade. O verdadeiro polo alternativo está em São Paulo e gira em torno do governador João Doria. É para lá que confluem e são estocadas as ambições e ressentimentos que Bolsonaro produz.

BANCADAS TEMÁTICAS

Para aprovar a reforma da Previdência, o governo abriu um balcão de promessas para emendas de parlamentares.

Acreditou na história das "bancadas temáticas"?

Tente Papai Noel.

(Os deputados não acreditam em Papai Noel, nem em promessas de liberação de recursos de emendas.)

MARIA THEREZA FALA

No mês que vem chegará às livrarias "Uma Mulher Vestida de Silêncio", de Wagner William. Contará a história de Maria Thereza, a linda mulher do presidente João Goulart, um marido protetor e promíscuo.

Eles se casaram quando ela tinha 15 anos e ele, 37. Aos 21, Maria Thereza se tornou a bonita e elegante mulher do presidente da República e aos 23 deixou a Granja do Torto com dois filhos pequenos para um exílio que durou 22 anos. O desterro terminou quando ela atravessou a fronteira com o marido dentro de um caixão.

Em "Uma Mulher Vestida de Silêncio", Maria Thereza conta sua história triste. Enquanto foi a mulher do poderoso Jango, era perseguida por um acervo de maledicências. A maior, por pública, vinda do governador Carlos Lacerda. Passou-se mais de meio século e nunca apareceu um só fiapo de veracidade, mas assim era o mundo.

Maria Thereza Goulart foi detida por duas vezes em condições humilhantes, viu as fronteiras das traições e da ingratidão, comeu o pão que Asmodeu amassou e nunca mostrou ressentimento, nem durante a cerimônia em que os restos mortais de seu marido voltaram a Brasília. Aos 78 anos, vestida de silêncio, Maria Thereza Goulart divide seu tempo entre Porto Alegre e o Rio.

ERRO

Estava errada a informação que saiu aqui, contando que os sapos, quando colocados numa panela com água aquecida lentamente, não percebem o calor e deixam-se ferver.

Trata-se de pura lenda.

Quem se deixa ferver ou fritar são os ministros. Muitos sapos são feios, mas nenhum é bobo.
Herculano
23/02/2019 19:33
PROSSEGUE IMPASSE NA VENEZUELA; SOLUÇÃO ESTÁ COM A PM: PARTIDO DOS MILITARES. PARA NÃO SER TÍTERES, TERÃO DE SER PROTAGONISTAS, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Prossegue o impasse na Venezuela. A única torcida sensata e justa é para que os militares desistam de Nicolás Maduro, reconheçam o governo interino de Juan Guaidó e deem suporte a uma transição, com a marcação de eleições gerais. Ocorre que o encaminhamento dado à questão até agora torna complexa também essa saída.

A queda de Maduro teria sido facilitada sem o cerco, dissimulado em ajuda humanitária - ainda que os venezuelanos, na penúria, precisem, sim, de víveres e remédios. Mas se sabe que o aporte que chega está muito longe de satisfazer minimamente as necessidades. Isso a que se chama "ajuda humanitária" corresponde a uma intervenção estrangeira, vertida em outros termos, em favor de Guaidó. E por isso o núcleo militar do governo Bolsonaro se opôs a ela, com a exceção de Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa.

A escolha feita pelos Estados Unidos, tendo Brasil e Colômbia como meros caudatários, criou dificuldades para que os militares deponham o tirano. Fica difícil criar uma narrativa em que eles não surjam como meros títeres de forças internacionais. Só o apoio dos partidários de Guaidó é pouco para evitá-lo. Porque também Maduro ainda conta com considerável suporte. E, deposto o presidente oficial e empossado o autointitulado presidente (ainda que reconhecido por 50 países), existe um "amanhã".

Aliás, qualquer que seja o desdobramento, será preciso tomar cuidado com o risco de anarquia militar. O estrago produzido por Chavez-Maduro nas Forças Armadas é gigantesco. Há nelas grupos profissionalizados, que mantinham interlocução com seus congêneres na América Latina, mas também os partidários do bolivarianismo à moda inventada pela dupla.

Outra consideração relevante: quem depõe ajuda a governar ou governa, não é mesmo? O cerco criado por EUA, Brasil e Colômbia põe a solução nas mãos dos militares. Ou por outra: cabe agora ao PM - Partido Militar - decidir o destino de Maduro. Em qualquer caso, ele estará no comando.
Herculano
23/02/2019 19:29
da série: isso estava no script, ou alguém tinha alguma dúvida? Estamos brincando com coisa séria e fazendo o jogo da propaganda do ditador Nicolás Maduro, do PT, PSL, PCdoB, da esquerda do atraso

Manchete desta noite

Dois caminhões com ajuda humanitária são queimados na fronteira entre Venezuela e Colômbia.Três pessoas morrem em confronto com militares perto da divisa com o Brasil
Herculano
23/02/2019 06:53
da série: um sábado de expectativas, espetáculo e miséria democrática, com a dor de pessoas e à mostra de um país que já foi referência de rico na América Latina.É o melhor exemplo do que escapamos com o PT e a esquerda do atraso, e daquilo que não se pode permitir com a direita xucra, onde o povo se torna um mero joguete para seus interesses de poder

VENEZUELA ANUNCIA FECHAMENTO TOTAL DE FRONTEIRA COM A COLôMBIA

Conteúdo de O Antagonsita. A Venezuela anunciou o fechamento total de sua fronteira com a Colômbia.

A vice-presidente Delcy Rodríguez disse:

"O governo bolivariano informa a população que, devido às sérias e ilegais ameaças do governo da Colômbia contra a paz e a soberania da Venezuela, decidiu um fechamento total temporário das pontes Simón Bolívar, Santander e Unión."
Herculano
23/02/2019 06:33
OS GENERAIS QUE CONHECEM O CHEIRO DE SANGUE VOTARAM CONTRA A "PROVOCAÇÃO HUMANITÁRIA"; JÁ OS COXINHAS, A FAVOR, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Augusto Heleno, do GSI: ele conhece situação de guerra e votou contra a "provocação humanitária"
Informa o "Painel" da Folha o que segue. Volto em seguida:

Guarda compartilhada
Jair Bolsonaro dividiu com chefes dos outros dois Poderes a deliberação sobre o envio de ajuda humanitária à Venezuela. Ele chamou reunião dizendo que queria apresentar o quadro no país vizinho aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, da Câmara, Rodrigo Maia, e do STF, Dias Toffoli, ao lado de um grupo seleto de ministros. Durante a conversa, pediu que cada um se posicionasse. Não houve consenso. Maia e militares do Planalto foram contra. Os demais endossaram a iniciativa.

Prólogo
A reunião antecedeu o anúncio da decisão do governo de enviar mantimentos e remédios aos venezuelanos em meio à ofensiva da oposição - com apoio dos americanos- para derrubar o ditador Nicolás Maduro.

Avisado está
Os generais Santos Cruz (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (GSI) teriam ponderado que o Brasil poderia emitir sinais equivocados ao se envolver na crise na Venezuela num momento em que a disputa política lá chega perto do auge.

Avisado está 2
Eles ainda alertaram que o país poderia estar sendo usado como isca para fomentar conflito e dar margem a uma intervenção militar dos EUA.

Palavra de honra
Bolsonaro, então, teria garantido aos presentes que não autorizaria o ingresso de tropas americanas na Venezuela por meio do território brasileiro. Opinaram pela ajuda humanitária os ministros da Defesa e das Relações Exteriores, além de Toffoli e Alcolumbre (DEM-AP).
(...)

Comento
Quem ouviu ontem o programa "O É da Coisa" sabe que informei precisamente o que vai acima: os militares se opuseram à tal "ajuda humanitária", que é, obviamente, uma intervenção na política interna de um vizinho, que viola os Incisos III e IV do Parágrafo 4º da Constituição, a saber:

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

III ?" autodeterminação dos povos;

IV ?" não-intervenção.

Não é curioso? Augusto Heleno e Santos Cruz, que já enfrentaram situações muito similares às da guerra - o primeiro no Haiti, e o segundo, no Haiti e no Congo - foram contrários. E é a posição da maioria dos militares. Fernando Azevedo e Silva, ministro da Defesa, com um perfil, digamos, mais acadêmico, bem..., este endossou a tal ajuda humanitária. A mesma posição, que considero irrefletida, teve o presidente do Supremo, Dias Toffoli, amigo de Azevedo e Silva.

Rodrigo Maia, presidente da Câmara, fez, a meu ver, a boa escolha, mas não Davi Alcolumbre e Ernesto Araújo - que está mais para animador de auditório com nota de rodapé do que para ministro das Relações Exteriores.

Eu escrevo de outro jeito a coisa: no grupo, quem conhece o cheiro que o sangue tem e sabe como escaramuças bestas podem terminar em confrontos violentos opinou contra a provocação. Já a turma que só conhece sangue de gente em versão literária votou a favor. Aplaudo também a ponderação de Rodrigo Maia, presidente da Câmara. Quanto a Davi Alcolumbre... Bem, saiu do fundão da sala e se viu, de repente, podendo dar opinião num caso de quase guerra. Votou a favor. Eu logo o imaginei no front de uma guerra, fugindo das balas com a agilidade de um raio...
Herculano
23/02/2019 06:14
da série: o conhecimento vira monopólio guardado para poucos nos grandes centros urbanos com medicina desenvolvida e contra doentes sem condições de caros e até imprudentes longos deslocamentos


MÉDICOS À DISTÂNCIA, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

A regulamentação não pode ser muito diferente da que foi proposta e revogada ontem pelo CFM

Parece-me artificial a polêmica em torno da regulamentação da telemedicina. Os termos principais da discussão já estão dados e não comportam grande variação.

Não há muita dúvida de que o setor de saúde se beneficiaria da incorporação de tecnologias de comunicação e ação à distância. Em tese, todos têm a ganhar. Médicos e pacientes economizariam tempo em deslocamentos desnecessários. O SUS poderia atender a mais gente com os mesmos recursos.

O receio de médicos de serem "uberizados" me parece extemporâneo. Isso já aconteceu faz tempo para profissionais que dependem de panos de saúde. Não há tanta diferença entre sucessivas telas de Skype e o consultório abarrotado de pacientes de convênio.

A questão da responsabilização também já está no essencial definida. Não importa muito o que digam resoluções do CFM, em termos jurídicos a responsabilidade final já recai sobre o médico assistente. É ele que será chamado a prestar contas se deixar de proceder ao exame físico de um paciente em situações em que teria sido necessário fazê-lo.

Diante disso, penso que uma regulamentação da telemedicina não pode ser muito diferente da que foi proposta pelo CFM ?"e revogada ontem após bombardeio de conselhos regionais. Haveria, é claro, espaço para melhorar o texto, propondo definições mais precisas..

Também valeria a pena discutir se faz mesmo sentido exigir que todas as teleconsultas sejam registradas em mídia e armazenadas. Num mundo em que tudo vaza, essa talvez não seja uma providência muito sábia. E, se interações presenciais entre médicos e pacientes não são gravadas (basta guardar os apontamentos do profissional de saúde), é difícil imaginar uma boa razão por que as remotas precisariam ser.

Minha impressão, de novo, é a de que alguns dos conselhos usam a busca do ótimo (que é sempre uma ilusão) para impedir ou retardar a chegada do razoável, que já faria alguma diferença.
Herculano
23/02/2019 06:00
STF CEDE A MANOBRA E 'REVÊ' PRISÃO EM 2ª INSTÂNCIA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado nos jornais brasileiros

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar outra vez em 10 de abril a prisão após condenação em segunda instância. O STF cede a manobra que objetiva abrir uma chance de soltura do ex-presidente Lula, condenado a 12 anos 1 um mês por corrupção e lavagem de dinheiro. O novo julgamento foi definido pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que no exame anterior esteve entre os votos vencidos.

VOTO DADO COMO CERTO
A expectativa entre ministros do STF é que a ministra Rosa Weber vai mudar o voto e ficar contra a prisão em segunda instância.

PROVÁVEL EMPATE
Se Rosa Weber mudar mesmo de ideia e os demais ministros mantiverem a coerência, haverá empate de 5? - 5 votos.

DESEMPATE, EIS A QUESTÃO
Em caso de empate, o presidente do STF poderá votar para desempatar. Por isso, tudo depende da posição de Dias Toffoli.

BARBAS DE MOLHO
Toffoli foi quem ordenou a soltura do ex-ministro José Dirceu, que cumpria pena após condenação em segunda instância...

ONYX (E NÃO CRUZ) DEFINE CAMPANHA PUBLICITÁRIA
O ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz (Governo) manda na área de comunicação social do governo, mas para Luiz Mandetta (Saúde) o "cara" é Onyx Lorenzoni. Foi o ministro da Casa Civil quem bateu o martelo da tradicional campanha contra aids que Ministério da Saúde costuma fazer nesta época do ano. Não há informação oficial sobre a transferência da área de Comunicação (Secom) para a Casa Civil.

CHEFE É CHEFE
Deputado federal pelo DEM-MS, Luiz Henrique Mandetta é correligionário do ministro Lorenzoni e foi indicado por ele para o cargo.

É CARNAVAL
O Ministério da Saúde reservou R$12 milhões para o lançamento da campanha de carnaval sobre os riscos do vírus HIV.

O NOME DELA É JENNIFER
Onyx Lorenzoni gostou da campanha que utiliza como tema a divertida música "O nome dela é Jennifer", que deve ser o hit do carnaval.

CASOS DE POLÍCIA
Em qualquer país, chefe de partido acusado por corrupção renuncia ao cargo, outros se afastam até a conclusão das investigações. Em alguns casos, fazem haraquiri. No Brasil, Gleisi Hoffmann (PT) faz pose de quem sempre foi santa e Ciro Nogueira (PP) finge que não é com ele.

TIRANO ASSASSINO
A ditadura de Nicolás Maduro não hesitou em abrir fogo contra seu próprio povo faminto e inconformado com os rumos de um país que, rico em petróleo, sofre crise de abastecimento até de gasolina.

DE PRIMEIRA GRANDEZA
O ministro Sérgio Moro (Justiça) mora na mesma quadra que outras ilustres figuras de Brasília: o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, e o ex-Advogado Geral da União Luís Inácio Adams.

PREGANDO NO DESERTO
O deputado Ruy Carneiro (PSDB-PB) deve ter a sensação de pregar no deserto. É dele o projeto que acaba com a concessão de "auxílio-mudança" para os deputados que saem, para os que entram e até para aqueles que foram reeleitos. O dinheiro fácil totaliza R$33,7 mil.

LOBBY CONTRA SOLANGE
A economista Solange Paiva Vieira é nome forte para a Susep, xerife do setor de seguros, mas as seguradoras tentam "alertar" o ministro Paulo Guedes (Economia) contra o risco de "excesso regulatório".

LOROTA DE DEMITIDO
Gustavo Bebianno disse ontem que "está superado" o episódio da sua demissão do governo Bolsonaro. Mas continua dando entrevistas e vazando mensagens do presidente para manter o assunto vivo.

ANO COMEÇA APóS O CARNAVAL
Há coisas na Câmara que nem a força de um novo governo muda. Só a Comissão de Constituição e Justiça será instalada esta semana, em razão da reforma da Previdência. As demais, só depois do Carnaval.

SUBSTITUIÇÃO DE BANDEIRA
A Força Aérea coordena neste domingo (24) a substituição do bandeirão na Praça dos Três Poderes, em Brasília. A bonita solenidade será às 10h, com direito a banda e quatro grupamentos da FAB.

PENSANDO BEM...
...políticos do PT e do PSOL que defendem o ditador da Venezuela não são solidários, são cúmplices.
Herculano
23/02/2019 05:52
CÍRCULO MILITAR, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S.Paulo

O governo afunda sozinho na areia movediça sobre a qual apoiou seu edifício

O Floriano Peixoto de ontem, marechal de ferro, armas na mão, salvou a República da reação oligárquica. O de hoje, um comandante testado no terremoto do Haiti, integra-se ao círculo de aço de militares encarregados de salvar o governo do caos engendrado pelo próprio presidente. A substituição de Bebianno converte Onyx Lorenzoni no único civil remanescente no núcleo de ministros que despacham do Planalto. Junto dele, figuram três generais: Augusto Heleno, chefe do GSI, Santos Cruz, na Secretaria de Governo, e Floriano, na Secretaria-Geral. De fato, um mês e meio após a posse, assistimos ao ensaio da inauguração de um segundo governo Bolsonaro.

A demissão de Bebianno pode ser narrada em dois registros alternativos. Na linguagem do recreio do pré-primário: um chamou o outro de mentiroso, feio e bobo. No idioma compartilhado entre milicianos e facções do crime: um qualificou o outro como traíra, X-9. De um modo ou de outro, o evento veicula uma lição de ciência política: o governo Bolsonaro, na sua versão original, é um experimento patológico destinado a perecer sob o efeito das toxinas empregadas na sua concepção. Os militares finalmente entenderam isso.

Nos idos de 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff, a cúpula militar encarava Bolsonaro com indisfarçável desprezo. O ex-capitão baderneiro cercava-se por constelações de extremistas de redes sociais que gritavam pela "intervenção militar", ameaçando poluir os quartéis com os gases da política golpista.

Dali, numa brusca oscilação, os chefes fardados entusiasmaram-se com uma candidatura que prometia recuperar a estabilidade econômica, exterminar a corrupção e destruir as cidadelas do crime organizado. A velha desconfiança dos políticos profissionais, os ressentimentos nutridos pelas comendas oficiais concedidas a Marighella e Lamarca, o sonho desvairado de restauração da imagem da ditadura militar contribuíram para o imprudente abraço dos militares ao candidato da direita populista.

Do desprezo ao entusiasmo - e deste ao pânico. O clã familiar dos Bolsonaro, permeado por loucas ambições, inclina-se à guerra palaciana permanente. As cliques do baixo clero parlamentar que rodeiam Lorenzoni e Bebianno prometem engolfar o governo em perenes disputas mesquinhas. Os dois ministros nomeados por Olavo de Carvalho, o Bruxo da Virginia, personagens atormentados por moinhos de vento puramente imaginários, fabricam crises fúteis em série. Segundo o diagnóstico dos chefes militares, o governo afunda sozinho na areia movediça sobre a qual apoiou seu edifício improvisado.

Você disse "fascismo"? Sentenças odientas pontilham discursos das autoridades. Um projeto de lei assinado por Moro concede às polícias uma licença irrestrita para matar. No Rio de Janeiro, sob o influxo do "espírito do tempo", noticia-se uma chacina policial no Morro do Fallet e tiros fatais de snipers na favela de Manguinhos. Mas só há "fascismo" na literatura vulgar de uma esquerda que tudo esqueceu ou nada leu. O governo Bolsonaro, tal como exposto pelo episódio constrangedor da demissão de Bebianno, carece de coesão organizativa, estrutura político-partidária e coerência ideológica mínima.

"Fascismo"? Bolsonaro não mobiliza camisas-negras ou falanges, exceto a militância virtual comandada pelo filho Carluxo que vitupera nos subterrâneos da internet. Um paralelo viável não é com Mussolini, mas com Rodrigo Duterte, o populista primitivo das Filipinas que contaminou suas forças policiais com as práticas do vigilantismo. No Brasil, um governo desse tipo está condenado à implosão. Daí, o alerta de pânico ativado pelos generais do Planalto.

A defenestração de Bebianno assinala uma transição silenciosa. Que ninguém se iluda: está em curso a "intervenção militar" pela qual clamavam os patetas civis extremistas na hora do impeachment.
Herculano
22/02/2019 16:52
REUNIÃO DE EMERGÊNCIA NO PLANALTO
Herculano
22/02/2019 16:50
DESTA VEZ CAIU A MÁSCARA

De Roberto Freire, presidente do PPS, no twitter:

Começaram as queixas dos servidores públicos de altos salários contra a proposta de alíquotas de contribuição previdenciária maiores.E junto aos corporativistas, inclusive com alguns partidos de esquerda,vem a cantilena de que a reforma prejudica os mais pobres.Quanta desfaçatez.
RS preocupado com Gaspar
22/02/2019 16:39
Opaaaa....

Tem servidor da saude ligada ao poder de plantão tremendo de medo... isso pq é erro atras de erro.. sem contar os favores que chega do alto escalão.

Essa semana mais uma vítima do descasp no hospital.

Logo logo o dr pereira vai pedir pra sair... vai voltar pra secretária da fazenda ou pro gabinete?
Miguel José Teixeira
22/02/2019 16:03
Senhores,

Cabaré em chamas!

1) "Que 'nova previdência' é essa que vem para ferrar os trabalhadores? Os idosos pobres só conseguirão usar a previdência para o auxílio-funeral. Canalhas"
(Deputado Distrital Chico Vigilante - PT/DF)

2) "Legal é a sua previdência, né, Chico? Um mandato de deputado federal e já saiu aposentado pelo extinto IPC. Você dando uma de franciscano e 'vigilante licenciado' e na verdade está no rol dos marajás do serviço público"
(Deputado Distrital Robério Negreiros - PSD-DF)

Vale lembrar que ambos integram a INÚTIL Câmara Legislativa do Distrito Federal (a casa dos horrores).
Herculano
22/02/2019 12:26
da série: os privilegiados insistem com os privilégios sustentados pelos pobres que dizem falsamente defenderem

PROCURADOR PRóXIMO DE ONYX E QUE ESTÁ DE OLHO NO CARGO DE DODGE CRITICA TEXTO DA PREVIDÊNCIA: PRECISA DA CORPORAÇÃO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Um dos inconformados com a elevação da alíquota previdenciária para servidores que vão se aposentar com salário integral é José Robalinho Cavalcanti, presidente da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), aquela entidade que ganhou o direito divino de promover uma eleição para formar uma lista tríplice e apresentar ao chefe do Executivo para a escolha do procurador-geral da República. A eleição não está prevista na Constituição. Indicar o procurador-geral é uma das prerrogativas do presidente da República, previstas no Artigo 84 da Constituição (Inciso XIV).

Diz ele:

"É necessária uma reforma previdenciária no país. Mas, como aconteceu com a reforma anterior, por uma questão de mera propaganda, querem demonizar o funcionário público".

Expor os números que dizem respeito à Previdência só pode ser chamado de "demonização" se o que se expõe remeter ao Coisa Ruim, né?

Talvez entenda o desconforto de Robalinho. Ele se aproximou bastante de Onyx Lorenzoni quando este se tornou o relator das tais "Dez Medidas Contra a Corrupção" - quatro delas flagrantemente inconstitucionais. Nem Sérgio Moro teve a coragem de pôr em seu pacote autoritário a admissão no processo de provas colhidas ilegalmente...

Onyx foi escolhido, então, para conter os excessos. E passou a trabalhar em parceria com o Ministério Público. E um de seus principais interlocutores foi justamente Robalinho ?" desde já um pré-candidato à sucessão de Raquel Dodge. Pois é... Deltan Dallagnol já defendeu o nome em conversa com Sérgio Moro.

A coisa é complicada, né? Se Bolsonaro mantiver a prática de escolher um nome da lista tríplice, Robalinho precisa ser votado por seus pares. Para que seja, a pauta corporativista não pode ser deixada de lado. Mas, hoje, essa pauta entra em conflito com a proposta de reforma.

Doutor Robalinho foi também uma das mãos que balançaram o berço em recente tentativa de greve branca do setor, incentivando procuradores a largarem cargos de coordenação se não recebessem uma gratificação. É um sindicalista.

Situação difícil: sem uma pauta corporativista, não tem votos de seus pares; com ela, tem de atirar na reforma.

Como diria Dilma, "é a contradição de sempre: às vezes, quem está na chuva não quer estar na chuva..."
Herculano
22/02/2019 11:54
da série: Maduro escolheu o Brasil, não a Colômbia para guerrear? Que coisa!

VENEZUELA POSICIONA MÍSSEIS NA FRONTEIRA COM O BRASIL, DIZ SITE

O site DefesaNet diz que o governo venezuelano posicionou mísseis na fronteira com o Brasil.

Ontem, ainda segundo o site, "começaram a ser emitidos sinais dos radares do sistema de defesa aérea S-300" na região do aeroporto de Santa Helena de Uairén.

"A Venezuela possui três Sistemas de Defesa Aérea S-300, que inclui lançadores, sistemas de radares e apoio. Trazer um sistema estratégico tão valioso para uma posição de fronteira tem um caráter provocativo", acrescenta o site.
Herculano
22/02/2019 11:44
da série: a propaganda do candidato não era contra o empreguismo? Enganou seus eleitores e eleitoras que apostaram na mudança e na limpeza dessa prática? A decepção está vindo mais cedo do que se pensava. Quem é leitor e leitora dessa coluna, leu que isso deveria acontecer. Mas...

NOMEAÇõES DE PARENTES DA PM-SC VIRALIZA NA INTERNET, por Moacir Pereira, no Diário Catarinense, da NSC Florianópolis

Atos assinados pelo governador Moisés da Silva transferindo oficiais do Corpo de Bombeiros Militares para atividades burocráticas em órgãos da administração estadual geram críticas nos meios políticos e redes sociais.

Diário Oficial Eletrônico publicou num só dia oito atos do governador colocando à disposição da Secretaria Estadual da Saúde, do gabinete da vice-governadora e outros órgãos, oito oficiais superiores do Corpo de Bombeiros Militares.

Os atos colocam à disposição da Secretaria Estadual da Saúde o coronel Bombeiro Vandelei Vanderlino Vidal, a 1ª tenente Fernanda Gabriela dos Santos, o tenente coronel Alexandre Vieira e o tenente coronel Charles Fabiano Acordi. No mesmo Diário Oficial foram colocados a disposição da SCM o tenente coronel Charles Alexandre Vieira, o major George de Vargas Ferreira, a capitã Heloisa Helena Battisti e no gabinete da vice-governadora a 1ª tenente Natália Cauduro da Silva.

Como passarão a atuar em atividades administrativas, os atos são entendidos como desvio de função.

Nas últimas horas, viralizou também nas redes sociais, especialmente no WhatsApp, um levantamento sobre nomeação de parentes de oficiais da Policia Militar do Estado para cargos em comissão em secretarias e órgãos do governo.

Uma extensa relação dos nomeados cita os atos publicados no Diário Oficial nos últimos 45 dias. O texto, que começou a circular na Assembleia Legislativa e se espalhou pela internet, é intitulado "Cúpula da Casa Militar, com a benção do atual governo, cria cabide de empregos para parentes".

Acionado na quinta-feira para se pronunciar sobre as críticas na internet, o secretário de Comunicação, Ricardo Dias, remeteu a resposta do governo para a Secretaria da Casa Civil. Até agora não houve manifestação
Miguel José Teixeira
22/02/2019 08:32
Senhores,

De postagem abaixo, pincei:

"Quem é contra a reforma da previdência ou está entre os privilegiados ou está muito mal informado."

E eu, acrescento, conforme aprendi com os nordestinos:

. . ."ou está entre os privilegiados,
ou está muito mal informado,
ou já esteve entre eles e perdeu a mordomia
ou não vislumbra a possibilidade de estar entre eles. . ."

UAU!!!

Brasil! / Mostra tua cara / Quero ver quem paga / Pra gente ficar assim / Brasil! / Qual é o teu negócio?
(Cazuza)
Paulo PMG
22/02/2019 08:29
Ah meu querido Herculano, você peca de forma intencional quando fala que a prefeitura está repassando dinheiro para o samae. Você não é bobo, e sabe mais do que ninguém o que significa SUPERAVIT, e exatamente isso que está sendo feito, dando destino aos valores que sobraram( não foram utilizados) ano passado para serem utilizados esses ano.
Ou seja, esse dinheiro nunca foi da prefeitura, esse dinheiro é do próprio samae.
Nós da prefeitura não podemos "repassar" dinheiro para o samae sem uma lei. Sendo assim, ressalto novamente, tanto os 500 mil quanto os 1.150 milhão são dinheiro do samae que não foram usados ano passado e serão usados esse ano. SUPERAVIT FINANCEIRO.
Pesquise antes de falar besteiras.
Herculano
22/02/2019 08:10
A CULPA DA CHUVA DE ONTEM EM GASPAR FOI DA DEFESA CIVIL DO ESTADO

A desculpa do amarelo, é que ele dorme descoberto. O sub-tenente reformado do Corpo Bombeiros Militar, superintendente da Defesa Civil de Gaspar, Evandro de Mello do Amaral, foi agora pela manha à rádio 89,7 para dizer que os estragos da chuva de ontem no Bela Vista, Belchior Baixo e Sertão Verde, foi da Defesa Civil Estadual.

Segundo ele, ela não teria alertado com antecedência suficiente a Defesa Civil daqui para as ações preventivas. Quais mesmo?

Primeiro, Evandro é um experimentado nessa área da Defesa Civil e foi por isso, que segundo quem o indicou, outro ex-soldado bombeiro militar, prefeito de fato de Gaspar, secretário da Saúde e presidente do MDB, o advogado, Carlos Roberto Pereira, foi buscá-lo para a função.

Segundo, previsão não é precisão, como diz a Maria Júlia no Jornal Nacional, dia sim, dia não. A chuva, foi em pontos isolados. Sabia que vinha, mas não se sabia dar a precisão de onde (e é sempre assim), ainda mais com algumas horas de antecedência como queria Evandro.

Terceiro, supondo que houvesse precisão do evento sobre o Bela Vista, o Belchior Baixo especialmente lá no loteamento das Casinhas de Plástico e no Sertão Verde, o que a Defesa de Gaspar teria feito para evitar o que aconteceu, se antes não foram feitos os serviços de drenagens necessários para escoar minimamente a água de um aguaceiro?

Conta outra, sub-tenente que está obrigado, pela função comissionada e remuneração, a defender um governo que não possui planejamento, não funciona, não cumpre o que promete e transfere a sua culpa para os outros.

O problema da drenagem no Bela Vista é conhecido há décadas. Ou não? Quem ousa desmentir esta assertiva aos olhos de todos?

O problema de infraestrutura do loteamento das Casinhas de Plástico, é de autoria de Pedro Celso Zuchi, o teimoso, Mariluci Deschamps Rosa e do PT de ambos, que Kleber Edson Wan Dall, bem como o MDB e PP vencedores prometeram consertar. Não consertaram. Está lá, tudo exposto após quase três anos de governo.

E o que falar do Sertão Verde que aqui mostrei a lambança que a prefeitura acabou de fazer com a drenagem de lá depois de gastar uma baba dos pesados impostos com o asfaltamento, e danificá-lo para arrumar o sistema de drenagem. Parece que foi outro serviço caro e mal feito. Não passou no teste de ontem.

Então. A Defesa Civil tem culpa pelos estragos de ontem? Não sei! Mas, o governo onde está a Defesa Civil, com certeza tem culpa!

Ah, mas isso vem de longe, Herculano. Vem! E dai? Mas, esta é outra desculpa do amarelo para nunca consegue resolver quando se é governo e pode. Só anuncia isso quando está no palanque quando é candidato e precisa dos votos do povo sofredor dos alagamentos, com ou sem aviso prévio da Defesa Civil. Acorda, Gaspar
Herculano
22/02/2019 07:32
A DURA REALIDADE FEITA DE NÚMEROS E CONTRA OS MAIS RICOS, PRIVILEGIADOS, ORGANIZADOS E INFLUENCIADORES E QUE USAM OS POBRES PARA CONTINUAR IMUNES AO QUE CONQUISTARAM POR SEREM FORTES, SABIDOS E ESPERTOS

De João Amoêdo, presidente do Novo, no twitter:

Gasto anual da previdência: R$680 bilhões.

Deste total, R$20 bilhões (3%) vão para os 20% mais pobres.

Já para os 20% mais ricos, são R$279 bilhões (41%).

A previdência atual é uma máquina de privilégios e distribuição de renda dos mais pobres para os mais ricos.
Herculano
22/02/2019 07:24
UM MITO MUITO COMUM DE GENTE ENTENDIDA E ESPERTA CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA É DE QUE PRIMEIRO É PRECISO COBRAR A DÍVIDA DOS CONTRIBUINTES - PRINCIPALMENTE OS GRANDES - CONTRA ELA

Conteúdo da revista eletrônica Cruzoé, que começou a ser disponibilizada hoje

"Um argumento muito disseminado para se manter o atual sistema é o de que ele é deficitário porque não se cobram os 'grandes devedores' do INSS.

O conceito embute uma série de enganos. O principal é pensar que os 490 bilhões de reais reconhecidos contabilmente na dívida ativa da Previdência podem ser todos pagos. Nesse bolo, entram empresas estatais, prefeituras e empresas que simplesmente faliram e não mais existem. No caso dos entes públicos, o efeito para as contas seria nulo.

No das companhias desaparecidas, como as companhias aéreas Vasp e Transbrasil, não há esperança de que o débito vá ser saldado. Assim, o que o governo considera dívida 'recuperável', como disse o procurador-geral adjunto de Gestão da Dívida Ativa da União, Cristiano Neuenschwander, é um total de160 bilhões de reais.

Não é um dinheiro fácil de entrar nos cofres da União e, para isso, será enviado ao Congresso um projeto endurecendo as regras com os devedores, que também faz parte da Nova Previdência."
Herculano
22/02/2019 07:15
A REFORMA DOS POBRES E MISERÁVEIS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Reforma Bolsonaro-Guedes implica cortes pesados na assistência para desvalidos

A reforma da Previdência para os pobres ou quase miseráveis tem razões que o coração desconhece.

Estamos falando aqui de idosos e deficientes muito pobres e trabalhadores rurais. A reforma Bolsonaro-Guedes deve ser podada por aí.

Para pensar um pouco no problema, é preciso considerar alguns dados básicos sobre o sistema de assistência social bancado pelo governo federal.

O Bolsa Família paga em média R$ 187,56 por mês a cada uma das 13,9 milhões de famílias miseráveis atendidas pelo programa (quase 50 milhões de pessoas). Na conta para o ano inteiro, custa pouco mais de R$ 31 bilhões.

O INSS paga benefícios a idosos de 65 anos ou mais e a deficientes muito pobres de qualquer idade.

Chamados de BPC (Benefício de Prestação Continuada), atendem cerca de 4,7 milhões de pessoas, 43% delas idosas, que recebem um salário mínimo mensal (R$ 998, em 2019). A conta anual foi de R$ 57 bilhões em 2018.

Na reforma Bolsonaro-Guedes, idosos muito pobres teriam direito a BPC a partir de 60 anos, mas de apenas R$ 400 por mês. A partir dos 70, um salário mínimo. Há grita quase geral.]

A disparidade dos valores de BPC e Bolsa Família ajuda a entender a lógica de fundo da reforma, embora não a sua implicação ou justificação prática imediata.

A questão é: como se trata de assistência social para gente quase tão igualmente miserável, por que não equilibrar os sistemas? Por que não pagar benefícios parecidos para idosos e crianças (beneficiárias do Bolsa Família)? No entanto, o Bolsa Família não vai aumentar mais.

A conversa fica mais complicada quando se trata também da Previdência rural. É na prática um programa de assistência, pois os beneficiários contribuem com quase nada.

Dos aposentados rurais, apenas 0,3% se aposenta por tempo de contribuição, 7,5% por invalidez e o restante por idade. Na reforma Bolsonaro-Guedes, a idade vai aumentar e, ao que parece, vai ser mesmo exigido o muito difícil tempo de contribuição de 20 anos.

Se for para valer, as novas aposentadorias rurais cairiam quase a zero. Elas representam uns três quartos da despesa previdenciária rural total, que foi de mais de R$ 125 bilhões em 2018 (inclui pensões e outros auxílios), pagos a 9,5 milhões de pessoas.

Primeira pergunta: tem cabimento pagar menos de R$ 998 a essas pessoas?

Segunda: mas tem cabimento pagar R$ 187,56 para famílias com crianças?

Terceira: por que não pagar mais para o Bolsa Família e apenas um pouco menos para o restante da assistência (que em boa teoria e prática deve pagar menos que a Previdência)?

Os BPC representam 10% do valor total dos benefícios pagos e afetados pela reforma (excluído o abono salarial); vão custear uns 8% da economia da reforma. Parece proporcional, mas não é, pois se trata de gente muito pobre.

Como evitar o talho nos mais pobres? Mesmo mais imposto apenas atenuaria de leve o problema.

O sistema de assistência brasileiro foi montado em camadas arqueológicas, de partes incongruentes, e causa iniquidade mesmo entre miseráveis. O sistema de Previdência, por sua vez, privilegia os mais ricos, servidores em particular. O sistema tributário privilegia ricos e muitos ricos.

Está tudo errado, e o país decidiu (ou parece que decidiu) consertar parte do problema em um momento de colapso financeiro dos governo e estagnação econômica de gravidade secular.

A solução disso é quase uma guerra civil por outros meios.
Herculano
22/02/2019 07:07
TROCADILHO COM SENTIDO

Do pensador de ultradireita Olavo de Carvalho, e guia da nova República, no twitter:

"Só o Bolsonaro tem um projeto para o Brasil. Os outros não pensam no Brasil, só pensam no Bolsonaro".
Herculano
22/02/2019 07:04
EXPOSIÇÃO DE UM DITADOR CONTRA A SENSATEZ PARA DAR O MÍNIMO AO SEU POVO

De José Nêumanne Filho, no twitter

Um tirano contra seu povo: Ao fechar fronteiras para impedir que ajuda humanitária chegue do exterior para desesperado povo venezuelano, Maduro expõe à execração seus aliados militares, russos e chineses, além do PT brasileiro
Herculano
22/02/2019 07:01
COMBUSTÍVEL: DISTRIBUIDORAS NA MIRA DE BOLSONARO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O súbito aumento da gasolina em Brasília, que saltou de R$3,80 para R$4,23 de quarta para quinta (21), chamou a atenção do governo para as distribuidoras como atravessadoras no mercado de combustíveis no País. A expectativa é que o presidente Jair Bolsonaro aprove a proposta para que usinas de etanol e refinarias forneçam os seus produtos diretamente aos postos, sem intermediários e atravessadores.

CARTóRIO DO MAL
Distribuidoras conseguiram resolução da "agência reguladora" ANP, em 2009, que lhes dá exclusividade na venda de combustíveis aos postos.

ADULTERAÇÃO É CRIME
Distribuidoras são responsáveis pela crescente criminalização do setor. São investigadas pela Polícia Federal e polícias civis de vários estados.

MAIORES E PIORES
O Ministério Público Federal já requereu à Justiça o cancelamento do registro das gigantes do setor, acusadas de adulterar combustíveis.

óLEO DE PEROBA NELES
As distribuidoras investem no lobby junto a autoridades e na campanha publicitária de puro caradurismo, sob o lema "Combustível Legal".

OTIMISMO: TESOURO JÁ VENDE TÍTULO A JUROS MENORES
Foi tão positiva a receptividade do projeto de reforma da Previdência, levado ao Congresso pelo presidente Jair Bolsonaro, que o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, registrou um feito histórico. É que o Tesouro colocou no mercado um título de 10 anos oferecendo rendimento de "apenas" 9,5%. Isso impressiona porque há três meses, para o mesmo produto e o mesmo prazo, o Tesouro teve de garantir ao mercado rendimento de 13,5% para conseguir atrair interessados.

OTIMISMO EM VIÉS DE ALTA
A oferta de um título de 10 anos a 9,5% representa um sinal importante da confiança do mercado. E a tendência é redução desse rendimento.

O HOMEM DA GRANA SORRI
Mansueto exalava otimismo, nesta quinta (21), durante a assembleia anual da Abrace, a associação de consumidores industriais de energia.

CONFIANÇA CRESCENTE
O mercado reage com otimismo ao projeto de reforma da Previdência desde quando começaram a vazar alguns detalhes.

CONTA DA PREVIDÊNCIA
O governo Bolsonaro avalia que a reforma da Previdência foi bem recepcionada no Congresso. O vice Hamilton Mourão acredita que são 250 votos favoráveis. Na Câmara, a conta se aproxima de 300, apesar de só o PSL, partido do presidente, apoiar oficialmente o governo.

DENÚNCIA SURTIU EFEITO
O ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas determinou investigação sobre os defensores públicos brasileiros que ganham para trabalhar no exterior. A denúncia foi feita por esta coluna em novembro sobre defensores no Canadá (e Barbados), Suíça e Timor Leste.

ASSIM É, SE LHE PARECE
Esta coluna denunciou em novembro que defensores públicos ganham para viver no exterior, trabalhando "à distância". O Globo publicou matéria domingo, 3 meses depois, mas assume paternidade do "furo".

LUCRO CERTO
Após pedir apoio da Confederação Nacional dos Municípios à Frente por um novo pacto federativo, Eduardo Bismarck (PDT-CE) previu lucro para todos: "Teremos municípios mais fortes e um país mais justo", diz.

NOS BRAÇOS DO POVO
À frente da prefeitura de Salvador desde janeiro de 2013, ACM Neto continua só sorrisos. Pesquisa Paraná feita na capital baiana revelou que a aprovação da administração do democrata é de 73%.

BILHõES A PERDER
CEO da Volkswagen, Herbert Diess mostrou preocupação com ameaça de alta em taxas de importação dos EUA para União Europeia. As perdas apenas da montadora, diz ele, devem ser de bilhões de euros.

VISITA PóS-FOLIA
O chanceler Ernesto Araújo irá à Argentina, logo após o carnaval, para encontro marcado com o ministro argentino Jorge Fauric. O objetivo é preparar terreno para a visita do presidente Jair Bolsonaro ao país.

MUDAR PARA MELHOR
Em protesto contra as mudanças no currículo, alunos da Universidade Católica de Brasília tentam se mudar de mala e cuia para o IDP, a mais bem avaliada faculdade de Direito da capital.

PENSANDO BEM...
...pela primeira vez no início de um governo, o clima é de aprovação da reforma da Previdência.
Herculano
22/02/2019 06:52
A PROPOSTA DE REFORMA É BOA;O GOVERNO É RUIM, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Bolsonaro promove nova Previdência apesar do seu reacionarismo, não em razão dele

A proposta de reforma da Previdência é boa. O governo é ruim. Não se trata de ser sentencioso sobre o futuro -que só pertence a Deus, como dizem, porque a ninguém foi dado o dom da predição. A coitada da Cassandra, que recebeu esse presente literalmente de grego, conseguia, sim, enxergar o amanhã, mas ninguém acreditava nela, daí que fosse vítima de uma maldição, não de um privilégio. Cassandra evidencia que é preferível - e até mais rentável - ser um otimista abobalhado a um realista incômodo.

Na sexta passada (15), lembrei aqui o poeta Constantino Kaváfis e o texto "À Espera dos Bárbaros" - aqueles que chegariam para responder a todas as irresoluções dos romanos. Assim estamos nós com a reforma da Previdência. A mudança passou a ser uma condição necessária para o país ambicionar um outro padrão e um outro patamar de desenvolvimento, com mais inclusão e equidade social. Mas ela está longe de ser uma condição suficiente. É mentirosa a inferência de que todas as nossas iniquidades derivem das injustiças previdenciárias, que são flagrantes, ainda que o modelo em curso possa ser acusado de tudo, menos de justo.

É confortável e errado estabelecer um nexo causal entre um governo que se revela patologicamente reacionário e a sua determinação de promover a reforma, como se esta fosse a expressão econômica, material propriamente, de uma inflexão política que requer, para se efetivar, o que é lido como a espoliação dos mais pobres, a cassação de direitos, a marginalização dos oprimidos. Há uma mentira factual irrespondível nessa hipótese: a espinha dorsal do texto está na diminuição de privilégios brutais, embora os pobres também sejam alcançados pelas medidas.

Eu estaria intelectualmente mais tranquilo, com menos inquietações porque conheceria a resposta, se abraçasse essa perspectiva, que me parece ser a de alguns analistas de esquerda, ainda que peça escusas pelo reducionismo inevitável. Vislumbro uma contradição entre a reforma e o governo onde eles enxergam uma relação de congruência ou de causa e efeito: sim, reacionários, na caricatura e na vida real, estão sempre prontos a cassar direitos. Mas será ela um capítulo da luta de classes em desfavor dos mais pobres? É sustentável a tese de que é um desdobramento inevitável da vitória da extrema direita? O modelo que temos não traz em si, consolidada, a derrota do oprimido?

Reconheço, aponto e combato o caráter "direitopata" do governo de turno - já que o termo "esquerdopata" é de minha lavra, reivindico o antônimo -, mas entendo que a reforma da Previdência, escoimados eventuais exageros, é socialmente justa e economicamente "progressista", para quem gosta dessa palavra. E não apenas porque corta mais de quem tem mais, mas porque o déficit previdenciário consome recursos que podem e devem ser aplicados no combate às tais iniquidades.

Sustento que Bolsonaro promove a reforma da Previdência apesar do seu reacionarismo, não em razão dele. Há, nesse caso, um hiato na cadeia de causalidades.

Os que combatem a agenda obscurantista dos Vélez Rodríguez, Damares e primitivos dessa ordem deveriam é se ocupar do risco de a reforma, ainda que amansada pelo Congresso, servir de alavanca para o retrocesso. E não porque ela vai, como sustentam alguns, cassar direitos, mas porque pode efetivamente dar início a um ciclo virtuoso na economia. Cuidado! Reacionários do insucesso podem ser estúpidos. Os do êxito podem ser mais estúpidos. Dispenso-me de recorrer à história.

A boa resposta não está em atacar a mudança com o intuito de conter a vanguarda do retrocesso. Isso seria uma burrice. O sensato é reconhecer o seu domínio autônomo - e essencialmente justo -, impedindo que a reforma necessária se confunda com a pauta que pretende transformar a escola em delegacia de polícia; que defende que um homem seja um homem e sua arma; que reivindica para as forças de segurança a licença para matar. Nesse caso, refiro-me explicitamente ao "Pacote Moro", o Bolsonaro mais ou menos letrado - menos do que dá a entender, como revela o seu estoque gramatical -, cuja palavra ainda gera assentimentos reverentes de setores que, no entanto, veem no presidente, o que é verdade, a encarnação do atraso.

Temos uma proposta boa de reforma e um governo ruim. Porque ela é boa, não deveria ser desfigurada. Porque ele é ruim, não deve ser poupado.
Herculano
22/02/2019 06:48
O LEÃO

Começa em 7 de março e vai até 30 de abril o prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda de 2019. Neste ano, estão obrigados a declarar, entre outros, contribuintes que receberam rendimentos tributáveis superiores a R$ 28.559,70 em 2018.
Herculano
22/02/2019 06:44
da série: sai governo, entra o tal governo da mudança, sai deputado macaco velho e entra o novo, a história é sempre a mesma, e a conta dos privilégios e da casta e minoritária dos altos vencimentos, vai para o povo e os mais pobres em aumentos de impostos, na falta de serviços básicos e infraestrutura mínima, no desemprego por falta de competitividade das suas empresas no mercado, na informalidade que o desampara do guarda-chuva social mínimo....

BENEFÍCIO COLATERAL, por Upiara Boschi, no jornal Diário Catarinense, da NSC Florianópolis

Mesmo preocupado com salários, governo paga efeito cascata do Judiciário

"Vou lutar contra Deus e contra todos para manter os salários em dia." A frase em tons dramáticos foi dita por Paulo Eli, secretário estadual da Fazenda, na já emblemática sessão em que defendeu a revisão da política de incentivos fiscais e apresentou um quadro caótico para as contas estaduais.

É inegável que ele conseguiu trazer o complexo tema dos benefícios fiscais para a mesa de discussão. Junto, o medo de atrasos na folha de pagamento dos servidores estaduais - que havia diminuído muito com as notícias de crescimento da arrecadação nos últimos meses.

Antes mesmo da sessão de terça-feira, Paulo Eli já havia soado esse alerta em entrevistas, vinculando o excesso de benefícios fiscais à possibilidade de não conseguir manter os salários em dia. Fica uma dúvida sobre a validade real dessa vinculação, porque o simples aumento de alíquotas não significa incremento imediato de recursos no caixa. Se Santa Catarina depende disso para continuar pagando os salários, a situação é pior que se pode imaginar.

Mas volto à contundente frase do secretário que escolhi para abrir o texto. Chama atenção porque essa luta "contra Deus e contra todos" não incluiu, por enquanto, a elite do funcionalismo público estadual. O Poder Executivo está pagando automaticamente o efeito cascata do aumento salarial do Judiciário de R$ 30,4 mil para R$ 35,5 mil. No vizinho Rio Grande do Sul, onde a situação de calamidade nas contas é uma realidade palpável no dia a dia da população, o governador Eduardo Leite (PSDB) foi ao Supremo Tribunal Federal tentar impedir esse efeito cascata. Contra Deus e contra todos.

--

O deputado Laércio Schuster (PSB) começou a coletar assinaturas para a CPI dos incentivos fiscais. Geralmente são os governos que tentam segurar as CPIs. Desta vez, deve ser o PIB.
Herculano
22/02/2019 06:37
O FIM DO LULA LIVRE

Conteúdo de O Antagonista. O desembargador Fernando Paulino da Silva Wolff Filho mandou desmantelar o circo lulista erguido em frente à sede da PF.

Ele determinou também uma multa diária de 500 mil reais caso os militantes do PT e da CUT não abandonem o local.

Gleisi Hoffmann, nesta sexta-feira, prometeu apresentar recurso ao STF.
Herculano
22/02/2019 06:35
PRESIDÊNCIA AO SABOR DO ACASO, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Forças do acaso são poderosas e imprevisíveis o bastante para permitir até que Bolsonaro e família não estraguem tudo

Uma das forças mais desprezadas pelo nosso psiquismo é o acaso. Experimente dizer a um executivo que o sucesso da empresa que ele comanda se deve à sorte e não a seu talento e perseverança, e você provavelmente será agraciado com uma série de impropérios.

Fora o fato de que talento e perseverança são em parte determinados pela loteria genética, encaixando-se na categoria sorte, análises estatísticas mostram que o acaso é ubíquo e robusto em praticamente todas as atividades humanas. Não é que o comandante não importe - em qualquer cenário, ele conserva enorme capacidade de estragar tudo -, mas há sempre uma enorme gama de fatores que estão fora de seu controle e que são decisivos para o bom ou mau desempenho da companhia.

Faço essas reflexões a propósito do governo Bolsonaro. Desde antes da eleição eu vinha dizendo que o julgava completamente despreparado para o cargo. A forma como agiu no episódio da fritura e demissão do ministro Gustavo Bebianno mostra que eu fora tímido em minha avaliação.

Apesar disso, não dá para cravar que essa administração já era. Mesmo no governo, há muita coisa que não está diretamente sob a influência entrópica do presidente.

Tivemos um exemplo disso nos últimos dias. A equipe econômica apresentou um projeto coerente de reforma da Previdência. Pode-se concordar ou não com ele, mas é algo que para em pé e que, diferentemente do que se passa em outras áreas do governo, veio do reino da razão e não do da fantasia.

Se a turma que busca tutelar Bolsonaro dele mesmo (os militares) tiver sucesso ainda que parcial em contê-lo, não é impossível que as coisas confluam para um arranjo virtuoso, que produza algum crescimento econômico, hipótese em que o governo poderia ser considerado exitoso. É difícil, mas as forças do acaso são poderosas e imprevisíveis o bastante para permitir até que Bolsonaro e família não estraguem tudo.
Herculano
22/02/2019 06:13
A VERDADE QUE SE ESCONDE i

De João Amoedo, presidente do Novo, no Twitter, provando a desigualdade em números, disponíveis, reais, assustadores, desmanchando discursos de de políticos e privilegiados que defende esse tipo de corrupção

Aposentadoria média:

INSS (setor privado): R$1.240

Servidor público do Executivo: R$7.583
Militares: R$9.597
Judiciário: R$26.302
Servidor público do Legislativo: R$28.547

Quem é contra a reforma da previdência ou está entre os privilegiados ou está muito mal informado.
Herculano
22/02/2019 06:10
UMA VERDADE QUE SE ESCONDE II

da jornalista Vera Magalhães, no twitter

Um militar me disse certa vez: vocês focam na gente, mas a maior resistência à reforma virá só MP e do Judiciário

De Hélio Telho (Correia Filho), procurador da República, ferrenho defensor da lei anti-crime, mas no caso da previdência onde ele está no grupo dos de altos salários, os que vão pagar mais, os que vão que trabalhar mais, os que não vão mais poder se aposentar com os salários milionários que recebem - se o texto de Bolsonaro e Guedes for aprovado, ele já tem uma posição firme e contra ela e a favor dos mais pobres pagarem a alta conta dele. Também no twitter

Além de confiscatória, as novas contribuições impostas ao servidor, que são cobradas em benefício do próprio pagador, é uma forma mal disfarçada de reduzir salários. Duas inconstitucionalidades em uma única medida, que coloca em risco a segurança jurídica da Nova Previdência
Herculano
22/02/2019 05:58
ESPERTALHõES DO PSL VÃO OBRIGAR MORO A INAUGURAR NOVO TIPO PENAL, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Malandragem com dinheiro público desmascara candidatos que fizeram campanha com Bolsonaro

Sergio Moro deveria sugerir um novo tipo penal para lidar com laranjas e outros espertalhões eleitorais que rondam o governo. No crime do caixa próprio, estaria enquadrada Carmen Flores, que concorreu ao Senado pelo PSL sob o estandarte de Bolsonaro. Ela perdeu a disputa, mas não saiu no prejuízo.

Carmen diz que não queria se eleger, mas torrou R$ 200 mil de dinheiro público mesmo assim. Ela repassou R$ 40 mil do fundo partidário à filha pelo aluguel de um imóvel e gastou mais R$ 34 mil em sua própria loja de móveis e decoração. O dinheiro era suficiente para comprar 34 conjuntos de mesas e cadeiras.

Como boa parte da trupe que pegou carona com Bolsonaro, Carmen pediu votos coberta com a bandeira do combate à corrupção. A lei não proíbe a contratação de parentes com dinheiro do contribuinte e os valores são tímidos perto de outros escândalos, mas a malandragem desmascara o discurso.

No Rio, outros R$ 55 mil do fundo eleitoral foram repassados para uma assessora de Flávio Bolsonaro. Alessandra de Oliveira trabalhava no gabinete do então deputado estadual e recebia salário da Assembleia Legislativa, mas também foi remunerada como contadora por 42 candidatos do PSL do estado. Uma delas disse que só quem contratasse Alessandra receberia dinheiro do partido.

A operação era mais sofisticada no escritório do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL). Ao menos R$ 95 mil passaram pelas contas de candidatas-laranjas patrocinadas por ele e pararam em empresas ligadas a seus auxiliares. Cleuzenir Barbosa relatou ter sido ameaçada por um assessor do ministro.

Álvaro Antônio ainda ganhou o troféu cara de pau ao pedir que a investigação do caso fosse suspensa e enviada ao STF. Ele passou a eleição dizendo ser contra o foro privilegiado.

A turma da farra eleitoral deveria ouvir o alerta de Carmen Flores numa entrevista durante a campanha: "Quando tem muito dinheiro na tua frente, parece que eles têm gana de ficar com dinheiro que não é deles".
Maria Cristina
21/02/2019 23:59
Sr Herculano

O nobre viriador Dr. Roberto Procópio, é do grupo político em que estiver no Poder. Já participou do PT e agora é Kleber e o sumido LCSF Luís Carlos Spengler Filho, o Chiquinha do partido do inundado do Samae José Hilario Melato e,Pedro Bornhausen-chefe de gabinete. Irmãos
Herculano
21/02/2019 19:43
CARLUXO PUBLICA MENSAGEM IRôNICA SO TWITTER SOBRE SUPOSTA ORDEM DO PAI; NÃO PARECE QUE ESTEJA DISPOSTO A PARAR, por Reinaldo Azevedo, na Rede TC

Carlos Bolsonaro, o Carluxo, publicou uma mensagem em seu perfil no Twitter, referindo-se ao suposto silêncio a que o pai o teria obrigado, a conselho, inclusive, do generalato que compõe o governo. Escreveu:
"Papai mandou, eu obedeço c/ muito orgulho. Se os filhos respeitassem os pais nos dias de hj, certamente teríamos um país melhor!"

Tudo em maiúsculas.

Vê-se de cara ser um rapaz que não perde a chance de evidenciar seu conservadorismo, em defesa da família tradicional

O "papai mandou, eu faço" é obviamente uma ironia.

Depois ele avançou para o tom moralista-sentencioso ?" próprio a conservadores, vocês sabem ?" e saiu-se com uma tirada reflexiva, de caráter generalizante: filhos devem obedecer a seus pais, e ele obedece papai.

Vamos ver. No que se lê de ironia, parece haver o aceno de que ele não vai parar. Esse negócio de redes sociais vicia, mormente alguém com a sua agressividade. O "povo", do outro lado, pede sempre mais e vai lhe apresentando alvos novos.

Assim, ainda que o pai tivesse mandado, não obedeceria, certo?

Mas façamos o oposto e tomemos as palavras pelo valor de face: então esteve e está sob ordens de Bolsonaro o tempo inteiro. O que diz e faz espelha a vontade do pai.

Aí as coisas pioram.

Há uma reforma da Previdência pela frente. Os três filhos deveriam simplesmente extinguir seus perfis das redes sociais.

Em benefício do pai.
Herculano
21/02/2019 19:38
da série: ainda bem que tem gente no governo com extintores na mão para se contrapor aos com permanente posse de armas letais

CRISE NA VENEZUELA OPõE ALA MILITAR AOS BOLSONARISTAS RADICAIS NO GOVERNO, por Igor Gielow, no jornal Folha de S. Paulo

Por ora, Forças Armadas dão as cartas na condução do assunto, mas apoio dos EUA pode pesar

Após quase dois meses de estranhamentos, os militares e a área mais radical do bolsonarismo no governo têm na crise da Venezuela seu principal enfrentamento. Até aqui, os sinais dão vantagem aos fardados na disputa.

Recapitulando. Desde a formação do governo, a ala ideológica do bolsonarismo se aglutinou em torno de três ministérios: Relações Exteriores, Educação e Direitos Humanos.

Nos dois últimos, a agenda conservadora defendida por Jair Bolsonaro na campanha eleitoral ganha contorno de polêmicas frequentes, mas que acabam submetidas ao sistema de freios e contrapesos: discussões no Congresso, reações da sociedade civil ao que parecer abusivo.

Mas o Itamaraty é outra história, e lá a ascensão do desconhecido Ernesto Araújo da condição de diplomata blogueiro e fiel seguidor de Olavo de Carvalho a chanceler pegou muita gente de surpresa.

Na corporação, qualquer um que assumisse atrairia críticas e ciúmes na mesma proporção que novos aliados, isso é do jogo, ainda que o discurso inaugural no qual falou de sua cruzada contra o globalismo marxista seja algo inaudito no país.

A turma "olavista" do setor, formada por Araújo e seu fiador político, o filho de Bolsonaro e deputado federal Eduardo (PSL-SP), além do assessor internacional do presidente, Filipe Martins, assumiu bandeiras complexas na área internacional.

Cumprir a promessa do então candidato ao seu público evangélico e mudar a embaixada do Brasil em Israel para Jerusalém tem implicações políticas e práticas, como danos ao comércio de proteína "halal" com países muçulmanos. Críticas diretas à ida da China à "xepa" da infraestrutura brasileira, idem. O resultado: ambas as coisas estão cada vez mais relegadas à retórica.

Mas foi no declarado alinhamento às políticas do presidente americano Donald Trump, expresso por Bolsonaro e Araújo, que a coisa desandou. Isso porque confrontou o grupo diretamente com o núcleo mais poderoso nessa largada de governo, os militares ?"sejam eles o vice Hamilton Mourão, os influentes generais da reserva no ministério ou os comandantes da ativa.

Primeiro, Bolsonaro e Araújo falaram em uma base militar americana no Brasil, só para terem a ideia jogada no lixo pelo ministro Fernando Azevedo (Defesa). Depois, mais grave, a questão da Venezuela que ora cresce para uma crise imprevisível.

Como a Folha relatou desde o começo deste mês, Araújo teve suas iniciativas relativas à Venezuela tosadas pela área militar, que o submeteu a uma espécie de tutela antecipada. Nada de cortar cooperação militar com Caracas, fonte de informações de inteligência, muito menos abraçar a pressão americana por uso de tropas brasileiras ou, pecado dos pecados, americanas num envio forçado de ajuda humanitária aos opositores liderados por Juan Guaidó.

De quebra, a crise ocorre no momento em que os militares no governo buscam colocar freios à influência dos três filhos políticos de Bolsonaro no governo, explicitada na turbulenta demissão do então ministro Gustavo Bebianno na segunda (18).

Mas a situação está longe de resolvida. A pressão americana segue, e há o temor que uma ação direta de agentes americanos como o assessor de Segurança de Trump, John Bolton, sobre o presidente. Um recrudescimento da crise nas fronteiras, que agora chegou às vias de fato em Roraima com o fechamento determinado pela ditadura de Nicolás Maduro, pode levar a desenvolvimentos insondáveis.

Se a situação evoluir para algum tipo de escaramuça ou confronto, é provável que ocorra do lado colombiano, ainda que tudo indique que o que está em campo é tão somente um jogo de pressão sobre o ditador. Mas erros acontecem, tiros são dados, e se EUA e Colômbia avançarem o sinal, a pressão para que o Brasil faça o mesmo será enorme dentro da corte bolsonarista.

Por ora, a ida do general Mourão para a reunião do Grupo de Lima no dia 25 sugere que os militares seguem dando as cartas. A área de Defesa não quer ver a repetição de termos que considera inadequados em resoluções às quais não teve acesso, e a situação está mais grave do que em janeiro.

Assim, Araújo terá de suportar as ordens do vice, que já o desautorizou no caso da embaixada em Israel e disse que ninguém deve se importar com o que diz Olavo de Carvalho, padrinho ideológico do chanceler. Essa é uma batalha que corre paralelamente àquela que se insinua nas fronteiras ao norte do Brasil, e nunca é demais lembrar que não é só a Colômbia que tem os EUA como principal aliado.?
Herculano
21/02/2019 19:35
RENOVAÇÃO? ENGANAÇÃO CONTINUA NO PARLAMENTO EM BRASÍLIA

Veja esta manchete. "Embora 460 deputados tenham batido ponto, o plenário [câmara Federal] ficou vazio durante toda a tarde [ desta quinta-feira]".

Afinal, mudou-se a maior parte, diziam combater o ócio e a malandragem, mas trabalhar que é bom...
Herculano
21/02/2019 19:27
NEM A INTERNACIONAL SOCIALISTA APOIA MADURO

Conteúdo de O Antagonista.Luis Ayala, secretário-geral da Internacional Socialista - organização que congrega partidos de esquerda?", defendeu eleições livres e democráticas "o mais rápido possível" na Venezuela.

Ayala, que deu entrevista coletiva na sede da Assembleia Nacional, afirmou que o Parlamento de maioria oposicionista, cujo poder foi esvaziado pelo ditador Nicolás Maduro, é a única instituição venezuelana democrática e legítima.

O secretário-geral insistiu na necessidade de uma autoridade eleitoral independente e imparcial e num pleito com a participação de todos os atores políticos, diferente da última "eleição" de Maduro.

Nem os socialistas apoiam mais a ditadura na Venezuela.
Herculano
21/02/2019 17:55
DESUMANIDADE X DESUMANIDADE VISTA PARA ESQUERDA DO ATRASO

Dois posts da jornalista Vera Magalhães, no twitter:

Vejo ex-candidatos, deputados e senadores da oposição dizendo que a reforma da Previdência é cruel e desumana. Não vejo os mesmos políticos classificando desta forma o fechamento da fronteira da Venezuela para impedir a entrada de ajuda humanitária!

Se fosse o oposto, e o absurdo fechamento da fronteira entre os dois países fosse determinado pelo Brasil, haveria gritos de autoritarismo, com razão. Mas como justificar o silêncio com os crimes contra os direitos humanos cometidos reiterada e sistematicamente por Maduro?
Herculano
21/02/2019 17:30
GENTE QUE FALA SOBRE O QUE NÃO CONHECE

Os vereadores de Gaspar, na terça-feira passada, aprovaram um requerimento para se fazer uma audiência pública e nela se discutir o projeto da Reforma da Previdência do governo de Jair Messias Bolsonaro, PSL, enviado ao Parlamento só um dia depois da aprovação desse requerimento.

O pedido está correto. Político, não poder perder um palanque. O assunto é sério e tem que ser discutido mesmo. Mais do que isso, tem que ser entendido.

Parece que em Gaspar não há problema nenhum, incluindo o de que vai faltar dinheiro para aposentar os seus servidores no atual sistema e ainda pagar os ativos necessários para atender o povo que lhes paga, se nada for feito para equilibrar essas contas.

Dito isso, e vou voltar a comentar esse assunto na coluna inédita de segunda-feira, feita especialmente para os leitores e leitoras do portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, acessado e atualizado de Gaspar e Ilhota, a maioria dos vereadores que foi à tribuna para justificar a audiência pedida por Cícero Amaro de Souza, PSD, funcionário público, falou, opinou e combateu sobre coisa que desconhecia, repito, que desconhecia completamente, mas condenando-o.

E por que? Porque no no dia seguinte àquela terça, ou seja,, quarta-feira, é que o presidente da República e a equipe econômica liderada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, deram à conhecer aos brasileiros o conteúdo da Reforma.

E o que aconteceu?

Se pegar o Projeto, o que a maioria dos economistas (não vou falar em jornalistas, colunistas e colunistas) detalhou após lerem o projeto, contrasta com a opinião expressa pelos nossos entendidos vereadores. Ou seja, a bola de cristal deles está opaca.

Conhecido a proposta, está claro que há pontos que precisam ser avaliados como essa dos militares estarem momentaneamente fora do sacrifício geral da nação, mas a de que a Reforma atinge só os trabalhadores da iniciativa privada e os de baixa renda, beira um crime inafiançável.

Os vereadores - e os políticos, de uma maneira em geral - nos tratam como imbecis, analfabetos, ignorantes e desinformados. Eles eles manipulam essa gente para o voto e com ele, chegarem ao poder, e quando estão lá, lambuzam-se como pouco, tudo com o dinheiro dos pobres, operários e marginalizados sociais, que tratam como mansos e tutelam na enganação.

Hoje, sem reforma alguma da previdência, 65% dos brasileiros, repito para que não pensem que é erro e está disponível do portal da Reforma, aposentam-se em média aos 66 anos de idade, e com apenas um salário mínimo, de R$998 mensal.

É bom ler o texto abaixo, de um reconhecido jornalista esquerdista e perceber, que o projeto da reforma da Previdência vai sim ter dificuldades para ser aprovado, mas porque mexe com gente grande, poderosa, que se aposenta cedo e com a possibilidade de ganhar integralmente com mais de R$100 mil por mês, enquanto o trabalhador da iniciativa privada, chega ao máximo, e é raro isso acontecer pelas regras atuais a R$5,8 mil mensal.

A oposição está tonta. Como os vereadores de Gaspar foi pega no contra-pé das argumentações fajutas. Ela terá sorte, se Bolsonaro brigar com Bolsonaro, e não tiver a articulação que é necessária para essa aprovação que muda interesses e privilégios de poderosos, e não de gente humilde.

O modelo de previdência atualmente é uma perversa transferência de renda dos mais pobres para uma minoria, uma elite política e de funcionários. Sim, é uma minoria de privilegiados e que se aposenta cedo, e a partir dos 45 anos, por várias mutretas possíveis, todas legais e aprovadas no parlamento onde só tem representante do povo.

Essa elite poderosa influiu para isso, o povo fica longe, não tem acesso aos seus parlamentares, que com mandato, faz e desfaz dos poderosos. É essa elite que está tornando a Previdência inviável para os mais pobres.

Vereadores de Gaspar, antes de discutir, conheçam o assunto que estão falando e não tratem todos os seus eleitores e eleitoras como trouxas, tolos e burros de carga dos políticos e de gente graúda, que lhes rodeia nos interesses que passam longe do povo, do desassistido, do que milagrosamente vive com R$998 aos 66 anos de idade, se tiver sorte para obter esse mínimo.

Tenham ao menos dignidade. Não usem mais os analfabetos, ignorantes e desinformados para dar benesses à gente poderosa, rica e sem comprometimento com o futuro de todos. Acorda, Gaspar!
Herculano
21/02/2019 16:50
REFORMA CONTESTADA: E QUAL É O PROJETO ALTERNATIVO DA OPOSIÇÃO? QUE OPOSIÇÃO?, por Ricardo Kotscho, ex-assessor de imprensa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, no Balaio do Kotscho e para o Jornalistas pela Democracia

A julgar pelo jogral entusiasmado do exército de comentaristas que desfilou na noite de quarta-feira na TV, em apoio à "Nova Previdência", a pátria amada está salva.

Nós não corremos mais o risco de virar uma Venezuela, como tão bem retrata o desenho de Benett na página 2 da Folha de quinta-feira.

Nas redes sociais, as críticas foram generalizadas, superando largamente os que apoiaram o projeto de reforma de Paulo Guedes, que promete "reduzir a desigualdade e eliminar os privilégios".

Para a maioria, se a reforma for aprovada tal como está, deve acontecer exatamente o contrário.

Até aí, nenhuma surpresa, mas o que mais me chamou a atenção foi o grande ausente da pajelança na Câmara em que Jair Bolsonaro apresentou pessoalmente o projeto.

Fora a palhaçada de meia dúzia de deputados do PSOL, que se fantasiaram de laranjas, não se ouviu um pio da oposição, ou das várias oposições em que estão divididas.

Em democracias normais, diante de questões polêmicas como a Previdência, sempre se discutem duas propostas: a oficial, do governo, e a alternativa, da oposição.

Após os debates nas comissões, os dois vão a votação no plenário e quem tiver maioria leva.

Só que até o momento não tenho notícia de nenhum projeto alternativo apresentado pela oposição.

Não sei se foram boicotados pelas emissoras aliadas do governo ou se não apareceram na Câmara, mas, fora a turma do PSOL, não vi ninguém da oposição se manifestar.

Que alguma reforma precisa ser feita, está todo mundo careca de saber, até eu.

Só resta saber qual, quando e como será feita esta reforma, a que preço e quem vai pagar a conta.

Se a "Nova Previdência" do governo não presta, a oposição e as centrais sindicais precisariam pelo menos apresentar alguma proposta diferente para ser discutida pela sociedade.

Diante da indigência do cenário político nesse início da nova legislatura, tanto do lado do governo como da oposição, sem lideranças confiáveis nem articulação política na Câmara, o mais provável é que se confirme a previsão do Gilson Lima que está na epígrafe deste texto.

Nos cálculos do próprio Paulo Guedes, o governo conta como certos nesse momento apenas 200 votos - 108 a menos do que o mínimo necessário para a aprovação.

É nessas horas que entra em campo o Centrão, o que já aconteceu, como informa Bernardo Mello Franco em sua coluna no Globo.

O apoio da turma já tem até preço: R$ 10 milhões por cabeça de deputado em emendas, fora as nomeações de cupinchas para o segundo escalão.

Ou seja, continua tudo como dantes no quartel (epa!) de Abrantes, agora coalhado de generais.

Os líderes do centrão também já avisaram que só vão discutir o assunto depois que o governo enviar a proposta de reforma da aposentadoria dos militares, o que deve acontecer daqui a 30 dias _ depois do Carnaval, é claro.

Enquanto isso, os futuros aposentados correm o risco de ter que trabalhar no mínimo 40 anos para receber os proventos integrais e os mais pobres receberão apenas R$ 400 antes de completar 70 anos.

As grandes corporações do funcionalismo civil e militar hoje se aposentam com salários integrais, que ficam acima de R$ 20 mil na média, e com menos tempo de serviço do que os simples mortais.

Se tudo der certo, isso só vai mudar a partir de 2023, quando a reforma estará concluída, e muitos de nós não estaremos mais aqui para saber.

Quem sabe, até lá, as atuais oposições entrem num acordo e apresentem uma proposta alternativa.

Vida que segue.

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