21/03/2019
Por muito menos no passado, apenas como exemplo e comparativo, o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, eleito pelo MDB, que teve que sair dele por não ficar refém ou não atender às demandas dos “correligionários” e hoje está sem partido, sofreu três ameaças reais de CPIs na Câmara de Gaspar. Recomeço. Finalmente, os vereadores e só os do PT, Dionísio Luiz Bertoldi, Mariluci Deschamps Rosa – que já foi vice-prefeita no tempo de Pedro Celso Zuchi - e Rui Carlos Deschamps, interessaram-se pelo mínimo: pedir esclarecimento ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, sobre a possível invasão do sistema informatizado que controla a taxação e tributação municipal, para com o suposto ato invasor, mudar lançamentos de alguns contribuintes. E olha que são 13 vereadores e o assunto veio a público há um mês, quando se deu a polêmica demissão do Diretor Geral de Tecnologia da secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, Jackson Glatz. Veja a coluna que publiquei no dia 25 de fevereiro, feita especialmente para os leitores e leitoras do mais antigo, acessado e atualizado portal de Gaspar e Ilhota, o Cruzeiro do Vale. Ufa! Antes tarde, do que nunca.
O que o requerimento dos três vereadores quer saber diante das notícias publicadas e o que corre solto na cidade pelos aplicativos de mensagens, no chororô das salas e corredores e antes delas serem notícias? “Considerando que essa suposta invasão teria causado prejuízos com relação aos créditos do IPTU e exoneração do Diretor, bem como o Poder-Dever da Administração Pública, que impede à omissão das autoridades competentes: foi instaurado algum procedimento administrativo interno para investigar o suposto fato acima indicado aos envolvidos e responsáveis? Se positivo, apresentar documento que comprove a instauração do procedimento administrativo; foi verificada alguma lesão financeira aos cofres públicos? Seria possível precisar o valor? O suposto problema deixado pela invasão já foi solucionado? Seria possível obter da empresa Thema documento técnico que verifique à segurança do sistema? A mesma empresa não teria ferramentas para rastrear registros de acesso?” Seria? Hum! Os vereadores possuem poderem constitucionais para usar todos os meios de verificação. Então...
O que o requerimento, no fundo, mostra-nos, além da arrogância da prefeitura em não se explicar, bem como o desprezo à comunidade que a sustenta com os pesados impostos? O quanto erra a comunicação oficial, bem como o quanto estão lentos os vereadores em assuntos cruciais da gestão pública e que eles têm a obrigação constitucional de fiscalizarem, mesmo que só havendo indícios de supostas irregularidades. A prefeitura sabe o quanto falhou neste assunto e como ela está vulnerável às dúvidas. Perdeu tempo. Foi temerária. Muito se deve à uma rede de intrigas interna que ela própria fomentou e ficou refém. Está exposta. O fato é grave. Deveria ter sido desmentido vigorosamente logo no primeiro minuto, com provas robustas para que nenhuma dúvida houvesse à comunidade e ao administrador. Não fez e esperou os fatos saírem do radar para proceder a limpeza das pegadas. Agora, os gestores públicos terão que lidar com o defunto que não foi devidamente velado. Abriu a cova e não a usou. Espera-se que os vereadores não estejam apenas cumprindo uma mera formalidade, ou “armando” um susto, mas que estejam indo além da troca de papelinhos oficiais. Este assunto é para gente experimentada, que conhece às entranhas dos jogos do poder. E na prefeitura há muitos “especialistas” para não deixar rastros como sugeriu a própria demissão do homem de tecnologia.
E por derradeiro e na mesma linha do requerimento sobre a tecnologia, perguntar não ofende: qual a razão dos vereadores de Gaspar para não irem até agora atrás do caso de Vanusa Sbruzzi, reportado com farta documentação probatória na coluna feita para o portal Cruzeiro do Vale no dia 25 de fevereiro? Nela se registra que ela é “moradora” do posto de Saúde do Centro e em tempo recorde, ela conseguiu ser atendida pela médica do posto, fez exames de sangue e uma mamografia, enquanto residentes daqui, reclamam de todos os cantos da cidade de esperas e filas? Os que tramaram à facilidade para a senhora Sbruzzi são os que denunciaram, acertadamente, com fotos e documentos, o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, furando a fila para ser atendido no postinho do Bela Vista, e longe da sua residência, no Barracão. O ato de Zuchi também mostrado aqui, rendeu. Este de agora vai passar batido? Qual a razão de dois pesos e duas medidas? Onde mesmo mora a senhora Sbruzzi e qual a relação dela com o poder de plantão para ter tratamento melhor do que os outros gasparenses? Ela vota aqui? Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Foi constituído oficialmente o fundo para construir o prédio da Câmara de Gaspar proposto por Silvio Cleffi, PSC, quando era presidente do Legislativo. O Projeto de Lei vai agora para a sansão do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Se ele vetar, voltará à Câmara e poderá criar mais um desnecessário impasse político nesta relação, mesmo com a provável derrubada do veto pelo repetido sete a seis.
Depois de mais de uma hora de discussão; de manobras da bancada do Governo para interferir nas decisões do Legislativo e enfraquecer o presidente Ciro André Quintino, MDB; de rasgar o que ela própria tinha acordado em reunião interna com os demais vereadores - e isso já aconteceu em outros temas no passado -, a emenda que cria o fundo de R$600 mil por ano pró-construção, foi aprovada por sete votos a cinco, sem o voto Ciro.
A outra emenda, a que rompia o acordo e apresentada pelos vereadores governistas, foi rejeitada por sete votos a seis. Ciro deu o voto minerva. Ele livrou a Câmara de ser um puxadinho ao sabor do tempo e das conveniências da turma de Kleber. Restabeleceu a independência e autonomia da Câmara.
Por falta de espaço aqui, volto ao tema na segunda-feira na coluna no portal Cruzeiro do Vale. Mostrarei que gente autora do projeto e agora no governo – Roberto Procópio de Souza, PDT -, votou contra; ou o governista Evandro Carlos Andrietti, MDB, estabeleceu-se no voto contraditório: apoiou as duas emendas.
Coisas que não funcionam em Gaspar –porque o governo não está nem aí e porque a oposição está relaxada, e Ministério Público longe, apesar da lei municipal existir e expressamente pedir: identificação dos veículos e máquinas de terceiros que estão trabalhando para, ou a serviço da prefeitura; placas anunciando a razão da paralisação das obras.
De alma lavada, outra vez. Sempre escrevi – e há dez anos - que o solo onde foi montado o loteamento das Casinhas de Plástico, no Belchior Baixo e à beira da BR 470, era instável. Não sou geólogo, nem engenheiro, mas ouvia isso deles e dos vizinhos de lá.
Agora, vereadores, moradores e o empreiteiro contratado para assentar a tubulação da rede pluvial e que devido ao solo se entorta toda, constaram isso. Usam o fato para justificar todos os atrasos contra gente humilde e humilhada. Vergonha!
A audiência pública para discutir o cronograma das obras de reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen, no Distrito do Belchior, está marcada para o dia 11 de abril, às 19h30min, na Escola Frei Policarpo.
Se o governo o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, não for lá com o cronograma ajustadinho, estará enterrando a vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, levantado a bola de Rui Carlos Deschamps, PT e outro candidato entrante, e desistindo de pedir votos para a sua reeleição. Nem mais, nem menos.
Essa novela da Bonifácio Haedchen começou com a aprovação pela Câmara do financiamento de R$27 milhões na Caixa Econômica, em julho de 2013 e no governo de Pedro Celso Zuchi, PT. A verba está diminuindo e sendo usada para outras obras que estavam no pacote de financiamento. Se não cuidar, vão faltar recursos para o povo do Belchior. Acorda, Gaspar!
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