Vereadores vão atrás dos possíveis danos que a tecnologia teria feito nos controles, inclusive tributários, da prefeitura de Gaspar - Jornal Cruzeiro do Vale

Vereadores vão atrás dos possíveis danos que a tecnologia teria feito nos controles, inclusive tributários, da prefeitura de Gaspar

21/03/2019

Houve irregularidades? I

Por muito menos no passado, apenas como exemplo e comparativo, o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, eleito pelo MDB, que teve que sair dele por não ficar refém ou não atender às demandas dos “correligionários” e hoje está sem partido, sofreu três ameaças reais de CPIs na Câmara de Gaspar. Recomeço. Finalmente, os vereadores e só os do PT, Dionísio Luiz Bertoldi, Mariluci Deschamps Rosa – que já foi vice-prefeita no tempo de Pedro Celso Zuchi - e Rui Carlos Deschamps, interessaram-se pelo mínimo: pedir esclarecimento ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, sobre a possível invasão do sistema informatizado que controla a taxação e tributação municipal, para com o suposto ato invasor, mudar lançamentos de alguns contribuintes. E olha que são 13 vereadores e o assunto veio a público há um mês, quando se deu a polêmica demissão do Diretor Geral de Tecnologia da secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, Jackson Glatz. Veja a coluna que publiquei no dia 25 de fevereiro, feita especialmente para os leitores e leitoras do mais antigo, acessado e atualizado portal de Gaspar e Ilhota, o Cruzeiro do Vale. Ufa! Antes tarde, do que nunca.

Houve irregularidades? II

O que o requerimento dos três vereadores quer saber diante das notícias publicadas e o que corre solto na cidade pelos aplicativos de mensagens, no chororô das salas e corredores e antes delas serem notícias? “Considerando que essa suposta invasão teria causado prejuízos com relação aos créditos do IPTU e exoneração do Diretor, bem como o Poder-Dever da Administração Pública, que impede à omissão das autoridades competentes: foi instaurado algum procedimento administrativo interno para investigar o suposto fato acima indicado aos envolvidos e responsáveis? Se positivo, apresentar documento que comprove a instauração do procedimento administrativo; foi verificada alguma lesão financeira aos cofres públicos? Seria possível precisar o valor? O suposto problema deixado pela invasão já foi solucionado? Seria possível obter da empresa Thema documento técnico que verifique à segurança do sistema? A mesma empresa não teria ferramentas para rastrear registros de acesso?” Seria? Hum! Os vereadores possuem poderem constitucionais para usar todos os meios de verificação. Então...

Houve irregularidades? III

O que o requerimento, no fundo, mostra-nos, além da arrogância da prefeitura em não se explicar, bem como o desprezo à comunidade que a sustenta com os pesados impostos? O quanto erra a comunicação oficial, bem como o quanto estão lentos os vereadores em assuntos cruciais da gestão pública e que eles têm a obrigação constitucional de fiscalizarem, mesmo que só havendo indícios de supostas irregularidades. A prefeitura sabe o quanto falhou neste assunto e como ela está vulnerável às dúvidas. Perdeu tempo. Foi temerária. Muito se deve à uma rede de intrigas interna que ela própria fomentou e ficou refém. Está exposta. O fato é grave. Deveria ter sido desmentido vigorosamente logo no primeiro minuto, com provas robustas para que nenhuma dúvida houvesse à comunidade e ao administrador. Não fez e esperou os fatos saírem do radar para proceder a limpeza das pegadas. Agora, os gestores públicos terão que lidar com o defunto que não foi devidamente velado. Abriu a cova e não a usou. Espera-se que os vereadores não estejam apenas cumprindo uma mera formalidade, ou “armando” um susto, mas que estejam indo além da troca de papelinhos oficiais. Este assunto é para gente experimentada, que conhece às entranhas dos jogos do poder. E na prefeitura há muitos “especialistas” para não deixar rastros como sugeriu a própria demissão do homem de tecnologia.

Houve irregularidades? IV

E por derradeiro e na mesma linha do requerimento sobre a tecnologia, perguntar não ofende: qual a razão dos vereadores de Gaspar para não irem até agora atrás do caso de Vanusa Sbruzzi, reportado com farta documentação probatória na coluna feita para o portal Cruzeiro do Vale no dia 25 de fevereiro? Nela se registra que ela é “moradora” do posto de Saúde do Centro e em tempo recorde, ela conseguiu ser atendida pela médica do posto, fez exames de sangue e uma mamografia, enquanto residentes daqui, reclamam de todos os cantos da cidade de esperas e filas? Os que tramaram à facilidade para a senhora Sbruzzi são os que denunciaram, acertadamente, com fotos e documentos, o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, furando a fila para ser atendido no postinho do Bela Vista, e longe da sua residência, no Barracão. O ato de Zuchi também mostrado aqui, rendeu. Este de agora vai passar batido? Qual a razão de dois pesos e duas medidas? Onde mesmo mora a senhora Sbruzzi e qual a relação dela com o poder de plantão para ter tratamento melhor do que os outros gasparenses? Ela vota aqui? Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Foi constituído oficialmente o fundo para construir o prédio da Câmara de Gaspar proposto por Silvio Cleffi, PSC, quando era presidente do Legislativo. O Projeto de Lei vai agora para a sansão do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Se ele vetar, voltará à Câmara e poderá criar mais um desnecessário impasse político nesta relação, mesmo com a provável derrubada do veto pelo repetido sete a seis.

Depois de mais de uma hora de discussão; de manobras da bancada do Governo para interferir nas decisões do Legislativo e enfraquecer o presidente Ciro André Quintino, MDB; de rasgar o que ela própria tinha acordado em reunião interna com os demais vereadores - e isso já aconteceu em outros temas no passado -, a emenda que cria o fundo de R$600 mil por ano pró-construção, foi aprovada por sete votos a cinco, sem o voto Ciro.

A outra emenda, a que rompia o acordo e apresentada pelos vereadores governistas, foi rejeitada por sete votos a seis. Ciro deu o voto minerva. Ele livrou a Câmara de ser um puxadinho ao sabor do tempo e das conveniências da turma de Kleber. Restabeleceu a independência e autonomia da Câmara.

Por falta de espaço aqui, volto ao tema na segunda-feira na coluna no portal Cruzeiro do Vale. Mostrarei que gente autora do projeto e agora no governo – Roberto Procópio de Souza, PDT -, votou contra; ou o governista Evandro Carlos Andrietti, MDB, estabeleceu-se no voto contraditório: apoiou as duas emendas.

Coisas que não funcionam em Gaspar –porque o governo não está nem aí e porque a oposição está relaxada, e Ministério Público longe, apesar da lei municipal existir e expressamente pedir: identificação dos veículos e máquinas de terceiros que estão trabalhando para, ou a serviço da prefeitura; placas anunciando a razão da paralisação das obras.

De alma lavada, outra vez. Sempre escrevi – e há dez anos - que o solo onde foi montado o loteamento das Casinhas de Plástico, no Belchior Baixo e à beira da BR 470, era instável. Não sou geólogo, nem engenheiro, mas ouvia isso deles e dos vizinhos de lá.

Agora, vereadores, moradores e o empreiteiro contratado para assentar a tubulação da rede pluvial e que devido ao solo se entorta toda, constaram isso. Usam o fato para justificar todos os atrasos contra gente humilde e humilhada. Vergonha!

A audiência pública para discutir o cronograma das obras de reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen, no Distrito do Belchior, está marcada para o dia 11 de abril, às 19h30min, na Escola Frei Policarpo.

Se o governo o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, não for lá com o cronograma ajustadinho, estará enterrando a vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, levantado a bola de Rui Carlos Deschamps, PT e outro candidato entrante, e desistindo de pedir votos para a sua reeleição. Nem mais, nem menos.

Essa novela da Bonifácio Haedchen começou com a aprovação pela Câmara do financiamento de R$27 milhões na Caixa Econômica, em julho de 2013 e no governo de Pedro Celso Zuchi, PT. A verba está diminuindo e sendo usada para outras obras que estavam no pacote de financiamento. Se não cuidar, vão faltar recursos para o povo do Belchior. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1893

Comentários

Herculano
25/03/2019 07:36
HOJE É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA, PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, MAIS ACESSADO E ATUALIZADO DE GASPAR E ILHOTA
Herculano
25/03/2019 07:34
MUITO BARULHO POR NADA: ENTRE TUÍTES E BATE-BOCAS, UM GOVERNO ESTACIONADO, resume Felipe Koller, editor da Gazeta do Povo, na carta aos leitores

Bom dia!

Rodrigo se cansou de Sergio que era ídolo de Carlos que era filho de Jair que contava com Vitor que não queria negociar com ninguém. Acompanhar passo a passo o bate-boca entre os poderes nos últimos três dias não é tarefa fácil. No centro do emaranhado, está um presidente da Câmara que cansou de fazer o papel de articulador político em favor de um presidente da República que reluta para vestir a camisa das reformas que o seu próprio governo envia ao Congresso.

Em um telefonema ao ministro da Economia, Paulo Guedes, Rodrigo Maia (DEM) disse que não vai mais estar à frente da articulação pela reforma da Previdência na Casa. Kelli Kadanus elenca cinco recados de Maia ao presidente Jair Bolsonaro (PSL) em pronunciamentos e entrevistas nos últimos dias. Entre outras coisas, Maia disse:

Eles construíram nos últimos anos o "nós contra eles". Nós, liberais, contra os comunistas. O discurso de Bolsonaro foi esse. Para eles, essa disputa do mal contra o bem, do sim contra o não, do quente contra o frio é o que alimenta a relação com parte da sociedade. Só que agora eles venceram as eleições. E, em um país democrático, não é essa ruptura proposta que vai resolver o problema. O Brasil não ganha nada trabalhando nos extremos.

Bolsonaro diz que não entende o porquê da revolta de Maia, embora o seu filho, Carlos (PSC-RJ), tenha tuitado contra o presidente da Câmara depois do estopim dessa bagunça toda: a insistência do ministro da Justiça, Sergio Moro, de votar o quanto antes o seu projeto anticrime. Bolsonaro, porém, quer se manter fiel ao primeiro amor:

Só conversando. Você nunca teve uma namorada? E quando ela quis ir embora o que você fez para ela voltar, não conversou? Estou à disposição para conversar com o Rodrigo Maia, sem problema nenhum.
Brutus
25/03/2019 06:20
Enquanto investe-se em plotagem dos carros no SAMAE, as estações de tratamento de água estão ficando as escuras. Só em duas estações juntas passam de 30 lâmpadas queimadas. Há registros de pedido das lâmpadas aos superiores e a revoltante desculpa é que não tem lâmpadas. Enquanto isso os operadores que se danem.
Ze da rua
24/03/2019 16:05
Boa tarde Herculano.

Legal o evento em nossa cidade, porém quem irá consertar os meio fio que foram quebrados, e porque a prefeitura não retirou os adesivos do gride de largada do chão?? Estão alguns ainda colados, e os demais voando no chão como mais uma sujeira em nossa cidade!
Acho que não faltaram "comissionados" de camisetinha amarelinha pra limpar a sujeira! Ou não seria esta a função destes??
Herculano
24/03/2019 09:34
ILHOTA EM CHAMAS

A manchete de Ilhota neste final de semana é o assassinato brutal de uma jovem.

Mas, a manchete poderia ser bem outra e nacional, para assunto sério que se esconde
Herculano
24/03/2019 09:11
Só 'VONTADE DE DEUS' NÃO BASTA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Cada dia que passa é um dia a menos que o governo tem para articular sua base com vista a aprovar a reforma da Previdência

Cada dia que passa é um dia a menos que o governo tem para articular sua base com vista a aprovar a reforma da Previdência, mas o Palácio do Planalto e seus operadores políticos parecem longe de compreender a urgência do problema. As advertências de deputados e senadores ao governo deixaram de ser apenas murmuradas e passaram a frequentar discursos e entrevistas em que as queixas são expostas de maneira explícita. Hoje parece haver um consenso segundo o qual o presidente Jair Bolsonaro precisa mudar o modo como negocia o apoio para a reforma, sob o risco, cada vez mais concreto, de ser derrotado.

A questão central é que os parlamentares que apoiam a reforma e se dispõem a liderar o esforço por sua aprovação estão cada vez mais descontentes com o fato de que o próprio Bolsonaro não se apresenta para defender com vigor a proposta. Não são poucos os que temem arcar sozinhos com o ônus político da reforma enquanto o presidente hesita ante a natural impopularidade do tema ?" quinta-feira passada, por exemplo, Bolsonaro disse que, "no fundo, não gostaria de fazer a reforma da Previdência", embora reconheça que seja necessária.

O fato é que Bolsonaro parece raciocinar ainda como deputado, condição que o tornaria mais suscetível à pressão de suas bases, e não como presidente, que deve governar para o conjunto da sociedade, com coragem para tomar medidas que podem eventualmente desagradar a seus eleitores.

A julgar pela desorganização de sua articulação política - até mesmo um dos filhos do presidente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, diz ter sido designado para fazer contatos com deputados em nome do pai -, soa otimista a previsão oficial de que a reforma da Previdência possa ser votada ainda no primeiro semestre e de que faltariam pouco menos de 50 votos para aprová-la, como disse o ministro da Economia, Paulo Guedes.

O governo dá a impressão de apostar que Bolsonaro, por ter sido eleito pela "vontade de Deus", como disse na recente visita aos Estados Unidos, aprovará no Congresso todas as pautas de seu interesse sem necessidade de negociação. Não é o que pensam, contudo, os principais parlamentares empenhados na aprovação da reforma. Para esses políticos, só a "vontade de Deus" não basta quando se trata de convencer três quintos da Câmara a aprovar uma emenda constitucional, especialmente a que endurecerá as regras para a aposentadoria.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, por exemplo, alertou que a Casa "não tem 320 liberais" e que será preciso convencer até 280 deputados que não foram eleitos com a agenda da reforma da Previdência.

Se já não seria tarefa simples mesmo para experimentados articuladores, essa empreitada tende a ser muito mais complicada se o governo não se dispõe a fazer política. Até deputados da chamada bancada evangélica têm reclamado da falta de diálogo. Ademais, quando o presidente da República se reúne com parlamentares para ouvir reivindicações com vista a obter apoio à reforma e em seguida vai às redes sociais se queixar de que "a velha política" está "querendo nos puxar para fazer o que eles faziam antes", manda uma mensagem ambígua sobre sua disposição para negociar.

Ao dar a entender que todas as demandas dos parlamentares são fisiológicas, o presidente colabora para criar um clima de fricção com o Congresso. Não surpreenderá se alguns dos parlamentares que hoje colaboram abertamente com o governo para costurar apoio à reforma da Previdência passarem a ficar reticentes, à espera de um suporte mais explícito do presidente. O próprio presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ameaça abandonar a articulação se continuar sob ataque das milícias virtuais bolsonaristas e dos filhos de Bolsonaro, sob o olhar complacente do pai.

Não basta a Bolsonaro dizer que a aprovação da reforma da Previdência vai acontecer só porque seu governo adotou "uma maneira diferente de negociar", em que "o sentimento patriótico e a busca do consenso são fundamentais", como escreveu em artigo publicado no jornal Valor. Como deveria saber qualquer iniciante na vida política, apelos patrióticos podem até animar eleitores e militantes, mas não costumam ser suficientes para arregimentar apoio no Congresso, ainda mais quando o presidente da República pede votos a favor, mas age como se fosse contra.
Herculano
24/03/2019 06:45
'PARECE QUE O PAU ESTÁ COMENDO', por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Ideólogo do bolsonarismo prega agitação, propaganda e democracia direta tuitada

"O poder no Brasil está em guerras", se escrevia aqui, no domingo passado (17). "Parece que o pau está comendo", disse na sexta-feira (22) o ministro Paulo Guedes (Economia), que fazia troça da semana de confrontos explícitos entre as turmas do poder.

Gente no centro do governo, porém, fazia teoria do conflito e da importância da rebelião das massas para o sucesso do governo de Jair Bolsonaro.

Filipe Martins, assessor da intimidade presidencial, um ideólogo do bolsonarismo e de seu núcleo de agitação e propaganda, pregou no Twitter nove teses sobre a missão da "ala antiestablishment" do governo: derrubar a "oligarquia" atiçando as massas, por meio de pressão popular direta, o que substituiria a "velha política".

Leia mais abaixo um resumo desse manifesto bolsonarista, também um grito de guerra dentro e fora do governo.

Nesta semana, ficaram mais graves os atritos entre o Supremo e os procuradores militantes; entre Congresso e Planalto. O líder lava-jatista, o ministro Sergio Moro (Justiça), chocou-se com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que, por sua vez, abdicou do posto de articulador-geral parlamentar de Bolsonaro.

Maia estava sendo flagelado pelas falanges de Bolsonaro nas redes insociáveis, caçado por ser um representante da "velha política" e, em última análise, por tentar reunir uma coalizão parlamentar de apoio ao governo ou, pelo menos, à reforma da Previdência.

Mas os remendos de coordenação política que havia se desmilinguiram na semana passada.

Para piorar, no Chile, Bolsonaro dissera que a governabilidade e acordos políticos baseados em divisão de poder (cargos) criam situações propícias à corrupção.

O presidente e o núcleo ideológico de seu governo estão afinados. Trata-se do grupo comandado por seus filhos Carlos e Eduardo, que puseram Filipe Martins no cargo de assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro, todos eles muito ligados ao influenciador digital Olavo de Carvalho.

Essa "ala antiestablishment do governo", apelido dado pelo próprio Martins, disputa o comando do Itamaraty com os militares, procura dominar o Ministério da Educação e tentou controlar a Secretaria de Comunicação, que ocupa oficiosamente por meio de contas nas redes sociais. Acredita que o bolsonarismo é uma revolução nacional e popular; que seu instrumento é a democracia direta tuitada.

"Há uma tentativa" de isolar e difamar a "ala antiestablishment" do governo, tuitou Martins, na sexta-feira. O ataque a esse núcleo puro do bolsonarismo teria como objetivo "quebrar a mobilização popular" que elegeu Bolsonaro e o dispensou da aliança com os "donos do poder".

Esse movimento seria o combustível do sucesso do governo, a "única forma" de fazer reformas liberais, aprovar o pacote anticrime e preservar a Lava Jato, argumenta Martins.

A mobilização popular, por sua vez, depende da "agenda de ideias e valores da ala antiestablishment do governo". A cooperação com os oligarcas e a aceitação da velha política não seriam meios de "romper com o sistema patrimonialista que existe há 500 anos".

É preciso, pois, que as diferentes alas do governo se organizem de modo a reforçar a pressão popular ao ponto de que os integrantes do sistema político temam por sua sobrevivência política. "É necessário, em suma, mostrar que o povo manda", proclama Martins.

É um chamado para um levante virtual das falanges da ultradireita.
Herculano
24/03/2019 06:36
ERA VIDRO E SE QUEBROU, por Carlos Brickmann

O jogo ia bem: dois projetos da mais alta importância, a lei de combate ao crime e a reforma da Previdência, entregues ao Congresso logo no início do Governo, uma definição clara de prioridades (primeiro a Economia, logo depois a Segurança, manter tranquilo o que já funcionava, o agronegócio), e fazer barulho com outros temas para distrair a oposição. E que é que se poderia pedir de melhor do que uma oposição dirigida por Gleisi Hoffmann?

Pois Bolsonaro está conseguindo não ganhar o jogo: permitiu que temas destinados apenas a fazer barulho dominassem de verdade a pauta oficial, passou a impressão de que um escritor residente nos Estados Unidos manda em parte do Governo, e não conseguiu controlar as iniciativas de seu filho Carlos, o 02, a quem chama carinhosamente de "pitbull". Ou, pior ainda, é conivente com os ataques via Twitter a aliados de que necessita - alguns de seu próprio grupo, como o vice Mourão; outros de fora, como Rodrigo Maia.

Bolsonaro não está em fase de boa sorte. Na disputa entre Supremo e Lava Jato, foi atingido Moreira Franco - sogro de Rodrigo Maia. A tropa virtual bolsonarista festejou, e Rodrigo Maia, já chateado com Moro, se cansou. Não rompe com o Governo, nem desiste da reforma da Previdência, mas coordenar a ação política oficial, de maneira a conseguir os votos suficientes para aprová-la, isso não. E que governista poderá fazer a coordenação? Onyx Lorenzoni? Eduardo, filho 03?

Melhor não: perder de muito é ruim demais.

DEIXA...

Há muita gente de prestígio tentando convencer Rodrigo Maia a ficar no barco, como Janaína Pascoal, uma das redatoras do pedido de impeachment de Dilma, deputada estadual paulista com a maior votação de um parlamentar na história do país. Paulo Guedes, o superministro da Economia, trabalha nisso. E há quem tente convencer Bolsonaro de que o papel de seus filhos não é constranger o Governo - posição da ala militar, cujo porta-voz é o vice-presidente Mourão.

Aliás, Mourão já avisou Bolsonaro de que não tem mais paciência para as ofensas que Olavo de Carvalho lhe dirige. Cansou.

... DISSO

O integrante mais surpreendente da turma do deixa-disso é o senador Flávio Bolsonaro, o filho 03. Pelo Twitter, disse: "O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, é fundamental na articulação para aprovar a Nova Previdência e projetos de combate ao crime. Assim como nós, está engajado em fazer o Brasil dar certo!" No mesmo post, desagravou Rodrigo Maia dos ataques de seu irmão Carlos e do ministro Sergio Moro, que tinha deixado claro que em sua opinião o presidente da Câmara dava prioridade à Previdência e deixava para sabe-se lá quando o projeto de combate ao crime.

A PAZ MILITAR

Pode ser que o presidente Bolsonaro tenha ouvido os conselhos do grupo militar e dado comando de ordem unida ao filho 02 e aos guerrilheiros de Internet. Afinal de contas, ou é isso ou não haverá reforma da Previdência (nem o pacote da segurança de Moro). E, a continuar assim, nem Governo.

COINCIDÊNCIA

A gravação da conversa de Michel Temer com Joesley Batista foi divulgada poucos dias antes da votação da reforma da Previdência. A prisão de Moreira Franco ocorreu no momento em que seu genro era o principal articulador da aprovação da reforma da Previdência. A discussão de Sérgio Moro com Rodrigo Maia, em que o ministro disse que o povo não aguentava mais a insegurança (e recebeu dura resposta) aconteceu na mesma ocasião.

O destino, ó destino cruel, parece conspirar contra a reforma da Previdência.

O SHOW DA VIDA

A prisão de Temer e Moreira Franco foi parte de um duelo entre Operação Lava Jato e Supremo. O Supremo tomou decisões que reduziram a margem de ação dos procuradores da Lava Jato (que deixaram clara sua irritação), e esta poderia ser a primeira resposta - o que explica o estardalhaço com que foram feitas, com paralisação do trânsito (e, claro, imagens da TV).

OS BOIS GIGANTES

Por falar em prisões, sai nesta segunda, no Brasil e nos EUA, o livro Traidores da Pátria, do jornalista Cláudio Tognolli. Na capa, a foto dos irmãos Joesley e Wesley Batista - a conversa de Temer com Joesley, que a usou em delação premiada, quase derrubou o então presidente. No livro, documentada, a história do crescimento da JBS, com propinas para muita gente, inclusive, diz a delação, Michel Temer. Para crescer, a JBS se ligou ao Governo da época, do PT, e usou dinheiro de bancos públicos. Os irmãos por pouco não se livraram de qualquer pena, como prêmio pelas denúncias. Mas a delação tinha suas falhas, foi anulada, e o Supremo pode prendê-los.

Um lançamento inusitado: dois bois gigantes de fibra de vidro circularão por Brasília das 11h30 às 15h30, com DJ de música caipira e locutor. O livro sai no Brasil com três mil exemplares e nos EUA, em inglês, com dez mil.
Herculano
24/03/2019 06:24
BOLSONARO TENTA ABRIR CAMINHO NA POLÍTICA A GOLPES DE MACHADO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente anda para trás no trabalho de articulação e aprofunda isolamento

Jair Bolsonaro igualou uma façanha dos tempos modernos quando se elegeu sem fazer alianças com grandes partidos. Ao tomar posse, concretizou um lance audacioso ao montar um governo sem negociar ministérios em troca de apoio no Congresso. Desde então, o presidente passa os dias admirando os dois títulos pendurados na parede.

Bolsonaro chega à reta final do terceiro mês de mandato sem apresentar um diagrama do que será erguido no lugar das relações partidárias que ele prometeu derrubar. Na última semana, o governo obteve a proeza de aprofundar ainda mais seu isolamento político.

O PSL, partido do próprio presidente, deu sinais de esfarelamento. O líder da sigla na Câmara criticou a proposta do Planalto para reformar a aposentadoria dos militares e disse que a legenda não estava disposta a "descascar o abacaxi no dente".

O desprezo do clã Bolsonaro pela tal velha política se traduziu em hostilidade. Conseguiu incomodar o DEM, o único partido que fazia esforços para dar sustentação ao governo, com o comando das duas casas do Congresso. O presidente andou para trás no trabalho de articulação.

Bolsonaro não precisa ceder ao "toma lá, dá cá" que marcou, por décadas, a relação entre Executivo e Legislativo, mas também não conseguiu mostrar como conquistar votos para aprovar os projetos de seu interesse. Sua única estratégia, até agora, foi tentar abrir caminho na política a golpes de machado.

O governo decidiu se mover de acordo com a algazarra de seus apoiadores fiéis e ignorar as vozes do Congresso -o que afasta Bolsonaro cada vez mais de pautas como a reforma da Previdência. Nenhum de seus eleitores mais aguerridos, afinal, votou nele pensando no ajuste do sistema de aposentadorias.

O presidente aposta numa filosofia da terra arrasada. No jantar que teve com Olavo de Carvalho, Bolsonaro disse que precisa "desconstruir muita coisa para depois começar a fazer". Pelo visto, o dinheiro da obra pode acabar já na fase de demolição.
Herculano
24/03/2019 06:19
MAIA EXAGERA NO 'MAGOEI' PARA GANHAR MAIS PODER, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

Político esperto e experiente, o deputado Rodrigo Maia, presidente da Câmara, exagera ao reclamar das "hostilidades" de aliados de Jair Bolsonaro nas redes sociais. Seu objetivo é ganhar certa blindagem entre bolsonaristas mais afoitos, e ainda mais poder junto ao Planalto. O deputado será atendido: o presidente sabe que a reforma da Previdência não suportaria nem mesmo o corpo mole de Rodrigo Maia.

REAÇÃO PESSOAL
Rodrigo Maia soube que era iminente a prisão do ex-ministro Moreira Franco, padrasto da sua mulher, e resolveu alfinetar a Lava Jato.

ARMADILHA PARA MORO
A alfinetada atingiu Sérgio Moro, homem da Lava Jato no governo. Moro caiu na armadilha e Rodrigo Maia adorou fazer pose de "magoei".

SEM MIM, O DILÚVIO
Rodrigo Maia jamais recuaria no apoio à reforma da Previdência, que é sua agenda, mas aproveita para valorizar o próprio papel nisso tudo.

LEI DA MORDAÇA NELE
Pelo sim, pelo não, Bolsonaro não quer e não pode abrir mão do apoio de Rodrigo Maia à reforma, nem que tenha de amordaçar o Zero Dois.

COM REFORMA, BOVESPA DEVE BATER 130 MIL PONTOS
Após uma semana de altos e baixos na Bolsa de Valores (B3), ex-Bovespa, que chegou a bater o recorde histórico de alta de 99.994 e também ultrapassou a marca simbólica dos 100 mil pontos, analistas de mercado apostam que a B3 deve ultrapassar a marca dos 130 mil pontos, talvez 140 mil, com a aprovação da reforma da Previdência. Apesar da oscilação negativa na semana passada, o movimento da bolsa é 10% maior que o último pregão de 2018.

CRESCIMENTO ESTÁVEL
No último pregão de 2018, o Ibovespa, índice da Bolsa de Valores, fechou em 87,8 mil pontos. Em 2017 não passou de 76 mil.

MELHOR SEMPRE
O primeiro pregão de 2019 já registrou mais de 91 mil pontos e, mesmo após a queda com a prisão de Temer, não voltou a esse patamar.

TEMPOS SOMBRIOS
Em 2014, reeleição da petista Dilma, por exemplo, o Ibovespa fechou o ano em 50.144. Já no primeiro pregão do ano caiu para 48.512.

MATANDO O TEMPO
A ex-senadora Heloisa Helena, hoje na Rede, reapareceu no Senado sexta-feira (22) para matar saudades. Ou o tempo. Derrotada nas urnas, afastou-se até do trabalho na universidade em Alagoas.

MUITO AJUDA QUEM NÃO ATRAPALHA
No Chile, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) caiu na armadilha da "opinião pessoal", para admitir eventual intervenção na Venezuela. Na ânsia de ajudar, o deputado esqueceu que familiares de presidente perdem o direito a opinião pessoal. Ainda que tenham mandato parlamentar.

APENAS 80 DIAS
Não parece, mas o governo Jair Bolsonaro completou só 80 dias neste sábado (23). Até agora, 21 mil boquinhas foram extintas e a Câmara já tem reforma da Previdência e pacote anticrime para trabalhar.

ESTADO DE CALAMIDADE
O problema das áreas atingidas por tremores e afundamento de 40cm em dois anos, em Maceió, será tema de reunião do prefeito Rui Palmeira (PSDB), em Brasília, com os ministros Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).

NÃO SERÁ FÁCIL
Ex-titular da Vara de Execuções Penais do DF, o juiz Ademar Silva Vasconcelos acha que o governador Ibaneis Rocha terá dificuldades para reverter a transferência do bandidão Marcola para Brasília.

SEM VISTO, MAIOR INTERESSE
Levantamento do site de passagens e reservas Kayak indica que a liberação de vistos fez aumentar o interesse pelo Brasil de cidadãos americanos (cresceu 31%), australianos (36%) e canadenses (19%).

AJUDA IMEDIATA
O Brasil ofereceu ajuda humanitária a Moçambique, atingido por ciclone. E enviou mapas com base em imagens de satélites das regiões atingidas para auxiliar nas operações de busca e salvamento.

FELIZ ANIVERSÁRIO
Completa 28 anos no domingo (24) a primeira vitória de Ayrton Senna no GP do Brasil de Fórmula 1, em Interlagos. Felipe Massa venceu em 2006 e 2008. Desde então brasileiros não ganham no Brasil.

PENSANDO BEM...
...com o antecessor e o sucessor presos, a ex-presidente cassada Dilma deve estar debaixo da cama.
Herculano
24/03/2019 06:12
BOLSONARO SEM NOÇÃO, por Merval Pereira, no jornal O Globo

Para Maia, presidente não tem noção, nem da gravidade da situação, nem da importância de governar com o Congresso

Movem-se as placas tectônicas da política brasileira, e pode vir daí um terremoto de vastas proporções. A reforma está com problemas pela desarticulação do governo, e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, que é (ou era) o grande aliado para dar andamento à aprovação da reforma da Previdência, acha que essa desarticulação faz parte de uma estratégia do próprio Bolsonaro, que só sabe governar na base da confrontação.

Para o presidente da Câmara, o presidente Jair Bolsonaro "não tem noção, nem da gravidade da situação, nem da importância de governar com o Congresso numa democracia". Há uma diferença entre governar como o PT fazia e como a Angela Merkel (chanceler alemã) faz, destaca Rodrigo Maia. "Eu vou continuar atuando a favor da reforma da Previdência, mas não em nome do governo". Maia diz que quem tem que atuar dentro do Congresso é o articulador político do governo, Onyx Lorenzoni. E, especialmente, o próprio presidente Bolsonaro.

"Eu não tenho capacidade para conseguir os votos necessários para aprovar a reforma. Posso até, pelo meu convencimento, arranjar uns 50, 60 votos. Mas faltarão mais cerca de 250, que o governo vai ter que buscar". Para tanto, ressalta Maia, tem que fazer política, e isso eles não querem fazer. "Querem ficar com o bônus de serem os protetores do povo, e o Congresso assumirá o ônus de ter aprovado uma matéria impopular, embora necessária". O governo Bolsonaro, desde o início, tenta se desvencilhar da dependência do Congresso, o que é um contrassenso num regime necessariamente de coalizão, em que o presidente nunca tem a maioria parlamentar, mesmo que tenha a maioria popular. Nos Estados Unidos, o candidato, como Trump, pode ser eleito pelo Colégio Eleitoral e perder na votação popular. Em regimes como o nosso, nem sempre acontece que um presidente popular tenha o apoio da maioria no Congresso, mas não consegue governar sem ele. Aconteceu com Collor, com Dilma e está acontecendo com Bolsonaro.

Com a agravante, para Bolsonaro, de que sua popularidade está em decadência muito antes de terminar o período de graça dos governos. Nos cem primeiros dias, o presidente eleito historicamente conseguia tudo no Congresso. Não mais. Além disso, o governo, em campanha permanente, queima suas pontes com potenciais aliados porque só se interessa em cultivar a parte do eleitorado que o elegeu, a que fala mais diretamente a seus valores conservadores. O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, que se dispunha a ajudar na aprovação da reforma da Previdência, está recuando sua defesa para fazer frente a uma série de ataques, uns provocados por inexperiência, como o do ministro Sergio Moro; outros, propositais para incensar os radicais bolsominions nas redes sociais. O vereador Carlos, o filho 02, que se distrai fazendo política no Twitter, publicou no Instagram, no dia da prisão de Moreira Franco, sogro de Rodrigo Maia: "Por que o presidente da Câmara está tão nervoso?", numa clara insinuação irônica. E retuitou uma mensagem do ministro Sergio Moro com críticas indiretas a Maia.

Moro enviara de Washington uma mensagem pelo WhatsApp reclamando que Rodrigo Maia havia criado uma comissão para analisar o projeto anticrime do governo juntamente com outros projetos já em tramitação na Câmara, inclusive um que foi coordenado pelo atual ministro do Supremo Alexandre de Moraes. Considerou isso o descumprimento de um suposto acordo.

Rodrigo Maia, de fato, deixou o projeto para entrar na pauta no segundo semestre, pois acha que discutir os dois, este e o da Previdência, ao mesmo tempo, vai dispersar os votos. E combinou a estratégia com Bolsonaro. O presidente da Câmara mandou a resposta, exigindo que Moro o respeitasse como presidente do Poder Legislativo.

O ministro da Justiça, Sergio Moro, retrucou no Twitter, que foi replicado por Carlos Bolsonaro: "Talvez alguns entendam que o combate ao crime pode ser adiado indefinidamente, mas o povo brasileiro não aguenta mais."

Maia desabafa: "Se o filho do presidente me ataca publicamente, e ele não faz nada, quer dizer que pensa como o filho". O governo não quer a reforma da Previdência, especula Rodrigo Maia. "Ou melhor, quer, mas jogando a responsabilidade para o Congresso. Bolsonaro posa de bonzinho, e nós somos os contra o povo."
Herculano
24/03/2019 06:08
A JANELA PODE SE FECHAR, por Marcos Lisboa, economista, presidente do Insper, no jornal Folha de S. Paulo

Planalto parece dar um passo para a frente e dois para trás

Quem sabe o susto imenso da última semana não ajude a evitar o desastre?

A expectativa de que o país conseguiria encaminhar uma agenda de reformas para interromper a degradação das contas públicas e evitar a volta da recessão foi solapada por uma proposta inoportuna e conflitos disfuncionais.

Em meio às negociações sobre a reforma da Previdência, o governo enviou ao Congresso uma proposta para as carreiras dos militares que procura corrigir distorções acumuladas por mais de uma década.

Difícil imaginar momento mais inadequado. Afinal, a Câmara começava a discussão sobre a nova Previdência, que reduz benefícios de servidores públicos e aumenta o tempo de contribuição dos trabalhadores formais do setor privado.

No debate público, as percepções são tão relevantes quanto os fatos. É verdade que os salários dos militares estão defasados em comparação com outras carreiras do setor público. Também é verdade que o atual governo congrega militares nos principais cargos como não se via desde os anos 1980.

Qualquer aprendiz de político poderia antecipar que a proposta seria mal recebida. O governo parece conceder benefícios para as tropas enquanto propõe sacrifícios para os demais. Não é bem assim, mas o protagonismo na política pública cobra seu preço.

Quem lidera um país deve dar o exemplo. Se os militares querem estar à frente da política pública, então deveriam saber que têm de arcar com o ônus de não propor, neste momento, a recomposição de perdas de tantos anos.

Como se não fosse suficiente, a nova política parece jogar o bebê fora junto com a água do banho. Certamente a corrupção é inaceitável.

No entanto, tratar o presidencialismo de coalizão como equivalente à corrupção é condenar a vida cotidiana por conta das suas possíveis patologias. Algo como proibir os automóveis pela existência de motoristas psicopatas.

A boa política, a negociação sobre a agenda do governo e a nomeação dos seus gestores, permite à sociedade mediar conflitos e construir soluções. Seu benefício colateral é impedir o desastre das guerras.

O Planalto parece estar em uma estranha dança de um passo para a frente e dois para trás. Faz gestos para negociar a reforma e, ao mesmo tempo, revela-se conivente com o desprezo pela boa política.

Sabemos que o presidente foi omisso sobre as reformas na campanha e tem um histórico de defender interesses corporativos com a virulência dos sindicalistas. Pois bem, agora lidera o governo e há um país que ameaça sangrar. Gestos de boa vontade e diálogo com a oposição são fundamentais para enfrentarmos os nossos graves desafios.

Há uma janela de oportunidade, mas ela pode se fechar.
Herculano
24/03/2019 06:05
CONTRA A VELHA POLÍTICA, SURGE UMA NOVA BALBÚRDIA, por Josias de Souza

Há algo de suicida no comportamento de Jair Bolsonaro. O doutor Paulo Guedes, homem forte da Esplanada, informa que, sem a reforma da Previdência, sobrevirá o Apocalipse. O governo só dará certo, portanto, se entregar a reforma. Na Câmara, exigem-se 308 votos. Para obtê-los, é preciso adotar três providências: dialogar, dialogar e dialogar. Mas Bolsonaro prefere fazer cara de nojo. Se continuar agindo assim, Dilma Rousseff vai acusá-lo de plágio.

Bolsonaro escolheu governar no mundo das redes sociais. É muito parecido com o País das Maravilhas. Ali, quem ousa mostrar o mundo real é acusado de conspirador. É isso o que está acontecendo com Rodrigo Maia. Grão-tuiteiro do reino, Carlos Bolsonaro foi ao país do cristal líquido para instruir os navegadores a cortarem a cabeça do presidente da Câmara. Após intensa refrega, Maia aconselhou Bolsonaro, o pai, a dedicar mais tempo à Previdência do que ao Twitter. Foi como se o deputado ecoasse Alice: "Vocês não passam de um baralho de cartas".

No país de Alice, a honestidade de Bolsonaro tornou-se uma virtude negativa. À medida que seu governo vai penetrando o caos legislativo, o presidente vai enumerando os mandamentos de sua honra. Todos começam com não. Coisas assim: Não colocarei bandido no ministério, não farei o toma-lá-dá-cá, não farei concessões à velha política, não isso, não aquilo.

No gogó, tudo soa muito lindo. Entretanto, no mundo das coisas práticas, um presidente que se escora no vocábulo da negação fica muito parecido com o sujeito que leva a família ao restaurante, acomoda-se numa mesa e, na hora de pedir a comida, enumera para o garçom todos os pratos que não deseja experimentar. A família volta para casa com fome e o filho do meio vai às redes para falar mal do estabelecimento.

Não existe velha nem nova política. Existe a boa política e a cleptopolítica. A Lava Jato demonstrou que, nos últimos anos, o índice de corrupção não aumentou no Brasil. Continua nos mesmos 100%. O presidente faz bem em tomar distância do modelo em que a governabilidade é obtida na base do "uma mão suja a outra". Mas é uma tolice negar a evidência de que não há política sem escambo.

É natural que os congressistas sejam portadores de demandas do seu eleitorado. Bolsonaro dispõe de uma vacina capaz de imunizá-lo contra a radioatividade da formação de consórcios partidários. Basta comunicar aos integrantes da sonhada maioria parlamentar: "Não me peçam nada que subverta o interesse público. No meu governo, não se toma e não se dá nada que não possa ser exposto na vitrine."

Fora disso, a retórica do combate à velha política não serve senão para abrir o caminho que conduz a uma nova balbúrdia. Jair Bolsonaro e sua dinastia sempre poderão correr às redes sociais para acusar o Congresso de bloquear as propostas do governo. Mas já ficou entendido que esse tipo de fuga serve para criar crises, não para evitar o Apocalipse de que fala Paulo Guedes.
Herculano
24/03/2019 05:59
ESTÁ NO AR A BARAFUNDA BOLSONARO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Governo enriquece Lei de Murphy: se algo pode dar certo, trabalha para que dê errado

Jair Bolsonaro superou as marcas de impopularidade de seus antecessores no início do primeiro mandato. Com viés de piora, esse desempenho deve-se em parte a um processo de autocombustão, mas nem tudo pode ser atribuído a Bolsonaro. Ele teve a ajuda de ministros civis e militares.

Resolveram fazer uma reforma da Previdência. Poderiam ter seguido a sugestão do economista Paulo Tafner, fatiando-a. Mandariam primeiro o corte dos privilégios dos marajás e depois cuidariam dos miseráveis. Resolveram juntar as duas brigas. Vá lá.

É elementar que a profissão e a Previdência dos militares nada têm a ver com as dos servidores civis. Poderiam ter separado as duas questões. Não só juntaram os debates, como decidiram botar no combo um projeto de reestruturação da carreira militar, coisa que não tem nada a ver com a Previdência.

Todas essas decisões embaralham o debate e dificultam a aprovação de algo parecido com o projeto original do governo. Como alguma reforma haverá de ser aprovada sempre se poderá cantar vitória. Afinal, Fernando Henrique Cardoso e Lula também fizeram reformas da Previdência. Nenhum deles atritou-se com o presidente da Câmara.

A barafunda vai além da reforma. O ministro Sergio Moro resolveu peitar Rodrigo Maia com mais uma de suas jeremíadas. Tomou um tranco e ficou em paz. Durante a visita de Bolsonaro a Washington, o ministro das Relações Exteriores foi humilhado, um filho do presidente disse que os brasileiros que vivem nos Estados Unidos sem documentação são "vergonha nossa" e o condestável da Economia informou que gosta de Coca-Cola e da Disneylândia. (Quem passava dias sozinho na Disney era o professor Mário Henrique Simonsen, mas ele nunca anunciou isso a uma plateia de empresários.)

Se tudo isso fosse pouco, Bolsonaro disse na Casa Branca que acredita "piamente" na reeleição de Donald Trump. Sentiu cheiro de banana e foi procurar a casca para escorregar. Os dois presidentes que mais ajudaram a ditadura brasileira foram Lyndon Johnson e Richard Nixon. Um encantou-se com o marechal Costa e Silva, o outro com Emilio Médici. Ambos foram eleitos com memoráveis maiorias e acabaram naufragando. Amaldiçoado, Johnson desistiu da reeleição. Acuado, Nixon renunciou. Os presidentes brasileiros não disseram coisa parecida. Trump nunca teve a força de qualquer um desses antecessores.

A Lei de Murphy diz que, se uma coisa pode dar errado, errado ela dará. O governo do capitão parece disposto a enriquecê-la: Se uma coisa pode dar certo, trabalham para que dê errado.

BRETAS PRENDEU TEMER PORQUE QUIS
Lula foi para a carceragem de Curitiba depois de ter sido indiciado, denunciado e condenado em duas instâncias. Temer foi encarcerado sem ter sido ouvido, indiciado, denunciado ou condenado. Tudo bem, o juiz Marcelo Bretas prendeu-o preventivamente e decisão judicial deve ser cumprida.

Na sua decisão o doutor Bretas reconheceu que Temer não foi condenado e ofereceu uma "análise ainda superficial" dos crimes que o ex-presidente teria cometido.

Cuidando do "superficial", ocupou 40 páginas de sua decisão. Sua análise faz sentido, e muito, mas é apenas uma opinião. Justificando a prisão preventiva de Temer, Bretas não escreveu uma só linha.

Justificou-a genericamente, quando associou-a à de outros integrantes da "suposta organização criminosa", e nisso ocupou três páginas. Nelas, justificou as preventivas porque "no atual estágio de modernidade, bastam um telefonema ou uma mensagem instantânea" para ocultar "grandes somas de dinheiro". (São Paulo tem rede de telefonia desde o início do século passado.)

Mais: o coronel Lima, faz-tudo de Temer, cuidava de apagar rastros e documentos no próprio escritório. (Bretas não fez qualquer referência à tentativa de depósito de R$ 20 milhões em dinheiro vivo na conta do coronel.)

Mesmo admitindo-se que tudo o que Bretas atribuiu a Temer na sua "análise ainda superficial" seja apenas parte de uma horrível verdade, as razões que citou para encarcerá-lo preventivamente são ralas.

O Brasil teve dois ex-presidentes presos. Um porque foi condenado. O outro não foi ouvido, indiciado, denunciado ou sentenciado. Os tempos estranhos ficaram mais estranhos.

EREMILDO, O IDIOTA
Eremildo é um idiota e acredita em tudo o que dizem os presos, a polícia e os procuradores, só não entende como alguém entrou numa agência bancária para depositar R$ 20 milhões em dinheiro vivo.

Alguém deveria carregar duas malas, cada uma pesando 25 quilos.

O cretino acha que existe um vídeo registrando a passagem desse estranho personagem pelo banco.
O Ministério Público informou que esse fato "ainda precisa ser investigado e apurado".

RICO, COM SARAMPO
O governo propagou a ideia de que trocou a condição de pedinte na Organização Mundial do Comércio por um assento no clube dos ricos tornando-se eventual membro da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE.

Não é bem assim, porque a China está na mesma gaveta que o Brasil na OMC e tanto o México como a Grécia são membros da OCDE.

No mesmo dia em que o governo festejou essa possível baldeação, a Organização Mundial da Saúde tirou o Brasil da lista de países que erradicaram o sarampo.

Quando o delegado brasileiro for a uma reunião da OCDE e perceber que o sueco não chega perto dele, saberá por quê.

BASTA!
Nunca é demais lembrar como funcionava o tribunal de cassações da ditadura. Reuniam-se os ministros que integravam o Conselho de Segurança Nacional e um coronel lia a biografia do acusado.

Em 1969, o conselho estava reunido e o oficial começou e ler os dados pessoais de uma vítima: "Simão da Cunha, mineiro, bacharel..." O general Orlando Geisel interrompeu-o: "Basta!"

Seguiu-se uma grande gargalhada. Cunha foi cassado sem que fosse lida a acusação.

BOA NOTÍCIA
Uma dezena de fundações privadas cacifam o programa Ensina Brasil, que seleciona jovens formados em universidades públicas e privadas interessados em trabalhar por dois anos como professores nas redes escolares do país. Eles já atuam em alguns municípios de Pernambuco, Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Programas semelhantes existem em 45 países.

A sabedoria convencional ensina que poucos recém-formados em seja lá o que for topariam trabalhar dois anos como professor. Pois neste ano o Ensina Brasil teve 10 mil candidatos para 123 vagas. Depois de um processo seletivo, eles passam por quatro semanas de curso presencial em São Paulo e assistem a 2.000 horas de aulas a distância. A ideia do projeto é achar gente interessada em melhorar a educação no país, formando lideranças nessa área.

Os jovens que entram no Ensina Brasil recebem os salários da escola e uma pequena ajuda do programa.
Como nem tudo são flores, há estados onde os sindicatos de professores não querem nem ouvir falar no assunto.
Herculano
23/03/2019 19:21
BOLSONARO COLOCOU NO CONGRESSO A REFORMA DA PREVIDÊNCIA QUE NÃO É DELE, MAS DE PAULO GUEDES, E FOI VIAJAR

ACHA QUE ELA VAI ANDAR SOZINHA E CULPAR OS CONGRESSISTAS PELO FRACASSO, QUE Só ELE QUIS ASSIM E DO JEITO QUE ESTÁ DEIXANDO À DERIVA

ESTÁ CLARO QUE ELE NÃO QUER A REFORMA
Herculano
23/03/2019 19:16
da série: coisa de doido. Bolsonaro renega a velha política. Está certo. Mas, não diz o ele entende o que é a nova política e como vai praticá-la. Também é preciso saber se os velhos políticos conhecem e estão dispostos a usá-la

"ALGUNS NÃO QUEREM LARGAR A VELHA POLÍTICA"

Durante café da manhã oferecido pela Sociedade de Fomento Fabril do Chile, Jair Bolsonaro disse a empresários que os atritos na articulação política acontecem porque muitos não querem largar a "velha política".

"Mesmo eu estando calado fora do Brasil acontece atritos lá dentro, porque alguns, não são todos, não querem largar a velha política, que infelizmente nos colocou em uma situação bastante crítica que nos encontramos", afirmou neste sábado.
Herculano
23/03/2019 19:00
ALIENADO

De Ricardo Noblat, de Veja, no twitter

Se a reforma da Previdência é tão importante como diz Bolsonaro, repetindo o que ouve do ministro Paulo Guedes, como ele pode limitar-se a remetê-la ao Congresso e sair para passear? Em parte alguma do mundo um chefe de Estado responsável se comporta assim.
Herculano
23/03/2019 18:58
NOTA DO DEM SOBRE ATAQUES A RODRIGO MAIA

A bancada do DEM na Câmara divulgou neste sábado a seguinte nota "em repúdio" aos ataques virtuais a Rodrigo Maia:

"É público o respeito de Rodrigo Maia aos Poderes constituídos e à hierarquia característica de cada um deles e a busca incessante pela harmonia e independência, preceitos constitucionais. Também é de conhecimento de todos seu empenho com o ajuste fiscal e com as reformas voltadas para o crescimento do País, sejam estas medidas populares ou não.

A implementação de regras duras e necessárias que cortem privilégios dependem de posturas corajosas e de defesas enfáticas. O mundo real é assim. O virtual aceita ataques que só geram ódio, não o desenvolvimento.

A coragem e o diálogo franco, ambos na vida real da política que visa um Brasil melhor, fazem Rodrigo Maia ser reconhecido como uma das figuras centrais neste difícil processo de reconstrução nacional, devolvendo à Câmara, que representa a vontade de cada brasileiro, um papel de protagonismo, necessário ao momento que estamos vivendo. É lamentável que ataques, muitas vezes anônimos, tenham o intuito único de denegrir reputações pessoais e institucionais.

As portas de seu gabinete e da residência oficial da Câmara sempre estiveram - e estarão - abertas para qualquer corrente política. À sua mesa, há lugar garantido para todos aqueles que queiram contribuir de forma respeitosa com o ambiente democrático. Sua interlocução com todos é feita de forma direta e franca.

O Presidente Rodrigo Maia orgulha a nossa bancada e sintetiza com as suas atitudes os valores democráticos que o nosso Partido cultua e defende. Para os deputados Federais do Democratas, em qualquer contexto, governado por qualquer grupo político, as instituições e o respeito a seus representantes devem prevalecer. Não acreditamos que a saída para a crise possa ser outra.

A Câmara dos Deputados, sob a liderança de Rodrigo Maia, não se furtará a cumprir o seu papel na história".
Miguel José Teixeira
23/03/2019 10:10
Senhores,

1) Deu no Correio Braziliense:

"Ibaneis quer Marcola bem longe de Brasília"

Certíssimo o Senhor Governador!

Brasília já tem bandidos, oriundos de todas as Unidades da Federação, fugindo pelo ladrão. . .

2) Deu na Folha de S.Paulo:

"No cárcere, Temer externa tristeza e preocupação"

Enquanto saqueava os cofres públicos, nestes últimos 40 anos, o tal lulia expressava o quê?

Respostas para Curitchiba, aos cuidados do nº 1. . .
Herculano
23/03/2019 08:43
SE EM BRASÍLIA EXISTE RODRIGO MAIA, DEM, FIADOR PARA AS MUDANÇAS TRAMITAREM COM CHANCES DE SUCESSO NA CÂMARA, EM FLORIANóPOLIS ESTE PAPEL É DE JÚLIO GARCIA, PSD

EM AMBOS OS CASOS, AS SEMELHANÇAS SÃO AS MESMAS. JAIR MESSIAS BOLSONARO, PSL,É TEIMOSO, IMPREVISÍVEL E CERCADO DE INFLUENCIADORES PERIGOSOS SEM VOTO ALGUM E COMPROMISSOS COM O RESULTADO POLÍTICO E ADMINISTRATIVO PARA OS BRASILEIROS.

NADA É DIFERENTE AQUI COM O GOVERNADOR CARLOS MOISÉS DA SILVA, PSL. ELE ESTÁ CADA VEZ MAIS ISOLADO, NEM A REFORMA ADMINISTRATIVA QUE DEIXOU NA MÃO DE UM MALUCO ACADÊMICO DA UNIVERSIDADE FEDERAL - COM VIÉS SOCIALISTA - CONSEGUIU ESBOÇAR E LEVAR ADIANTE, ATÉ PORQUE QUANDO CHEGAR A ASSEMBLEIA, ELE JÁ TERÁ PERDIDO O CAPITAL POLÍTICO PARA VENCER AS DIFICULDADES NATURAIS DOS QUE ESTÃO NO CONFORTO E VANTAGENS NOS PRIVILÉGIOS NAS SUAS GUILDAS

O CENÁRIO Só NÃO ESTÁ TÃO EXPLÍCITO, PORQUE A IMPRENSA CATARINENSE ESTÁ SEM RUMO E NAS REDES SOCIAIS, NÃO HÁ AINDA UM CATALISADOR DESSA FALTA DE RUMO
Herculano
23/03/2019 08:33
ATRITO COM MAIA FAZ MERCADO CRITICAR BOLSONARO; PRESIDENTE FOI CHAMADO DE "DILMA DE CALÇAS", por Daniela Lima, na coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

Conhecereis a verdade...
O estiramento da relação do governo Jair Bolsonaro com o Congresso explicitou as fragilidades da atual gestão para setores que antes apoiavam o governo incondicionalmente. Pela primeira vez, o presidente foi amplamente criticado por atores importantes do mercado que se posicionaram ao lado do comandante da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na queda de braço entre os Poderes. Governadores e parlamentares planejam um ultimato aos militares, vistos como tutores do Planalto.

Você amanhã
Para operadores do mercado financeiro, Bolsonaro tem tropeçado nos próprios pés de maneira sistemática, mas agora colocou em risco a votação da reforma da Previdência. A incapacidade do presidente de estabelecer diálogo com o Parlamento fez com que ele fosse chamado por investidores nesta sexta (22) de "Dilma de calças".

Quem pariu Mateus
Governadores simpáticos a Bolsonaro e dirigentes partidários já falam em um chamado aos militares, tanto para cobrar uma atitude incisiva de correção de rumos como para abrir canais de diálogo permanente sobre o cenário político.

Santa ceia
O incômodo de deputados de diversos matizes foi explicitado de maneira cristalina a integrantes da cúpula do Exército nesta sexta. Em meio à crise, o comandante militar do Sudeste, general Luiz Eduardo Ramos, recebeu integrantes da bancada de São Paulo para um almoço.

Nosso homem
O encontro foi chamado para que os militares falassem sobre a proposta de reestruturação da carreira e de mudanças na aposentadoria, mas a conversa foi além. Houve crítica à "inexperiência de Bolsonaro". Os fardados, por sua vez, destacaram o papel do vice, Hamilton Mourão.
Herculano
23/03/2019 08:17
da série: menos twitter e mais governo, mais gestão, mais diálogo em favor dos brasileiros. Os que se espelham em Trump, não perceberam que a primeira coisa que ele fez para se segurar no governo, foi gerar mais empregos. Já os bolsonaros... Se não cuidar, os 13 milhões de desempregados do PT - e que o colocou fora do governo - vão se tornar, rapidamente 20 milhões. Michel Temer, MDB, com todas as dificuldades, gerou 1 milhão de empregos novos e foi o que mais avançou nas reformas. Os bolsonaros, com a inércia e arrumando todos os dias dificuldades, estão fazendo o jogo para a esquerda.

MAIA: "O GOVERNO É UM DESERTO DE IDEIAS"

Conteúdo de O Antagonista. Previdência: desencontros entre governo e Congresso

Em entrevista ao Estadão, Rodrigo Maia afirmou que o governo Jair Bolsonaro não tem projeto para o país além da reforma previdenciária.

"Qual é o projeto do governo Bolsonaro, fora a Previdência? Fora o projeto do ministro Moro? Não se sabe. Qual é o projeto de um partido de direita para acabar com a extrema pobreza? Criticaram tanto o Bolsa Família e não propuseram nada até agora no lugar. Criticaram tanto a evasão escolar de jovens e agora a gente não sabe o que o governo pensa para os jovens e para as crianças de zero a três anos. O governo é um deserto de ideias".
Herculano
23/03/2019 08:11
O PT INGE E DEFENDE OS QUE POSSUEM PRIVILÉGIOS

Do deputado Federal paulista Kim Kataguiri, DEM no twitter

Na nova previdência o mais pobre recebe seu benefício 5 anos mais cedo e ainda há diminuição da alíquota de contribuição. Quem paga mais? Quem recebe mais, como juízes, promotores, deputados e senadores. Esses são os "direitos" defendidos pelo PT?
Herculano
23/03/2019 08:08
POROROCA, por Julianna Sofia, secretária de Redação da Sucursal do jornal Folha de S. Paulo

Confluência de fatos negativos para Bolsonaro embaralha aprovação de nova Previdência

Houve uma rápida degeneração do ambiente político nos últimos dias para aprovação da reforma da Previdência. Era de alguma instabilidade o cenário para votação da PEC ainda neste semestre diante da inépcia do governo Bolsonaro em constituir uma maioria parlamentar favorável à proposta. Agora, passou a periclitar.

Uma pororoca factual alucinante engolfou as pretensões governistas.

Judiciário e Legislativo entraram em guerra ostensiva, com a bravata de uma CPI da toga e a retomada do projeto contra abuso de autoridade. Os ânimos se acirraram com a abertura de inquérito pelo Supremo Tribunal Federal para investigar ameaças contra ministros da corte.

No mesmo dia em que uma pesquisa Ibope mostrou queda de 15 pontos na avaliação positiva do presidente Bolsonaro, o governo despachou para o Congresso a reforma previdenciária dos militares. A iniciativa foi atacada por parlamentares por conter regras mais brandas que as propostas para civis e ainda embutir uma generosa reestruturação da carreira. Com a inabilidade do Palácio do Planalto, até o PSL afirmou não se comprometer mais com o calendário da reforma-mãe.
Em paralelo, a pressão do ministro Sergio Moro (Justiça) sobre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), para acelerar seus projetos anticorrupção irritou o deputado, que chamou o ministro de " funcionário de Bolsonaro". A temperatura elevou-se ainda mais com as prisões do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco - sogro torto de Maia.

O parlamentar começou a sofrer uma ofensiva raivosa nas redes sociais, e Carlos Bolsonaro é um dos autores. O demista declarou então que abandonará a articulação da Previdência, deixando para Bolsonaro a responsabilidade de reunir os votos. O governo demorou a reagir, e o fez com acenos tímidos ao deputado.

Maia é do tipo afeito a fazer beicinho se contrariado. Mas, até onde a vista alcança, é o articulador mais promissor para o êxito da reforma.
Herculano
23/03/2019 08:03
CURRÍCULO A FAVOR DO BRASIL E DOS BRASILEIROS

do deputado federal paulista Vinicius Poit, Novo, no twitter

O PT é o partido que não assinou a Constituição de 1988, que foi contra o Plano Real, que foi contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, que foi contra a concepção do bolsa família com FHC e agora está contra a reforma da previdência. Especialistas em errar com o Brasil!
Herculano
23/03/2019 08:00
CALADO

"Não posso falar hoje, parece que o pau está comendo", diz Guedes

A fala do ministro aconteceu na posse da nova superintendente da Susep, Solange Paiva, quando questionado se poderia dar entrevistas
Herculano
23/03/2019 07:57
MELHOR OBSERVAÇÃO, IMPOSSÍVEL

de Madeleine Lacsko, no twitter

Eu NÃO acho que Carlos Bolsonaro atropele o pai, sinceramente.

Acho que o pai usa o filho sistematicamente para dizer o que quer e não pode.

E isso não vai dar certo muito logo, precisa parar.
Herculano
23/03/2019 07:54
ESSES SÃO OS POLÍTICOS QUE VOCÊ ELEGE COMO SEUS REPRESENTANTES E OS PAGA NABABESCAMENTE COM OS SEUS PESADOS IMPOSTOS

É um exemplo explorado pela mídia, mas há outros semelhantes espalhados ou com viéses parecidos no gesto e resultado

E tudo começa pelo Rio de Janeiro, o estado que já teve cinco governadores presos [três estão no xilindró: Sérgio Cabral, Pezão e Moreira fraco, todos do MDB, e outros dois que nasceram no MDB, soltos: o casal Garotinho]

Volto ao fato: No mesmo dia em um ex-Presidente da República e um ex-Ministro foram presos, a Assembléia Legislativa do Rio (por decisão unânime da Mesa Diretora, com o assunto ainda em discussão no plenário) decide empossar empossar deputados...que estão presos! Levou o livro de posse em Bangu para quatro assinarem e na casa de outro.

E o Rio nunca justificou tanto a fama de Cidade Maravilhosa
Herculano
23/03/2019 07:40
HIPóCRITAS

do deputado Federal paulista Kim Kataguiri, DEM, no twitter:

Parlamentares que são diametralmente contra a reforma não abriram mão de suas aposentadorias especiais. Ou seja, pra eles, sistema diferenciado, para o povo, sistema de pirâmide. Hipócritas.
Herculano
23/03/2019 07:39
PARA PAULO ENTENDER OLAVO, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

A 'revolução' do guru fuzilaria os liberais junto com os comunistas, se pudesse

"Por que o líder dispara contra a revolução que inspirou?", perguntou um inconformado Paulo Guedes a Olavo de Carvalho no jantar em homenagem a Bolsonaro, em Washington. Na véspera, o Bruxo da Virgínia atirara um petardo contra Hamilton Mourão, responsabilizando-o pela virtual dissolução do governo no horizonte de seis meses. Paulo merece resposta. Ofereço-lhe duas, complementares.

A primeira: a "revolução" de Olavo não é a de Paulo, e uma conflita com a outra.

Paulo acalenta a doutrina do liberalismo econômico radical: o Estado Mínimo. Já Olavo interessa-se apenas marginalmente por economia. A "revolução" dele também é um retorno, mas não ao Estado liberal do século 19 e sim a um passado mítico de soberanias estatais absolutas, hierarquias patriarcais fundadas na tradição e respeito às "liberdades naturais" do colono armado. Numa síntese rápida, a fusão do conservadorismo romântico europeu com o nativismo individualista americano.

Olavo não é original. Logo após a Primeira Guerra Mundial, Oswald Spengler anunciou o "declínio do Ocidente", fruto de um longo envenenamento cultural provocado pelas bactérias do Iluminismo. Do nacionalismo conservador e autoritário spengleriano nasceu essa contrafação pós-moderna: o mingau "filosófico" servido pelo Bruxo da Virgínia e, de modo geral, pela alt-right (direita nacionalista) americana. Paulo talvez não se interesse por esse labirinto ideológico, mas deveria prestar atenção à sua implicação.

A alt-right difunde a tese de que os "liberais globalistas" estão associados aos "marxistas" numa conspiração mundial contra os povos. Nessa aliança fantasiosa, Paulo figura no primeiro grupo. A "revolução" de Olavo fuzilaria os liberais junto com os comunistas, se pudesse.

No dia seguinte ao célebre jantar, Bolsonaro prostrou-se aos pés de Trump. Cito, com autorização, a incisão cirúrgica realizada pelo embaixador Marcos Azambuja num debate fechado: "O produto que Bolsonaro tentou vender não tem demanda na Casa Branca. Trump despreza os que o bajulam; ele gosta de Putin e Kim Jong-un, que o confrontam." Acrescento: a "revolução" de Olavo é uma ideia fora de lugar, a importação de um discurso populista estranho aos dilemas brasileiros.

A segunda resposta: a "revolução" de Olavo é uma "revolução permanente", uma guerra sem fim contra moinhos de vento.

O Bruxo da Virgínia precisa conservar seu estatuto de bruxo - ou seja, a condição de guru de uma seita. Para reter a lealdade total de seus seguidores, deve evitar que eles sejam contaminados pelos intercâmbios de interesses e conciliações políticas inerentes a qualquer governo. Por meio da "revolução permanente", o líder impede que seus liderados cedam à tentação de oscilar entre os comandos de dois senhores.

Olavo não é tonto como seus "alunos" que colonizam o Itamaraty e o MEC. Ele sabe que clama por uma utopia: a volta dos ponteiros da História a uma Idade de Ouro imaginária. Sabe, portanto, que qualquer governo está destinado ao fracasso, se a medida do sucesso for a régua maximalista da sua utopia. O líder que não pretende ser desmascarado pela inevitável falência de sua "revolução" precisa identificar e denunciar, previamente, os traidores da causa. Daí, o recurso à "revolução permanente": o líder dispara contra a revolução que inspirou.

A consequência da "revolução permanente" é a perene ingovernabilidade. Sacudido por crônicas guerras intestinas, o governo carece da coesão, da autoridade e da força persuasiva para formar maiorias parlamentares sólidas. O projeto da reforma previdenciária, ato inaugural da "revolução" de Paulo, corre o risco de ser tragado no vórtice da "revolução" de Olavo.

Há algo mais. Entre os "alunos" do Bruxo da Virgínia, contam-se ao menos dois dos filhos do presidente. A "revolução" de Olavo é a de Jair. Anote isso, Paulo.
Herculano
23/03/2019 07:14
DEPUTADOS CRITICAM RELAÇÃO POLÍTICA COM O PLANALTO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado nos jornais brasileiros

Veteranos e novatos têm em comum, na Câmara, a insatisfação com a turma que cuida do relacionamento do Planalto com os parlamentares. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, nunca foi exatamente um "mister simpatia", mas ao menos se esforça na articulação política. As queixas se concentram nos ex-deputados derrotados em 2018 que Onyx levou para ajudá-lo na tarefa. Eles viraram alvo de deboche.

Só CAFEZINHO NÃO DÁ
Os articuladores de Onyx "só servem cafezinho e mais nada", diz um líder partidário. Sem poderes até para mudar uma cadeira de lugar.

FALTA PODER DECISóRIO
Os articuladores do governo Dilma padeciam do mesmo problema de Onyx e dos seus auxiliares: falta de autonomia para fechar acordos.

GARÇONS DE LUXO
Fazem parte do time de Onyx os sem-mandato Abelardo Lupion (DEM-PR), Manato (ES) e Victorio Galli Filho (MT), do PSL.

ARTICULAR, QUE É BOM...
O ex-deputado Leonardo Quintão (MDB-MG) o ex-senador Paulo Bauer (PSDB-SC) também 'servem café' com a maior competência.

TRANSFERÊNCIA DE 'MARCOLA' REVOLTA BRASILIENSES
A transferência do bandido nº 1 do País para o presídio federal de Brasília deixou a população apreensiva e o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), revoltado. Não é para menos. Condenado a mais de 330 anos de prisão, Marcos Camacho, o "Marcola", é um perigo. Criminoso cruel, ele lidera a facção que controla presídios, ordena rebeliões e a execução de pessoas e toca o terror mandando incendiar ônibus e atacar prédios públicos, como tem acontecido em cidades no Ceará.

O BANDIDO É UM PERIGO
Marcola era o maior problema na Papuda, onde ficou algum tempo, segundo lembra o ex-titular da Vara de Execuções Penais do DF.

LIDERANÇA DO MAL
O juiz Ademar Silva Vasconcelos recorda a capacidade de Marcola de organizar grupos para promover rebeliões, em presídios.

TRANSFERÊNCIA DÁ PODER
Cada transferência para presídios federais faz crescer o poder de lideranças da facção criminosa na hierarquia da organização.

CRÍTICAS EM COMUM
O governista Delegado Valdir (GO), Líder do PSL, e o deputado Julio Delgado (PSB-MG), de oposição, têm uma coisa em comum: são críticos da articulação política do governo no Congresso.

MAU SINAL
A defesa de Michel Temer desanimou com decisão do desembargador Antonio Athié, do TRF-2, de não julgar um caso de prisão, que exige urgência, adiando em 7 dias e passando a bola para a 1ª Turma.

MILITÂNCIA NA REDE
A diplomata Irene Vida Gala criticou na quinta (21), no Twitter, a falta de solidariedade do Itamaraty a Moçambique, atingido por ciclone. Pagou mico: a repartição que lhe paga para atuar na distante cidade de São Paulo havia manifestado solidariedade uma semana antes, dia 14.

AJUDA BRASILEIRA
O presidente Jair Bolsonaro se solidarizou a Moçambique, Zimbábue e Malauí, países atingidos pelo ciclone. E ligou para o presidente moçambicano Filipe Nyusi para oferecer ajuda.

MP DO ENTORNO TEM RELATOR
Já tem relator a medida provisória que autoriza a criação da região metropolitana com municípios do entorno do Distrito Federal, antiga demanda da região: deputado José Nelto (GO), líder do Podemos.

PAÍS DE ESQUEMAS
O desligamento de milhares de celulares sem código de identificação (Imei), a pretexto de "combater a pirataria", tem a maior pinta de esquema para aumentar o faturamento dos fabricantes de celulares.

ANO É DE ALTA
Apesar de a Bolsa de Valores ter fechado a semana em baixa, o índice cresceu quase 10% desde o início de 2019, levando em conta perdas após a prisão de Temer e repercussão na reforma da Previdência.

MUITO ESTRANHO
Em menos de 60 dias, dois cachorros levaram facadas nas ruas de Santa Rita, na região metropolitana de João Pessoa (PB). Até uma ONG (Ajude Anjos da Rua) foi destacada para socorrer os bichinhos.

PENSANDO BEM...
...parece que 2019 começou há anos.
Herculano
23/03/2019 07:03
da série: a vergonhosa negação do conhecimento ao provo via a educação pelos líderes governamentais. Um aparelhou e doutrinou; o outro, nem combate, nem doutrina, nem ensina, nem...Ambos precisam dos analfabetos, ignorantes e desinformados para serem manipulados permanentemente

MEC A PERIGO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Sequência de fiascos protagonizada por Vélez parece interminável

Em algumas escolas, alunos incapazes de sair-se bem em avaliações durante o período letivo regular ganham nova chance na chamada recuperação, com revisão da matéria dada e nova avaliação. Por essa praxe, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, já estaria ameaçado de reprovação.

A sequência de fiascos protagonizada por Vélez parece interminável. Prometeu uma certa Lava Jato da educação da qual ninguém sabe ?"ninguém viu. Meteu os pés pelas mãos com uma carta sobre hinos e vídeos em escolas e quase caiu.

Após indispor-se com um ideólogo influente na família que ocupa o Planalto, Olavo de Carvalho, seu suposto mentor, deu início a uma dança das cadeiras em que todos tropeçam e ninguém se fixa nos assentos do segundo escalão.

O primeiro a se estabacar foi Luiz Antonio Tozi, secretário-executivo. Vélez tentou então nomear o assessor Rubens Barreto; fracassou. Em seguida, indicou Iolene Lima, que defendeu, num vídeo muito reproduzido, ministrar todas as disciplinas ?"da geografia à história e à matemática?" com base na palavra de Deus.

A professora não teve tempo de começar a pôr em prática essa doutrina retrógrada, pois não chegou a ser empossada. Em manifestação nas redes sociais, anunciou que, após uma semana de espera, recebeu a informação de que não fazia mais parte do grupo do MEC.

O ministro que não consegue nem remontar sua equipe segue em frente com outras iniciativas temerárias na pasta. Dando curso à cruzada conservadora do governo Jair Bolsonaro (PSL), instituiu comissão para fazer "leitura transversal" das provas do Enem.

O temor entre educadores, que já levou o Ministério Público Federal a pedir explicações, é que sua verdadeira atribuição seja expurgar da prova questões sobre a mal denominada ideologia de gênero ou sobre a interpretação histórica da ditadura militar (1964-1985).

Não bastassem tais confusões, Vélez ora enfrenta ainda a suspeita de ter fraudado dados sobre produção bibliográfica em seu currículo acadêmico. É muita algazarra, sem falar da perda de tempo, para alguém com a tarefa urgente de tirar a educação do fosso de mediocridade em que se encontra.
Herculano
23/03/2019 06:58
MINISTÉRIO PÚBLICO DORMINDO

Pois é, ao que se apresenta como Jonas, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, a procuradoria geral do município e a secretaria de Obras e Serviços Urbanos, o Samae e principalmente, a secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, estão atrasados desde primeiro de janeiro de 2017, quando para a contratações de serviços licitadas, era preciso a nominação desses tais fiscais - que a princípio são pessoas já do quadro de servidores.

Foi só recentemente, quando a oposição na Câmara acordou, em sucessivos requerimentos, perguntando quem eram os profissionais designados para a fiscalização como pede a lei, para determinadas obras licitadas e em andamento, que a prefeitura passou nomeá-los à rodo. Todos com atraso e para cumprir a lei, que já não cumpria, por teimosia, porque não poderia desconhecer a lei, com tanta gente que emprega no ramo para ajudá-la a não cometer tais desastres.

Quem mesmo orienta essa gente?

Falta informar tudo isso ao ministério Público, pois se configura flagrante ato de improbidade administrativa. Falta à Câmara se interessar e por tudo isso em pratos limpos numa CPI.

A mídia não tratou desse grave assunto, a não ser aqui. Acorda, Gaspar!
Jonas
22/03/2019 22:52
E o prefeito tentando consertar as merdas, atrasado como sempre.
Tem um engenheiro trabalhando la no Samae desde dezembro, esse esta responsavel por toda a parte de drenagem do municipio que o samae esta fazendo, inclusive é ele que assina as mediçoes e as notas e somente agora saiu a portaria designando ele para lá.
PORTARIA Nº 5.814 DE 11 DE MARÇO DE 2019.

DELEGA COMPETÊNCIA AO SERVIDOR HALAN JONAS MORES.

KLEBER EDSON WAN-DALL, Prefeito Municipal de Gaspar, Estado de Santa Catarina, no uso de suas atribuições que lhe confere o art. 72, da Lei Orgânica do Município,

RESOLVE:

Art. 1º Fica delegada ao servidor HALAN JONAS MORES, inscrito no CPF sob o nº 056.364.929-10, contratado em caráter temporário, a competência para exercer o cargo de Engenheiro Civil no âmbito do Poder Executivo Municipal, e no Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Gaspar, a partir de 06 de dezembro de 2018.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus efeitos para 06 de dezembro de 2018.

Gaspar, 11 de março de 2019.

KLEBER EDSON WAN-DALL

Prefeito Municipal de Gaspar
Leo
22/03/2019 20:37
A dança das cadeiras no governo municipal. Esta A todo vapor.tem gente saindo sem querer. Mais fala outra coisa .E tem gente desesperada para entrar. É pegar uma teta na barrosa. O prefeito deveria reduzir os cargos em comissão.
Herculano
22/03/2019 17:52
da série: a irresponsabilidade dos políticos e um governo desarticulado mais uma vez mandam a conta para a população


IBOVESPA DESABA 5,45% NA PIOR SEMANA DESDE AGOSTO E DóLAR DISPARA PARA R$3,90

Após chegar a superar 100 mil pontos no início da semana, sequência de péssimas notícias levou o índice de volta para a casa dos 93 mil pontos

Conteúdo da Agência Infomoney. A combinação de um noticiário bastante negativo sobre as perspectivas para a reforma da Previdência com a piora do cenário externo completou a semana caótica do mercado brasileiro, que desde quarta-feira "coleciona" más notícias para a reforma da Previdência e vê a bolsa sair dos 100 mil pontos para a faixa dos 93 mil pontos.
Neste cenário, o Ibovespa fechou esta sexta-feira (22) com queda de 3,10%, aos 93.735 pontos, após chegar a cair cerca de 3,46% na mínima do dia, para 93.379 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 19,902 bilhões. Com isso, o índice acumulou queda de 5,45% na semana, sendo seu pior desempenho semanal desde o início de agosto do ano passado, quando caiu 6,04%.

Enquanto isso, o dólar comercial disparou 2,69%, cotado a R$ 3,9022 na venda - máxima da moeda desde 26 de dezembro, quando estava em R$ 3,92 -, fechando a semana com ganhos de 2,10%. Já o dólar futuro com vencimento em abril teve valorização de 3,16%, a R$ 3,913.

Além do dólar e Ibovespa, os contratos de juros futuros reagiram ao noticiário e registraram forte alta: o com vencimento em 2021 teve alta de 27 pontos-base, para 7,14%, enquanto o com vencimento em 2023 subiu 33 pontos, a 8,30%.

A semana começou em ritmo de euforia, com o Ibovespa chegando a superar por dois dias o patamar de 100 mil pontos no intraday, apesar de não haverem grandes novidades que pudessem sustentar os ganhos. Na "super quarta", a decisão do Federal Reserve de manter os juros e indicar que não irá subir as taxas esse ano fez o mercado se anima, mas isso durou pouco tempo.

No mesmo dia, o mercado desabou e o dólar disparou com a entrega da reforma da Previdência dos militares. Os investidores não gostaram nada da proposta de economia de R$ 10,45 bilhões em 10 anos apontado pelo projeto. A reforma ainda eleva o tempo de serviço na ativa e também a alíquota de contribuição da categoria. Em 20 anos, o impacto estimado é de R$ 33,65 bilhões.

O segundo fator que pesou na Bolsa na quarta foi uma pesquisa Ibope mostrando que as avaliações positivas do governo Bolsonaro recuaram 15 pontos percentuais desde o início do governo, para atuais 34%. Por outro lado, as avaliações negativas para a atual gestão saltaram de 11% para 24% da posse para cá.

Mas o noticiário negativo não parou. Na quinta, o mercado ainda repercutia o mau humor do dia anterior quando a prisão do ex-presidente Michel Temer azedou totalmente os negócios. A avaliação é que o episódio afeta ainda mais a percepção sobre a reforma da Previdência, uma vez que desvia o foco da pauta econômica e novas questões ganham destaque, como se outros políticos podem estar envolvidos.

"É todo negativo o noticiário político subsequente à prisão do ex-presidente Michel Temer. A avaliação dominante é a de que a prisão 'acirra tensões' entre o presidente Jair Bolsonaro e a base de partidos necessária para a aprovação da proposta de emenda à Constituição que trata da reforma da Previdência", destaca a XP Política.
Herculano
22/03/2019 17:35
"TEMER PASSARÁ O FIM DE SEMANA NA CADEIA: HABEAS CORPUS SERÁ JULGADO DAQUI 5 DIAS

Desembargador Antonio Ivan Athié, relator do habeas corpus do ex-presidente no TRF-2, colocou pedido liminar da defesa em pauta na sessão da 1ª Turma na quarta-feira que vem"
Herculano
22/03/2019 17:28
MAIA DIZ QUE FARÁ "NOVA POLITICA" E QUE AGORA CABE A BOLSONARO OBTER VOTOS PARA A PREVIDÊNCIA, por Mônica Bérgamo, no jornal Folha de S. Paulo

Chefe da Câmara dos Deputados afirma que presidente da República deve avisá-lo quando já tiver apoio para votar a reforma

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, afirmou na quinta (21) em um telefonema ao ministro Paulo Guedes, da Economia, que a responsabilidade por conquistar votos para a reforma da Previdência, a partir de agora, será do presidente Jair Bolsonaro. E não mais dele.

De acordo com interlocutores de Maia, ele afirmou a Guedes que a partir de agora fará a "nova política". E que ela se resume a não fazer nada e esperar por aplausos das redes sociais.

Questionado, Maia negou à coluna que tivesse feito afirmações no tom relatado.

Mas disse que, sim, a responsabilidade de buscar votos para a aprovação da reforma é de Bolsonaro. "O papel de articulação do executivo com o parlamento nunca foi e nunca será do presidente da Câmara", afirma.

"Eu continuo ajudando. Sei que a reforma da Previdência é fundamental e não abro mão dela", diz. "E concordo com o presidente [Bolsonaro]: é preciso construir uma maioria de uma nova forma. Essa responsabilidade é dele", segue.

"Quando ele [Bolsonaro] tiver a maioria e achar que é a hora de votar a reforma, ele me avisa e eu pauto para votação. E digo com quantos votos posso colaborar", diz Maia.

A relação de Bolsonaro com o Congresso passa por desgastes. Os parlamentares se queixam de que não são ouvidos pelo Palácio do Planalto e se irritam com as recorrentes declarações que Bolsonaro de que não fará a "velha política".

No caso de Maia, a situação é agravada pelos ataques que o próprio filho do presidente Carlos Bolsonaro já fez a ele nas redes sociais.

A prisão de Michel Temer, na quinta (21), conturbou ainda mais o ambiente político.
Miguel José Teixeira
22/03/2019 15:33
Senhores,

Na mídia:

1) "PF chumba e coloca película negra em janela em cela de Temer"

?"timo!Esse chefe da quadrilha que saqueava os cofres públicos há 40 anos é tão perigoso quanto o outro preso em Curitiba e que lidera outra quadrilha que praticou o mesmo crime há quase 14 anos.

Porém, não duvidem de que seus comparsas estejam, neste momento, saqueando e estuprando a viúva.

O silêncio e a atitude dos seus seguidores é extremamente revelador.

2) A lambisgóia defenestrada, da Espanha, manifestou-se contrária à prisão do temer.

Uai sô. . .na Espanha tem touradas. Vaquejadas é no Nordeste. . .
Miguel José Teixeira
22/03/2019 13:30
Senhores,

"Água que abastece 22 cidades de Santa Catarina tem agrotóxicos"

(Recomendo acessar, ver e ouvir:

https://www.youtube.com/watch?v=oPwnAq2xMUg)

"Rio do Sul, com sete substâncias; Itapema, com seis; Itaiópolis e Mafra, com cinco; Rio Negrinho, com quatro; Coronel de Freitas, com 3; Gravatal, Ibirama, Ituporanga, Joinville, Orleans, Porto União, Schroeder, com 2; e os Balneários Gaivota, Rincão, Camboriú, Piçarras, Ilhota, Jaguaruna, Massaranduba, Taió e Tubarão, com um."

Levantamento inédito conduzido de março a outubro de 2018 em 100 cidades de várias regiões de Santa Catarina detectou a presença de agrotóxicos na água de abastecimento público em 22 dos municípios. Entre as cidades, estão Joinville e Balneário Camboriu. Em algumas cidades, estavam presentes tipos diferentes de agrotóxicos.

Das 17 substâncias encontradas, sete estão proibidas na União Europeia, por causarem danos à saúde: atrazina (banida em 2004 da UE), bromopropilato (banido em 2002), metolacloro (2002), permetrina (2000), propargite (2008) , propiconazol (2008) e simazina (2004).A análise foi encomendada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) e a coleta faz parte de um programa do Centro de Apoio ao Consumidor da Promotoria, da Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (Aris) e da Agência de Regulação de Serviços Públicos de Santa Catarina (Aresc).

É a primeira vez que é feito este levantamento sobre a água pelo MPSC. O órgão faz, desde 2010, análise de frutas, passou a controlar legumes e verduras em 2013 e, em 2018, começou a analisar produtos de origem animal, como carnes, leite e mel.Segundo as amostras mais recentes, 70% das amostras de frutas, legumes e verduras apresentam traços de agrotóxicos e 20% têm produtos inadequados ou acima da dosagem permitida.

Para a promotora Greicia Malheiros de Rosa Souza, responsável pela investigação, os resultados da análise das águas são bastante preocupantes.Diferentemente da contaminação em alimentos, em que se pode circunscrever o problema e atuar pontualmente para saná-lo, a água tem fornecimento contínuo, o que torna mais difícil frear a contaminação e eliminar suas causas.O caso mais grave, segundo Greicia, foi o da cidade de Coronel Freitas, em que substâncias nocivas foram encontradas em manancial subterrâneo.
Isso indica que houve percolação dos agrotóxicos na região.De posse dos resultados, em dezembro, a Promotoria procurou o Ministério da Saúde, para pedir orientação, pois algumas substâncias detectadas não são listadas na portaria federal (Portaria de Consolidação número 5, de 28 de Setembro de 2017) que estabelece parâmetros de potabilidade da água. Nela só há parâmetros para 27 substâncias.

O ministério respondeu, em março, que só poderá se manifestar em maio, quando houver nova reunião de análise de atualização da portaria. Segundo Greicia, a normativa está sendo reformulada desde 2014. "A portaria da água é diferente da dos alimentos. E tem essa lacuna: muitos agrotóxicos não têm valores máximos definidos para a água de abastecimento no país", diz.

Segundo Greicia, o próximo passo da Promotoria será procurar os órgãos responsáveis pela gestão das águas e do ambiente nas cidades em que foi detectada contaminação para investigar as causas, as origens das substâncias e como proceder para controlá-las.

Além disso, ampliar o monitoramento para todo o estado, e fazer coleta de dados de forma sistemática.

De acordo com o parecer técnico da professora Sonia Corina Hess, da Universidade Federal de Santa Catarina, nos 22 municípios a contaminação repercute em riscos à saúde dos consumidores e possivelmente há outros agrotóxicos e poluentes presentes "interagindo com os poluentes aferidos", com efeitos imprevisíveis sobre a saúde da população exposta.

A professora sugere novas campanhas de amostragem sejam realizadas e em pelo menos uma amostragem de água a cada estação do ano, para ter-se um conjunto de dados mais completo.

As cidades com água contaminada são: Rio do Sul, com sete substâncias; Itapema, com seis; Itaiópolis e Mafra, com cinco; Rio Negrinho, com quatro; Coronel de Freitas, com 3; Gravatal, Ibirama, Ituporanga, Joinville, Orleans, Porto União, Scroeder, com 2; e os Balneários Gaivota, Rincão, Camboriú, Piçarras, Ilhota, Jaguaruna, Massaranduba, Taió e Tubarão, com um.

Fonte: Folha de S. Paulo, hoje, por Mara Gama
Jornalista e consultora de qualidade de texto.




Herculano
22/03/2019 13:01
RODRIGO MAIA PODE ABANDONAR PROTAGONISMO NA REFORMA PREVIDENCIÁRIA: QUAL O EFEITO DISSO? por Rodrigo Constantino, para o site Gazeta do Povo, Curitiba

Assim que soube da prisão não só de Michel Temer, mas de Moreira Franco, sogro de Rodrigo Maia, uma das primeiras preocupações foi como iria reagir o presidente da Câmara. Há uma turma barulhenta nas redes sociais que parece adotar a máxima fiat justitia, pereat mundus, ou seja, que se faça justiça mesmo que o mundo pereça.

É corrupto? Então só isso que importa: cadeia! Essa gente, cuja indignação com o estado de coisas no país é perfeitamente legítima, não quer saber de "detalhes" como se a prisão preventiva está de acordo com o estado de direito ou quais seus efeitos para a reforma necessária. Se a economia tiver que afundar para pegarmos mais alguns corruptos, que seja!

Pois bem: ontem, ao fazer alertas sobre isso, não só sobre as consequências práticas dessa prisão, lembrando que pode muito bem ser justamente esse o objetivo da Força Tarefa ?" boicotar a reforma previdenciária que afeta a categoria -, mas também sobre a forma pela qual se deu uma estranha prisão preventiva - lembrando que Lula, muito mais fanfarrão e perigoso, só foi preso após condenação em segunda instância -, umas duas centenas de seguidores desapareceram da minha página. Faz parte: não me importa ser seguido por quem quer um agitador de massas, e não um analista independente que diz o que realmente pensa.

Mas eis o ponto: os alertas parecem ser válidos, e isso fica mais claro com o passar do tempo. Rodrigo Maia já poderia estar retaliando, não só ao indicar gente do PSOL para grupos de trabalho sobre o projeto anticrime na Câmara, mas ao dar sinais de que pretende tirar suas mãos da articulação pela reforma previdenciária. Hoje ele retuitou uma mensagem cujo alerta não poderia ser mais transparente:

Alguns acham que Maia não importa, ou que não largaria o protagonismo da reforma por questões pessoais (santa ingenuidade!). Maia, que vinha tendo papel preponderante nesse esforço sim, poderá fazer muita falta ao governo nessa hora. Não por acaso os investidores, que não vivem de "lacradas" nas redes sociais, acusaram o golpe: o Ibovespa caiu de forma acentuada e o dólar disparou para perto de R$ 3,90. Maia é relevante, e muito. É o que constata o deputado Paulo Eduardo Martins, conservador, da base governista, e cuja prioridade declarara é aprovar essa reforma:

Noto muita gente dizendo que o Rodrigo Maia está atrapalhando a reforma. É uma visão equivocada. Maia tem trabalhado muito para viabilizar a aprovação. Você pode não gostar dele, mas é fato que ele tem feito esse trabalho. Desgastar um aliado da reforma é atrapalhar a mesma.

A mensagem é um tanto óbvia, mas o clima no país, especialmente nessa ala mais bolsonarista que endeusa a Lava Jato, não está propício para reflexões sérias e ponderadas. O pessoal quer sangue! E se você não oferecer isso, eles vão embora, não sem antes te xingar, postar imagens te ridicularizando e te acusar de defensor de bandido.

Nem todos que festejaram a prisão de Temer são jacobinos, claro, assim como nem todos que ficaram preocupados defendem corruptos. A mentalidade jacobina é justamente aquela que não liga para possíveis desdobramentos de ordem prática e ainda acusa quem se preocupa com isso de "vendido" ou esquerdista. Todos que dizem "dane-se o Rodrigo Maia", e por tabela a reforma previdenciária, devem ao menos admitir o teor radical da mentalidade. Estão realmente prontos para as consequências de suas ideias?

Carlos Andreazza, Vera Magalhães e Joel Pinheiro da Fonseca destrincharam o despacho do juiz Marcelo Bretas no programa 3em1 da Jovem Pan ontem, mostrando o arbítrio da prisão preventiva do ex-presidente Michel Temer e também os riscos para a reforma. Por mais que se queira ver supostos corruptos atrás das grades, todos aqueles preocupados com o estado de direito, em vez de um estado policialesco, deveriam ver o programa. Desarmados de preconceitos. Fiz essa recomendação aos meus leitores, e vários vieram como chacais ou hienas para o ataque. Só ataques pessoais, nenhum contraponto ou argumento. Gente supostamente de direita!

É um ambiente tóxico para o debate, para construção de instituições mais sólidas, para o avanço de reformas. É um clima revolucionário, ou pré-revolucionário. O editorial da Gazeta do Povo de hoje também reconheceu que o despacho contém furos, e que "a decisão do juiz Marcelo Bretas pecou pela falta de clareza, o que é particularmente preocupante em um caso desta gravidade". Mas vai ver a Gazeta é parte do time comunista que conspira contra o combate à impunidade?

Muitos querem ver Maia se ferrando, sem qualquer preocupação prática, pois deve ser corrupto também. Eduardo Cunha é corrupto, mas foi fundamental para o impeachment de Dilma. Articulação necessária que gente pragmática, como a turma do MBL, soube fazer, enquanto "gurus jacobinos" queriam só ver o circo pegar fogo, jogando para a plateia e atiçando a turba. É bom lembrar disso, e do que realmente deu bons resultados para o país. Imaginem se o PT tivesse continuado no poder...

É muita bobagem escrita, muita militância revoltada, muito desejo de "justiça" no matter what, e pouca reflexão, ponderação, cautela e prudência, valores claramente conservadores. Essa "direita" está muito mais para Robespierre do que para Burke. E essa "direita" está no poder. Deus salve o Brasil, se for mesmo brasileiro!
Herculano
22/03/2019 11:48
TEMER RECUSA JANTAR, TEM 1º NOITE E AGORA TENTA EVITAR DEPOIMENTO À PF

Ex-presidente deve tentar evitar depoimento nesta sexta

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Júlia Barbon e Catia Seabra, da sucursal do Rio de Janeiro. A defesa do ex-presidente Michel Temer deve tentar evitar o depoimento marcado para a manhã desta sexta (22) na sede da superintendência da Polícia Federal no Rio, no centro da cidade, onde está preso desde as 18h40 desta quinta (21).

A defesa afirma que, até o fim da noite, a polícia não havia avisado que haveria depoimento e alega que ainda não há um inquérito instaurado, mas apenas uma representação do Ministério Público Federal. O inquérito, no entanto, já foi sim instaurado.

O ex-ministro Wellington Moreira Franco e o coronel João Baptista Lima, presos no Batalhão Especial Prisional (BEP), unidade gerida pela Polícia Militar do Rio em Niterói, na região metropolitana da capital, se deslocaram à unidade para depor.

Temer está no terceiro andar do prédio, em uma sala de 20 m2 que era usada pelo corregedor da PF e foi improvisada para recebê-lo. O local tem banheiro privativo, janela, ar-condicionado, frigobar, sofá e mesa de reunião. Uma cama de solteiro foi providenciada, e uma TV também seria levada ao local.

À noite, agentes ofereceram comida ao ex-presidente, mas ele não quis jantar. Ele recebeu uma visita do ex-ministro da Secretaria de Governo Carlos Marun (MDB-RS), um dos seus mais fiéis escudeiros, que disse que ele está tranquilo, porém triste. O cardápio do café da manhã não foi informado.

Em Niterói, Moreira Franco e Lima comeram pão com manteiga e café com leite. O prato do almoço e jantar será sempre composto por arroz ou macarrão, feijão, farinha, carne branca ou vermelha, legumes, salada, sobremesa e uma bebida, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária do RJ. O lanche da tarde tem guaraná e novamente pão com manteiga ou bolo.

Inicialmente, o juiz Marcelo Bretas havia determinado que Temer fosse enviado à mesma unidade onde estão Moreira Franco e Lima. Reservada a policiais, o local mantém hoje o ex-governador Luiz Fernando Pezão, acusado de participar do esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral.

No entanto, depois de um pedido da defesa de Temer e após consulta à Polícia Federal, que afirmou ter condições de custodiar o ex-presidente, o juiz decidiu pela prisão na PF. Ele defendeu tratamento semelhante ao dado ao ex-presidente Lula, preso desde abril de 2018 na unidade de Curitiba.

Na decisão, Bretas determinou que a Polícia Federal forneça, se tiver condições, "itens mínimos" compatíveis com os oferecidos a Lula. Temer foi preso na manhã desta quinta na Operação Descontaminação, que apura corrupção em obras da usina nuclear Angra 3.
Miguel José Teixeira
22/03/2019 11:38
Senhores,

Extra! Extra! Extra!

Seguidores do 2º ex-presidente preso foram vistos pedindo aos seguidores do 1º ex-presidente preso as faixas e cartazes do "Fora Temer". . .

Abaixem os panos, rápido!
Herculano
22/03/2019 09:57
da série: a política dos rabos-presos extingue as mudanças.Quando você entra na política, é batizado e se renegar o padrinho, morre pagão. Simples assim.

"ALGUÉM PAGA, ALGUÉM FINANCIA"
SALVAR

Conteúdo de O Antagonista. Alexandre de Moraes anunciou que pretende mapear "essa rede de robôs, WhatsApp e Twitter, essa rede que alguém paga, alguém financia, por algum motivo".

Como disse a Crusoé, há quem enxergue evidências de que as redes que agitam a internet contra a turma da toga seriam ligadas a personagens do círculo de Jair Bolsonaro e do governo.

Se isso se confirmar, o inquérito do STF deve acabar escarafunchando também a campanha eleitoral.
Miguel José Teixeira
22/03/2019 08:42
Senhores,

Da série só para PenTelhar":

"Até o petista Lula contestou ordem de prisão do ex-presidente Michel Temer". . .

Também, pudera! Deixou de ser o zero-um.

Mas continua sendo o 1º ex-presidente brasileiro à ser preso. O que já é um grande feito, para um cidadão que se orgulha de ser semi-analfabeto.
Herculano
22/03/2019 07:27
PRISÃO DE TEMER REACENDE INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA DOS POLÍTICOS, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Espírito de corpo contra Lava Jato reforça incerteza no Congresso para Bolsonaro

Grampeado por Joesley Batista e denunciado por corrupção, Michel Temer buscou proteção entre seus pares. Símbolo da velha política no velho MDB, o então presidente se cercou de deputados e atacou o procurador-geral Rodrigo Janot. No meio do discurso, lançou o alerta aos colegas: aquele caso criava um "precedente perigosíssimo".

Em geral, as engrenagens de Brasília parecem girar sem coordenação, de acordo com os interesses de cada grupo. A máquina, no entanto, alinha-se perfeitamente quando uma classe se sente ameaçada. Temer fez um feirão de cargos para continuar no poder, mas contou com o espírito de corpo dos parlamentares para derrubar as denúncias de Janot.

A prisão do ex-presidente deve reacender o sentimento de autopreservação entre os políticos. As tensões entre Congresso e Lava Jato estavam em fase de reacomodação depois da eleição que varreu caciques poderosos. Agora, a tropa pode voltar à formação original para se defender.

A operação desta quinta (21) foi interpretada entre dirigentes partidários como uma tentativa de demonstração de força de juízes e procuradores que se sentem cercados por decisões do STF. O instinto de sobrevivência provocará, no mínimo, um esforço comunitário de blindagem.

As investigações abertas contra Temer nos últimos anos produziram indícios vastos de um esquema de corrupção. Muitos políticos consideraram, porém, que prendê-lo antes da condenação foi um gol de mão.

O nervosismo coletivo pode dificultar a vida do governo Bolsonaro, que tem uma pauta extensa para aprovar no Congresso. O pacote anticorrupção de Sergio Moro, em especial, deve sofrer novas resistências. A reforma da Previdência também terá que lutar contra esse distúrbio.

O vice Hamilton Mourão demonstrou preocupação e disse que o caso provoca um ruído. Bolsonaro, como de hábito, foi no sentido contrário. Tentou enaltecer seu governo, tripudiou sobre a política e disse que a prisão era resultado de acordos "em nome da governabilidade".
Herculano
22/03/2019 07:21
UM HABEAS CORPUS DEVE SOLTAR HOJE O EX-PRESIDENTE MICHEL TEMER, MDB. RESTA SABER EM QUE GRAU DA JURISDIÇÃO E QUEM FARÁ ISSO. É MUITO PROVÁVEL NÃO CHEGUE A BRASÍLIA

DESEMBARGADOR QUE VAI ANALISAR O PEDIDO JÁ COMPAROU PROPINA A GORJETA

'Será que não passou de uma gratificação dada a um servidor que nos serviu bem, como se paga a um garçom que nos atendeu bem?', questionou Ivan Athié

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto da revista Veja. Em 2017, durante uma sessão da 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), o desembargador Ivan Athié comparou pagamentos de propinas a alvos da Operação Lava Jato com meras gorjetas. Athié vai analisar o habeas corpus do ex-presidente Michel Temer (MDB), preso nesta quinta-feira, 21.

A informação sobre o pensamento do magistrado foi divulgada em 25 de fevereiro daquele ano pelo jornal O Globo. "Nós temos que começar a rever essas investigações. Agora, tudo é propina. Será que não é hora de admitirmos que parte desse dinheiro foi apenas uma gratificação, uma gorjeta? A palavra propina vem do espanhol. Significa gorjeta. Será que não passou de uma gratificação dada a um servidor que nos serviu bem, como se paga a um garçom que nos atendeu bem? Essas investigações estão criminalizando a vida", disse o desembargador na ocasião.

Ivan Athié foi procurador da República entre 1981 e 1984, quando passou no concurso para juiz federal. Foi diretor do Foro das Seções Judiciárias de Rondônia e do Acre. Em 31 de outubro de 2000 passou a compor o quadro de membros do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, onde atualmente integra a 1ª Turma.
Herculano
22/03/2019 07:15
PROVOCAÇÃO E IRRITAÇÃO

Carlos, filho do presidente Jair Bolsonaro, perguntou em seu Instagram "por que o presidente da Câmara [Rodrigo Maia] anda tão nervoso?". A pergunta veio após o ex-ministro Moreira Franco, casado com a sogra de Maia, ter sido preso na manhã desta 5ª feira (21.mar.2019).

Moreira Franco foi preso em Operação da Polícia Federal, junto com o ex-presidente Michel Temer. Foram 10 mandados de prisão ao todo.
Herculano
22/03/2019 07:10
NÃO SOBRA UM PRESIDENTE SEM PECADO, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

Dos 8 presidentes que assumiram pós-1985, 2 estão presos e 2 foram afastados

A prisão de Michel Temer nesta quinta-feira (21) deixa o Brasil na seguinte situação constrangedora: dos oito presidentes que assumiram o cargo desde a redemocratização de 1985, dois estão presos (Luiz Inácio Lula da Silva e, agora, Temer) e dois foram afastados do cargo em processos de impeachment (Fernando Collor de Mello e Dilma Roussef).

Para não mencionar Tancredo Neves, eleito indiretamente e que nem chegou a tomar posse. Na véspera dela, baixou ao hospital e dele só saiu para outro hospital e deste para o cemitério.

José Sarney, que assumiu no lugar de Tancredo, não sofreu impeachment formal mas foi popularmente cassado, tal o desprestígio com que deixou o cargo.

Dilma Rousseff, então, sofreu os dois "impeachments": o de facto e o da rua, caracterizado por um pico impressionante de impopularidade.

O mais recente eleito, Jair Bolsonaro, já sofre um desgaste inédito em apenas dois meses e meio de governo, segundo a pesquisa que o Ibope divulgou nesta quarta-feira (20).

Tudo somado, tem-se uma de duas hipóteses (ou talvez ambas): ou a política brasileira apodreceu de uma maneira absurda ou foi amaldiçoada por Deus, para os que acreditam Nele. Da lista de presidentes, o único que parece imune à total desgraça é Fernando Henrique Cardoso, que nem foi afastado prematuramente nem está preso.

Só que não: não dá para esquecer que FHC sofreu um, digamos, "impeachment" branco de seu próprio partido, que, em todas as campanhas eleitorais depois de sua Presidência, fez questão de escondê-lo com o maior zelo, como se ele fosse tóxico.

Quem, como eu, não crê em bruxas, fica obrigado a constatar que a mais importante reforma de que o Brasil necessita é a a da política. Não adianta uma reforma das regras. Ou há uma mudança profunda de mentalidade no mundo político - e entre os eleitores, sejamos francos- ou fica aberta uma autopista gigantesca para aventureiros de todos os naipes.

Seria salgar a ferida já aberta pela decadência visível a olho nu.
Herculano
22/03/2019 07:06
"NINGUÉM QUER SER CONFUNDIDO COM ESSE BANDO DE LOUCOS"

Conteúdo de O Antagonista. Rodrigo Maia reuniu-se com aliados ontem à noite.

Um deputado resumiu a conversa a Josias de Souza:

"O ambiente na Câmara já foi mais favorável à reforma da Previdência. Mas o governo só faz bobagem. O presidente e seus filhos dão um tiro no pé por dia. Ninguém quer ser confundido com esse bando de loucos. Ainda mais agora, que a popularidade do presidente começou a cair. Se conseguirem arrumar as coisas, nós votamos. Se fosse votada hoje, a reforma não passaria."
Herculano
22/03/2019 06:58
da série: a educação à deriva. No tempo do PT era um gueto doutrinário. No tempo de Bolsonaro, um refúgio de confusões contribuindo para aumentar a ignorância de crianças e jovens

NÚMERO DOIS DO MEC É AFASTADA

Conteúdo de O Antagonista. Anunciada como número dois do MEC, Iolene Lima já foi chutada do cargo.

Ela explicou no Twitter:

"Diante de um quadro bastante confuso na pasta, aceitei a nova função dentro do ministério. No entanto, hoje, após uma semana de espera, recebi a informação que não faço mais parte do grupo do MEC.
Herculano
22/03/2019 06:51
PRISÃO DE TEMER É BOA PARA BOLSONARO, MAS HÁ RISCOS PARA REFORMA, por Igor Gielow, no jornal Folha de S. Paulo

Impacto sobre andamento da reforma é incerto; pressionado, Moro sai ganhando

A prisão do ex-presidente Michel Temer, ainda que fosse considerada uma questão de tempo por pessoas próximas da investigação contra o emedebista, caiu como um presente político para seu sucessor, Jair Bolsonaro (PSL).

Não só ele: a ação da Lava Jato ocorre em um momento de extrema fragilidade do ex-juiz que simbolizava a operação, o hoje ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública). Mas é preciso colocar o impacto político em perspectiva: a reação do mundo político pode ser negativa para a tramitação da reforma da Previdência, pedra fundamental para o governo.

Naturalmente, não se está insinuando aqui que a Lava Jato agiu para ajudar políticos, mas sim comenta-se o contexto.

O começo extremamente tumultuado do governo Bolsonaro começou a cobrar preço de popularidade do presidente, como mostrou pesquisa do Ibope divulgada na quarta (20). Tombos de aprovação e aumento de rejeição são normais após a lua de mel do começo de qualquer mandato, mas o cismático político obteve índices recordistas.

A lista de imbróglios políticos é enorme: disputa entre a ala ideológica do governo e os militares, o caso Queiroz e milícias, o laranjal do PSL, declarações estapafúrdias de ministros, desconfianças cada vez maiores entre seus aliados no agronegócio, as dificuldades em amarrar a tramitação da reforma da Previdência.

Acima de tudo, devido principalmente ao último item, a sensação de estagnação na economia. As pessoas votaram em Bolsonaro não só esperando uma revolução conservadora de costumes, mas também porque ele prometia tirar o país a eletrochoque do marasmo e do desemprego crônico.

Por óbvio, nada disso acontece do dia para a noite, mas a confluência de crises dá pistas para o impacto na imagem presidencial. Alguém pode dizer que Bolsonaro também foi servil em relação ao anfitrião Donald Trump na sua viagem aos EUA, mas a verdade é que ali o presidente jogou para sua plateia, e não perdeu um eleitor - não ganhou outro, tampouco.

Assim, a prisão de Temer traz à tona novamente um dos esteios da onda de direita que levou o improvável Bolsonaro ao Planalto: a ideia de que o sistema está podre e precisa ser moralizado. Prender um ex-presidente, por mais que sua fama não fosse das melhores, é um sinal poderoso para essa faixa de frequência da população. Aqui não se trata de méritos, apenas de ressonância política.

Ainda que a ação tenha sido da Lava Jato, a percepção pública confunde sempre as figuras de autoridade, e Bolsonaro sempre foi mestre em associar-se à marca da operação (inventou até uma "Lava Jato da Educação", que não decolou, nomeou Moro ministro).

Se o noticiário policialesco irá trazer vantagens duradouras ao presidente, isso já parece mais improvável dada a lista de problemas que ele acumula. Mas é um respiro.

A ressalva básica é necessária, contudo: como será absorvido o impacto da ação no Congresso em plena discussão da reforma da Previdência. Aqui, duas leituras são possíveis. A primeira, a que a prisão de um ex-presidente relembrará aos políticos o temor que a Lava Jato costumava gerar em seus dias mais áureos, e com isso facilitar alinhamento automático à proposta do governo pela confusão de figuras de autoridade supracitada.

A segunda, talvez mais provável e já perceptível em um apanhado de primeiras reações, seja o aumento da resistência a um governo que tem entre suas marcas de propaganda a ideia de moralizar a "velha política". A esta altura, é impossível saber o que prevalecerá.

Já em relação a Moro, é certo dizer que a ação de seus antigos aliados vem em seu socorro. Desde o começo do governo, a suposta carta branca que Bolsonaro havia lhe dado foi rasgada inúmeras vezes, pelo presidente inclusive. Nem suplente de conselho ele conseguiu emplacar livremente.

Nesta semana, contudo, ele viu aberta uma frente de embate séria com ninguém menos que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com quem trocou animosidades devido à falta de prioridade dada pela Casa ao seu projeto de medidas anticorrupção.

É um confronto ruim para o governo: Maia pode atrapalhar de forma definitiva o andamento da reforma previdenciária, embora nada indique que ele tenha essa vontade.

Agora, o mesmo "éthos" que transformou o então juiz Moro em herói nacional volta à tona com a prisão de Temer. Nunca é demais lembrar que o próprio Maia já teve seu nome citado em investigações no passado recente. E é genro de Moreira Franco, outro cacique do MDB preso nesta quinta.

Com isso, ao menos do ponto de vista de imagem o ministro se recupera dos tropeços recentes - embora isso não seja garantia que sua agenda será avançada mais rapidamente pela exata mesma questão colocada sobre a reação corporativa do Congresso à prisão de Temer.

Nas notas talvez não laterais, cabe lembrar que a Lava Jato em si estava sob pressão por decisão recente contra um de seus pilares no Supremo Tribunal Federal. E que magistrados e procuradores estão na linha de frente do combate à reforma da Previdência, uma eventual vítima dos eventos desta quinta.
Herculano
22/03/2019 06:45
OS DONOS DOS PRIVILÉGIOS JOGAM PARA MANTÊ-LOS

Os detentores dos privilégios que estão sendo questionados na Reforma da Previdência não perderiam esta batalha tão fácil assim.

Contra as Reformas de Michel Temer, MDB, tudo foi bem até chegar a da Previdência. O Ministério Público Federal tratou de fazer o desmonte com o caso Joesley Batista, da JBS.

Agora, quando a Previdência do ministro Paulo Roberto Nunes Guedes, parecia que seria possível, é a vez da Justiça Federal aguar o chope e complicar os laços políticos para aprová-la.

Ou alguém acha que há coincidências nesta história?
Herculano
22/03/2019 06:39
TEM PREÇO, SIM!

De Mário Sabino, de Crusoé, no twitter:

Ver o PT incomodado com a prisão de Michel Temer: não tem preço. Ou melhor, teve sim. E bilionário.
Herculano
22/03/2019 06:37
A JOGA DE UM BOLSONARO

Lauro Jardim, de O Globo, informa que o senador fluminense - e sempre alguém do Rio de Janeiro - Flávio Bolsonaro, PSL, articula contra a CPI da Toga. Sintomático. Para quem está envolvido até o pescoço com as tais rachadinhas - dinheiro tomado de parte dos salários dos seus servidores da Câmara quando vereador - e com a milícia que mata.

Isto mostra a encrenca em que está metido o ministro da Justiça, ex-juiz Federal e a referência da Lava Jato, Sérgio Moro.
Herculano
22/03/2019 06:32
RECUPERAÇÃO ECONôMICA PODE SER POSTERGADA, E REFORMA VIRAR ARTIGO DE LUXO, por Carlos Melo, cientista político e professor do Insper

Bolsonaristas vão às redes e às tribunas para tripudiar sobre os vencidos

A dinâmica política dos últimos anos e o ímpeto da Operação Lava Jato são conhecidos.

A prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) e de seus colaboradores mais íntimos ocorreria mais cedo ou mais tarde.

Deu-se mais cedo: menos de três meses desde o fim do mandato.

Atrás das grades empilham-se dois ex-presidentes da República (Temer e Lula), quatro ex-governadores (Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Beto Richa e Moreira Franco, também ex-ministro), um ex-presidente da Câmara (Eduardo Cunha), ex-ministros, ex-parlamentares, operadores políticos e empresários, numa fila de perder de vista.

Para o sistema político, é um cenário de terror: muitos de seus membros sentem-se pressionados e desprotegidos. Se figuras como Temer e Lula puderam ser recolhidos pela Justiça, quem não poderia?

Pode não ser mau, mas tampouco é completamente livre de consequências. Quem perdeu o mandato na última eleição está naturalmente descoberto, mas quem ainda o possui não dormirá tranquilo.

Na busca de um tipo de habeas corpus preventivo - a imunidade parlamentar reclamada antecipadamente -, envolvidos em antigos e novos processos de investigação já batem às portas do Supremo.

Da Lava Jato aos envolvidos com milícias, passando pelos laranjas, ninguém restará sereno e calmo.

Nessas horas, em Brasília, o ar se rarefaz e o coração dispara: quem tem cargo tem medo. Quem não tem mais, também. E isso envolve a todos os partidos.

Clima assim nunca foi encorajador de processos reformistas, estruturais ou fiscais. O foco de temas e votações necessárias para recomposição das contas da União, dos estados e dos municípios é desviado - e há sempre a hipótese de perdê-lo, como ocorreu quando foram reveladas as conversas entre o próprio Temer e Joesley Batista, em março de 2017.

A recuperação da saúde da economia nacional pode ser, mais uma vez, postergada.

Um indício: neste momento, o país deveria debater as propostas de reforma da Previdência geral e dos militares, destravar o processo.

Mas as circunstâncias o mergulham em discussões em torno de prisões, especulações sobre o futuro e teorias conspiratórias que ganham corredores de Brasília, a internet, os jornais, as ruas.

A reforma da Previdência pode, assim, virar artigo de luxo.

Também a estupidez, vaidade e os erros de avaliação agem contra a reforma.

Bolsonaristas vão às redes e às tribunas para tripudiar sobre os vencidos -"esculachar", na linguagem prisional-, sem se dar conta de que constrangem aliados e despertam a cizânia no que seria a própria base.

O prestígio e abrangência de Michel Temer e dos seus vão muito além do MDB, estão disseminados por todo o chamado centrão, a verdadeira força hegemônica da Câmara. Prudência e coordenação tornam-se, então, habilidades ainda mais essenciais, artigo escasso no bolsonarismo.

A radicalização e o falso moralismo são bumerangues que voltam à testa. O PT e o pessoal do impeachment de 2015 sabem disso. Outros podem vir a saber.
Herculano
22/03/2019 06:05
ATÉ LULA CONTESTOU A PRISÃO DE MICHEL TEMER, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Nunca uma prisão da Lava Jato foi tão contestada, apesar de "máfia" ter sido a expressão menos ácida dos procuradores ao explicá-la. Até o detento Lula protestou no Twitter: "MP e PF não podem ficar fazendo espetáculo". O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, "Kakay", também acha, e diz que é "para pressionar o Judiciário e constranger os investigados". Outros líderes de oposição a Michel Temer, como o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), não viram motivo para medida tão drástica. Tampouco o juiz Marcelo Brêtas o citou em sua decisão.

ESTRUTURA DE MARKETING
De convicção política próxima da esquerda anti-Temer, Kakay criticou a "empáfia e arrogância da estrutura de marketing da Lava Jato".

REAÇÃO NO CONGRESSO
No Senado, não se falava em outra coisa: desengavetar um projeto de lei que pune o "abuso de poder" no ministério público e na Justiça.

CELEBRAÇÃO
A irritação dos parlamentares aumentou de tom quando lembraram que a prisão de Temer servia para celebrar o 5º aniversário da Lava Jato.

CASOS CONCRETOS
A lei prevê prisão preventiva para casos concretos e comprovados de obstrução da Justiça, coação de testemunha ou ameaça de fuga.

GOVERNADOR APONTA JURISTAS DISCUTINDO LEI ELEITORAL
Convencido de que a lei eleitoral em vigor é uma falácia, o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), tomou a iniciativa de solicitar ao presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), a instituição de uma comissão de juristas para tratar da reforma da legislação eleitoral, sobretudo no que se refere a financiamento de campanha. Ibaneis aproveitou e sugeriu nomes para a comissão.

MINISTRO SUGERIDO
Para o governador do DF, a comissão para discutir uma lei eleitoral realista deveria contar com o ministro do STF Ricardo Lewandowski.

TSE E OAB REPRESENTADOS
Ibaneis sugeriu na comissão Tarcísio Vieira de Carvalho Neto, ministro do TSE, e o ex-presidente da OAB Marcus Vinicius Furtado Coelho.

IBANEIS NA COMISSÃO
O governador Ibaneis também sugeriu na comissão o especialista Gustavo Rocha, que é o seu secretario de Justiça.

DINHEIRO FALTANDO
Caberá a Waldery Rodrigues, secretário de Fazenda do Ministério da Economia, anunciar nesta sexta (22) o primeiro corte no orçamento do novo governo. O contingenciamento será de R$ 30 bilhões já em 2019.

DINHEIRO SOBRANDO
Uma associação de sindicatos de castas de servidores públicos, as mais bem pagas do País, comprou espaço publicitário a peso de ouro, na TV a cabo, para fazer propaganda contra a reforma da Previdência.

GRECA BEM NA FOTO
Levantamento Paraná Pesquisa em Curitiba (PR) mostra que o prefeito Rafael Greca é aprovado por 57,6% e reprovado por 39.2%. Ele lidera as intenções de voto, em 2020: 23,3%.

É UM PÁSSARO? UM AVIÃO?
O esquema montado para prender Michel Temer no meio da rua, à saída de sua casa, com policiais exibindo armas de guerra, fez parecer que havia o temor de que o ex-presidente de 78 anos, tal Super-Homem, reagisse à prisão, abrisse fogo ou levasse todos a nocaute.

QUEDA DE BRAÇO
O juiz Marcelo Brêtas aproveitou o decreto de prisão de Michel Temer para alfinetar Supremo Tribunal Federal, em crítica velada à decisão de Dias Toffoli de mandar investigar ataques e ameaças a ministros.

NÃO HÁ COMPARAÇÃO
Petistas tentaram estabelecer paralelo entre as prisões de Michel Temer e de Lula. Não há. A prisão do emedebista é preventiva, enquanto o petista cumpre pena por corrupção e lavagem de dinheiro.

RELATOR COTADO
O deputado João Campos (PRB-GO) é um dos cotados para a relatoria da reforma da Previdência. Integra a Comissão de Constituição e Justiça e quase disputou a presidente da Casa com apoio do Planalto.

SEGREDO TEMPORÁRIO
A decisão de prender Temer ordenava "segredo absoluto de Justiça" enquanto perdurasse a operação da PF ontem, mas sentenciou: uma vez exauridas as diligências, "não há causa" para não dar publicidade.

PERGUNTA NO PT
Afinal, o PT vai protestar contra a prisão do vice que Dilma escolheu para chamar de seu?
Herculano
22/03/2019 05:58
DESPACHO DE BRETAS QUE MANDA PRENDER TEMER É UMA SOMA DE ABERRAÇõES LEGAIS, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Temer foi preso não pelas razões que a lei exige, mas por ser quem é.

A prisão do ex-presidente Michel Temer e de outros, dados dos termos do despacho do juiz Marcelo Bretas, é uma aberração. O lava-jatismo arreganha os dentes mais uma vez. E numa hora difícil para a turma do Tribunal do Santo Ofício. Leiam a decisão. Para justificar o ato atrabiliário, ele desenvolve uma espécie de tese-manifesto sobre o artigo 312 do Código de Processo Penal, a saber: "A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria". Para que fique claro: são quatro os motivos, não cinco. Haver "prova do crime e indício de autoria" não é um quinto. Essa é a circunstância necessária. Existindo, é preciso que esteja dada ao menos uma das quatro razões. E não está.

Ainda que todas as imputações feitas ao ex-presidente fossem verdadeiras, não há uma só evidência de que esteja pondo em risco a "ordem pública ou econômica" -isto é, cometendo crimes-; constrangendo testemunhas ou eliminando provas, o que ameaçaria a instrução criminal, ou dando sinais de que pretende fugir, o que impediria a aplicação da lei penal. E só por essas razões se pode prender alguém preventivamente. As que motivaram a denúncia devem ser avaliadas na hora do julgamento, acompanhadas de provas.

O despacho de Bretas tem 46 páginas. Está à disposição. O autor consome nada menos de 34 delas tentando justificar por que pediu a prisão preventiva de Temer e de outros investigados. Repete as acusações feitas pelo Ministério Público, apela a tratados internacionais em favor do combate à corrupção, mas sem conseguir dizer por que, agora, o ex-presidente e outros representariam risco à sociedade ou à investigação. No momento em que mais se aproxima de fazê-lo, escreve: "Considero que a gravidade da prática criminosa de pessoas com alto padrão social, mormente políticos nos mais altos cargos da República, que tentam burlar os trâmites legais, não poderá jamais ser tratada com o mesmo rigor dirigido à prática criminosa comum".

Vale dizer: Temer foi preso não porque esteja dada ao menos uma das quatro razões para fazê-lo, como exige a lei, mas por ser quem é.

O Partido da Polícia vinha amargando algumas derrotas na Justiça nos últimos dias. Sua mais fulgurante estrela, o ex-juiz Sergio Moro, apagou-se no governo, restando-lhe, como ficou claro no embate de quinta com Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, falar uma linguagem abertamente populista e eleitoreira. E olhem que 2022 ainda está longe. Moro foi à Câmara dar pitaco no andamento dos trabalhos da Casa. Levou um chega pra lá de Maia e reagiu com uma nota em que diz: "Talvez alguns entendam que o combate ao crime pode ser adiado indefinidamente, mas o povo brasileiro não aguenta mais". E encerrou sua mensagem com um "Que Deus abençoe esta grande nação". Como se percebe, Deus também foi capturado.

Sei o que me custou, e me custa ainda, quando, já em 2014, no ano de nascimento da Lava Jato, comecei a perguntar em que documento legal se baseavam as prisões preventivas. Apontei os abusos. Carimbaram em mim a pecha de "inimigo da força-tarefa" e, ora vejam!, até de petista.

Alguns bobos de esquerda e as hostes bolsonaristas comemoram a prisão de Temer. É a prova de que não aprendem nada nem esquecem nada e de que se estreitam num abraço insano. Aplaudiram também a de Beto Richa, decretada pela Justiça Estadual do Paraná. Nesse caso, escreveu o juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, depois de reconhecer que fazia uma leitura, digamos, pessoal do artigo 312 do Código de Processo Penal: "Cabe ao Poder Judiciário [...] deixar de entoar os velhos mantras, e, em um processo de resistência ética, repelir os altos precedentes que não se alinhem aos ideais de uma justiça equânime para, enfim, construir um direito mais democrático e assentando no intersubjetivismo refletido".

Dito de outro modo: Bretas, Fisher e outros, a exemplo do que já fez Moro - que serve a Bolsonaro e o aterroriza -, prendem quem lhes der na telha, pouco importando o artigo 312 do Código de Processo Penal. Quem não concorda com eles estaria apenas entoando "velhos mantras" a serviço da corrupção. Reformas? O Brasil tem coisa mais urgente a fazer: prender pessoas ao arrepio da lei.

"Que Deus abençoe esta grande nação", como disse o nosso Salvador.

Podem entrar na fila da guilhotina.
Herculano
22/03/2019 05:48
ENTRE POUCOS. SEMPRE OS MESMOS. NADA MUDA. MAIA SE ENCONTROU COM GILMAR MENDES DURANTE PRISÃO DE TEMER

Reunião não constava nas agendas oficiais do presidente da Câmara nem do ministro do STF

Conteúdo da Agência O Estado. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, estavam juntos na residência oficial da Câmara dos Deputados no momento em que o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o ex-ministro Moreira Franco (MDB), sogro de Maia, foram presos na manhã desta quinta-feira, 21.

O ministro saiu da casa de Maia às 10h40. O encontro entre os dois não estava previsto na agenda do presidente da Câmara e nem de Gilmar Mendes. Temer recebeu voz de prisão em São Paulo por investigadores da Operação Lava Jato, quando saía de sua residência logo no início da manhã, na Rua Bennet, no Jardim Universidade, zona oeste da capital paulista - antes de Mendes sair da casa de Maia.

Já quando Moreira foi preso, o ministro já havia deixado a residência oficial. Moreira Franco estava em uma via expressa do Rio logo após chegar no aeroporto do Galeão quando foi abordado pela Polícia Federal. Ele estava em Brasília, onde ontem participou de uma reunião do MDB.

A ordem das prisões é do juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio, que já foi alvo de críticas de Gilmar Mendes. Na decisão em que autorizou a prisão do ex-presidente, Bretas argumenta que o caso não tem relação com a operação Calicute, braço da Lava Jato no Rio que prendeu o ex-governador Sérgio Cabral, e sustenta não ver relação dos fatos com crimes eleitorais.

Os dois argumentos, caso considerados pelas cortes superiores, podem evitar que recursos apresentados pelo ex-presidente sejam analisados pelo ministro do Supremo ou que a investigação seja direcionada pela Justiça Eleitoral. Mendes é o relator no STF de todos os casos conexos com a Calicute. "Apenas para evitar confusões a respeito da competência para eventual impugnação desta decisão, repito que estes autos guardam relação de conexão e continência com a ação penal derivada da denominada operação Radioatividade e seus vários desdobramentos", afirma Bretas.

Também foi decretada a prisão preventiva de João Batista Filho, o coronel Lima, amigo do ex-presidente, e da mulher dele, Maria Rita Fratezi; seu sócio, Carlos Alberto Costa; e o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro. Há decretos de prisão contra Carlos Alberto Costa Filho, Vanderlei de Natale, Ana Cristina Toniolo, e Carlos Alberto Montenegro Gallo.
Herculano
22/03/2019 05:45
PRIVILÉGIO MILITAR, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Proposta de reforma da Previdência das Forças inclui vantagens não oferecidas a outros

A reforma previdenciária das Forças Armadas se tornou uma questão politicamente sensível no governo Jair Bolsonaro (PSL), dadas as suspeitas de que os militares, sobrerrepresentados no primeiro escalão do Executivo, tentariam esquivar-se de sacrifícios a serem impostos a toda a população.

A apresentação da proposta, enfim levada a cabo na quarta-feira (20), evidenciou que tais temores tinham pleno fundamento.

No projeto, até existem providências para reduzir benesses excessivas hoje concedidas à inatividade de membros do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. De mais importante, aumenta-se de 30 para 35 anos o tempo mínimo de serviço para a obtenção do benefício.

Sobe também, de 7,5% para 10,5%, a alíquota de contribuição para quem está na ativa - pensionistas também serão tributados. Somando-se o valor descontado para o sistema de saúde da corporação, chega-se aos 14%.

Com essas e outras medidas, os cálculos oficiais apontam uma economia orçamentária de R$ 97,3 bilhões ao longo de dez anos - um acréscimo razoável ao pouco mais de R$ 1 trilhão que se espera poupar, no período, nos regimes que atendem aos demais brasileiros.

Porém o governo decidiu juntar ao texto, claramente para torná-lo mais palatável à caserna, uma reestruturação de carreiras - eufemismo brasiliense para a concessão de novas vantagens salariais e previdenciárias a servidores.

Criam-se benesses variadas, que contemplam até uma descabida paridade de vencimentos entre ativos e inativos. Com tudo isso, o ganho efetivo com a reforma nas Forças Armadas cai a meros R$ 10,45 bilhões em uma década.

As compensações respondem a antigos queixumes quanto a defasagens em relação aos salários do funcionalismo civil. Sendo assim, caberia, primeiro, trazer ao debate dados completos sobre a remuneração dos militares, nunca tratada com a devida transparência.

Se de fato existem distorções, a correção deve se dar em reforma administrativa, incluindo as carreiras civis. Há estudos, por exemplo, para reduzir os vencimentos de entrada no serviço público.

Não resta dúvida de que a Previdência das Forças, ao custo de mais de R$ 40 bilhões ao ano para os demais contribuintes, representa um encargo injusto e disfuncional.

Admita-se que os militares mereçam um regime à parte, dadas as peculiaridades da carreira. É inconcebível, entretanto, que sejam poupados de ajustes proporcionais a seus privilégios.
Herculano
22/03/2019 05:37
QUEM VAI AJUDAR TEMER?

De J.R. Guzzo, de Veja, no twitter:


Você quer ajudar Temer a sair da cadeia? Dilma, que até ontem o chamava de golpista, já fechou com ele. Quem mais? A Rede Globo, que pediu sua "renúncia" em editorial? Os "garantistas" que apoiam Gilmar Mendes? O Pró-Crime de Rodrigo Maia? O movimento "Temer Livre"? Que fase.

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