01/08/2019
Esta é a mais nova disputa na Gaspar que se atrasa: a “paternidade” das obras que o povo paga com seus pesados impostos, espera por anos e décadas e algumas até, com indicadores de dúvidas. O que revela esse tipo de comportamento, além do atraso? Falta de união, desperdício de tempo e respeito com o futuro da sua própria comunidade. Mais: revela que os políticos daqui não entenderam nada o que aconteceu contra eles nas urnas em outubro do ano passado. Pior, está claro também pelos gestos reiterados dos políticos, que jovens não são sinônimo das mudanças esperadas e prometidas. Desnuda, por derradeiro, o compromisso de grupos ao invés do comprometimento à comunidade. E o que prevalece? A velha política, o velho hábito da falta de transparência e do compartilhamento de esforços comuns dos políticos ou gestores públicos – pagos pelos cidadãos para servir à cidade.
E por que escolhi este tema? Diante de tudo atravessado que aconteceu com a inauguração do prédio da Escola Olímpio Moretto. Contudo, não é o único. É uma antiga velha prática. Não apenas deste governo, ressalte-se; mas de todos até aqui. E para isso, demonstro em quatro exemplos recentes. A primeira é a Ponte do Vale. Ela é uma obra do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT? Errado. A Acig e a Acib a queriam para o desenvolvimento regional. Adilson Luiz Schmitt eleito no MDB e corrido do partido que o queria como um boneco, desapropriou os terrenos para a construção da ponte. Zuchi e o PT da senadora e ex-ministra Ideli Salvatti, numa jogada onde se prometeu falsamente pagar a metade do custo dela como contrapartida municipal, a viabilizaram na execução. Anos de espera e a inauguraram incompleta. O MDB e o PSD até tentaram melar aquela licitação. Kleber Edson Wan Dall, MDB, eleito, teve que fechá-la. Por seis meses a terminou, mas não pode “reinaugura-la”. Até pensou.
O que importa essa briguinha de paternidade dos políticos e de seus grupos de apoio? Nada! Quando fazem isso, negam à utilidade e o avanço que representou a ponte do Vale não apenas para Gaspar, mas principalmente para a mobilidade do Médio Vale do Itajaí. É um marco. Ela está no contexto da duplicação da BR-470 é fundamental para o desenvolvimento regional. E a ponte do Bela Vista, a segunda do Vale? Seria do PSL e por isso, o MDB Kleber e o PT de Zuchi não estariam interessados? Se é assim, devo lhe advertir que estão contra a cidade, os cidadãos, o futuro e não só de Gaspar. Ora, se todas as obras demoram e transpassam governos como demonstro neste comentário, qual a razão para não se iniciar no projeto e alocação de recursos, pouco se importando que irá inaugurá-la? No mesmo caminho está a ligação de Gaspar via a Garuba e que vai dar nos bairros Ribeirão Fresco e Glória, em Blumenau. Ela possui mais padrastos do que pai e por isso é mal querida.
O IFSC é do PT de Ideli Salvatti e Pedro Celso Zuchi. Errado. Mais uma vez era de uma Acig atuante do ex-presidente Samir Buhatem. O Instituto estava projetado para Blumenau e colocá-lo na divisa, Bela Vista, foi uma negociação feita tripartite com a Acib, de Ricardo Stodieck e Ideli. Quem ganhou? Todos. O terreno foi doado à União sob forte negociação com a Associação de Moradores do Bela Vista. Ela o tinha recebido anos antes da Ceval e não queria perde-lo. Quebrou-se, legal e conscientemente uma cláusula que impedia este gesto em favor da cidade, do bairro, da região e principalmente da educação de qualidade que cria oportunidades.
O prédio que se inaugurou esta semana da Escola Olímpio Moreto é uma obra de Kleber? Errado. Ele levou dois anos e sete meses para construí-la. Mas, quem desapropriou o terreno foi Adilson. Quem viabilizou o projeto e as verbas federais foi Zuchi. E eles nem oficialmente foram convidados para estarem lá compartilhando com a atual administração às iniciativas que lhes couberam como cidadãos e não como políticos. Zuchi nem apareceu. Adilson foi, mas ignorado por Kleber e o protocolo feito pelo seu chefe de gabinete, Roni Muller. Ou seja, jovens políticos com velhos defeitos. Todos notaram e anotaram.
Quer mais uma obra que transpassa governos e que não é de um prefeito, mas da cidade, numa lista longa de obras e vaidades mal explicadas para analfabetos, ignorantes, desinformados, tudo bem arquitetado por gente bem esperta que sabe o que está fazendo e manipulando? Kleber sob pressão sem tamanho da vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, assinou um papelinho para fazer a reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen, a principal via do Distrito do Belchior. O PT está dizendo que quem conseguiu o dinheiro – Pró Transporte e que vai ser pago pelos cidadãos gasparenses - e fez o projeto, foi a administração de Zuchi. E é verdade. Mas, nada disso é tão importante do que gestos comuns de ambos por Gaspar para desenvolve-la e torna-la mais viável aos seus habitantes. Aliás, os tais pais das obras também são os pais dos problemas da cidade e que não se resolvem. Os eleitores evoluíram. Os políticos gasparenses provaram nesta semana na Olímpio Moretto que continuam atrasados. Acorda, Gaspar!
Campanha eleitoral. Estava na praça mais uma pesquisa interna do MDB de Gaspar. Queria saber do povo nas ruas como está o termômetro Kleber. Lá no meio das perguntas, o inevitável: quem pode – na opinião do eleitor o futuro vice de Kleber.
Testaram Marcelo de Souza Brick, PSD e Ciro André Quintino, MDB. Ou seja, rifaram o atual, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e o que o PP veste, o mais longevo dos vereadores e hoje presidente do Samae, José Hilário Melato. E para adversários de Kleber? Escolheram na pesquisa apenas Brick e Pedro Celso Zuchi, PT. O PSL segundo o marketing da campanha à reeleição baseado no litoral, não será páreo.
O gesto é político, mas longe dos políticos locais. O Delegado Geral de Polícia de Santa Catarina, o gasparense Paulo Norberto Koerich, não deu chances. Segunda-feira, cedo, e como parte das comemorações dos 207 anos da Polícia Civil, ele foi à rádio e anunciou que o governo de Carlos Moisés da Silva, PSL, está assinando o contrato para a locação da sede da Delegacia de Polícia de Gaspar.
Excluindo. O presidente da Associação de Moradores do Gaspar Grande, onde está a Escola Olímpio Moretto é Marcos Vieira. Ele estava presente à inauguração do prédio da escola. Não é político. Mas, quem representou a comunidade na solenidade, conforme o protocolo oficial da prefeitura, foi Maristela, mulher do Antônio Soares, da Sociedade Alvorada.
O casal Esperidião Amim Helou Filho (senador) e Ângela (deputada Federal) esteve em Gaspar. Ausências da velha guarda do PP em que o casal sempre apostou as fichas.
As obras de revitalização da Rua Itajaí pararam por barbeiragem exclusivamente das secretarias de Planejamento Territorial e a de Obras e Serviços Urbanos. Mas, o pardal para multar os apressadinhos foi religado. Acorda, Gaspar!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).