Gaspar e Ilhota iniciaram 2019 a pleno vapor corrigindo seus orçamentos recém-aprovados - Jornal Cruzeiro do Vale

Gaspar e Ilhota iniciaram 2019 a pleno vapor corrigindo seus orçamentos recém-aprovados

25/01/2019

A coluna desta sexta-feira e feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação em Gaspar e Ilhota, credibilidade e retorno para seus investidores, é um pouco diferente das demais, devido ao acúmulo de informações dos últimos dias. Para ajudar na pauta e desvendar as notícias que você não lê, vê ou ouve em outros veículos daqui e da região só notas curtas e sem um tema específico.

A prefeitura de Gaspar, apesar do complexo e caro – inclusive nas manutenções - parque de equipamentos e operadores que possui, tem recorrido com muita frequência à contratação do aluguel de máquinas com operadores para suas ações por aqui. Isso exige gente para fiscalizar e se ter controle apurado sobre o que se faz e à quantidade que se transporta.

Com esse objetivo, a Ana Areias Argamassas e Serviços venceu uma concorrência de R$ 452.655,00 para disponibilizar máquinas e operadores; a Auto Fossa Perequê de R$ 105.119,20; a Eletro Técnica Centro Sul de R$ 21.659,90; a Nilso Terraplanagem de R$ 70.089,00; a RM Ambiental Locação de Equipamentos de R$ 342.556,50; a Terraplanagem AS com R$ 476.736,00; a Terraplanagem Edifika de R$ 351.061,80; Samil Terraplanagens e Transportes de R$ 3.016.033,12.

Perguntar não ofende: a culpa é sempre do mordomo para livrar os que peitam o errado e os mandantes das diabruras? Em Gaspar, agora o erro é do topógrafo, que é pago e continua empregado para errar de novo? Cada uma! Se não cuidarem, ainda vão tipificar um segundo crime.

Já se sabe quanto vai custar o fornecimento terceirizado da merenda escolar em parte dos CDIs e escolas de Gaspar, incluindo-se à mão-de-obra especializada oferecida pela Sepat Multi Service: R$ 4.326.379,20, sem os tradicionais possíveis aditivos.

Cara manutenção. Um contrato para consertos de calçamentos em lajotas sextavadas de concreto, paver, paralelepípedos em pedra, calçadas, passeio, boca de lobo e meio-fio vai custar aos gasparenses R$ 1.003.321,40. Ele será executado por SLM Transporte e Construção.

Você sabe quanto custou aos gasparenses a Câmara de Gaspar em 2018, sem construir o prédio próprio? R$4,8 milhões. E ela se orgulha de ser uma das mais “baratas” da região.

Quem mais uma vez foi o campeão no uso das diárias? O atual presidente Ciro André Quintino, MDB, com R$4.585,00. Ele superou a marca do motorista Rui Donizete Gois, que vive para cima e para baixo nas viagens com vereadores, funcionários e assessores: R$4.580,00. Depois pela ordem veio o assessor do ex-presidente Silvio Cleffi, PSC, Itauby Bueno de Moraes com R$2.320,00; o próprio Silvio com R$1.215,00, o vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, com R$1.300,00; e Francisco Hostins Júnior, MDB, com R$1.145,00.

A assessoria de comunicação da Câmara fez um press release no seu site, enaltecendo os os canais de transparência da Casa. No próprio site quem procurou as movimentações e atos da nova mesa da Câmara, não pode se atualizar. Teve que buscá-lo em outras fontes. O povo pagador de pesados impostos, sofre. Casa de ferreiro, o espeto é de pau.

Começou. A mesa diretora da Câmara liberou o adiantamento da metade gratificação anual de 2019 para o servidor Vagner Cesar Campos Maciel. Virão outros. É um direito. É legal e desde 1992. Mas, quem nos primeiros dias de janeiro na inciativa privada e de onde vem a maioria dos impostos que sustenta os políticos e os servidores públicos, consegue a metade do 13º salário adiantado antes do janeiro terminar?

Está na praça um novo edital para a sinalização horizontal em Gaspar. As propostas serão abertas na terça-feira dias 29. Este tipo de serviço é pago, basicamente, com as multas de trânsito ou “superávit” da Área Azul. Você sabe quanto Gaspar gastou no ano passado com este tipo de serviço?

É difícil avaliar. A Ditran possui equipamento próprio e ela o usa. Além disso, usa-se intensivamente terceiros. Em 2018 pode-se extrair pelo menos quatro pagamentos a terceiros como a Sinalblu (R$26.660,00), Sinacom (R$44.695,40 e R$35.130,00) e MM Sinalização (R$123.087,50).

Resta lembrar, que no ano passado, pouco antes das obras de revitalização neste 2019 nas ruas Aristiliano Ramos e parte da Nereu Ramos, houve a refação deste tipo de sinalização. Ou seja, faltou, mais uma vez planejamento. O dinheiro de todos foi para o ralo em 2018 e agora.

A Fundação de Esportes e Lazer de Gaspar abriu as inscrições para o tal Bolsa Atleta. Vai até o dia 15 de fevereiro. Fez-se até uma comissão especial para avaliar quem pode acessar a bolsa.

Ontem houve assinaturas das ordens de serviço para as obras de recuperação das áreas atingidas durante a situação de emergência de janeiro de 2018 em Gaspar. São recursos federais. Isso é resultado do trabalho do ex-titular da Defesa Civil, o cabo bombeiro militar, Rafael Araújo Freitas. Ele voltou para o quartel em dezembro do ano passado.

Ontem Rafael estava na solenidade representando os Bombeiros e foi lembrado por este trabalho à frente da Defesa Civil. Ele resultou em R$100 mil para desobstrução provisória de estradas e pontes; R$250 mil para a reconstrução de três casas e mais R$1,4 milhão para uma nova ponte na Rua Biguaçu e contenção de encosta na Bonifácio Haendchen, ambas no Distrito do Belchior e a contenção da barranca do Rio Itajaí Acú, defronte ao supermercado Archer, na Anfilóquio Nunes Pires, para permitir o re-alfaltamento da rua que está sendo feito.

Ajuste nas contas. Mal começou o ano e a prefeitura de Gaspar já fez sucessivos decretos remanejando e suplementado saldos orçamentários, de um orçamento recém-aprovado e com pouco menos de mês de vigência. Este Orçamento de 2019 foi todo ele construído pela atual gestão de Kleber Edson Wan Dall, MDB.

Ilhota em chamas I. Mas, nada como aconteceu em Ilhota. A prefeitura não se limitou a remanejar saldos ou rubricas orçamentárias no seu Orçamento como está em curso. Foi mais fundo. Alterou o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para aceitar uma mudança na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018, aprovado em 2017.

Ilhota em chamas II. O prefeito Érico de Oliveira, MDB, abriu um crédito de R$212.896,28 para fechar o buraco na secretaria da Agricultura, com as sobras da secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. E tudo à vista da Câmara.

Ilhota em chamas III. A Câmara de Ilhota vai pagar de R$65.925,12 anual de aluguel.

Ilhota em chamas IV. A prefeitura de Ilhota escondeu o jogo ou é mesmo incapacidade administrativa e de gestão com o time de políticos que escolheu para liderar o processo? Só agora em 2019, publicou no Diário Oficial dos Municípios aditivos contratuais com prestadores de serviços – empreiteiras - feitos em 2017. Ulalá.

Ilhota em chamas V. E depois a prefeitura diz que é perseguição os questionamentos do Tribunal de Contas do Estado, do Ministério Público e até mesmo o que se publica na imprensa, quando ela se interessa sobre este tipo de assunto. Já a Câmara... Ai, ai, ai.

Ilhota em chamas VI. Como pode-se errar tanto? O edital pregão 96/2018 do Fundo Municipal de Saúde de Ilhota previa comprar de três ambulâncias. Acaba de ser retificado: só uma.

Ilhota em chamas VII. A coisa está feia. A fama de prefeitura quebrada está fazendo os bons fornecedores correrem das oportunidades. A licitação 95/2018 para alugar um caminhão pipa para a Águas de Ilhota, foi considerada “fracassada”.

Ilhota em chamas VIII. Diante de termo tão forte, mas absolutamente técnico, a pregoeira resolveu dar explicações: “segundo a Lei, a ‘licitação fracassada’ é aquela em que há interessados no processo licitatório, mas que não preenchem os requisitos necessários, sendo, portanto inabilitados ou desclassificados, não sendo possível à dispensa de nova licitação, devendo assim ser realizado novo processo licitatório pela Administração”.

Ilhota em chamas IX.  Antes disso, o edital teve que ser corrigido. Ele estava na praça como 82/2018 e não como ele foi e se deu como “fracassado”, com o número 95/2018. Meu Deus!

 

Edição 1885

Comentários

Herculano
28/01/2019 07:15
HOJE É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA E EXCLUSIVA AOS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, ACESSADO E ATUALIZADO DE GASPAR E ILHOTA
Herculano
28/01/2019 07:14
A TRÁGICA CONTA DE BRUMADINHO NESTA MANHÃ DE SEGUNDA-FEIRA

58 mortos encontrados (19 identificados),
199 pessoas resgatadas vivas, 265 com ou sem ferimentos
305 dadas como desaparecidos.

Ninguém assumiu a culpa, incluindo a consultoria alemã e que atestou recentemente a "estabilidade" da barragem em setembro.
LEO
27/01/2019 19:38
TENHO NOTADO UMA COISA ESTRANHA NAS EDIÇÕES EXTRA DO DIÁRIO OFICIAL DOS MUNICÍPIOS.[DOM ] NA PÁGINA OFICIAL.QUE ACONTECEM AOS SÁBADOS.DESDE O INICIO DE 2018 ,A EDIÇÃO EXTRA DE SÁBADO DO DOM VEM CARREGADO DE MULTAS.[NOTIFICAÇÕES DE TRANSIDO ] A PREFEITURA DE GASPAR TEM NA SUA PÁGINA OFICIAL NA INTERNET. UM ESPAÇO PARA AS PUBLICAÇÕES DA PREFEITURA NO DIÁRIO OFICIAL DOS MUNICÍPIOS SC. MAIS DESDE 2018 A PREFEITURA NÃO COLOCA NESTE ESPAÇO AS PUBLICAÇÕES DAS EDIÇÕES EXTRAS DO DIÁRIO OFICIAL DOS MUNICÍPIOS DE SÁBADO.A GENTE SABE QUE MULTA CERTA OU ERRADA ,PARA A PARTE POLITICA DO GOVERNO MUNICIPAL.TEM UM LADO NEGATIVO.MAIS A PREFEITURA TEM QUE ZELAR PELA TRANSPARÊNCIA.ACHO QUE O ?"RGÃO MUNICIPAL RESPONSÁVEL,NÃO ESTA NA GESTÃO EFICIENTE DA PREFE. KKKK
Herculano
27/01/2019 12:10
A MANCHETE DO DOMINGO PóS TRAGÉDIA

Brumadinho corre risco de rompimento de mais uma barragem

Volto. E tudo estava assegurado que era seguro?

Enquanto não se mudar a legislação para punir civil e criminalmente quem concede licenças, os governos que abrigam essa gente, bem como as tais consultorias independentes que avalizam ou fiscalizam tudo, a legislação dura e a burocracia feita só uns, sempre será letra morta ou de maior risco para os poderosos ou amigos do poder, que depois só lamentarão a morte dos outros
Herculano
27/01/2019 12:06
VELOCIDADE ANTES DA AVALANCHE MORTAL

De Flávio Fachel, da Globo, no twitter:

Começam a surgir questionamentos com relação à velocidade com que a Vale conseguia aprovar seus projetos de mineração, apesar dos riscos. Quem irá investigar isso?
Herculano
27/01/2019 12:04
TUDO A VER

De Augusto Nunes, de Veja, no twitter:

O crime ambiental em Brumadinho escancara o descaso do governo Fernando Pimentel [PT] com a vida dos governados. A obscena inexistência de fiscalização das barragens deveria acrescentar ao prontuário do grande amigo de Dilma [PT] mais um processo por homicídio culposo
Herculano
27/01/2019 11:24
OS NÚMEROS DO LUTO CAUSADO POR ERROS DOS POLÍTICOS, GESTORES PÚBLICOS E GANÂNCIA EMPRESARIAL DE UMA EMPRESA COM INTERFERÊNCIA ESTATAL

"Sumiram" os supostamente mais de 200 desaparecidos, pois alega-se que não pode-se precisar o número, diante das informações desencontradas. Apela-se neste caso, para o jornalismo "responsável"

Confirma-se 34 mortes (era 40 o anúncio oficial anterior)

No outro lado há 366 pessoas resgatadas com vida, sendo 221 funcionários da Vale e 145 terceirizados, e destes 23 estão hospitalizados. Na última atualização de vítimas, divulgada pelo Corpo de Bombeiros.
Herculano
27/01/2019 11:15
COMO INFLUENCIAR E MATAR PESSOAS: O QUE MANTOU EM BRUMADINHO FOI UMA LEITURA DA REALIDADE. E ZEMA, O IMORTAL COLETAR DE CORPOS, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Enquanto escrevo, informa a Folha, são 34 os mortos confirmados na tragédia de Brumadinho e, atenção para a expressão de um desastre moral: o número de desaparecidos CAIU para 299.

Marcamos um novo tento entre as maiores tragédias ambientais no mundo, com um custo ainda não sabido de vidas humanas. Como é mesmo, John Donne? A morte de qualquer homem me diminui. Não no Brasil. Por aqui, a morte tem servido para engrandecer alguns valentes. Eles até a transformam em plataforma eleitoral em nome da legítima defesa do que consideram "as pessoas de bem". Os decentes já se sentiram diminuídos 34 vezes. Os indecentes estão fazendo de conta que a questão não lhes diz respeito. Pior do que isso: dedicam-se ao proselitismo com a morte alheia. E em favor da morte. Algo deu bastante errado naquela área explorada pela Vale. Há três anos, algo deu bastante errado em Mariana. Tudo o mais constante, as condições para que mais cadáveres se amontoem estão em curso e sendo ampliadas. Algo dará errado ainda muitas vezes. E isso quer dizer uma coisa: não é erro, mas método.

Podemos suportar alguns mortos em nome da grandeza, não é mesmo? O desastre de Brumadinho já tem uma frase-símbolo, dita por Romeu Zema, o governador que está no comando de Minas há 26 dias: "Vamos resgatar somente corpos". Ele é do partido "Novo" - eis uma abordagem, com efeito, bastante "nova" da questão. Oh, não! Ele não pode ser responsabilizado pelo desastre. Mas ele e seu partido já fizeram escolhas que fluem no mesmo sentido da lama que engole pessoas e decência. Há mais do que somente corpos, senhor governador novato. Há histórias pessoais. Há filhos sem pais. Pais sem filhos. Mulheres sem maridos. Maridos sem mulheres. Parceiros sem parceiros. Amigos sem amigos. E, infelizmente para o país, terei de dizer o que ele tem com isso. Não foi só o erro que matou em Brumadinho - porque algum houve. Não foi só o descuido que matou em Brumadinho, porque algum houve. O que matou em Brumadinho foi um entendimento do mundo. Um entendimento que mata pessoas.

A ata que veio a público da reunião da Câmara de Atividades Minerárias [Copam], realizada no dia 11 de dezembro, é pornografia moral explícita. O encontro aconteceu na Secretaria de Estado do Meio Ambiente, sob os auspícios do glorioso governo de Fernando Pimentel (PT), que conseguiu ir até o fim, arrastando-se na indigência. O que se viu ali foi o triunfo de uma decisão abjeta, vitoriosa por 8 a 1 - e uma abstenção.

A Vale queria ampliar em mais de 70% a extração de minério da região. Os riscos que a atividade comporta colocavam o projeto na "Classe 6". Isso implica que o licenciamento ambiental seria mais lento, feito em várias etapas ?" e, em cada uma delas, cuidados específicos que elevam, potencialmente ao menos, a segurança das pessoas e do próprio meio ambiente. Recorreu-se a um truque: rebaixou-se o pedido para a "Classe 4", que permite um ritual sumário. A "Classe 4" quer dizer que o troço não é tão arriscado assim e que certas verificações de segurança e algumas garantias são dispensáveis. Bem, a segurança do conjunto da obra se conta agora em corpos, não é mesmo? Como já afirmei aqui, essa votação não tem relação de causa e efeito com a tragédia. Apenas revela como são feitas as coisas no país. Uma conselheira - Maria Teresa Viana de Freitas Corujo, do Fórum Nacional da Sociedade Civil nos Comitês de Bacias Hidrográficas (Fonasc) - votou contra, com palavras duras. Chamou a decisão de "abominável". O representante do Ibama - Julio Cesar Dutra Grillo - se absteve, o que não deixa de ser curioso. Afinal, em seu voto, ele mesmo chamou a atenção não para os riscos novos que a ampliação da produção ensejaria, mas para os que já existiam: justamente o rompimento da barragem que... acabou se rompendo. Abstenção por quê? Ou por outra, meus caros: optou-se pelo licenciamento rápido em razão do suposto baixo rico que provocaria a elevação da produção quando era de conhecimento do grupo que, tudo o mais constante, sem mudança nenhuma, a possibilidade de rompimento já existia. Sim, a avaliação técnica assegurava a segurança da barragem. Como se vê? Qual é a única conclusão a que pode chegar um ser moral? É preciso aumentar o rigor, não diminuí-lo, como se fez ali e como se tende a fazer em Minas e em toda parte, agora que chegou ao poder esta seita que, à luz do dia, faz cara de liberal e, à sombra, remete à fuça do que há de mais velho e encarquilhado no país. É na condição de liberal que digo: o liberalismo não foi feito para matar ninguém.

Romeu Zema, o inefável governador de Minas, desse tal Partido Novo - que é mais velho do que supõem seus críticos mais duros -, quer apenas resgatar os corpos e pronto! Calma lá, meu senhor! Há mais do que isso. O novo (sem trocadilho) secretário do Meio Ambiente de Minas é um velho conhecido da área: Germano Luiz Gomes Vieira. Ele foi secretário adjunto da pasta desde maio de 2016. Sim, no governo do petista Fernando Pimentel. Assumiu a titularidade no dia 22 de novembro do ano passado. Aquela malfadada reunião da Câmara de Atividades Minerárias já aconteceu, pois, sob a sua gestão. No dia 27 de novembro, o jornal "Hoje em Dia" publicou um perfil laudatório de Vieira. E ele diz esta maravilha:

"O trabalho, que começou no início do atual governo, deu as bases para as transformações que agora estão amadurecendo e se concretizando no Copam (Conselho Estadual de Política Ambiental), no licenciamento ambiental, nas normas e na legislação. Elas já dão mostras de que Minas tem um modelo eficiente e moderno, um exemplo para o País que tem tido reconhecimento".

Não é segredo para ninguém que Zema foi eleito na cola de Jair Bolsonaro, transformando o PT no capeta de plantão. O agora governador, no entanto, via ao menos uma virtude no governo de Pimentel, em cuja gestão já havia acontecido a tragédia de Mariana: justamente no meio ambiente. E, por isso, manteve o secretário.

"Ah, você está culpando o secretário que está na titularidade do cargo há dois meses e o atual governo, que tem apenas 26 dias?" Não sou Ministério Público. Não sou polícia. Eu não culpo ninguém. Eu estou tratando de responsabilidade pública. E vejo que Vieira considera que a política ambiental que está em vigor em Minas é exemplo para o Brasil. Como evidencia Mariana. Como evidencia Brumadinho. E há mais a dizer.

Eu achei a proposta de Romeu Zema, este homem "novo", para o meio ambiente. Repete na esfera estadual o que o presidente Jair Bolsonaro prega em escala nacional. Reproduzo a síntese da proposta dessa gente nova:

"O licenciamento é pressuposto para grande parte dos negócios, contudo, ele raramente é conduzido corretamente. É provável que a boate Kiss e a Samarco, por exemplo, estavam legalmente regularizadas no papel, mas a prática mostrou o contrário.

Considerando a morosidade do setor público, é mais eficiente inverter a lógica dos licenciamentos, presumindo a priori a inocência por parte do agente econômico. Porém, em contrapartida a esta presunção, serão garantidas severas e implacáveis punições, a posteriori, no caso de irregularidades".

É claro que minha primeira tentação e apontar os múltiplos analfabetismos do texto. Mas deixo isso pra lá agora. Ao contrário do que diz esse troço moralmente indigente, a Samarco deixou de cumprir regras atreladas ao licenciamento, como ter um plano de contingência para desastres, por exemplo - que também não funcionou no caso de Brumadinho. Faltou rigor na concessão do licenciamento, que é justamente o que prega "negócio" chamado "Partido Novo". Quanto à Kiss, constataram-se nove irregularidades no que diz respeito à segurança do lugar, inclusive a ambiental. Em todos os casos, faltou poder público e sobrou, como é mesmo que diz o "Novo"?, a presunção da "inocência por parte do agente econômico".

O que o "Novo" propõe em matéria de meio ambiente pertence ao mesmo catecismo do bolsonarismo: o rigor não pode atrapalhar os negócios, que têm prioridade. Se acontecer alguma coisa, aí a gente vê o que fazer com o leite derramado. Zema já deu a sua fórmula e já faz história: "resgatar somente corpos".

A delinquência que vai acima não obedece nem à lógica elementar:

1: licenciamento é pressuposto dos negócios e não pode atrapalhá-los;
2: o rigor no licenciamento não impede tragédias; se não impede, que se opte pela falta de rigor;
3: em vez de impor exigências prévias para impedir desastres, o que atrapalha os negócios, opte-se por "punições garantidas e severas" caso eles aconteçam.

Isso é considerado... novo!

Essa proposta é a vereda para a lama e a terra dos mortos.

Um leitor de Minas me envia um tuíte de Evandro Negrão Jr., vice-presidente do Partido Novo no Estado. Diz o seguinte:

"Lamentável, muito dolorido e MUITO sofrido o desastre de Brumadinho, mas n/ podemos demonizar a Vale. É uma baita empresa, sem minério n/ tem carro, avião, nem geladeira e o mundo é muito melhor c/ empresas como ela do q sem. Ela errou, deve pagar 1 grande multa e voltar a funcionar asap (sic)"

O que vai acima nem errado consegue ser. O tal Evandro não escreveu a mensagem para se solidarizar com as pessoas, mas para defender a empresa, como se alguém estivesse a contestar que o mundo precisa de ferro ou que a empresa seja importante para o desenvolvimento. Eis a latrina moral ?" com a devida vênia - de um pensamento que é pautado unicamente pela ideologia. O rapaz foi às redes sociais porque tem receio, ignorando os detalhes e relevos da tragédia, que seus adversários de algum modo conquistem espaços de opinião. Sua mensagem não está nem aí para as pessoas. Que a Vale pague a multa e pronto. Pouco importam os eventos antecedentes, os valores e os pressupostos que levaram a essa nova tragédia?

A proposta do "Novo" para o meio ambiente, não há a menor dúvida a respeito, passa por um relaxamento do rigor técnico. É o que o bolsonarismo chama "confiar nas pessoas". Como esquecer que o Bolsonaro queria fundir os ministérios da Agricultura e Meio Ambiente? Depois de sobrevoar a tragédia, talvez ele esteja pensando se não é o caso de subordinar o Ibama, que ele odeia, às Minas e Energia?

No padrão anterior, desastres ambientais e cadáveres já foram se amontando. Os estúpidos fingem acreditar que assem era por excesso de rigor. Então propõem o vale-tudo, sob o pretexto de incentivar a inciativa privada, como remédio contra a ineficiência e a morosidade. E há quem bata no peito para chamar essa estupidez de "liberalismo".

Ah, não! O governo Bolsonaro e o governo Zema não têm responsabilidade na tragédia. Mas as coisas que pregam e nas quais dizem acreditar, bem, estas têm, sim! A política ambiental que anunciaram para o país já nasce morta. E com mortos.

Ah, sim: o vice-presidente no Novo em Minas não sabe a diferença entre "dolorido" e "doloroso".

Não me surpreende.
Herculano
27/01/2019 11:00
da série: este artigo fala de Minas Gerais e São Paulo, mas na verdade, exemplifica coisa que estão bem perto de nós aqui em Gaspar, Ilhota e Blumenau. Os gestores públicos estão deixando-nos expostos para tomais ainda mais os nossos pesados impostos em supostas emergências. Visão, fiscalização, responsabilidade, manutenção e ação preventiva, zero.

BRASIL NA LAMA E EM RUÍNAS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Além do vômito letal da represa de lixo da Vale, obras públicas caem aos pedaços

Faz mais de cinco anos, a gente tem a impressão de que o Brasil está em ruína progressiva. O sabor político do sentimento depende do gosto ideológico do freguês. Quanto ao sentido literal da expressão "ruína", há sinais e sintomas evidentes de que o país está caindo aos pedaços.

Por exemplo, qualquer pessoa sensata vai se perguntar como é possível que se repita em três anos um horror como esse das barragens de Minas Gerais, essa desgraça revoltante na represa de lixo da Vale. Mas a coisa já ia longe.

A gente está com a pulga atrás da orelha de uma cabeça com cabelos em pé, aqui em São Paulo. Há notícias em série sobre o mau estado das pontes e dos viadutos da capital do estado mais rico e mais cheio de universidades de ponta do país.

No final do ano passado, um viaduto da marginal do Pinheiros cedeu e foi interditado. Na semana que passou, foi a vez de um viaduto que liga a marginal do Tietê à Via Dutra.

Oito pontes e viadutos vão passar por vistoria de emergência, entre eles duas pontes sobre a marginal do Tietê.

As marginais são uma das duas grandes vias de circulação expressa e de saída da cidade. Se param, a cidade não consegue chegar nem na breca.

Problema local? Hum.

O investimento do setor público, a despesa em "obras", afunda mais que viaduto paulistano. Na soma dos gastos dos governos federal, estaduais e municipais, o investimento médio de 2015 a 2017 baixou 36,6% em relação à média dos anos "bons" de 2004 a 2013.

Baixou em termos relativos, em proporção do PIB, um desastre (estas contas são baseadas nas séries de investimento calculadas pelos economistas Rodrigo Orair e Sérgio Gobetti, do Ipea).

O investimento é insuficiente para manter e reparar a infraestrutura, segundo os especialistas (é menor que a depreciação). A baixa é brutal nos governos estaduais, o dobro da queda relativa do investimento feito pelo governo federal e pelos municípios.

Em português claro, isso quer dizer que não há dinheiro suficiente para manter, que dirá melhorar, estradas, pontes, viadutos, açudes, barragens etc. O país está apodrecendo fisicamente.

Para piorar, sem obras novas ou consertos, a economia demora a se recuperar. A construção civil foi o grande setor mais desgraçado da economia durante a recessão. Parou de piorar, mal e mal, apenas no ano passado.

Além da falta de dinheiro, escassearam vergonha na cara e competências. Convém lembrar que as maiores empreiteiras eram comandadas por gângsteres, máfias que compravam governos, leis etc. Sabe-se lá mais o que aprontaram.

Desconhece-se o motivo da nova desgraça mineira, mas sabemos de algumas coisas:

1) leis ambientais rigorosas não faltam; há baderna ou coisa pior na fiscalização;

2) muita gente e negócios estão no rastro possível do vômito letal dessas barragens que se esboroam;

3) não há meios de avisar essa gente que fica no caminho do mar de lama tóxica ou modo de tirá-las de lá a tempo. Quando acontece um desastre, por acidente ou incompetência criminosa (a ver), as pessoas morrem como vítimas de bala perdida nos tiroteios das metrópoles brasileiras. Isso é descaso.

Incúria, corrupções, burrices e ignorâncias brasileiras básicas e, ainda pior agora, a falta de dinheiro devem nos deixar mais alertas. Alguém ainda se lembra da desgraça, da tristeza infinita, do Museu Nacional? A queima da memória brasileira, a ponte que caiu ou a lama da mineração podem ser sintomas de coisa pior.
Herculano
27/01/2019 10:38
da série: a língua é o chicote do dono, ou seja, quem prega limpeza, é o primeiro que deve estar limpo e ser exemplo; tudo o que tenta esconder para debaixo do tapete sempre será entendido não como uma hipocrisia, mas como uma traição

ACUSAÇÕES PODEM AFETAR O ÂNIMO DE BOLSONARO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

As acusações envolvendo o senador diplomado Flávio Bolsonaro podem ter afetado o pai mais do que se possa imaginar. Participantes da comitiva a Davos, para o Fórum Econômico Mundial, ficaram impressionados com a preocupação e até com um certo abatimento do presidente. Ele está convencido de que o objetivo dos acusadores é atingi-lo por meio do filho, utilizando-se da sua principal arma na caminhada que o levou ao Planalto: a denúncia de corrupção.

ALVO É O PRESIDENTE
Bolsonaro acredita na inocência do filho e acha que o senador eleito é vitima de quem tenta desmoralizá-lo como presidente.

O QUE MAIS ABALOU
A acusação que mais abalou o presidente, nessa novela global, foi a da nomeação de parentes de milicianos no gabinete de Flávio Bolsonaro.

ISOLAMENTO
Quando já no primeiro dia em Davos ele fez opção por almoçar numa espécie de bandejão, não era marketing e sim vontade de ficar isolado.

ANIMADO E CONFIANTE
Os relatos contrastam com o Bolsonaro que o senador Fernando Collor encontrou, sexta: "Muito bem disposto, animado, confiante no sucesso".

CASA CIVIL PROMETE LISTÃO DE CARGOS ATÉ O DIA 30
A Casa Civil da Presidência da República promete liberar até quarta-feira (30) um listão com todas as nomeações ainda em aberto, não sem antes dispensar os antigos ocupantes dos cargos, muitos deles petistas remanescentes dos governos Lula e Dilma. São quase 33 mil cargos. Políticos experientes duvidam da capacidade do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) de preencher os cargos em prazo tão curto.

SEM VÍNCULO
A administração direta do Poder Executivo tem à disposição mais de 32 mil cargos comissionados; são 6,1 mil de livre nomeação.

BILHõES POR MÊS
Cargos comissionados do Executivo, Legislativo e Judiciário custam R$3,5 bilhões por mês, segundo o Tribunal de Contas da União.

VAI DIMINUIR
Entre as metas divulgadas pelo governo Bolsonaro esta semana está a extinção de 21 mil cargos e funções comissionadas.

MANDOU BEM
Bolsonaro reagiu rapidamente à tragédia de Brumadinho, despachando ministros imediatamente ao local. Bem ao contrário de Dilma (PT), que parecia não se importar com a tragédia de Mariana, em seu Estado.

DEVAGAR, QUASE PARANDO
A ex-ministra do Meio Ambiente Marinha Silva levou apenas seis horas para reagir à tragédia de Brumadinho, divulgando uma mensagem. Na tragédia de Mariana, vários dias foram necessários até a ficha cair.

ESPAÇO PARA BESTEIROL
Na coletiva de sexta (25), o ministro da Ciência e Tecnologia tinha uma plaquinha à frente com a identificação "Astronauta Marcos Pontes". Disse que isso dá "prestígio e importância" ao cargo e ao governo. É como uma ex-miss pretender ser tratada assim quando virar ministra.

DETALHE DE COMUNICAÇÃO
Jair Bolsonaro fez questão de conceder entrevista a uma emissora local em Brumadinho, enquanto seu porta-voz, Rêgo Barros, fazia um pronunciamento à imprensa nacional após o rompimento.

SEU BOLSO MAIS VAZIO
Os brasileiros não perceberam, mas já pagaram R$11 bilhões em salários só para os servidores da ativa no Executivo. O valor não inclui os aposentados, pensionistas ou servidores do Legislativo e Judiciário.

DISPOSIÇÃO
O ministro Sergio Moro (Justiça) chegou da viagem a Davos às 4h30 da madrugada e, como o presidente Jair Bolsonaro, manteve a agenda prevista para todo o dia.

RAPIDEZ VITAL
Diferentemente da barragem de Fundão, e por causa dela, a resposta mais ágil dos governos federal e estadual diante da tragédia em Brumadinho foi fundamental para conter estragos e salvar vidas.

RECUPERAÇÃO NOS TRILHOS
O anuário do setor ferroviário trouxe mais uma boa notícia sobre 2018. As 569 milhões de toneladas de cargas transportadas em trilhos de 12 concessionárias avaliadas foi o melhor desempenho desde 2006.

NÃO ESTÃO NEM AÍ
Brumadinho foi inundada pela lama, dezenas de mortos, mas nas redes sociais petistas e psolistas só têm olhos para Jean Wyllys.
Herculano
27/01/2019 10:29
REPETIÇÃO DE TRAGÉDIAS MOSTRA QUE BRASIL TEM INDÚSTRIA DO PERDÃO, por Bruno Bohossian, no jornal Folha de S. Paulo

Fiscalizações e multas não existem por capricho ou por desejo autoritário dos governantes

Empresários gostam de se queixar de abusos em fiscalizações e punições aplicadas por órgãos oficiais. Para eles, existe uma "indústria da multa" no Brasil que prejudica os negócios. Catástrofes como o rompimento da barragem de Brumadinho sugerem que o país tem, na verdade, uma indústria do perdão.

A repetição de tragédias é um indício de que alguns setores se acostumaram com a boa vontade dos governantes. Companhias continuam rodando com operações inseguras, enquanto o Estado se contenta em fazer inspeções para inglês ver.

A supervisão de determinadas atividades privadas existe não por mero capricho ou por um desejo autoritário dos governantes. Na essência, esse controle é necessário porque contribui para reduzir riscos e prevenir danos graves ou irreparáveis.

As vidas dos funcionários da Vale se perderam para sempre em Brumadinho. Danos ambientais como os observados em Mariana em 2015 não serão recuperados nesta geração.

Jair Bolsonaro disse que seu governo não tem "nada a ver" com a tragédia. A rigor, ele tem razão. Havia muito pouco a fazer em apenas 25 dias de mandato. O episódio, no entanto, deveria acordar o presidente e seus ministros que sonham em afrouxar algumas regras de controle sobre o empresariado.

Os trabalhadores soterrados em Minas e a poluição do rio Doce explicam por que uma fiscalização severa não é só uma bandeira dos "ongueiros" - como o lobby antiambientalista costuma chamar seus rivais.

A redução da burocracia e do controle estatal pode ser muito boa para quem já segue as normas e trabalha com segurança, mas também acaba livrando a cara dos culpados.

Ninguém foi punido até agora pela tragédia de 2015, segundo os procuradores do caso. A Vale era sócia da mineradora que operava aquela barragem. Dois anos depois, um novo presidente assumiu a empresa com o lema "Mariana nunca mais". Agora, precisou reconhecer: "Como vou dizer que a gente aprendeu se acaba de acontecer um acidente desses?".
Herculano
27/01/2019 10:25
O CAMINHO DO DINHEIRO, por Carlos Brickmann

Deep Throat, o Garganta Profunda, deu aos repórteres do Washington Post a informação que lhes permitiu investigar o escândalo de Watergate: "Sigam o caminho do dinheiro". Eles seguiram e demoliram um presidente.

Boa parte de aliados importantes e de membros do Governo Bolsonaro se dedicou, até agora, a tentar desmoralizá-lo. A ministra Damares talvez seja a campeã, não só pelo que disse como ministra mas pelo que dizia nos tempos em que nem pensava nisso. Pois não é que descobriram um vídeo de 2013 em que dizia a seus fiéis que na Holanda os pais eram instruídos a masturbar bebês a partir de sete meses, para que crescessem sexualmente saudáveis, tanto meninos quanto meninas? Maluquice total - e ela o disse.

E, claro, há Flávio, o filho que era deputado e se elegeu senador. Um de seus assessores precisou explicar problemas com a movimentação da conta bancária e Flávio, cuja ligação com o assessor oficialmente era apenas a de patrão e empregado, talvez amigo, foi ao Supremo pedir que a averiguação fosse suspensa, já que ele, como senador eleito, teria foro privilegiado. Em resumo, chamou a si uma questão que não era dele. Há mais, muito mais.

Muitos dos aliados de Bolsonaro seriam grandes poetas, se calados. Mas falam. A sorte do presidente é que também no Brasil o Garganta Profunda tem razão: siga o caminho do dinheiro. Se a economia for bem, os bolsonaristas falastrões nem serão lembrados. Terá sido um bom Governo.

O TEMPO DO JOGO

Outro problema do Governo é que algumas autoridades não só falam, mas também agem. O número de funcionários autorizados a determinar o sigilo de documentos subiu para perto de 1.300. Pode até estar certo, apesar de o Governo defender a transparência. Estuda-se a eliminação do valor de pagamentos que devem ser obrigatoriamente enviados ao Coaf e o fim do monitoramento especial de parentes de políticos. Pode estar certo, também: imagine-se o número de comunicações ao Coaf e o custo de processá-las.

Mas todas as medidas bem na hora em que o filho do presidente está com problemas nessas áreas, e em que seria ótimo poder tornar secreto um documento? Que é que querem que o cidadão pense a esse respeito?

A OPOSIÇÃO, EM COMPENSAÇÃO

Gleisi Hoffman, presidente nacional do PT, vai à posse de Maduro para prestigiá-lo, num momento em que não há dúvidas de que a democracia foi varrida da Venezuela. Fernando Haddad, candidato petista derrotado, agora se dedica a brincar de oposição com Twitter, desafiando Bolsonaro - como se ainda estivesse disputando eleição. Palocci conta tudo e não se encontra ninguém do partido para desmentir suas denúncias. O PT parece engessado. Para um Governo que quando se mexe erra, é a oposição mais adequada.

O GRANDE DIA...

O deputado federal Jean Wyllys, do PSOL, há longo tempo desafeto de Bolsonaro, antes mesmo de iniciar um novo mandato, renunciou a ele, e não pretende ficar no Brasil. Bolsonaro, retornando de Davos, pôs no Twitter a frase "Grande Dia!" Acharam que comemorava a saída de Wyllys.

Mas não era: Bolsonaro comemorava algumas boas notícias de Davos.

...Economia...

Jantou com empresários de ponta, com dinheiro para investir, e ocupantes de altos cargos. A lista: Tim Cooke, da Apple, Satye Nadela, da Microsoft, a família real da Bélgica (sem poder efetivo), a rainha Rania, da Jordânia (esposa do rei que concentra todo o poder), o presidente da Suíça, Alain Bersel (sem poder efetivo), a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinta Ardern, e o presidente do Foro de Davos, Klaus Schwab.

...Meio Ambiente

Al Gore, Prêmio Nobel da Paz pelo trabalho em defesa da Ecologia, vice de Bill Clinton, elogiou publicamente a política de reflorestamento anunciada por Bolsonaro. O endosso de Gore é o mais importante da área.

SILÊNCIO FORA DE HORA

E no caso Wyllys faltou a Bolsonaro sensibilidade para perceber seu papel como presidente. Ao saber da renúncia de Jean Wyllys, que se disse ameaçado de morte, teria que dar garantia de vida ao deputado eleito, de quem foi adversário, mas do qual é presidente. Silenciou na hora errada.

O MOTIVO DA FUG

Jean Wyllys disse que deixava o país devido às ameaças de morte. Mas é ameaçado faz tempo: por que sai só agora? Há três anos, disse a desembargadora Marília Castro Alves: "Sou a favor de um 'paredão' profilático para determinados entes... O Jean Wyllys, por exemplo, embora não valha a bala que o mate e o pano que limpe a lambança, não escaparia do paredão..."

Adversários espalham que Wyllys teria motivos outros para sair do país, relativos a uma investigação que envolve seu partido, o PSOL, ao qual foi filiado o responsável pela facada em Bolsonaro, Adélio Bispo.
Herculano
27/01/2019 10:14
AS BOAS INTENÇõES, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Restrição ao encaminhamento de mensagens do WhatsApp é bem-vinda, mas a empresa poderia fazer muito mais

O WhatsApp anunciou nesta semana uma mudança significativa no funcionamento de seu popular aplicativo de mensagens, restringindo a capacidade de usá-lo para disseminar textos, arquivos de áudio, fotos e vídeos.

O número de vezes que alguém pode reenviar a mesma mensagem foi reduzido de 20 para 5. Até recentemente, não havia nenhum limite, o que permitia que muitos se comunicassem simultaneamente com milhares de pessoas.

A nova regra integra a lista de esforços que a empresa tem feito, timidamente, com o objetivo de conter a divulgação de mentiras e campanhas de desinformação como as que tumultuaram as eleições brasileiras no ano passado.

Na Índia, o mau uso do serviço teve consequências trágicas. Boatos sobre raptos de crianças provocaram uma onda de linchamentos, levando o WhatsApp a adotar em caráter experimental as restrições que agora valem no mundo inteiro.

É bem-vinda a atitude, mas a empresa poderia fazer muito mais para combater o uso mal-intencionado de sua tecnologia. Algumas facilidades oferecidas a seus usuários permitem a difusão de informação em massa mesmo com os novos limites postos em prática.

Um grupo de WhatsApp pode ter 256 participantes, e listas de transmissão permitem que uma mesma mensagem seja enviada de forma simultânea a 256 contatos na primeira vez. Isso aumenta de forma exponencial o alcance de ações maliciosas como as que se multiplicaram no pleito brasileiro.

Com 1,5 bilhão de usuários no mundo, dos quais 120 milhões no Brasil, o WhatsApp ganhou confiança ao garantir a privacidade de suas comunicações com um sofisticado sistema de criptografia. A empresa teme que mudanças drásticas possam arranhar sua imagem e reduzir seu apelo comercial para o Facebook, dono do aplicativo.

Estudos acadêmicos sugerem que a maioria dos grupos do WhatsApp reúne menos de dez pessoas, em geral amigos e familiares. Essa característica ajudou a tornar a ferramenta útil para difundir desinformação, porque a confiança entre seus membros é muito grande.

Mas isso também indica que há espaço para limites mais rigorosos do que os adotados pela empresa. Se o tamanho dos grupos fosse reduzido à metade, aqueles dedicados a fomentar conspirações e notícias falsas estariam entre os mais afetados. A maioria dos usuários talvez não sentisse sua falta.
Herculano
26/01/2019 10:49
O QUE ADIANTOU A VANTAGEM QUANDO OS PREJUÍZOS FINANCEIROS E IMAGEM DESSA VANTAGEM SÃO INFINITAMENTE SUPERIORES

As ações da Vale cairam assustadoramente na Bolsa de Valores de Nova Iorque, no Estados Unidos, na sexta-feira em decorrência do acidente e não se sabendo ainda das proporções que se tem claro neste sábado. A Bolsa de São Paulo que não funcionou na sexta-feira, por ser feriado local, despencará absurdamente nesta segunda-feira. O valor da empresa diminuirá aos olhos do mercado, porque não é o primeiro acidente deste tipo onde ela está associada (Mariana) e há ela possui muitas barragens, que passam a contar como risco, mesmo ele não sendo potencialmente alto.

Olhem os primeiros números dos prejuízos de uma vantagem indevida, ou mal calculada, ou mal vigiada: justiça bloqueia R$ 1 bilhão da Vale após tragédia em Brumadinho.Decisão determina ainda que a mineradora apresente relatório de amparo às vítimas.

Este é o primeiro bilhão das contas. Virão outros além da perda de valor do mercado que são outros bilhões, além da confiança dos investidores para comprarem duas ações. retaliação por obrigação de clientes...

Se ela pediu essa vantagem aos órgãos reguladores e fiscalizadores, ela tomou milhares de vezes essa vantagem contra si mesma. Não mediu o risco.

Se os órgãos reguladores e fiscalizadores foram impróprios, e a empresa se sentiu protegida legalmente, ela está exposta e arruinada. É da mesma forma culpada.

Se, de boa-fé se sentiu cumpridora de todas as exigências, terá que buscar e apontar os responsáveis primários, que são os órgãos reguladores e fiscalizadores que falharam no processo, bem como trabalhar para o aperfeiçoamento do sistema. Nem mais, nem menos.

Economia, ou diminuição de custos, burra e boba, assumindo riscos, expondo vidas e patrimônios.
Herculano
26/01/2019 10:21
UM DIA DE LUTO

Como trabalhei em empresas que colocavam a vida humana acima de tudo, a qualidade de vida e tinham um custo para isso nos seus produtos e serviços - e outras, em tanto numa concorrência desleal, o que me dá autoridade para perceber a diferença entre as duas atitudes - este sábado será de reflexão. Posto um comentário especial onde mostro que este mundo entre o possível e o que desdenha vidas, infelizmente, não está tão longe de nós. Retorno no domingo, o dia consagrado às orações para a maioria dos cristãos. Acorda, Gaspar!
Herculano
26/01/2019 10:14
A TRÁGICA CONTA DE BRUMADINHO NESTA MANHÃ DE SÁBADO

9 mortos, 189 resgatadas vivas, 265 a 355 desaparecidos. Ninguém assumiu a culpa, incluindo a consultoria alemã e que atestou recentemente a "estabilidade" da barragem.
Herculano
26/01/2019 10:08
GOVERNOS INSISTEM EM AFROUXAR LICENCIAMENTO, A MELHOR VACINA CONTRA DESASTRES AMBIENTAIS por Ana Carolina Amaral, no jornal Folha de S. Paulo

Existe uma vacina contra desastres ambientais e ela está prevista na Constituição. É o licenciamento ambiental. A tragédia de Mariana mostrou ao país para que ele serve: dar segurança à população, ao entorno e também ao empreendedor.

A repetição da tragédia na mesma região, sob responsabilidade da mesma empresa, acende ainda outro alerta: a fiscalização continuou precária. A falta de investimentos e de recursos técnicos para os órgãos ambientais não apontam melhora nesse quadro.

Por outro lado, nos três anos que separam os desastres de Brumadinho e Mariana, o Congresso Nacional tramitou pelo menos quatro propostas de flexibilização do licenciamento ambiental, motivado por lobbies do agronegócio e da indústria.

Uma delas ganhou o apelido de "PEC da Samarco" por ter chegado ao plenário do Senado apenas seis meses após a tragédia de Mariana. Segundo a proposta de emenda à Constituição, a apresentação de um estudo de impacto ambiental já seria suficiente para se autorizar a execução de uma obra ?" independentemente dos resultados do estudo.

Outro projeto de lei, do então senador Romero Jucá (MDB-RR), pedia facilitação do licenciamento de obras consideradas 'estratégicas para o país'. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também elaborou sua proposta para flexibilização do licenciamento, como a Folha revelou na época.

A articulação que mais avançou foi a da Lei Geral de Licenciamento Ambiental (PL 3729/2004). Apelidada de "licenciamento flex", a proposta dispensava o agronegócio do processo e previa o licenciamento automático para obras consideradas de baixo impacto ambiental ?" o que não inclui o setor da mineração. Arquivados no fim da legislatura, os projetos podem ser recuperados para tramitação no Congresso a partir de fevereiro, com a volta do recesso parlamentar.

O entendimento do atual ministro do Meio Ambiente, no entanto, é mais preocupante que a proposta do Congresso. Há duas semanas, ele defendeu em reunião com o Secovi (Sindicato da Habitação) em São Paulo que o licenciamento de obras também poderia ser obtido com uma "autodeclaração". A proposta é de que o próprio empreendedor se declare em conformidade com a lei, sujeitando-se a uma fiscalização posterior.

Ricardo Salles, hoje à frente do Ministério do Meio Ambiente, já havia proposto a autodeclaração como documento equivalente à licença quando foi secretário estadual de meio ambiente em São Paulo. Em outubro de 2016, chegou a encomendar à Cetesb a revisão do decreto que versa sobre o tema e propôs que o próprio empreendedor ateste pela internet, na página da Cetesb, que leu e se comprometeu com os termos. Segundo ele, a autodeclaração conta com "a presunção da boa fé".

A flexibilização do licenciamento gerou críticas de ambientalistas por diminuir as garantias de integridade ambiental e ainda por incentivar uma 'guerra fiscal' entre os governos dos estados, que poderiam disputar a diminuição das exigências estaduais para licenciamento ambiental, a fim de atrair investimentos.

Na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, também chegou a tramitar na última legislatura um projeto de lei de iniciativa popular (PL 3676/2016) estabelecendo regras mais rigorosas para o licenciamento e a fiscalização das barragens. O projeto tem como base a Política Nacional de Segurança de Barragens ?" que existe desde 2010 e merece ser levada a sério pelo governo que garante, lá fora, conciliar meio ambiente e desenvolvimento.

Entender o licenciamento como prevenção de desastres é o primeiro passo para levar a sério o processo, que é de interesse público e também deveria estar entre as preocupações dos que empreendem e investem. Desafiado a dar uma resposta mais firme para Brumadinho do que houve para Mariana, o novo governo deverá compreender que a presunção de boa fé sem a vacina do licenciamento é apenas falta de cautela.

Como funciona o licenciamento ambiental

Falta de recursos em órgãos ambientais ajuda a explicar a demora na concessão da licença e a precariedade da fiscalização.

Passo a passo

1 - Empreendedor apresenta pedido de licença às autoridades.

2 - ?"rgão licenciador define qual estudo de impacto ambiental deve ser apresentado.

3 - Empresa apresenta estudo de impacto ambiental.

4 - Para alguns tipos de obras, deve se realizar audiência pública com população impactada e especialistas.

5 - ?"rgão analisa concessão da licença.

Tipos de licença

Única - para obras de baixo impacto ambiental

Trifásica-?" para obras de alto impacto; consiste em licença prévia, de instalação e de operação.

Depois da licença

Empreendedor - deve apresentar relatórios sobre o cumprimento das condicionantes ambientais da obra.

?"rgão ambiental - deve fiscalizar o cumprimento das condicionantes ambientais.
Herculano
26/01/2019 09:39
O GOVERNO DE JAIR MESSIAS BOLSONARO, PSL, NÃO TEM NADA A VER COMO AS POSSÍVEIS DUAS ABSURDAS, INCONSEQUENTES E CRIMINOSAS CENTENAS DE MORTES EM BRUMADINHO, MAS ESTÁ ADVERTIDO QUE A SUA INTENÇÃO EXPRESSA CLARAMENTE PARA O AFROUXAMENTO DAS LEIS AMBIENTAIS É ALGO QUE TERÁ QUE SER REVISTA

EXISTE SIM, EXCESSOS E BUROCRACIA. E HÁ MAU USO DESSE RIGOR, INCLUSIVE A MERCANTILIZAÇÃO

MAS, ISTO NÃO É DESCULPA PARA PERMITIR A INVASÃO DE ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE, PARA SE CONCEDER LICENÇAS PARA SE CONSTRUIR E MORAR EM ÁREAS DE RISCO, PARA PRESSIONAR TÉCNICOS À DESCLASSIFICAREM OUTRAS DE OLHO EM VOTOS DE GENTE POBRE E VULNERÁVEL COMO SE VÊ EM GASPAR, OU ADVOGAR CERTOS RETROCESSOS EM LICENCIAMENTOS COM A JUSTIFICATIVA DE SE GERAR MAIS EMPREGOS, MESMO SABENDO QUE ELES PODEM SIGNIFICAR MORTES PARA OUTROS, INCLUINDO OS PRóPRIOS TRABALHADORES COMO ACONTECEU EM BRUMADINHO.

MAIS EMPREGOS SIM, MAS NÃO SOB RISCOS. MAIS IMPOSTOS SIM, MAS NÃO COM A MORTE DE GENTE INOCENTE.

TUDO TEM UM LIMITE. É RACIONAL. QUANDO A LEGISLAÇÃO EXPLICITAR CLARAMENTE QUE QUEM CONCEDEU A LICENÇA - INCLUINDO O GOVERNANTE - SERÁ RESPONSABILIZADO CRIMINALMENTE PELOS RESULTADOS DESSA LICENÇA - OU SEJA, IRÁ PARA A CADEIA - AÍ SIM, PODERÁ SE FALAR EM AFROUXAMENTO DA LEI COMO QUEREM OS ATUAIS GOVERNANTES NO PODER.

NO AMBIENTE DE GESTÃO E DE POLÍTICOS IRRESPONSÁVEIS, CHEGA-SE AO CÚMULO DE SE TROCAR O TÉCNICO QUE QUER SE LIVRAR DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA E SEGUIR A LEI, POR OUTRO, QUE ACEITA O JOGO QUE COLOCA EM PERIGO PESSOAS OU DE CARTAS MARCADAS ENTRE OS QUE NEGOCIAM AS FACILIDADES NO PODER DE PLANTÃO. UM CRIME SOB MUITOS DISFARCES

ESTA SEMANA PUBLIQUEI DOIS COMENTÁRIOS. NELES MOSTREI O PREFEITO DE GASPAR, KLEBER EDSON WAN DALL, MDB, FOTOGRAFANDO, FILMANDO PARA APARECER NA SUA REDE SOCIAL E SENDO FOTOGRAFADO POR ASSESSORES DA SUA PROPAGANDA MARQUETEIRA EM OBRAS PÚBLICAS, SEM OS DEVIDOS E OBRIGATóRIOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL MÍNIMOS, EXIGIDOS, NO LOCAL ONDE ESTAVA SE AUTO-PROMOVENDO.

PIOR. ELE COMO CONTRATANTE DIRETO E FISCAL DESSA EXECUÇÃO, ESTAVA ELE DOCUMENTANDO TRABALHADORES DE EMPREITEIRAS SEM ESSES EPIS, EM CONDIÇõES INCOMPREENSIVELMENTE INSEGURAS.

O QUE ACONTECEU?

AO INVÉS DA PREFEITURA DE GASPAR IMEDIATAMENTE EXIGIR DA EMPREITEIRA QUE SE CUMPRISSE O QUE MANDA A LEGISLAÇÃO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR, POIS É SOLIDÁRIA NESTES CASOS, ESCALOU GENTE PARA ESTIMULAR COMENTÁRIOS DEPRECIANDO A OBSERVAÇÃO NECESSÁRIA, RESPONSÁVEL E LóGICA DA COLUNA E CONSEQUENTEMENTE, AVALIZANDO A EXPOSIÇÃO DO TRABALHADOR DE SALÁRIO MÍNIMO, MUITAS VEZES FORASTEIRO, DEPENDENTE DAQUELA CONDIÇÃO SUB-HUMANA, SEM VÍNCULO SOCIAL COM A COMUNIDADE E AGORA, CONTRATADO COMO INTERMITENTE, A ACIDENTES, QUE PODEM CHEGAR ATÉ A SUA MORTE.

É ASSIM QUE FUNCIONAM OS POLÍTICOS. QUANDO TUDO ACONTECE E QUE O ACONTECIMENTO PODE MANCHAR A IMAGEM E SEREM RESPONSABILIZADOS, ALEGAM QUE FOI UMA FATALIDADE, QUEM FOI COISA DIVINA, OU DISTRIBUEM À CULPA ENTRE MUITOS E ATÉ A TRANSFEREM, VEJAM S?", A CALHORDICE, AOS FERIDOS E MORTOS POR NÃO TEREM ELES SE PROTEGIDOS ADEQUADAMENTE.

COMO SE VÊ, EXISTEM MUITOS CULPADOS, INCLUSIVE DA SOCIEDADE QUE SILENCIA E PAGA ESTA DESPESA COM SEUS PESADOS IMPOSTOS, E DE OUTRA, QUE POR PURA DEFESA DO PODER DE PLANTÃO, QUEREM O SILÊNCIO DOS QUE DENUNCIAM AS CONDIÇõES IRREGULARES COMO AS COISAS SÃO FEITAS E COMO ELAS SE ESTABELECEM NO RESULTADO, COMO EM BRUMADINHO. ACORDA, GASPAR!
Herculano
26/01/2019 09:03
PSDB DE JOÃO DORIA ESTÁ MAIS PARA BOLSONARO DO QUE PARA FHC, por Ricardo Kotscho, ex-assessor de imprensa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no jornal Folha de S. Paulo

Significado do 'partido de centro' de Doria ainda é uma incógnita

Em junho de 1988, quando o PSDB foi fundado, João Agripino da Costa Doria Junior era somente um empresário de sucesso que apresentava programas de televisão e promovia encontros entre políticos e homens de negócios. Já havia ocupado alguns cargos públicos, mas não tinha projetos políticos.

O principal nome da social-democracia brasileira era Mário Covas, que seria candidato a presidente da República no ano seguinte, na primeira eleição direta pós-64. Ele era a cara do novo partido surgido de uma dissidência do velho MDB, controlado naquela época por Orestes Quércia em São Paulo.

Com nomes como Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso e José Serra, o PSDB propunha-se a ser um partido de centro-esquerda, dotado de doutrina e programa nos moldes da social-democracia europeia. Chegou ao poder central com FHC, em 1994, nos braços do Plano Real, que debelou a inflação e promoveu a estabilidade econômica por oito anos. Foi o auge do partido.

Depois de cinco derrotas nas eleições presidenciais seguintes, tudo isso agora faz parte da história. Na última, no ano passado, chegou em quarto lugar, com Geraldo Alckmin, e viu sua bancada federal definhar.

Os pais fundadores do partido saem de cena e o PSDB agora tem uma nova cara: a de João Doria, prefeito-relâmpago e atual governador de São Paulo, que na noite da vitória anunciou a chegada do "meu PSDB".

"A partir de agora, o PSDB vai estar sintonizado com a população, e não mais com seu passado. E será um partido de posições centrais, de centro", disse em entrevista à Folha nesta semana, em Davos, na Suíça.

O que isso significa ainda não dá para saber. Mas o discurso de João Doria, desde a campanha, está mais afinado com o projeto político do presidente Jair Bolsonaro do que com o de FHC e Geraldo Alckmin, seu padrinho político, de quem se afastou.

Não por acaso, Doria foi apontado por Bolsonaro e o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, em reunião fechada com 50 investidores, no mesmo fórum, como "o possível presidente da República no futuro".

É cedo ainda, mas o próprio governador já está pensando nisso. Montou seu secretariado com dez ex-integrantes do governo Michel Temer e poucos tucanos. Pragmático e marqueteiro de si mesmo, certo de já ter o controle do partido, Doria escalou Bruno Araújo (PSDB-PE) para ser o novo presidente dos tucanos.

Do PSDB original do velho Mário, um combativo líder de oposição nos tempos da ditadura, só restou o jovem neto Bruno Covas, que Doria deixou em seu lugar na prefeitura paulistana para se eleger governador.
Herculano
25/01/2019 11:07
SEM PENAS

O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) é alvo de prisão preventiva. O contador da ex-primeira dama Fernanda Richa, Dirceu Pupo Ferreira, também é alvo de prisão preventiva. As prisões foram decretadas pelo juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba.
Herculano
25/01/2019 11:05
da série: é tudo igual. Mudam as moscas, a merda muda apenas de cor, pois o fedor continua. Se você leitor e leitora ler o trecho abaixo de Diogo Mainardi, ex-Veja, hoje um dos proprietários e editores de O Antagonista e da revista eletrônica Crusoé, vai perceber a razão pela qual os que estão no poder tem sempre o mesmo discurso contra a imprensa livre, independente e investigativa, a razão pela qual querem-na fraca e como tudo se parece com Gaspar e Ilhota.

Leia e conclua:

Carlos Bolsonaro tem espalhado esgoto nas redes sociais sobre O Antagonista e a Crusoé. Covardemente, ele evita citar nosso nome, mas seus seguidores se encarregam de decifrar suas mensagens. Ele insinua que tentamos ocupar a Secom. É uma mentira asquerosa. Em primeiro lugar, sempre defendemos o fim da publicidade estatal. Em segundo lugar, O Antagonista e a Crusoé recusam propaganda do governo e de empresas públicas, a fim de evitar qualquer contato com esses vagabundos. Em terceiro lugar, eu, Diogo, tacaria fogo na Secom.

Assim como os petistas, Carlos Bolsonaro insiste em negar os fatos. O Antagonista publicou que os generais governistas querem afastá-lo do Palácio do Planalto. Carlos Bolsonaro reagiu dizendo que o plano do site é "criar intriga entre os filhos do presidente e os bons generais..."
Herculano
25/01/2019 10:56
O LEITOR NÃO É IDIOTA

Conteúdo de O Antagonista. O bolsonarismo macaqueia a esgotosfera petista.

O esquema ainda é incipiente, mas parte do mesmo princípio: o de que o leitor é um idiota, incapaz de distinguir jornalismo de propaganda.

A Época se interessou em escarafunchar um site bolsonarista chamado Conexão Política.

Seu editor-chefe, Davy Albuquerque, tem 19 anos, e acabou de passar na faculdade de Direito. Ele é assessor parlamentar do deputado estadual Alexandre Knoploch, amigo de Flávio Bolsonaro. Como diz a reportagem, o editor-chefe do site "é pago para fazer assessoria, não jornalismo". E é pago pelo contribuinte.
Herculano
25/01/2019 10:52
CONTRADITóRIO

Quando anunciou apoio à dissidência venezuelana, o presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL, disse que precisava a ajudá-la na resistência e reconstrução com várias possibilidades, inclusive a econômica, ou seja, mais uma vez, com os nossos pesados impostos e que ele quer diminuir, na promessa de campanha

Mas, no seu twitter, Bolsonaro escreveu horas depois:

Foro de SP consiste no grupo de países e grupos ideologicamente alinhados usando o dinheiro dos cidadãos para a manutenção de seus companheiros no poder em nome do chamam de Pátria Grande Bolivariana. Graças a Deus, a economia e sociedade destes comungados foram deflagrados!

Volto: qual a diferença entre o dinheiro dos cidadãos brasileiros para o Foro São Paulo ou para a resistência venezuelana? Só falta dizer que se a resistência tomar o lugar do ditador Nicolás Maduro, o Brasil vai perdoar a dívida da Venezuela com os empréstimos feitos pelo BNDES nos conchavos do Foro São Paulo. Wake up, Brazil!
Herculano
25/01/2019 10:44
UM BBB

Jean Willys, Psol, sempre gostou de holofotes. O Brasil o conheceu num BBB, e para fazer isso, ele aceitou a Globo, que ele diz ser um lixo e não assisti-la, como a maioria que tem rabo preso com alguma coisa, pois precisam de imprensa fraca, submissa, comprada etc e tal para mandar nela.

Quando quis valer o seu ponto de vista, sem argumentos sólidos ou vendo que suas ideias e imposições não eram prevalentes, preferiu o cuspe.

Esta saída dele, é mais uma promoção para si e uma causa. Ou está de saco cheio do teatro que representa. Nada mais.

Veja o que diz, por exemplo, o vereador paulistano Fernando Holiday, DEM, e que apareceu no mundo da política como um ativista do MBL.

"Eu não gosto muito de ficar levantando certas coisas, mas eu sou gay, negro, parlamentar e estão investigando um atentado contra mim. Não são ameaças virtuais, são reais.

Não estou nas capas dos jornais e nem pretendo sair do país. Pelo contrário, estou mais forte para continuar."
Herculano
25/01/2019 10:35
ALGO MAIS, FLÁVIO BOLSONARO? por Sérgio Pardellas, editorialista da IstoÉ

"A crise viajou". A frase foi cunhada pelo então senador Fernando Henrique Cardoso, durante a Constituinte, na esteira de uma viagem do presidente Sarney ao exterior. No episódio envolvendo as transações financeiras de Flávio Bolsonaro seguido pelas revelações do elo de seu gabinete com milicianos do Rio aconteceu o inverso: o presidente viajou, a crise ficou. A piada em Brasília é que a maioria dos eleitores segue depositando esperanças no governo. Em 48 prestações de R$ 2 mil. A verve humorística do brasileiro é implacável e constitui forte indicativo de que a espada de Dâmocles passou a pender sobre a cabeça do "01" de Bolsonaro.

Para além das movimentações nada ortodoxas nas contas do primogênito do presidente da República, ainda carente de esclarecimentos plausíveis, o que foi revelado até agora sobre os laços do gabinete de Flávio Bolsonaro com as milícias cariocas nada tem de pilhéria. O potencial explosivo é tamanho que seus estilhaços, se não contidos, podem atingir em cheio o Palácio do Planalto. Talvez, por isso, Bolsonaro já tenha lançado o antídoto: "Se ele errou, e isso ficar provado, eu lamento como pai, mas ele vai ter que pagar", asseverou o presidente. Não é preciso esgarçar muito o fio do novelo para enxergar a gravidade do problema. Descobriu-se nesta semana que a mãe e a mulher de Adriano da Nóbrega, miliciano foragido e apontado pela polícia como um dos chefes do "Escritório do Crime", organização suspeita de envolvimento na execução de Marielle Franco, estavam lotadas no escritório do filho de Bolsonaro. Dados do COAF adicionaram ainda mais pimenta ao caldeirão da crise ao revelarem que Raimunda Veras Magalhães, mãe do miliciano, chegou a depositar R$ 4,6 mil na conta de Fabrício Queiroz ?" o mesmo assessor enrolado de Flávio Bolsonaro, cujas contas foram abastecidas com repasses sistemáticos de colegas de gabinete, e que foi responsável pela emissão de cheques no total de R$ 24 mil para a primeira-dama Michele Bolsonaro - montante este fruto, segundo o próprio presidente da República, de um acerto de parte de um empréstimo que o mesmo teria feito a Queiroz sem declarar à Receita.

Quer dizer, se restar comprovado que Fabrício Queiroz operava um esquema ilegal envolvendo milicianos e servidores da Alerj, Flávio Bolsonaro terá ?" no mínimo ?" de assumir o custo político de ter dado guarida a ele. E o mandatário do País será um destinatário confesso de dinheiro proveniente de um operador das milícias. A dúvida é: em que medida Flávio sabia das traficâncias e das relações nada republicanas do ex-assessor?

A barafunda em que se meteu o senador eleito poderia ter sido evitada caso o clã se mirasse no exemplo do ex-ministro da Justiça sueco Thomas Bodström. Quem conta é Claudia Wallin, autora do livro "Suécia, um país sem excelências e mordomias". Em outubro de 2000, tão logo fora anunciado pelo primeiro-ministro Göran Persson para integrar o ministério recém-formado, Bodström, profundo conhecedor do ímpeto investigativo da imprensa local, resolveu se antecipar. Admitiu a jornalistas ter fumado haxixe quando jovem e contratado diaristas "por fora", ou seja, sem pagar imposto. A notícia já se espalhava como rastilho de pólvora quando o telefone tocou. Era o primeiro-ministro: "Algo mais?", questionou, deixando implícito o complemento "de desabonador" na pergunta. O ministro da Justiça entrou em parafuso. Dias antes, ele havia garantido ao superior uma ficha translúcida de tão limpa.

Começava aí o seu calvário particular. O coração do novo integrante do primeiro-escalão sueco parecia trotar descompassado. "A verdade é que eu não tinha mais certeza absoluta de nada", confessou Thomas Bodström em sua biografia. "Todas as noites, eu acordava no meio da madrugada e fitava a janela escura do quarto, enquanto revirava a memória. Aquela briga feia na juventude seria um esqueleto no armário? Será que nos meus tempos de estudante o meu salário como jogador de futebol não era alto demais, para que ao mesmo tempo eu recebesse o subsídio estatal para estudar na universidade?", conjecturou o ex-ministro. Até que, como num átimo de tempo, uma lembrança o fez saltar subitamente da cama.

Antes de seguir carreira como advogado, Bodström havia arriscado a vida nas quatro linhas. Penduradas as chuteiras, recebeu pequenas quantias pelo pagamento da aposentadoria, mas não tinha certeza se havia pago os impostos sobre o benefício. "É isso! A aposentadoria como jogador de futebol !", disse em voz alta a si mesmo. E lá estava o ministro da Justiça da Suécia, às três horas da manhã de uma madrugada fria, de pijamas, a vasculhar gavetas e folhear documentos num esforço de Sísifo para encontrar recibos, um que fosse, capaz de livrá-lo daquele tormento. Para o seu desespero, a faina foi inútil. Acabou tendo que quitar as obrigações pretéritas com o Fisco - cerca de R$ 24 mil. Uma semana depois, o primeiro-ministro o convocou para saber se o assunto ainda estava pendente. "Desde aquele dia, o premier nunca mais tocou no assunto. Mas aquela pergunta "Algo mais?" até hoje me provoca calafrios", admitiu.

Nas "Cartas a um jovem político", FHC lembra que na vida política, ou você tem vocação para servir o público, ou é melhor nem tentar. Porque, sem ela, corre-se o risco de usar a política como escada para conseguir vantagens pessoais. Isso acontece em grande medida - e é o que causa o repúdio tão grande do povo aos políticos. Portanto, diante das tergiversações no esclarecimento das suspeitas sobre suas movimentações financeiras, e em meio ao enredo da proximidade de seu escritório parlamentar com milicianos do Rio, a pergunta formulada pelo primeiro-ministro sueco se ajusta com perfeição ao primeiro filho do presidente da República: algo mais, Flávio Bolsonaro?
Herculano
25/01/2019 10:35
QUEIROZ MERECE A MAIOR CONDECORAÇÃO DA PÁTRIA, por Mário Rosa, no Poder360

Falta de respeito dos bolsominons sumiu

Pessoal parou de falar em 'velha política'

Saíram de cena barracos de WhatsApp

O Brasil tem uma eterna dívida de gratidão com este seu grande concidadão, Fabrício Queiroz. Desde que seu nome surgiu enredado numa estupefaciente teia de depósitos envolvendo a Primeira Família, desapareceram, sumiram, evaporaram, dissiparam-se, extinguiram-se - ao menos temporariamente - a total falta de respeito dos chamados "bolsominions".

Saíram de cena os barracos do WhatsApp do partido eleito pela sombra bolsonarista. Congelaram-se as postagens moralistas e os dedos em riste contra tudo e todos. Nada de lives, tuítes, frases de efeito. Queiroz, nosso muito obrigado!

Graças a você, amigo, reparou que pararam de falar daquela chatice de "velha política"? Eu sei que essa consumição toda - que é passageira - deve estar lhe causando muito desgaste e apreensões. Mas, ao final de tudo, tenha certeza, você merecerá uma condecoração, a mais alta possível, pelo seu inestimável serviço prestado à pátria.

Presidente Bolsonaro, eu suplico: Fabrício Queiroz merece ser condecorado com o Colar da Ordem do Cruzeiro do Sul. Há aí um decreto, editado por algum petista talvez até mesmo infiltrado no regime militar (o chanceler Ernesto está atento) que restringe a concessão da Ordem apenas a dignitários estrangeiros.

Mas o Queiroz merece e, já que estamos estraçalhando o museu do Itamaraty, vamos dar mais essa cajadada. E o Queiroz merece ser condecorado pelos grandes serviços prestados à família Bolsonaro. Repito: Queiroz merece ser condecorado pelos excepcionais serviços prestados à família Bolsonaro. E quero ser bastante justo e claro aqui: refiro-me a tudo que o excepcional Queiroz fez depois - depois e exclusivamente depois- da posse do presidente. Não estou me referindo a quaisquer futricas ou fatos outros, de outros tempos.

Pois graças a Queiroz o presidente, o núcleo de seu governo, o foco de seus apoiadores abandonou a embriaguez da campanha eleitoral e da chegada ao poder, pulou rapidamente de fases e tomou um choque de realidade. Grande Queiroz!

Como é bom ver o 01 e o 02 com alguma dose de...de...digamos...alguma dose de?alguma dose, digamos assim. E isso já é muito, muito bom. E como é bom ver o carnaval da fanfarronice passar (rápido) e desfilar logo o espetáculo que é governar este gigante chamado Brasil.

Queiroz, teu eh nome é baixa a bola, teu nome é segura a onda, teu nome é desce do salto, teu nome é deixa de onda. Por tudo isso, Queiroz, esse seu perrengue (eu sei, ninguém merece), mas esse seu perrengue faz de você um dos grandes heróis da pátria. Agora, poderemos logo nos focar no que realmente importa: reformar o Brasil, mudá-lo para melhor, fazer a vida do povo mais decente.

Queiroz, graças a você uma bobageira será pulada e poderemos, talvez, nos concentrar no essencial. Se tudo isso der certo, terei um grande orgulho de algum dia ver a principal avenida da Barra da Tijuca se chamar "Comendador Queiroz". Nenhuma homenagem será mais merecida.
Herculano
25/01/2019 10:34
UM "INFILTRADO" NA COMITIVA DE BOLSONARO EM DAVOS

Conteúdo de O Antagonista. Reportagem da Veja mostra que Tiago Pereira Gonçalves, assessor de imprensa da comitiva de Jair Bolsonaro em Davos, já trabalhou para o petista Vicente Cândido e fez campanha aberta contra Bolsonaro nas eleições.

Foi Gonçalves que, ontem, alegou que o presidente cancelou uma entrevista coletiva devido ao "comportamento antiprofissional" da imprensa.

Em suas redes sociais, nas quais se assina "Tiago Pegon", o assessor já compartilhou mensagem chamando Bolsonaro de "extrema direita" e o novo governo de "neofascista".

Também escreveu que apenas a "escória" apoiava o atual presidente, atacou Eduardo Bolsonaro e sugeriu a "interdição psíquica" de Janaina Paschoal.

Pelo visto, a "despetização" proposta por Onyx Lorenzoni não está funcionando muito bem.
Herculano
25/01/2019 10:33
SE LIVRANDO DA REALIDADE DE TODOS NóS

De Pedro Menezes, no twitter:

Respeito a decisão de Jean Wyllys, mas é importante ressaltar: ele não é um exilado, não foi perseguido pelo Estado, apenas achou que viveria melhor longe desse país que é violento, escroto e democrático. Está mais para José Padilha na Califórnia do que pra Caetano em Londres.
Herculano
25/01/2019 10:33
A OIT, O FUTURO DO TRABALHO E APRENDER A APRENDER, por Cláudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial, no jornal Folha de S. Paulo.

Relatório clama por uma agenda econômica centrada em seres humanos

Foi lançado nesta semana, em meio às celebrações do centenário da OIT, o relatório da comissão global sobre o futuro do trabalho, que tive a honra de integrar.

Acontecendo ao mesmo tempo e no mesmo país em que o Fórum Econômico Mundial, o evento pode não ter recebido grande atenção da imprensa brasileira. Mas o que o texto revela é, em tempos de populismo, uma visão centrada em políticas públicas para enfrentar desafios que o século trouxe para a humanidade.

Frente à chamada revolução industrial 4.0, ao envelhecimento da população e à mudança climática, a resposta aparece na forma de programas para evitar o crescimento da desigualdade e melhorar a preparação das gerações futuras e o conceito de uma sociedade ativa ao longo da vida.

É importante lembrar que, segundo pesquisadores, haverá em poucos anos a extinção de profissões e de tarefas dentro de várias ocupações, diante da automação e da robotização aceleradas. Outras serão criadas, demandando, porém, competências distintas das que estavam em alta até pouco tempo.

O cenário exige grande investimento nas pessoas. Por isso, o relatório clama por uma agenda econômica centrada em seres humanos, especialmente uma ampliação em suas capacidades.

Isso envolve trabalhar com o conceito de aprendizagem ao longo da vida, ou seja, desde a primeira infância, para desenvolver competências basilares e promover autonomia para que todos possam aprender a aprender.

Afinal, numa vida em que tarefas vão sendo extintas e assumidas por máquinas, teremos que nos reinventar continuamente, passando a desempenhar atividades que demandam, entre outras, capacidade de resolução criativa e colaborativa de problemas complexos, reflexão crítica e maior profundidade de análise.

Teremos também que contar com agências de aconselhamento profissional e com um ecossistema educacional que inclua modalidades ágeis de cursos para capacitação, recapacitação e requalificação.

A certificação de conhecimentos previamente adquiridos ganha força e sentido de urgência, além de um investimento maior em escolas técnicas e profissionais que fomentem não só a aquisição das competências necessárias para uma profissão específica mas também para obter outra rapidamente, se necessário.

No caso brasileiro, em que tão poucos buscam esse caminho, acerta o Itaú-BBA quando preconiza um ensino médio técnico que dialogue mais com a universidade, mediante reconhecimento de créditos adquiridos, e com o mundo do trabalho, num processo que incorpore uma abordagem de aprendizagem ao longo da vida.
Herculano
25/01/2019 10:32
da série: quando a Assembleia - a cova rasa dos governadores bem intencionados, ou arrogantes, ou políticos inexperientes - começar a funcionar, o governador catarinense vai testar a sua tese dos 71% dos votos recebidos. Se falhar na segurança, saúde e empregos tudo derrete mais cedo

MOISÉS QUER USAR OS 71% DE VOTOS COMO ESCUDO DE GOVERNABILIDADE,por Upiara Boschi, no Diário Catarinense, da NSC Florianópolis

Prestes a completar um mês de governo, vai ficando claro que o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) mantém um número permanentemente na cabeça: 2.644.179. Esse é o histórico número de votos que recebeu dos catarinenses no segundo turno das eleições de outubro do ano passado, equivalentes a impressionantes 71% dos votos válidos. É seu grande escudo às pressões políticas e partidárias que enfrentará com mais força a partir de fevereiro, com o fim do recesso parlamentar.

Nesta semana, em entrevista à Folha de S. Paulo, o governador catarinense se referiu pelo menos quatro vezes aos 71%, sempre nesse contexto. Reproduzo uma frase de Moisés ao jornal paulistano que resume essa ideia:

- Eu costumo dizer que tenho 71% de gordura para queimar. E eu estou disposto a queimar toda essa gordura para entregar meus objetivos.

Entre os objetivos citados por Moisés, a redução de 922 cargos de confiança e redução de R$ 750 milhões em isenções fiscais. Medidas que sofrerão reações inevitáveis. O governador não tem experiência política anterior e conta com um partido ainda em formação, apesar de ter elegido seis deputados estaduais e quatro federais.

Seu escudo é mesmo a força do respaldo da maioria absoluta da população catarinense. Está certo em utilizar esse capital para governar - pelo menos enquanto não consegue formar uma maioria parlamentar. Estará mais certo ainda se souber conciliar ambos os elementos.

Na conversa com a Folha de S. Paulo, Moisés colocou panos quentes no princípio de crise interna do PSL nas primeiras semanas de janeiro e nas exonerações dos nomes indicados para o governo que tiveram as posições ideológicas torpedeadas pela ala mais extrema dos pesselistas eleitos.

Sobre a disputa no PSL entre a maioria da bancada federal e o presidente estadual Lucas Esmeraldino, disse que ela poderia ter sido resolvida internamente, que faltou diálogo. Creditou à falta de experiência, mas minimizou efeitos.

A desistência de contar com Tiago Davi na Santur e Edenice Fraga na Coordenadoria de Igualdade Racial - criticados por posições anti-Bolsonaro durante a campanha eleitoral -, Moisés definiu como situações que escaparam "do nosso crivo" durante o processo de seleção dos candidatos a integrar o governo.

Novamente usou os 71% como escudo.

- Isso é até um ato de justiça. 71% da população diz: eu não vou votar na esquerda. No mínimo, se não tiver filiação partidária, que tenha os ideais alinhados com o que a gente acredita.

Na entrevista, Moisés diz textualmente não ser uma pessoa de extrema-direita. Justificou de forma técnica o veto ao projeto que permitia o uso do nome social e3 transexuais e travestis em serviços do governo do Estado e admitiu que poderia fazer um decreto regulamentando a medida - o que fez esta semana.

O governador parece não gostar da palavra política, mas tem revelado habilidade nesta seara. Apesar das baixas de Davi e Edenice, conseguiu blindar o governo da briga interna do PSL e vem tocando com tranquilidade esses primeiros dias. Vai terminando janeiro com a gordura quase intacta.
Herculano
25/01/2019 10:30
E AGORA?

De Alexandre Garcia, no twitter:

Maduro deu 72 horas para USA se retirar. E se não? A Embaixada é território americano. Vai atacar os fuzileiros? Caracas seria Saigon? Vai invadir, mostrando força? Ou recuar mostrando fraqueza? Ao dar ultimato, Maduro cruzou o Rubicom; agora vai ter que provar que é César.
Herculano
25/01/2019 10:29
PELO FIM DA AGONIA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Ditadura chavista sofre abalo com apoio a opositor que se declarou presidente

Quando o carcomido regime chavista chegar ao fim, os venezuelanos se lembrarão de 23 de janeiro de 2019 como um ponto de inflexão no processo de restabelecimento da ordem democrática.

A multidão que protestou nas ruas de Caracas promoveu o que até agora é o maior gesto de contestação ao ditador Nicolás Maduro. Diante dos manifestantes, o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, declarou-se no comando interino do país e incumbido de conduzir um governo transitório até que se realizem novas eleições.

Na sua visão, partilhada por diversos países, Maduro não tem legitimidade para ocupar a Presidência, pois seu novo mandato foi conquistado num pleito repleto de fraudes e restrições à oposição.

Não surpreende, assim, que a autoridade de Guaidó logo tenha sido reconhecida pelos países mais relevantes da região, entre eles Estados Unidos e Brasil. Tal apoio reflete um movimento de pressão internacional, em curso há meses e intensificado após o último dia 10, quando o ditador ordenou o teatro da posse para seu novo sexênio.

A entrada em cena desses atores globais insufla os ânimos de quem torce pelo fim do descalabro na Venezuela, e não restam dúvidas de que o país sairá da ruína social e econômica em que se encontra somente quando se vir livre do jugo deletério do chavismo.

O imbróglio, contudo, não se resolverá apenas com isso. No plano doméstico, Guaidó não dispõe dos elementos necessários para governar de fato. Maduro ainda conta com a lealdade do Judiciário e da cúpula das Forças Armadas, bancada por dinheiro de corrupção.

Além disso, no quadro externo, o ditador ostenta como aliadas a Rússia e a China, que seguramente usariam o poder de veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas para frustrar qualquer resolução pelo uso da força contra Caracas.

Nesse ponto, a propósito, cumpre louvar a rejeição do governo brasileiro à ideia de uma intervenção militar ?"posição reiterada pelo vice-presidente, Hamilton Mourão, ao evocar o princípio da não interferência, que norteia a atuação do Itamaraty.

Por penoso que seja esperar, não há outra via possível senão a solução negociada, o que implica buscar um canal de comunicação com a ditadura. Assim recomendou o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertando para o risco de um conflito caso se mantenha esse impasse ?"em termos mais claros, a hipótese de uma guerra civil.

O endosso a Guaidó deveria ser entendido, pois, como um recurso para impelir Maduro a se comprometer com uma transição pacífica.

Ao autoproclamado presidente cabe aproveitar o capital político que tem recebido para unificar a oposição e manter o nível de mobilização popular.

O regime se sabe insustentável, mas é fundamental que seu ocaso transcorra sem aprofundar ainda mais a agonia venezuelana.
Herculano
25/01/2019 10:29
VENEZUELA: DEFESA TEM PLANO PARA RESGATAR BRASILEIROS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta sexta-feira.

Possível conflito e até "banho de sangue" na Venezuela, segundo advertiu nesta quinta (24) o governo russo, ligou o alerta no governo do Brasil. A preocupação é com os cerca de 12.800 brasileiros que vivem naquele país. Por isso, há especialistas no Ministério da Defesa que cuidam de planos de contingência a serem deflagrados na eventual necessidade de resgatar esses brasileiros. Mas o governo avalia que, até aqui, nada indica que haverá demanda maciça por evacuação.

OPÇÃO DE VIDA
"O governo está preparado", diz fonte do Planalto, para quem grande parte da presença brasileira decorre de relações matrimoniais.

A PARTIR DA MEMóRIA
Esse trabalho do Ministério da Defesa não é refeito "do zero", a cada crise. A pasta dispõe de memória institucional de como proceder.

HÁ PROTOCOLOS
A Defesa fixa protocolos que dividem a população a ser beneficiada segundo critérios de prioridade (mulheres, crianças etc).

RETALIAÇÃO POSSÍVEL
Se a ditadura manda sua polícia até executar venezuelanos, pode se voltar contra brasileiros para retaliar a posição do Brasil contra ele.

AL GORE ELOGIA POLÍTICA AMBIENTAL DE BOLSONARO
Ex-vice-presidente dos Estados Unidos, um dos maiores ativistas ambientais e ganhador do Prêmio Nobel, Al Gore elogiou a política de reflorestamento anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro no almoço nesta quinta (24) em Davos, com líderes mundiais. Gore é uma espécie de ultra-ambientalista moderno, responsável pelo filme "Uma Verdade Inconveniente", que venceu Oscar de Melhor Documentário, em 2007.

CRÈME DE LA CRÈME
Al Gore foi convidado a falar, durante o almoço, aos chefes de Estado e de governo, CEOs e representantes de organismos internacionais.

REFERÊNCIA
"Verdade Inconveniente" foi o primeiro grande filme que tratou dos perigos da mudança climática. Virou referência para ambientalistas.

DEFERÊNCIA
Ao encerrar seus elogios para o presidente brasileiro e a política ambiental, o americano Al Gore encerrou com um "thank you, sir".

OPORTUNISMO RASTAQUERA
Jean Wyllys curtiu privilégios de deputado durante anos: R$210 mil por mês, entre salários e verbas indenizatória e de gabinete, sem contar mordomias. Ficou revoltado com a inexpressiva votação, dizem seus amigos. Mas alega "ameaças" para viver no "auto-exílio" dourado.

SEM VIÉS IDEOLóGICO
O governo do Distrito Federal vem adotando uma política externa que, de fato, não se submete ao viés ideológico. Nesta quinta (24), fechou promissores acordos de investimentos da China e da Coreia do Sul.

PALMAS PARA ELE
Já sem o peso do cargo nas costas, o ex-presidente Michel Temer começa a saborear reconhecimento. Estes dias, à saída do restaurante Parigi, um dos mais badalados de São Paulo, foi aplaudido.

MELHOR NÃO MEXER NISSO
Após cinco anos recebendo R$30 milhões anuais para dar "assessoria de imprensa internacional" ao governo, a CDN tem sido estimulada por amigos da onça a processar autoridades que citam isso como exemplo de maracutaia nos governo anteriores. Melhor deixar quieto, rapazes.

PSL INCOMODADO
Deputados eleitos do PSL têm ido ao Planalto reclamar que não recebem a "atenção devida". Admitem que só foram eleitos pela ligação a Bolsonaro, mas lembram que são eles os que votam na Câmara.

SEM REEMBOLSO
Na disputa pela presidência da Câmara, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) convidou mais de 40 parlamentares para um almoço ontem. Questionado se pagou do próprio bolso ou se iria pedir ressarcimento pela cota de atividade parlamentar foi direto: "particular, sempre".

AEROTREM EM AÇÃO
Quem vê o aerotrem Levy Fidelix ocupando sala na vice-presidência acha que, agora, é preciso passar por ele para falar com o general Mourão. Só porque o vice é filiado ao PRTB, que lhe pertence.

CRUZADA
Parte da mídia ainda minimiza a participação do Brasil em Davos, mas a Bovespa continuou a subir e já beira os 100 mil pontos, apesar da queda no preço do petróleo e da restrição ao frango brasileiro.

PERGUNTA NA IMIGRAÇÃO
O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) fez ironia sobre ir viver em Cuba porque está pensando em morar na Venezuela? Vai que é tua, Jean!
Herculano
25/01/2019 10:28
da série: vem ai uma guerra de poderosos e onde o governo norte americano, neste caso, é o lobista.

'SE PRECISAR FECHAR, FECHA', DIZ SECRETÁRIO DE GUEDES SOBRE A GM

Declaração de Carlos da Costa sinaliza que governo vai resistir a eventuais pedidos de incentivos

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Raquel. O governo de Jair Bolsonaro (PSL) dá sinais de que pretende resistir a eventuais investidas da General Motors de pleitear incentivos tributários ou qualquer outro tipo de apoio federal para manter operações no Brasil.

Em um encontro reservado com o alto escalão da montadora, Carlos da Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do ministério da Economia, foi assertivo: "se precisar fechar [a fábrica], fecha".

Segundo relatos de pessoas do setor privado, o comentário foi feito durante reunião de pouco mais de meia hora, em 4 de janeiro, entre o secretário e o vice-presidente de Relações Governamentais da GM no Brasil, Marcos Munhoz.

No encontro, Munhoz relatou a Costa que a chefia da montadora nos Estados Unidos considerava as fábricas de São Caetano do Sul (Grande São Paulo) e de São José dos Campos (interior paulista) praticamente "inviáveis" por causa dos altos custos.

O executivo enfatizou, por exemplo, que, enquanto a PLR (participação nos lucros e resultados) chega a R$ 20 mil por funcionário em São Paulo, não passa de R$ 7.000 em Gravataí (RS).

A argumentação, contudo, não parecia sensibilizar o secretário, um dos principais auxiliares do ministro da Economia, Paulo Guedes. Munhoz, então, foi direto: "Corremos o risco de fechar [as fábricas]". O secretário devolveu: "Se precisar fechar, fecha".

A declaração gerou mal-estar entre os presentes na reunião, uma vez que a GM emprega mais de 13 mil pessoas em São Caetano do Sul e em São José dos Campos.

A montadora não chegou a apresentar no encontro nenhum pleito específico ao governo federal. A GM vem ameaçando deixar a América do Sul caso não rentabilize suas fábricas na região, principalmente em São Paulo.

Na semana passada, Carlos Zarlenga, presidente da montadora no Mercosul, enviou um email aos funcionários sobre o assunto. Na mensagem, ele dizia que a GM Brasil teve prejuízo de 2016 a 2018, e que 2019 seria um ano decisivo.

Ele reproduzia ainda declarações da presidente global da companhia, Mary Barra, à imprensa americana, em que ela admitia a possibilidade de sair da América do Sul. Pouco dias depois, a GM apresentou aos sindicatos uma extensa pauta de negociação dos direitos trabalhistas para que possa continuar operando no país.

O secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, também já admitiu que estuda a possibilidade de socorrer a GM antecipando crédito de ICMS.

Já o presidente Jair Bolsonaro, que se elegeu com um discurso de redução de subsídios e abertura do mercado, ainda não se manifestou oficialmente sobre o assunto.

Segundo apurou a reportagem, técnicos do governo federal veem as reclamações da montadora com estranheza, pois, quando a GM enfrentou uma forte crise nos EUA, entre 2008 e 2012, as operações na América do Sul seguraram os resultados.

Quatro dias após o encontro com representantes da GM, Costa disse em uma reunião com diferentes representantes do setor produtivo que havia três temas proibidos no governo: subsídios, proteção e mais gasto público.

Procurado pela Folha, o secretário afirmou em nota que se reúne rotineiramente com representantes do setor privado e que vem afirmando aos empresários que "precisamos tornar o Brasil produtivo e competitivo, retirando os entraves que o impedem de produzir mais e melhor". A GM não comentou.
Herculano
25/01/2019 10:27
LOUCURA I A edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale trás uma capa forte para uma reportagem onde os consumidores de energia elétrica se espantaram as exageradas contas da Celesc que chegaram às suas casas e bolsos por estes dias.

Ele é fruto do calor, do uso cada vez maior e prolongado dos aparelhos de ar condicionado, de aparelhos baratos e que tem alto consumo e principalmente da nossa inércia em olhar bem a conta de luz, e ver o que pagamos não é o consumo de energia, mas impostos, impostos, impostos.

Estávamos acostumados a pagar tudo isso, mas como todos os meses eles chegavam com números parecidos, ficamos preguiçosos, aceitamos e nos acostumamos.

E por que pagamos pesados impostos? Para sustentar um governo falido, cheio de privilégios e que se quer perpetuar, aposentando gente aos 45 anos com salário integral e que vai de R$10 mil a mais de R$100 mil por mês, enquanto que 65% dos brasileiros - uma esmagadora maioria e que sustenta uma minoria - se aposentam em média aos 66 anos com apenas um salário mínimo. Porque sustentamos farras do dinheiro com estruturas caras de deputados federais, senadores, deputados estaduais e vereadores eleitos, vejam só, para nos defender dessa incúria, mas que eles próprios quando no mandato, nadam em sacanagens, chantagens e criam privilégios para si e os seus, usando o nosso nome.

A nota abaixo, pode explicar quase tudo da indignação de muitos consumidores e leitores, mas no fundo somos todos culpados. Se o atual Congresso e Assembleia não mudarem a postura, tudo ainda vai piorar para os nossos bolsos para saciar as irresponsabilidades dos políticos e gestores públicos e que só estão lá, por nossa (ir)responsabilidade.

LOUCURA II, por Cacau Menezes, no Diário Catarinense, da NSC Florianópolis.

Contas de luz da Celesc que mais do que se quadruplicaram neste mês da janeiro: nas redes sociais surgem os exemplos de um desses consumidores. Mas são milhares. Sua conta de luz chegou no valor de R$ 203,57.

Ele discriminou a fatura. Energia comprada pra consumo: R$ 49,47. Agora vamos para as taxas. Serviço de distribuição. Distribuição? R$ 47,70. Serviço de transmissão: R$ 8,53. Encargos setoriais. Setoriais? R$ 8,88. Impostos diretos e encargos. Diretos e encargos? O que é isso? ICMS? R$ 60,54.

Para as perdas de energia: R$ 11,56. Somando tudo, pagamos muito mais de taxas e impostos do que a luz que consumimos. Vai pagar R$ 203,57 por usar apenas R$ 49,47 de energia. É isso? Ainda paga R$ 2,45 de bandeira amarela, mais R$ 6,03 da bandeira vermelha e mais R$ 15,89 de iluminação pública!
Herculano
25/01/2019 10:25
FLÁVIO BOLSONARO TEM DE RENUNCIAR PARA TENTAR PRESERVAR O PRESIDENTE, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

O presidente da República levou o problema para dentro do Palácio do Planalto

O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) deveria renunciar antes de tomar posse. É o que pode fazer de melhor em favor do presidente Jair Bolsonaro. Infelizmente para o clã, o passado insiste em sair dos porões e do armário.

E começa a ficar claro que os Varões de Plutarco são uma criação de profissionais das fake news. Até esta quarta (23), havia um fio de esperança na cúpula militar do governo de que o pai tentaria se manter a uma distância prudente do tsunami de evidências que colhe o filho. Não mais.

Em entrevista à TV Record, o presidente da República levou o problema para dentro do Palácio do Planalto. Afirmou: "Nós não estamos acima da lei. Pelo contrário, estamos abaixo da lei. Agora, que se cumpra a lei: não façam de maneira diferente para conosco. Não é justo atingir um garoto, fazer o que estão fazendo com ele, para tentar me atingir."

Por que "nós"? Ele não está sob investigação. Ao fazer essa escolha gramatical, está alertando as autoridades de que também está no rolo. Trata-se de truculência. É um modo de intimidar o Ministério Público do Rio.

Flávio vai fazer 38 anos no dia 30 de abril. O pai o chama de "garoto". Jair empregou a mesma palavra quando o já deputado federal Eduardo Bolsonaro, com 34, afirmou que bastavam um soldado e um cabo para fechar o Supremo. E o "garotinho" ainda fez questão de acrescentar: "Não é querer desmerecer o soldado e o cabo, não".

Bolsonaro tem como seu ministro da Justiça um homem versado nessas coisas de investigação. Se há pessoa que conhece o que é seguir e o que é transgredir a lei, eis Sergio Moro. Mas parece que sua biruta se desorientou.

O Banco Central quer excluir parentes de políticos da lista de monitoramento obrigatório das instituições financeiras e acabar com a exigência de que todas as transações bancárias acima de R$ 10 mil sejam notificadas ao Coaf. O ministro ainda não sabe se isso é bom ou mau. Os corruptos e lavadores de dinheiro já têm opinião formada. Moro está virando suco com mais rapidez do que os outros.

Esse governo também ampliou brutalmente o número de pessoas que podem impor sigilo a documentos. Ficou mais fácil esconder falcatrua. Quem recorrer com uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) ao STF derruba o decreto ?"parto do pressuposto de que a maioria dos ministros tem vergonha na cara. O princípio constitucional é o da transparência. A opacidade é a exceção. Estamos apenas no 24º dia de governo.

Os Bolsonaros devem fazer figa para que os métodos de investigação do "Flaviogate" não sigam aqueles consagrados justamente por Moro, sob os aplausos do bolsonarismo, e que quebraram as pernas do PT, do PSDB e do MDB: prisão preventiva que se estende para as calendas e oferta generosa de delação premiada.

Vamos ver se o Ministério Público e, a depender do caso, a Polícia Federal, sob o comando do ex-juiz supremo, vão se deixar intimidar. Todos somos contra "viés ideológico", certo?

Flávio tinha um suposto motorista no gabinete, Fabrício Queiroz, que movimentou R$ 7 milhões em três anos; parte desse dinheiro era oriunda de depósitos feitos por servidores do gabinete, logo depois do pagamento de salários efetivado pela Alerj.

Entre esses funcionários, estavam a mãe e a mulher de Adriano Magalhães da Nóbrega, considerado o miliciano mais perigoso do Rio. Em resposta, o senador eleito afirma que foi Fabrício, o motorista que faz papel de mordomo, quem os contratou.

No histórico político do filho Flávio e do pai Jair há a defesa das milícias. Em 2003, o agora presidente elogiou a atuação de um grupo de extermínio na Bahia e até o convidou a atuar no Rio, oferecendo seu apoio.

Quando, em 2011, a juíza Patrícia Acioli foi assassinada por milicianos, com 21 tiros, Flávio escreveu no Twitter: "Que Deus tenha essa juíza, mas a forma absurda e gratuita com q ela humilhava Policiais nas sessões contribuiu p ter mts inimigos". A culpa era da morta.

À época, Flávio era ainda mais garoto: tinha 30 anos. A maioridade penal chega tarde para os rebentos de Bolsonaro. Eles a querem aos 16 anos para os filhos dos "pobres de tão pretos e pretos de tão pobres".

Fazendo de conta que era um menino, lembremos Machado de Assis, que citava o poeta Wordsworth: "O menino é o pai do homem".

E o homem é o pai do "garoto", como resta claro.

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