Há cerca de seis meses, o pequeno Pedro Leonardo dos Santos, hoje com 1 ano e 5 meses, começou a apresentar febre e sintomas de gripe que não sumiam com remédios. Depois de algumas semanas, surgiram as cólicas e a diarreia. O quadro fez a mãe, Cinara Alves, 30 anos, e o médico de Pedro Leonardo procurarem possíveis alergias que estivessem castigando o bebê.
Após algumas tentativas, veio o diagnóstico de alergia à proteína do leite, uma reação anormal do organismo que vê a proteína de laticínios como ameaça e desencadeia efeitos como diarreia e irritações na pele. Cinara precisou cortar todo vestígio de leite da vida de Pedro Leonardo. Sabonetes, hidratantes, produtos de limpeza, sabão em pó e principalmente alimentos com leite na composição foram abolidos. Mamadeira e até utensílios de cozinha precisaram ser trocados por novos e não podem entrar em contato com laticínios. Segundo a mãe, às vezes um simples beijo ou toque de alguém que tenha encostado em algum alimento já provoca bolinhas na pele.
?O cuidado precisa ser constante. O pão francês, por exemplo, não tem leite, mas normalmente é feito no mesmo local em que são feitos pães com leite, então provoca reação do mesmo jeito. É difícil também porque os rótulos dos produtos nem sempre são precisos. Passei a adequar minha rotina e fazer pães, docinhos e bolachas em casa?, conta Cinara. A dieta restritiva iniciada há duas semanas deve durar cerca de seis meses, mas depois Pedro Leonardo poderá voltar a ter contato com alimentos com leite aos poucos. ?Como ele é muito pequeno, o médico disse que isso pode ser revertido. Vamos torcer para isso?, destaca a mãe.
Dicas
- O diagnóstico da alergia é feito por médicos. Se a criança ainda estiver em fase de amamentação, a mãe deve fazer a dieta restritiva para não contaminar a criança. Se a criança já tiver deixado o leite materno, a principal opção é o leite hidrolizado, que traz uma proteína que não causa rejeição.
- Quando o rótulo informar que ?pode conter traços de leite?, é porque o produto é feito em locais em que passam itens com leite.
- Hoje os mercados estão se adaptando e já oferecem mais opções à base de soja ou sem leite para crianças especiais.
(Fonte: Daniela Wilke, nutricionista da Secretaria de Saúde de Gaspar)
Edição 1711
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