Há quase um mês, as três clínicas de fisioterapia de Gaspar credenciadas para realizar tratamentos pelo Sistema Único de Saúde, SUS, suspenderam as sessões pela rede pública. O motivo é a defasagem nos valores dos atendimentos, que se baseiam na famigerada tabela SUS e atualmente correspondem a apenas R$ 6,75 por sessão, valor tido pelos estabelecimentos e pelos próprios gestores de saúde como insuficiente para cobrir os custos e operacionalizar os serviços.
O problema, porém, está em como corrigir a situação. A solução mais correta seria a correção dos valores do procedimento. No entanto, isso passa pelo tabu da atualização da tabela de referências do SUS, algo defendido por praticamente toda a área da saúde, mas ainda longe dos planos imediatos do Ministério da Saúde. Com isso, os caminhos para os gestores de saúde ficam mais restritos. Algumas possibilidades seriam oferecer uma contrapartida aos valores pagos pelo governo federal ou encontrar meios para subsidiar custos dos atendimentos de fisioterapia oferecidos pelas clínicas. Essas alternativas estão sendo discutidas por estabelecimentos e Secretaria Municipal de Saúde desde o início de ano, mas ainda não há sequer perspectiva de acordo.
O impasse revela as dificuldades que gestores e profissionais da saúde passam por causa da inércia ou da morosidade na solução de alguns pontos básicos da saúde pública. Sem condições de adequar os valores federais repassados à realidade dos custos para o atendimento, Estado, município e sobretudo profissionais se veem obrigados a encontrar caminhos para driblar problemas históricos para tentar minimizar os prejuízos à parcela mais vulnerável desta situação: os pacientes.
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