O preço do IPTU - Jornal Cruzeiro do Vale

Nem bem o contribuinte se recuperou dos gastos para comemorar o final do ano com a família e as primeiras contas do ano que nasceu já começam a aparecer. Os carnês do IPTU, responsável por tirar o sono quando o assunto é a vida financeira de janeiro, começarão a ser entregues em 21 de janeiro, com um reajuste de 6,95%, que acompanhou um dos diversos índices que medem a inflação nacional.

Na injusta divisão tributária que paira sobre o Brasil, porém, o IPTU é o tributo que permite algum fôlego aos prefeitos para executar os serviços que os moradores precisam, como a manutenção da limpeza urbana, além de aliviar um pouco as contas públicas no início do exercício. Em Gaspar, a previsão é de que a arrecadação beire os R$ 8 milhões, desconsiderando os descontos para pagamento à vista e a inadimplência.

Por mais pesado que seja para o contribuinte, já sobrecarregado com tributos que incidem desde os produtos do supermercado até a declaração de Imposto de Renda, é preciso ter a consciência de que o município precisa da arrecadação deste imposto para equilibrar as contas e viabilizar obras e serviços para a comunidade. Com o tributo em dia, o compromisso que o cidadão precisa assumir passa a ser outro: cobrar a administração pública para que os recursos sejam efetivamente aplicados na qualidade de vida da população.

Em épocas como essa, é inadmissível acompanhar histórias como a que o Cruzeiro do Vale retoma nesta edição, do bairro Poço Grande, onde moradores aguardam pela conclusão de uma tubulação de esgoto há quase cinco anos. A mesma consciência que o contribuinte precisa ter ao manter impostos em dia é necessária a gestores públicos para executarem obras que, em alguns casos, não somam altas cifras. Se houvesse sempre essa contrapartida, a população teria prazer de quitar cada centavo cobrado nos impostos.


Edição 1452