Por Sandro Galarça - Jornal Cruzeiro do Vale

Doar sangue é um ato simples. Incrivelmente, a imensa maioria dos cidadãos brasileiros não é formada por doadores. São pessoas que, por falta de oportunidade, tempo ou incentivo nunca se prontificaram a fazer a coleta de sangue e salvar algumas vidas.

Esta atitude é um gesto nobre e que pode ser o diferencial entre a vida e a morte de um paciente. Se o banco de sangue de um hospital está baixo, as cirurgias ficam mais complicadas, o risco aumenta, não se consegue tranqüilidade para trabalhar. As operações ficam para segundo plano, são transferidas, adiadas e muitas pessoas são prejudicadas. Quando, ao contrário, há boa oferta, o que se vê são boas oportunidades em relação à saúde, melhora no atendimento de cirurgias e o pronto atendimento para transfusões.

O ato de doar sangue não demora mais do que dez minutos e acontece após a consulta com profissionais especializados que vão dizer se você está apto ou não para doar. Ao contrário do que se comenta, quem doa sangue uma vez não é obrigado a doar sempre. Doar sangue não vicia o organismo da pessoa, não engrossa nem afina o sangue.

Além disso, temos que levar em conta que o organismo se adapta muito bem a uma doação, voltando a produzir normalmente e compensando o que foi doado. Uma pessoa adulta possui, em média, cinco litros de sangue e, em cada doação, o máximo de sangue retirado é de 450 ml e no mínimo 300 ml.

Um homem pode doar sangue a cada três meses, não ultrapassando quatro doações num período de 12 meses. E, pra quem ainda tem dúvidas, o sangue não pode ser fabricado, ele só pode ser obtido através de doação. É uma substância nobre que nenhum medicamento é capaz de substituir, o que aumenta a tarefa de um doador.

Em Santa Catarina, o hemocentro faz algumas campanhas anuais para aumentar a colaboração da comunidade. Um ônibus se desloca pelo estado com uma equipe especializada para fazer a coleta e armazenar o produto, quase sempre em falta nos hospitais. Todo sangue doado é separado no hemocentro e enviado aos hospitais que estão com maior carência, de acordo com um cadastro prévio e acompanhamento regular do hemocentro.

No ato da doação, são feitos exames prévios cujos resultados são divulgados posteriormente ao voluntário, o que é mais uma vantagem para quem se dispuser a doar. E, amanhã, qualquer um de nós pode estar na fila por uma transfusão.