Um grave acidente tirou a vida de mais duas pessoas por volta do meio-dia desta segunda-feira, dia 7. O local? A BR-470. Palco de centenas de mortes nos últimos anos, a rodovia voltou a viver um dia de lamentações, inclusive com outra morte provocada por um segundo acidente durante a tarde, na região do Belchior.
É bem verdade que as causas das mortes na guerra do trânsito brasileiro vão muito além das condições das rodovias. Imprudências, falta de fiscalização, condições dos veículos, consumo de álcool, tudo isso contribui para as mais de 40 mil mortes por ano registradas nas ruas e rodovias do país.
No entanto, vivemos uma experiência diferenciada no caso da BR-470. Completamente no limite do tráfego, com motociclistas dividindo espaço com o trânsito pesado de caminhões da rota portuária, a rodovia é o fim da linha para centenas de motoristas que precisam passar pela rodovia. Um dos pontos que traz mais indignação é que, em contraponto à escalada voraz das mortes em acidentes, a sonhada obra de duplicação avança em ritmo mais do que lento, com trabalhos em poucos quilômetros mesmo nove meses depois da assinatura da ordem de serviço.
A cada nova vida que se vai na BR-470 a cobrança por agilidade nas obras de duplicação precisa se intensificar, ganhar corpo, tomar a proporção que a ampliação da rodovia tem na vida de moradores do Vale do Itajaí. Com essa carga e essa responsabilidade sobre os ombros, talvez a burocracia abra uma exceção e dê vez para a velocidade nas obras, que certamente irá ao menos estancar a ferida das mortes e dos ferimentos registrados nessa que é uma das principais rodovias do Estado.
Edição 1577
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