A destruição causada pela enchente no Rio Grande do Sul mobilizou milhares de pessoas. Famílias, empresas, conhecidos e até mesmo desconhecidos se uniram em uma só corrente do bem para arrecadar roupas, alimentos, água, ração aos animais, demais itens de primeira necessidade e até mesmo dinheiro para enviar para quem perdeu tudo. E, de forma paralela, diversas pessoas deixaram o aconchego dos seus lares para ir até o estado vizinho ajudar pessoalmente. Esta é a chamada ‘ajuda humanitária’.
A compaixão pelo próximo levou a Prefeitura de Gaspar a organizar uma grande mobilização para ajudar os gaúchos. Desde o dia 16 de maio, cerca de 50 pessoas levantaram a bandeira da solidariedade de Gaspar. A mesma bandeira que outros estados levantaram e apontaram para o Vale do Itajaí quando nossa região sofreu com uma calamidade como esta.
Tainara Hang, de 31 anos, é professora de educação especial nas escolas Olímpio Moretto e Rudolfo Günther, em Gaspar. Foi através de uma ligação que ela recebeu o convite para ser voluntária e de imediato sua resposta foi ‘sim’. “Estava apreensiva, porque víamos nas mídias a situação e sabíamos que não seria fácil o que iríamos encontrar. Era tudo muito incerto. Mas o que mais me motivou foi saber que estávamos indo com o coração cheio de esperança e afeto. Prontos para dar nosso melhor”.
Ela saiu de Gaspar no dia 16 e retornou no dia 20. “Exerci minha função, que era fazer atividades com crianças, assessorar voluntários sobre a deficiência e necessidades das pessoas. Mas também ajudei a servir café da manhã, almoço, janta, separar roupas...”. Uma das cenas mais marcantes para Tainara foi ajudar a equipe da saúde a dar banho nos abrigados. “Tinha alguns que estavam há 15 dias sem tomar banho. Demos banho de lenço umedecido, porque não tinha água. Era muito frio. No geral, tudo nos emocionou naquele ambiente. Cada acordar era uma nova motivação, um novo aprendizado. No dia da despedida, as famílias nos abraçaram e choraram com sentimento de gratidão. Eu achei que estava indo para ajudar, mas eu que fui ajudada.
A equipe da Educação de Gaspar levou jogos e conseguiu proporcionar momentos de integração com crianças de dois abrigos. “Levamos kits e distribuímos giz de cera, lápis de escrever e jogos. Foram momentos gratificantes e valiosos. As crianças foram as que mais sentiram quando nos despedimos”.
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