A destruição causada pela enchente no Rio Grande do Sul mobilizou milhares de pessoas. Famílias, empresas, conhecidos e até mesmo desconhecidos se uniram em uma só corrente do bem para arrecadar roupas, alimentos, água, ração aos animais, demais itens de primeira necessidade e até mesmo dinheiro para enviar para quem perdeu tudo. E, de forma paralela, diversas pessoas deixaram o aconchego dos seus lares para ir até o estado vizinho ajudar pessoalmente. Esta é a chamada ‘ajuda humanitária’.
A compaixão pelo próximo levou a Prefeitura de Gaspar a organizar uma grande mobilização para ajudar os gaúchos. Desde o dia 16 de maio, cerca de 50 pessoas levantaram a bandeira da solidariedade de Gaspar. A mesma bandeira que outros estados levantaram e apontaram para o Vale do Itajaí quando nossa região sofreu com uma calamidade como esta.
O servidor do Samae de Gaspar, Bruno de Oliveira, de 37 anos, foi para São Leopoldo no dia 16 de maio e retornou para Gaspar na sexta-feira, dia 31. “Gaspar sempre ajuda cidades atingidas e quando a administração me pede ajuda, estou sempre à disposição. Sempre tive esse espírito de ajudar o próximo. E nada melhor do que colocar em prática em uma situação tão delicada como esta”.
Bruno descreve a cena que encontrou como triste. “A água veio do nada e muita gente perdeu tudo o que tinha. Foi uma catástrofe sem precedentes. As pessoas vão levar muito tempo para se recuperar. Para onde quer que a gente olhe, é um cenário de guerra. Mas as pessoas tem garra, um está ajudando o outro como pode”.
O caminhão do Samae está sendo utilizado para levar água potável às pessoas. E em um desses abastecimentos está a cena que mais marcou Bruno. “Um dia, quando chegamos com o caminhão cheio de água potável em um abrigo, veio quase o bairro inteiro ao redor do caminhão para pegar água. Eles levavam baldes, garrafas.. tudo o que podia servir para transportar água. Nosso caminhão tem um sistema que permite encher caixa d´agua e, ao mesmo tempo utilizar uma torneira lateral para abastecer recipientes menores. Me marcou ver que as pessoas não tinham nem o básico”.
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