?Estamos trabalhando para manter o Pronto Atendimento do Hospital aberto?. A afirmação é da diretora administrativa do Hospital de Gaspar, Maria Bernadete Tomazini, que na tarde desta segunda-feira, 13, esteve reunida com o prefeito Pedro Celso Zuchi, com a secretária de Saúde Honorina da Silva, e demais representantes do Poder Público Municipal para definir quais medidas serão tomadas para que o hospital continue oferecendo o serviço de Pronto Atendimento ao Município.
A reunião realizada a portas fechadas definiu uma comissão técnica, que será responsável por avaliar os tipos de serviços que precisam ser oferecidos, custos, quantidades e metas. Esta comissão estará reunida na manhã de hoje, terça-feira, na sede da Secretaria de Saúde e vai trabalhar contra o tempo para que o Hospital consiga montar o Plano Operativo exigido pelo Município para a prestação do serviço de Pronto Atendimento. ?A conversa nesta segunda-feira foi muito proveitosa e amanhã vamos definir o que o Hospital pode oferecer dentro da realidade do valor pago pelo Município?, explica Bernadete.
A secretária de Saúde, Honorina da Silva, revela que o valor que o Município possui para contratar o serviço de Pronto Atendimento é de R$175 mil. ?Queremos que este serviço continue sendo prestado pelo Hospital, mas queremos um serviço de qualidade, com todas as especialidades para atender nossa população?, explica Honorina, que destaca a importância de manter o Pronto Atendimento do Hospital aberto para que a casa de saúde continue ativa.
A principal dificuldade do Hospital é de contratar todos os especialistas necessários para manter o PA aberto. ?Já estamos buscando a contratação de alguns profissionais mas nossa principal dificuldade é com relação à pediatria?, revela Bernadete.
Pagamentos
Além do possível fechamento do PA, até esta semana o Hospital de Gaspar enfrentava outro problema: o atraso no pagamento dos pouco mais de cem funcionários. O repasse de R$500 mil feito pelo Governo do Estado aliviou as contas da casa de saúde, que nesta segunda-feira quitou o pagamento de todos os colaboradores. ?Agora falta apenas o décimo terceiro, mas já estamos indo em busca de mais recursos. Temos outra parcela de R$500 mil prometida pelo Estado?, explica Celso Oliveira, presidente do Conselho Administrativo do Hospital.
Edição 1361
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Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar pode ser fechado
O futuro do Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar será definido na próxima quarta-feira, 15 de fevereiro. Se até esta data a direção do hospital não conseguir contratar os especialistas necessários para compor o Plano Operativo exigido pela Secretaria Municipal de Saúde, o Pronto Atendimento será fechado e a população gasparense ficará sem ter a quem recorrer nos casos de urgência e emergência.
A decisão foi anunciada pela diretora administrativa do hospital, Maria Bernadete Tomazini, e pelo presidente do Conselho Administrativo, Celso de Oliveira, na tarde desta quarta-feira, 8. ?Estamos tentando contratar os profissionais necessários, mas todos pedem preços altos para trabalhar em Gaspar e o valor cobrado por estes especialistas não se adéqua aos R$175 mil que o Município se dispõe a repassar pelo serviço que prestamos?, explica Bernadete.
A lei determina que os serviços de urgência e emergência são responsabilidade do Município. Em Gaspar, a Prefeitura repassa recursos para que o Hospital atenda as demandas, porém, desde janeiro deste ano o hospital não recebeu mais estes recursos e continua atendendo a comunidade.
Os recursos não foram repassados, pois a Secretaria de Saúde exige que o hospital elabore um Plano Operativo, que explicará como e quais serviços serão prestados no PA. ?Mantivemos este atendimento até o momento por consideração à comunidade, mas não temos como assumir estas despesas. Mesmo com o repasse de R$175 mil já vínhamos operando com déficit mensal?, explica Celso de Oliveira.
A superintendente de Saúde, Márcia Cansian, explica que o Município ainda não foi oficialmente informado sobre o possível fechamento do PA e que o assunto será discutido em uma reunião com os gestores do hospital na segunda-feira, 13. ?Caso o hospital deixe de prestar este serviço, vamos encontrar outra alternativa para atender a comunidade?, afirma Márcia.
Mesmo que o Pronto Atendimento venha a ser fechado, Bernadete garante que o Hospital de Gaspar continuará aberto, recebendo a comunidade para procedimentos cirúrgicos e hospitalares.
Repasses vão ajudar a quitar dívida de R$2,5 mi
Na última semana os administradores conseguiram a Certidão Negativa de Débito do hospital, CDB, que permitirá que a casa de saúde receba recursos federais, estaduais e municipais para custear suas despesas. Nos próximos dias o hospital deve receber a primeira parcela de R$500 mil prometida pelo Estado e que ajudará a quitar parte das dívidas, que já chegam a R$2,5 milhões, incluindo o pagamento dos médicos, colaboradores e fornecedores. ?Nossa prioridade será o pagamento dos funcionários, pois são eles que estão garantindo o funcionamento do hospital?, explica Celso Oliveira.
O atraso no pagamento dos colaboradores já foi notificado ao sindicato da categoria, que nesta semana esteve reunido com o funcionários para discutir a possibilidade de fazer uma paralisação. Uma comissão foi formada para definir o assunto. Ao todo, o Hospital de Gaspar possui pouco mais de cem funcionários, destes, apenas 77 estão trabalhando, os demais estão afastados por doença ou auxílio maternidade. Desde que os pagamentos começaram a ser atrasados, 17 pessoas já pediram demissão, as demais estão trabalhando sem receber o salário.
Para reduzir ainda mais as dívidas, os administradores também contam com o repasse de mais uma parcela de R$500 mil do Estado e o repasse dos cerca de R$300 mil excedentes da Câmara de Vereadores em 2011, que voltaram para o Executivo e seriam entregues ao hospital em dezembro, porém não foram devido à falta da CDB. ?Agora que temos a CDB vamos ver se o Executivo repassa este valor destinado pelos vereadores em dezembro?, completa Celso.
Conselho terá novo presidente
Depois de passar seis anos à frente do Conselho Administrativo do Hospital de Gaspar, Celso de Oliveira se prepara para deixar o cargo. A eleição para escolha do novo conselho acontece no próximo dia 31 de março e até o momento tem apenas um nome concorrendo à presidência.
O empresário e presidente da Associação Empresarial, Rogério Alves de Andrade, colocou seu nome a disposição e caso seja aprovado pelos cerca de 40 sócios provedores do hospital, deverá assumir o cargo para os próximos dois anos.
Para Celso de Oliveira, estes seis anos à frente do Conselho foram de muitas experiências. ?Não tenho dúvidas de que todo o conselho contribuiu para uma fase importante na Saúde de Gaspar. assumimos um hospital sucateado, que ninguém queria assumir, e com muitas dívidas. Passamos por um processo de fechamento e reestruturação e hoje temos um hospital referência. Ainda temos que enfrentar as dívidas, mas estamos recuperando isso a cada dia?, avalia o atual gestor.
Edição 1360
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