Depois de perder o filho de apenas sete anos de idade para o câncer, uma jovem mãe levou um choque ao descobrir que precisaria pagar R$7.500,00 por uma cova no Cemitério Municipal de Gaspar.
A mulher ficou abismada com o preço, porém, diante da grande fatalidade, não teve outra escolha, a não ser pagar pelo enterro do filho mais velho, que ao todo teve um custo de R$13 mil. ?Eu não sabia quanto se pagava para enterrar alguém, então nem questionei. Dei três cheques pré-datados e paguei o que me pediram. A única coisa que eu queria naquele momento era dar um enterro decente ao meu filho?, conta a mãe, que preferiu não se identificar.
Assim como esta mãe que perdeu o filho em fevereiro deste ano, centenas de gasparenses vêm pagando valores abusivos nos últimos anos para enterrar seus entes queridos nos cemitérios dos bairros Santa Terezinha e Barracão, que até semana passada eram administrados pela empresa Say Muller, contratada pela Prefeitura Municipal para executar os serviços de zeladoria, limpeza, portaria e sepultamento nos cemitérios municipais.
O serviço deveria ser executado de forma gratuita, pois trata-se de um terreno que pertence à Prefeitura e o fato foi denunciado à Polícia Civil. A empresa acusada está sendo investigada por estelionato e o fato foi divulgado pelo jornal Cruzeiro do Vale na edição da última sexta-feira, 11. A Prefeitura suspendeu o contrato com a empresa prestadora dos serviços.
Arnaldo Muller, proprietário da Say Muller, foi novamente procurado pela equipe de reportagem do Jornal Cruzeiro do Vale, desta vez a equipe conseguiu contato com a secretária da empresa, porém, o proprietário não estava e ficou de retornar a ligação para a equipe de redação. O celular do empresário estava desligado.
Outros casos
Depois que a cobrança indevida foi divulgada pela reportagem do Cruzeiro do Vale, diversas pessoas procuraram a redação para denunciar que haviam pago preços abusivos para sepultar seus familiares. Um morador do bairro Sete de Setembro, que também preferiu não se identificar, revela que pagou R$1.200 pela cova que utilizou para enterrar o sogro, em 2008, e outros R$1.200 para deixar um espaço reservado no cemitério, para necessidades futuras.
O catador de lixo, Antônio Luiz Candido da Silva já havia denunciado o fato em uma carta, publicada no Jornal Cruzeiro do Vale em fevereiro deste ano. O morador do bairro São Pedro teve que pagar para enterrar a esposa e, além de pagar pelo espaço que deveria ser gratuito, conta que ainda foi mal atendido.
Maurício Zabel precisou desembolsar R$1.500 para enterrar sua mãe, que faleceu em 2008. ?O que ouvi era que se não pagasse não poderia sepultar minha mãe. Não sabia que não precisava pagar pelo serviço, então paguei com três cheques. Agora vou atrás dos meus direitos?, garante o gasparense lesado.
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Edição 1388
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