Na casinha azul na rua Antonio Schmitz, Alirio vive com a esposa, Carmelita. Na mesa da cozinha, um café da manhã bem tradicional: pão caseiro com banana frita, tipicamente alemão. Há 70 anos morando no mesmo lugar, ele acompanhou de perto o crescimento e as transformações que aconteceram no distrito Belchior. O que não mudou foi a vista da janela da sala dele. Ao olhar pra fora, é possível ver a casa - intacta - onde passou a infância ao lado dos sete irmãos e dos pais, Antônio e Maria Schmitz.
Casado há 47 anos, Alirio têm três filhos e cinco netos. É aposentado e trabalhou como marceneiro durante 52 anos. Dono de uma voz marcante, ele é conhecido por embalar diversas canções. Durante 35 anos cantou na Igreja Sagrado Coração de Jesus, no Belchior Alto. “Era uma oitava acima, que é uma voz mais alta da música. Era junto com o Jacinto Oeschler e o Daniel Haendchen. Minha vida era assim: dia de semana marcenaria e fim de semana cantar”, lembra.
Além disso, ele também ministrava os cultos na capela. Fez curso para aprender a dar comunhão e lembra que era preciso saber o nome dos objetos utilizados na celebração, como, por exemplo, o cálice. “Naquele tempo tínhamos missa com o padre duas vezes no mês e aí ajudávamos ele, o restante dos dias eram apenas cultos onde eu e a Muxi fazíamos para a comunidade”.
Depois disso, Alirio cantou também no coral da Igreja Nossa Senhora Aparecida, na Itoupava Norte, em Blumenau, onde permaneceu durante 12 anos. “Às vezes as pessoas me encontram na rua e perguntam: você não é aquele homem que cantava na igreja?”, recorda, rindo.
Descendente de alemães, Alirio carrega a cultura dos clubes de Caça e Tiro no sangue. Há 31 anos ele é o capitão na Sociedade Harmonia. “Um capitão precisa saber organizar, entender como funciona uma sociedade e também tem que ter uma voz alta, pois depois que sai do salão não tem mais microfone, é tudo no gogó. Eu faço porque eu adoro fazer isso. Vou de livre e espontânea vontade”.
Além de participar da sociedade no distrito Belchior, Alirio também integra a Sociedade 25 de Julho, de Blumenau, em que canta desde 2008 no grupo ‘Velhos Camaradas’, conjunto conhecido por cantar na Oktoberfest. Ele também participa do ‘Mannerrhor Liederkrans’, grupo organizado pelos mesmos integrantes dos ‘Velhos Camaradas’, mas que neste, em especial, realizam as apresentações com traje de gala. “Eu sempre digo que os meus hobbies são: cantar, dançar e fazer festa”.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).