Elisabeth Zimmermann é sepultada no cemitério de Gaspar - Jornal Cruzeiro do Vale

Uma triste notícia abalou os familiares de Elisabeth Zimmermann na noite desta sexta-feira, dia 01. Às 21h, dona Lisa, como era conhecida, faleceu em sua residência, vítima de um ataque fulminante. O corpo da senhora de 90 anos foi velado durante toda a manhã e parte da tarde deste sábado, dia 02, na Capela Mortuária Bom Pastor, no bairro Santa Terezinha. O sepultamento aconteceu às 16h, no cemitério de Gaspar. Familiares e amigos foram até o local se despedir da gasparense. A emoção tomou conta de todos. 

História de vida

Desde Julho de 2012, o Cruzeiro do Vale vem relatando a história de diversas pessoas queridas da cidade. Em agosto, a repórter Indianara Schmitt foi até a casa de dona Lisa conversar com a simpática senhora e saber um pouco mais de sua vida. 

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Elisabeth Zimmermann relembra os bons momentos vividos em família

Com o rosário em mãos, sentada no sofá de uma aconchegante sala, Elisabeth Zimmermann, mais conhecida como dona Lisa, conta a história da vida que construiu ao lado do já falecido esposo, Julio Zimmermann. Filha de Valéria e Pedro Schmitt Júnior, sua vida foi dedicada às aulas que ministrava em escolas da cidade e à administração do posto de combustível que fundou com o marido, bem como aos cuidados com a família. Aos 89 anos de idade, a vaidosa senhora tem como maior orgulho a união da família, e afirma que isso é o que a fortalece a cada novo dia de vida.

Por Indianara Schmitt

Unhas pintadas, anéis nos dedos, vestindo uma blusa rosa de oncinha, e com pantufas nos pés. Assim dona Lisa estava na manhã desta segunda-feira, 20, quando recebeu a equipe do Cruzeiro do Vale para uma descontraída conversa na sala de sua casa.

Ao perceber a chegada de nossa equipe, a simpática senhora logo pegou o pente e o espelho que estavam ao seu lado e, sempre vaidosa, usou os objetos para deixá-la ainda mais bonita.

Durante cerca de uma hora, os momentos vividos ao lado do marido Julio Zimmermann e de todos que marcaram sua trajetória foram lembrados facilmente e relatados com muita alegria.

As lembranças de quando era mais nova são contadas como se tivessem acontecido há pouco tempo. Filha dos agricultores Valéria e Pedro Schmitt, Lisa dedicou boa parte da sua vida adulta às aulas que ministrava. As primeiras turmas que tiveram os ensinamentos da professora foram às do Salão São Francisco, que hoje é o Salão Cristo Rei. Posteriormente, as aulas passaram a ser ministradas aos alunos da Escola do bairro Lagoa. Nessa época, como ainda era solteira, o trabalho consumia quase todo o seu tempo, já que as aulas se estendiam do início da manhã até o final da tarde.

Apesar de o trabalho sempre ter ocupado um lugar de destaque em sua vida, dona Lisa nunca deixou de ir às festas da época. E foi em um desses eventos que conheceu o homem que escolheu dividir todos os momentos da vida a dois, Julio Zimmermann. A primeira conversa entre os dois aconteceu na Festa de São Pedro, quando Julio se aproximou e puxou conversa com a então jovem garota.

Daí em diante os encontros passaram a acontecer com mais frequência. Quando o assunto da conversa passa a ser o namoro dos dois, a primeira recordação que vem à sua mente é das lembrancinhas que ele lhe dava. Segundo ela, os chocolates que ele trazia escondido no bolso para lhe dar eram os melhores presentes. 

Lembranças de uma vida a dois

Após cinco anos de namoro, em 31 de maio de 1947, dona Lisa entrou na igreja com um vestido branco e foi ao encontro de Julio. Desta data em diante, todos os momentos passaram a ser compartilhados em família. Ao ver a foto desta data tão importante, o riso sai espontaneamente da face da simpática senhora, que conta todos os detalhes do dia que foi comemorado com uma grande festa na casa de seus pais, no bairro Poço Grande.

Dois anos após a união matrimonial nasceu o primeiro herdeiro e, desde então, os anos seguintes foram marcados pelo nascimento dos seis próximos filhos.

A primeira residência do casal se localizava onde hoje está instalada a Loja Salfer, na principal rua da cidade. Treze anos depois, o sonho de uma casa ampla e do jeito que sempre sonharam se tornou realidade, e foi então que o casal, junto dos filhos, se mudou para a casa onde ela vive até hoje. Além da troca de residência, outra mudança marcou este período de suas vidas: Julio, que trabalhava em sua ferraria, decidiu investir na área de postos de combustíveis e inaugurou o Posto Zimmermann, que hoje possui um grande número de filiais na cidade.

Cumplicidade para toda a vida

?Era uma fase muito gostosa?. Assim dona Lisa define a relação que tinha com o marido, que faleceu há 19 anos, com seus 72 anos, e os filhos. Todos os momentos vividos com o companheiro não serão apagados da memória da senhora, que até hoje mora na casa que construiu com esforço ao lado do esposo.

É notável o brilho em seus olhos ao falar do relacionamento que tem com a família. Hoje, sua maior alegria é poder se reunir com todos e saber que juntos formam uma grande família: a família Zimmermann.