Empresário mostra funcionamento do aterro que vem gerando polêmica - Jornal Cruzeiro do Vale

Empresário mostra funcionamento do aterro que vem gerando polêmica

22/10/2010

fotopg7abreMD.jpgOs montes de lixo espalhados por um vasto terreno que fica um nível abaixo da Estrada Geral do Gaspar Alto contrastam com o verde que embeleza a distante localidade do interior de Gaspar.

Apesar da aparência negativa, que vem gerando polêmica entre os moradores do bairro, o depósito funciona dentro das exigências legais e é um empreendimento do empresário Sergio Theiss, que a partir do depósito espera fazer outros grandes investimentos que segundo ele trarão desenvolvimento para a pequena localidade.

Sergio explica que desconhece o descontentamento da comunidade com relação aos materiais que ficam acumulados em sua empresa e garante que, apesar de uma aparência ruim, o local não gera poluição ambiental. ?Fizemos vários poços artesianos antes de instalar a empresa, para garantir que neste terreno não existia lençol freático. Também montamos um sistema denominado ?espinha de peixe? que leva a água da chuva para uma vala e faz com que ela corra, limpa, até o ribeirão da localidade da Garuba?, explica o empresário.

Quanto à aparência ruim, o empresário explica que não há o que fazer, pois recebe muito material todos os dias e a demanda de saída é menor do que a de entrada. ?Precisamos receber o material, fazer a separação, o tratamento e somente depois é que ele é revendido às empresas. Este processo exige que o lixo fique espalhado pelo terreno, não há como fazer este trabalho sem deixar o material espalhado pelo local?, justifica.

O projeto inicial de Sergio se comprometia a fazer a separação, tratamento e dar destino final ao material, além de conscientizar a comunidade sobre a preservação do meio ambiente. O empresário garante que todas as promessas estão sendo cumpridas e a conscientização da comunidade inicia nas próximas semanas. ?Já fizemos palestras para conscientização dos engenheiros e mestres de obras e agora vamos começar a trabalhar com as escolas das cidades de toda a região?, garante Sergio.

Segundo o empresário, as palestras com os mestres de obras e engenheiros já surtiram grandes resultados. ?No início recebíamos muito lixo orgânico junto com os materiais de construção. Hoje este lixo reduziu 90%, ainda recebemos algumas coisas, mas são poucas?, revela. Além disso, todo lixo que chega ao depósito e não é resto de material de construção é devolvido às empresas proprietárias do containers.


Como funciona

O depósito denominado Recuperação de Entulhos LTDA é o único em funcionamento na região e recebe, em média, 60 caçambas por dia de restos de materiais de construção. ?Nosso objetivo é fazer o tratamento destes materiais. Separamos tudo o que chega aqui e repassamos para o reaproveitamento?, explica Sergio. Entre os materiais reaproveitados pela empresa estão tijolos, concreto, madeira, latas, plásticos, entre outros.
Parte deste material é separado e revendido diretamente às empresas que fazem o reaproveitamento. Outra parte é tratada no depósito mesmo, com máquinas adquiridas pelo empresário e adaptadas à necessidade, e que moem o material, que posteriormente é revendido.


fotopg71MD.jpgEmpresário Sérgio Theiss garante que depósito está dentro da lei e dentro do previsto no projeto inicial e revela que pretende fazer outros grandes investimentos que levarão o desenvolvimento para a localidade do Gaspar Alto.

 

 

 

fotopg72MD.jpgUm sistema denominado ?espinha de peixe? foi feito pela empresa para fazer com que a água na chuva não penetre no terreno e escorra para uma vala, que leva a água, tratada, para o ribeiro da Garuba.

 

 

 

fotopg73MD.jpgDiversas máquinas foram adquiridas pela empresa para fazer a reciclagem de materiais como a madeira, que é moída e transformada em cavaco. Este material é reaproveitado por diversas empresas, que compram o produto da empresa de Sergio.

 

 

 

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Depósito de lixo gera polêmica entre os moradores do Gaspar Alto

 

Um audacioso projeto foifotopg7abrecolorMD.jpg

apresentado à Fatma e à Prefeitura de Gaspar para garantir a autorização para funcionamento de uma empresa recuperadora de entulhos na localidade do Gaspar Alto.

O projeto foi autorizado no final de 2008, e se comprometia a receber o material, realizar a triagem e fazer a recuperação para que os entulhos pudessem ser utilizados novamente, porém, até o momento não vem cumprindo o que estava previsto em sua apresentação. 

O fato tem incomodado os moradores do bairro, que se dizem preocupados com a possível poluição que o denominado ?lixão? estaria causando no solo e no ribeirão Gaspar Grande, que nasce bem ao lado do local onde são depositados entulhos e restos de materiais de construção.

Segundo os moradores, o lixo está sendo apenas depositado no local, sem nenhum tratamento ou recuperação, e junto com os restos de construção estão sendo despejados outros tipos de materiais, poluentes ao solo. Marise Salate Zavaski, presidente da Associação de Moradores do Gaspar Alto Central, conta que muitas pessoas da comunidade a procuram para reclamar do problema e que todos pedem para que seja dado um fim ao depósito. ?Além de estar poluindo, pois o lixo fica todo ali a céu aberto, este depósito também deixa uma imagem ruim para nosso bairro?, comenta.

O fato já chegou ao conhecimento dos Administradores Públicos, que em setembro do ano passado foram questionados pelo vereador Raul Schiller quanto à regularidade do depósito. ?Fui procurado pelos moradores do Gaspar Alto para tentar solucionar este problema, mas está difícil. Na época fiz um requerimento ao Executivo para que verificasse a situação?, explica o vereador.

A resposta do requerimento veio ainda em setembro de 2009. Depois de verificar a situação in loco, representantes do Departamento de Meio Ambiente do município afirmaram que o aterro estava funcionando regularmente, com alvará do município e licença ambiental da Fatma, porém, o procedimento utilizado para dispor os materiais estava incorreto, e o departamento do Meio Ambiente se comprometeu a notificar o empresário responsável pelo empreendimento a remover o material e organizar melhor o pátio da empresa.

Porém, passados mais de um ano desde a notificação, a situação continua a mesma e a cada dia gera mais preocupação aos moradores, inclusive, aos residentes do bairro Gaspar Grande, que utilizam as águas do ribeirão que nasce bem ao lado do aterro para os trabalhos da lavoura e temem estar utilizando água contaminada pelos lixos que são depositados no local.

 

O que diz o proprietário da empresa

A equipe de reportagem do Jornal Cruzeiro tentou contactar o responsável pela empresa, denominada Gaspar Recuperação de Entulhos LTDA, porém, em todas as vezes que tentou ligar nos três números disponíveis para contato, não obteve sucesso, ou os telefones estavam desligados, ou chamavam até cair a ligação.


O que diz o diretor do Samae


Lovídio Bertoldi, diretor do Samae, órgão responsável pela coleta do lixo na cidade, explica que a regulamentação desta atividade é feita pela Fatma, e o município nada pode fazer para coibir a atuação da empresa. O diretor sugere à comunidade que faça uma denúncia ao Ministério Público, que poderá verificar o caso e assim comprovar se de fato a empresa pode atuar da maneira como vem atuando na localidade.

edição 1239

Comentários

roberto basei
19/10/2010 21:25
Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 12/02/1998) - Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às infrações e punições. A partir dela, a pessoa jurídica, autora ou co-autora da infração ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. Por outro lado, a punição pode ser extinta quando se comprovar a recuperação do dano ambiental e - no caso de penas de prisão de até 4 anos - é possível aplicar penas alternativas. A lei criminaliza os atos de pichar edificações urbanas, fabricar ou soltar balões (pelo risco de provocar incêndios), danificar as plantas de ornamentação, dificultar o acesso às praias ou realizar desmatamento sem autorização prévia. As multas variam de R$ 50 a R$ 50 milhões. É importante lembrar, que na responsabilidade penal tem que se provar a intenção (dolo) do autor do crime ou sua culpa (imprudência, negligência e imperícia). Difere da responsabilidade civil ambiental, que não depende de intenção ou culpa. Para saber mais: o IBAMA tem, em seu site, um quadro com as principais inovações desta lei, bem como de todos os vetos presidenciais.

Sim a comunidade e eles são pagos para que, se tem fiscais pra que?
Então devem repassar os salarios tambem para a comunidade e ai não precisa de poder publico.

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