Envenenamento de animais: a crueldade continua em Gaspar - Jornal Cruzeiro do Vale

Envenenamento de animais: a crueldade continua em Gaspar

06/08/2020

Salivação excessiva, vômito, tremores e dificuldade para respirar. Esses são alguns dos sintomas sentidos pelos animaizinhos que são envenenados. O crime é cruel e, acreditem: ainda acontece muito em Gaspar. Somente nas últimas duas semanas, a clínica Unicão Pet atendeu oito casos desse tipo. Deste total, dois cães morreram antes de receber o socorro necessário.

De acordo com a médica veterinária Jaqueline Baehr, que atende na Unicão, o sucesso no tratamento que o animal de estimação recebe está diretamente relacionado ao tempo de ingestão do veneno. “Ao perceber que algum animal foi envenenado, é importante procurar o atendimento especializado o mais rápido possível. Cada minuto é decisivo. Quanto antes intervir no caso, maiores são as chances de recuperar a saúde do animal”.

A atuação dos veterinários varia conforme os sinais que cada animal apresenta, que varia conforme o tipo de veneno ingerido. Um dos animais salvos pelos veterinários da Unicão Pet é Hans, um gato da raça ragdoll, de aproximadamente cinco anos. Segundo o tutor Maurício Moacir Schmitt, os primeiros sintomas que o animal apresentou foi um comportamento estranho dentro de casa. “Ele passou por mim correndo, de um jeito diferente. Ficou agressivo, nos mordendo. Logo imaginei que tivesse algo de errado com ele. Rapidamente, entrei em contato com um profissional da minha confiança para examiná-lo”.

Passada a apreensão de ver o gatinho envenenado, Maurício conta que o susto foi grande. “Hans precisou ficar internado, passou por diversos exames e sentiu muita dor”, descreve. O tutor diz desconfiar de quem possa ter envenenado Hans. “Há algum tempo, enquanto conversava com um vizinho, ele disse que daria veneno se gatos aparecessem na casa dele. Inseguro, falei para que jogasse água nos bichos para assustá-los e avisasse os moradores próximos para que prendessem seus animais”.

Agapa orienta comunidade a denunciar maus-tratos

Rafael Araujo de Freitas, presidente da Associação Gasparense de Amparo e Proteção dos Animais (Agapa), aponta o procedimento correto a ser realizado por pessoas que identifiquem animais envenenados: “Desconfiou? Leve o animal imediatamente para uma clínica veterinária. Assim, fica mais fácil salvar e evitar sequelas ao bicho. Depois, é muito importante registrar um Boletim de Ocorrência para que as autoridades tenham controle dos casos e possam punir possíveis autores”.

As orientações servem também para outros tipos de maus-tratos. No caso de animais de rua, a comunidade deve entrar em contato com a Agapa. “Dessa forma, nós conseguimos autorizar consulta em clínica conveniada. Porém, quando o animal foi encontrado já morto, o ideal é ligar para a Ditran e pedir que recolham o corpo”.

Crime ambiental

O médico veterinário Adilson Schmitt destaca que o envenenamento de animais é considerado Crime Ambiental previsto em lei. “Isso sem falar que os municípios também estão aprovando leis sobre esse assunto. Envenenar animais é de uma maldade sem tamanho. É importante que esse crime seja denunciado para evitar ou, pelo menos, amenizar esse tipo de ação”.

 

Edição 1963

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