As três famílias que foram deixadas ao lado do Ribeirão Poço Grande, que fica às margens da rodovia Jorge Lacerda na quarta-feira, 7 , deixaram o local na noite de quinta-feira, 8. Segundo a diretora de assistência social do município, Ana Janaína Medeiros, as famílias deram o endereço de parentes e a Secretaria de Desenvolvimento Social encaminhou todas as sete pessoas para esses endereços. ?Já tivemos a garantia de que as três famílias chegaram nos locais e estão seguras?, declara.
O grupo de sete pessoas havia sido transportado pelo dono do terreno onde morava, e chegou a Gaspar em um caminhão, com todos os pertences. Sem ter para onde ir, eles se organizaram embaixo da ponte, e acabaram improvisando a pernoite no local.
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Famílias continuam alojadas embaixo da ponte do Poço GrandeA vida pode pregar muitas peças em momentos inesperados. Foi em um desses momentos que Oneiva Talaska se viu sem um lar para viver com seus dois filhos. A mulher de 54 anos morava com os filhos e mais quatro pessoas em um terreno na cidade de Brusque e no final da tarde de quarta-feira, 7, o grupo foi despejado em Gaspar. As três famílias foram abandonadas às margens da rodovia Jorge Lacerda, próximo ao ribeirão Poço Grande, após o proprietário do terreno em que estavam há aproximadamente três meses resolver vender a propriedade. ?O dono desse terreno avisou a gente que ia vender o local, mas a gente não tinha outro lugar para ir?, conta Oneiva.
O grupo de sete pessoas foi trazido a Gaspar pelo dono do terreno onde moravam, que colocou todos os pertences das famílias em um caminhão e descarregou na rodovia. Sem ter para onde ir, eles tentaram se organizar em baixo da ponte, e acabaram improvisando a pernoite no local que para eles era totalmente desconhecido. ?Foi muito ruim, os pernilongos incomodaram muito. Estamos cansados de tanto sofrer. O que eu mais queria era ter uma casinha para morar?, comenta Oneiva. Entre os desalojados estão uma mulher grávida de quase nove meses, um adolescente de 14 anos, e um jovem com problemas de saúde, que não consegue andar.
Dificuldades
Neuro Antônio Talaska, filho de Oneiva, está há alguns meses sem o movimento das pernas. Ele conta que a sua família veio de Chapecó para a cidade de Camboriú há muitos anos e por um longo período viveu de aluguel, porém há algum tempo não conseguiram mais pagar e tiveram que se acostumar a morar em terrenos baldios. ?Agora ficam jogando a gente pra lá e pra cá. Somos batalhadores, só que é muito difícil conseguir pagar um aluguel, hoje as coisas são caras demais?, revela.
Toda a família depende da reciclagem, e Oneiva recebe pensão. O grupo já começou a trabalhar assim que chegaram a cidade. Daniele Rodrigues é sobrinha de Oneiva e também está no local com o marido. ?Claro que não está bom, mas a gente lembra que tem saúde então não podemos reclamar?, conta. A mulher grávida está bem, e segundo todos do grupo ela é uma muito forte.
Oneiva diz que quando a assistente social da Prefeitura de Gaspar esteve no local, na manhã dessa quinta-feira, 8, ofereceram a passagem de ônibus para eles voltarem para Chapecó. ?Não queremos voltar para lá. É melhor se ficarmos em Brusque ou em Camboriú. Além disso, temos os nossos cachorros e não podemos deixar eles de jeito nenhum?, destaca.
O secretário de desenvolvimento social de Gaspar, Roberto Procópio de Souza, foi até o local. Roberto diz que as sete pessoas pediram para voltar a Brusque, e por isso já entrou em contato com a secretária de desenvolvimento social da cidade e espera que eles tomem as providências. ?Por mais que eles não sejam os proprietários do terreno, é um absurdo simplesmente jogá-los em outro município. É uma situação complicada e triste?, finaliza.
Uma equipe da Secretaria de Assistência Social esteve no Poço Grande na manhã desta quinta-feira, 8, para conversar com as três famílias que foram despejadas ao lado do ribeirão que fica às margens da rodovia Jorge Lacerda.
As famílias serão levadas de volta para a cidade de Brusque, de onde vieram no final d atarde desta quarta-feira.
Famílias são despejadas às margens de ribeirão
A madrugada desta quinta-feira, 8 de março, ficará marcada para sempre na memória de Oneiva Talaska e outras seis pessoas. A mulher de 54 anos e outras duas famílias foram despejadas às margens da rodovia Jorge Lacerda, próximo ao ribeirão Poço Grande, no final da tarde de quarta-feira.
Moradoras da cidade de Brusque, as sete pessoas viram suas vidas mudar radicalmente depois que o proprietário do terreno onde estavam instaladas decidiu vender a propriedade. O grupo foi levado ao local pelo dono do terreno onde moravam, que colocou todos os pertences das famílias em um caminhão e descarregou na rodovia. Sem ter para onde ir, todos acabaram dormindo ao relento, às margens do ribeirão.
Sem energia elétrica, água tratada, banheiro ou qualquer outra estrutura, o grupo improvisou a pernoite às margens do ribeirão. ?Foi muito ruim, os pernilongos incomodaram muito. Estamos cansados de tanto sofrer. O que eu mais queria era ter uma casinha para morar?, comenta Oneiva.
Entre os desalojados estão uma mulher grávida de nove meses, um adolescente de 14 anos, e um jovem com problemas de saúde, que não consegue andar e precisa de ajuda para tudo. As famílias continuam no local, pois não têm para onde ir.
Edição 1368
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