Um gasparense tornou-se manchete nos principais meios de comunicação do país após conquistar o segundo lugar no MIT Ideas, uma competição de ideias inovadoras para o serviço público.
O que Vitor Pamplona, filho de Calinho Pamplona, que por anos foi secretário da Câmara de Dirigentes Lojistas, inventou? Uma lente que, ligada a um smartphone qualquer, faz complexos exames de vista em menos de dois minutos. O material custa apenas US$ 1 e ao final do teste um aplicativo mostra o problema do usuário na tela do celular.
O teste detecta miopia, hipermetropia e astigmatismo sem a necessidade da presença de um médico especializado. A ideia, conforme explica o inventor gasparense, não é ocupar o lugar do oftalmologista, mas sim levar a tecnologia para lugares onde a oftalmologia é cara, rara ou inexistente, como áreas pobres da África, da Índia e do Brasil. Nesses três lugares, celulares não faltam. O equipamento criado pela equipe democratiza os exames, que podem ser feitos por um agente local ou pelo próprio paciente. Habitantes de pequenas cidades e vilarejos poderiam se tornar provedores de saúde, participando de alguns treinamentos.
Cursando o doutorado em computação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Vitor Pamplona é desde outubro um dos pesquisadores visitantes do Media Lab do Massachusetts Institute of Technology, MIT. A invenção do equipamento surgiu um mês depois de sua chegada no Instituto.
O projeto, denominado Netra (ou EyePhone, como a revista Fast Company apelidou a lente), contou com a ajuda de seu orientador, o professor Manuel de Oliveira, e também com sugestões de Ankit Mohan e Ramesh Raskar, acadêmicos do MIT.
Como a Netra é um dispositivo médico, é necessário fazer uma série de testes e obter certificados internacionais para que ele possa começar a ser vendido. ?Os próximos passos são os testes clínicos lado a lado com os equipamentos oftalmológicos profissionais. Para nós, é muito mais importante mapear os casos de falha do que os de sucesso?, diz o gasparense.
Como funciona
No programa usado com o equipamento, o usuário vê duas linhas: uma vermelha e uma verde. No atual protótipo, elas são projetadas em diferentes ângulos e a tarefa do paciente é movê-las, com os botões do smartphone, até que se sobreponham. Se o usuário possuir uma visão perfeita, as linhas já estarão sobrepostas e ele não precisará fazer nada. Em casos de miopia, astigmatismo ou hipermetropia, elas estarão separadas ? e cabe ao software identificar o problema e quantos graus o óculos terá.
Fonte: Gazeta do Povo
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