A Secretaria de Educação de Gaspar divulgou essa semana os dados de uma importante pesquisa sobre o retorno às aulas. O levantamento ouviu 3.289 famílias gasparenses que têm filhos matriculados na rede municipal de ensino e revela que 65,1% dos pais é contra a volta às aulas de forma presencial em 13 de outubro, data determinada pelo decreto estadual em vigor. Enquanto isso, 34,9% dos entrevistados desejam atividades parcialmente presenciais (aquelas em que metade ocorre de maneira não presencial e a outra metade realizada na unidade).
A pesquisa também aponta que 78,7% dos alunos utilizam a plataforma do Google sala de aula para realizar as atividades escolares e 40,6% utilizam o WhatsApp para se comunicar entre os colegas e com os professores. Apenas 8,8% utilizam o material impresso retirado na unidade escolar.
No que diz respeito às atividades realizadas em casa, a maioria (76,2%) considera o acesso às atividades entre fácil a intermediária e que, em relação à dificuldade de realizar as tarefas, 91,3% consideram que o nível das atividades é de fácil a intermediário. Segundo a pesquisa, os pais são as pessoas que mais auxiliam os filhos nos momentos de estudos, seguido por irmãos e tios. As famílias responderam ainda que 78,1% não são de grupo de risco. O restante, 21,9%, está relacionado quase que em sua totalidade à deficiência respiratória crônica.
De acordo com a secretária de Educação, Simara Nicoletti, os dados da pesquisa colaboram com o planejamento da Secretaria. “Realmente, não temos ainda condições de retorno imediato ao modo presencial, porque ainda estamos sob uma condição de gravidade. Mesmo com as escolas abertas, temos uma resposta interessante, de que 65% das crianças não retornariam às escolas, o que é um número bastante alto”.
Segundo ela, a pesquisa mostra que, mesmo que as escolas abrissem, não teriam o apoio dos pais para uma volta em sua totalidade. Mesmo com as medidas de distanciamento e cuidados de higiene, se as escolas recebessem metade dos alunos o número seria elevado em virtude do estágio atual da pandemia. “Mesmo com 15 crianças por turmas teríamos um contato muito próximo entre elas, o que não seria ideal nesse momento. Por isso, não se desenha um retorno das aulas para 2020 e a resposta das famílias vai nesse sentido, de pensarmos na continuidade do ensino remoto”, diz.
Na sua avaliação, os resultados gerais mostram que a maioria dos pais está preocupada com a saúde de seus filhos e da própria família. Para ela, o recado é claro: o vírus está presente e se não continuarmos com as medidas de prevenção e distanciamento uma segunda onda pode surgir, o que seria bem mais grave. A secretária agradeceu aos pais que participaram da pesquisa, que revelou opiniões importantes sobre a volta às aulas, ressaltando a importância de ouvir as famílias e planejar o retorno das atividades escolares quando for possível, com toda a segurança.
Simara ressaltou a importância dos pais no processo de ensino-aprendizagem, mas deixou claro que a escola está à disposição de todos para contribuir da melhor maneira possível. “Não transferimos aos pais a tarefa de transmissão de conhecimento dos filhos, mas contamos com sua colaboração, incentivando aos filhos para que estudem e encontrem a melhor maneira de auxiliá-los”.
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