A centenária Anna Koehler, moradora do bairro Margem Esquerda, faleceu no fim da tarde de sexta-feira, 3 de maio. Gasparense de coração, era natural de Braço do Norte, mas morava em Gaspar há quase 70 anos. Dona Anna deixa nove filhos, 42 netos, 62 bisnetos e 16 trinetos. Seu sepultamento acontece às 14h deste sábado, dia 4, no Cemitério Municipal de Gaspar.
Na edição especial de aniversário de Gaspar, publicada no dia 15 de março, o jornal Cruzeiro do Vale entrevistou dona Anna e contou sua história ao longo desse 100 anos de vida. Confira a reportagem abaixo:
Em 8 de novembro de 1923, nasceu Anna Duemamm Koehler, uma menina doce e gentil, no município de Braço do Norte. Ela não pôde estudar, mas sempre ajudou os pais nas tarefas domésticas e no cuidado com os irmãos. Aos 17 anos, casou com o amor da sua vida: Lorenzo Koehler. Eles foram morar em Rio do Campo, onde tiveram sete filhos. Por lá, a igreja católica mais próxima ficava a 30 quilômetros. Como a família era muito devota, decidiu se mudar em 1958 para Gaspar, município que já era conhecido pelas igrejas. E, aqui, tiveram mais 6 filhos.
Na vida adulta, Anna se dedicou à criação dos filhos, nos afazeres domésticos e no trabalho rural. A família que formara tinha plantações de cana de açúcar, milho, batata e arroz. Anna sempre foi reconhecida pela bondade, o capricho com a casa e a grande alegria de viver. O tempo passou, seus filhos cresceram e formaram novas famílias. Seu marido, Lorenzo, faleceu em 1983. A partir daí, a rotina de Anna mudou, mas seguiu saudável e com foco no amor pela vida.
Atualmente, dona Anna mora com uma das filhas, Rosana Koehler. “Eu sou muito grata por ter a minha mãe comigo até hoje. Tenho muito orgulho dela, da história que ela escreveu nesses 100 anos e como levou a vida. Ela me passou todos os valores que tenho, principalmente a honestidade, a bondade e o amor ao próximo. Todo mundo que a conhece, adora ela”, destaca.
De acordo com Rosana, a mãe acorda por volta das 6h para tomar seu café da manhã, depois toma banho e, em seguida, ajuda a virar as peças na facção. “Temos uma rotina que não sobrecarrega ela. Apesar de já ter 100 anos, ela gosta muito de acordar cedo e trabalhar. Vamos até 10h, fazemos uma pausa para o almoço e descanso. Depois votamos e vamos até 15h. Quando chega o fim de semana, ela pergunta porque não vamos costurar. E isso prova o quantoé prazeroso pra ela ajudar e estar ativa”, conta.
Rosana explica que dona Anna está saudável e, apesar de não ter mais a vitalidade da juventude, ainda expressa seus gostos e vontades. “Minha mãe não toma nenhum remédio, graças a Deus. Nem para diabetes, pressão alta, etc. Ela é forte e seu único problema é o joelho que às vezes dói e dificulta sua locomoção. E sua alimentação é bem reforçada. Ela gosta de feijão, arroz, aipim, carne... comidas pesadas mesmo. E eu amo vê-la comer. Dá gosto!”.
Há alguns anos, dona Anna deixou de frequentar a igreja por conta da mobilidade, mas sua fé segue intacta. “Ela sempre foi muito católica e devota. Nós frequentamos por muitos anos a Igreja Matriz São Pedro Apóstolo, onde ela fez muitos amigos e era querida por todos. Atualmente, membros da comunidade nos fazem visitas mensais para trazer o Santíssimo”, enfatiza a filha Rosana.
Ao todo, dona Anna teve 13 filhos. Hoje, ela tem 42 netos, 62 bisnetos e 16 trinetos.
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