Transtorno. As obras na rua Frei Solano, uma das principais vias do bairro Gasparinho, estão gerando dor de cabeça aos moradores, comerciantes e demais pessoas que utilizam a rota diariamente. A melhoria é comemorada pela comunidade por conta dos benefícios que acarretará quando concluída. Apesar disso, o ritmo lento na execução dos trabalhos descontenta, principalmente, quem tem negócios no local.
Quem sente na pele os efeitos das obras é Joel da Costa, proprietário do Supermercado Jotaka, localizado às margens da rua Frei Solano. “Comprei o mercado no fim de agosto e inaugurei no dia 13 de setembro. No trecho que passa bem em frente ao mercado, as obras começaram no início de setembro. Desde então, a via está parcialmente interditada. Na segunda-feira passada [21 de outubro], começaram a afundar a rua. Passaram a semana toda enrolando e, na sexta-feira [dia 25], choveu. Alagou tudo. Não tinha como os clientes chegarem no mercado, nem de carro, nem a pé. Investi no bairro, mas desde que abri as portas é esse transtorno”, contextualiza.
O empresário apoia o desenvolvimento da região. Porém, critica o andamento das obras. “A empreiteira é vagarosa. Não tem capacidade técnica e logística para executar os serviços no local. Ou seja, incompetente”, declara Joel, questionando a supervisão por parte da Prefeitura de Gaspar. “O poder público não tem culpa, afinal a empresa em questão venceu o processo licitatório. Mas a prefeitura deveria ao menos acompanhar as obras. Falta fiscalização, sim. As obras acontecem a passos de tartaruga”.
Enquanto as outras três unidades do mercado de Joel apresentamgrande movimento, a realidade da loja da rua Frei Solano é outra. “Por conta dessa bagunça, o movimento do meu empreendimento está baixíssimo. Já demiti quatro funcionários pelo pequeno fluxo de clientes. Esse é um dos pontos em que saí prejudicado enquanto empresário”.
A prefeitura de Gaspar já emitiu duas notificações para a Engeplan Terraplanagem, Saneamento e Urbanismo, empresa vencedora da licitação e que executa a obra. A primeira foi no dia 28 de agosto. A segunda, em 16 de outubro. As notificações, segundo a Assessoria de Imprensa da prefeitura, foram enviadas após conversas, e-mails e reuniões sobre o ritmo das obras. Elas servem como uma ferramenta de cobrança, onde é pedido que a empresa cumpra com o combinado.
Hoje, a empresa trabalha em duas frentes: drenagem e pavimentação. Nessa etapa da obra, estão sendo recolocadas as caixas de drenagem para concluir a pavimentação. A prefeitura afirma que determinou que sejam fechadas as valas, em frente à drenagem, na medida em que a implantação dos tubos for avançando.
Mesmo diante da lentidão apontada, a prefeitura de Gaspar prevê que a obra seja totalmente concluída em março de 2020. Como a empresa não solicitou aditivo, o Executivo municipal continua cobrando o prazo inicial, com base no contrato.
Em novembro de 2018, o prefeito Kleber Wan-Dall assinou a Ordem de Serviço das obras de drenagem de uma parte da rua Frei Solano. Nesse primeiro trecho, 1.300 metros da via receberam investimento de 1,2 milhão por parte do Samae. A empresa responsável pela obra foi a Raimondi – Artefatos de Cimento, que terminou o serviço em março de 2019.
A licitação para execução da drenagem em outro trecho e obras de pavimentação foi lançada em 24 de abril de 2019 e concluída em junho. A Ordem de Serviço foi assinada em julho e a empresa vencedora foi a Engeplan.
As obras de pavimentação começaram em 12 de agosto. Nessa etapa, estão sendo investidos mais de R$5,7 milhões. O projeto contempla a implantação de mais um trecho de drenagem pluvial, meio-fio, calçadas, ciclovia e sinalização. A pavimentação asfáltica é de 2,7 quilômetros tem prazo para ser concluída em até oito meses.
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