O caso da morte de Alexandre Vieira, assassinado no dia 17 de junho, começa a ser desvendado. Na tarde desta quarta-feira, 6 de julho, a Polícia Civil de Gaspar prendeu preventivamente três pessoas suspeitas de participar do crime. O primeiro mandado de prisão foi expedido contra Laerte Medeiros dos Santos, de 41 anos. O suspeito foi preso na residência em que morava com a família, na rua Anfilóquio Nunes Pires, em frente ao ponto de ônibus onde o crime aconteceu. No momento da prisão, ele estava sentado na varanda da casa e afirmou que falaria apenas na presença do advogado. A família estava com a mudança encaixotada e sairia da casa no dia seguinte. “Fomos até o local para averiguar a casa e confirmar se não existia ponto de fuga pelos fundos. Mas, chegando lá, o Laerte estava sentado na frente de casa”, detalha o delegado da Polícia Civil de Gaspar, Egídio Maciel Ferrari.
Ainda segundo o delegado, a possível causa do assassinato é uma desavença entre a família de Alexandre e Laerte. “Após uma briga envolvendo as duas famílias, o Laerte disse que iria matar toda a família do Alexandre. Uma testemunha afirmou que o Laerte disse que iria matar o Alexandre no ponto de ônibus em frente a sua casa”. Ainda de acordo com o delegado, o nome de Laerte apareceu diversas vezes nas investigações, inclusive por indicação da família. “A família nos procurou várias vezes pedindo a prisão de Laerte. Mas trabalhamos com provas consistentes e hoje, com o mandado de prisão preventiva, o capturamos”.
A arma do crime não foi encontrada e existe a suspeita de que ela seja emprestada. O mandado de prisão temporária de Laerte é válido para 30 dias. “Vamos prosseguir as investigações e, se passarem os 30 dias, vou pedir a prorrogação para mais 30. Caso as suspeitas se confirmem, vamos solicitar o mandado de prisão preventiva”, afirma.
Laerte é natural de Barra do Turvo, em São Paulo, e morava em Gaspar há bastante tempo. Ele não possuía passagem pela polícia.
Durante toda a investigação, a Polícia Civil teve acesso a dois nomes principais: o de Laerte e de seu sobrinho, Weslei Medeiros dos Santos, de 18 anos. Eles moravam na mesma casa e, no momento da prisão de Laerte, o jovem não estava na residência. “Encontramos somente o celular dele carregando. Então não sabemos se ele realmente não estava em casa ou se conseguiu fugir quando chegamos”, diz Egídio.
Após a prisão de Laerte, os policiais voltaram até a casa da família para conferir se Weslei chegaria em casa. Sem a confirmação, os policiais partiram em busca de uma nova pista.
Em depoimento à polícia durante as investigações, uma das testemunhas do caso contou que os criminosos estavam em um veículo Ecosport e estacionaram próximo ao ponto de ônibus em que Alexandre estava. Após os disparos, eles saíram em alta velocidade e entraram na rua Vila Nova, na localidade da Marinha, no bairro Bela Vista. Conforme conta o delegado Egídio, eles pararam em frente a uma casa e Laerte falou para um de seus comparsas: ‘O serviço tá feito!’.
Após desistirem de esperar Weslei, os policiais foram até a casa indicada pela testemunha com um mandato de busca e apreensão. Na residência, encontraram Weslei e Jhonata da Silva Souza, de 19 anos, mais conhecido como Paraíba. Ele é o suspeito de ser o terceiro envolvido no caso. "Estamos investigando se o Paraíba realmente tem participação no crime. Se ele estava dentro do carro no momento do assassinato ou se Laerte e Weslei estavam sozinhos e foram até a casa de Paraíba após os disparos", explica Egídio.
Na casa de Paraíba, os policiais encontraram ainda certa quantia de droga e uma balança de precisão. Weslei é natural de Ribeirão Branco, SP, e está em Gaspar há 12 anos. Já Jhonata é natural da Paraíba. Os dois receberam voz de prisão.
Para o delegado Egídio, o caso será totalmente finalizado em breve. “Pra gente, o caso está encerrado com os dois autores [Laerte e Weslei]. Mas, não descarto a participação do Paraíba, porque o carro parou em frente à casa dele”.
O jovem Alexandre Vieira, de 23 anos, foi assassinado por volta das 6h do dia 17 de junho, no bairro Bela Vista. O jovem levou três tiros enquanto esperava um ônibus para ir ao trabalho. Mesmo baleado, Alexandre conseguiu ir até em casa, onde pediu ajuda para a mãe e o irmão. Ele foi encaminhado pela família ao Hospital Santo Antônio, em Blumenau, mas não resistiu e faleceu após dar entrada.
Alexandre cursava a faculdade de História na Universidade Regional de Blumenau, Furb, e já era formado em Teologia. No momento do crime, ele esperava o ônibus para ir à Biblioteca Fritz Müller, em Blumenau, onde trabalhava.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).