O reencontro entre Nilton Dias Rodrigues, desaparecido há aproximadamente 30 anos, e sua irmã, Teresa Dias Rodrigues, pode estar próximo. Uma primeira pista foi descoberta pela equipe de investigação da Polícia Civil, que se interessou pelo caso após a veiculação da reportagem sobre o desaparecimento do homem pelo Jornal Cruzeiro do Vale, no dia 27 de abril.
Uma foto de um homem que poderia ser o irmão desaparecido, tirada em 1996 para uma nova carteira de identidade, foi encontrada pelo investigador da Polícia Civil e encaminhada à irmã. ?Eu tenho certeza absoluta que é o meu irmão nessa foto?, afirma Teresa. A esperança da irmã cresceu ainda mais e a vontade de reencontrar Nilton está mais forte. ?Realmente acredito que vou vê-lo novamente. Estou com muita fé?, diz emocionada. A equipe da Polícia Civil continua na busca por novas informações sobre o paradeiro de Nilton, que devem ser descobertas ainda nesta semana.
A gaúcha conseguiu mais informações que podem ser úteis na procura por Nilton. Na época em que ele esteve em Gaspar, Nilton viveu com Ivone Teresinha de Assis, que também é do Rio Grande do Sul. A filha do casal, Tânia Mara, doada ainda criança por Nilton, nasceu no dia 2 de fevereiro de 1985 ou 1986. ?Segundo o filho dessa moça que viveu com o meu irmão, a minha sobrinha foi doada em uma lanchonete de esquina na cidade de São José quando ela ainda era muito pequena?, conta. Além de morar em Gaspar, Nilton também esteve em São José, onde trabalhou em uma olaria, e em Vidal Ramos, onde trabalhou em uma plantação de fumo.
Teresa esteve em Gaspar no dia 20 de abril, após receber notícias de que o irmão caçula estaria morando aqui, mas não conseguiu encontrar nenhuma pista sobre seu paradeiro. Segundo a irmã, ele foi visto pela última vez no bairro Planalto, na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, há cerca de 30 anos. Nilton era alto, magro e moreno, e hoje está com 57 anos de idade. Os pais de Nilton e Teresa, falecidos há muitos anos, chamavam-se Luiz Pedro Dias Rodrigues e Bernardina de Oliveira Varella. Para Teresa, este é o momento em que ela mais precisa do irmão, pois seu outro irmão, Nelson Dias Rodrigues, morreu em março deste ano. ?Somos apenas eu e ele agora?, conclui.
Edição 1384
Há 30 anos Teresa Dias Rodrigues César procura pelo irmão caçula, Nilton Dias Rodrigues, que está desaparecido. Na última semana, a senhora de 60 anos de idade recebeu a notícia de que Nilton poderia estar morando em Gaspar. Contente com a boa notícia, ela veio à cidade na sexta-feira, 20, porém, não encontrou nenhuma pista que pudesse levá-la até o irmão.
Teresa conta que Nilton era alto, magro e moreno. Ele foi visto pela última vez no bairro Planalto, na cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. Ele tinha alguns problemas com bebida e por este motivo às vezes Teresa e Nilton acabavam discutindo. ?Lembro-me de como brincávamos quando éramos crianças. Sinto muito falta disso e principalmente dele?, relata.
Nilton nasceu no dia 16 de julho de 1955 e o drama da família Rodrigues é ainda maior. A gaúcha diz que o irmão do meio, Nelson Dias Rodrigues, morreu em março deste ano, após ficar quatro anos e meio em coma. ?Agora é que eu mais preciso do meu irmão. Somos apenas eu e ele, e eu preciso encontrá-lo?, desabafa. Os pais de Teresa e Nilton, Luiz Pedro Dias Rodrigues e Bernardina de Oliveira Varella, também faleceram há alguns anos e segundo ela, Nilton nem deve saber como e quando isso aconteceu.
Teresa encontrou a ex-esposa de Nilton há poucas semanas, em Marau, Rio Grande do Sul, uma cidade próxima à Passo Fundo. Ela disse à Teresa que na época em que ela e Nilton moraram em Gaspar, o casal teve uma filha que chamaram de Tânia Mara. A menina não chegou a ficar muito tempo com eles, pois Nilton a doou. ?Acredito que ele doou a criança, pois estava sem condições para criá-la. Fui até Gaspar para ver se encontrava ela também. Quero muito conhecer a minha sobrinha que já deve estar com uns 25 anos?.
Teresa ficou sabendo também que seu irmão morou na cidade de Agronômica, próximo a Rio do Sul, e também está procurando pelo irmão e a sobrinha desaparecidos por lá. ?Já liguei para o cartório de registros de Agronômica para saber se tinha alguém com o nome da minha sobrinha, mas não encontrei. Também quero ir até lá para ver se alguém conhece meu irmão?. Além disso, a irmã já procurou pelo irmão mais novo em sites de busca na internet e sites de programas famosos de TV, porém até hoje não conseguiu nenhuma pista do seu paradeiro.
O outro irmão de Teresa e Nilton, que morreu neste ano, recebia cartas de Nilton, mas a irmã diz que nunca teve acesso à elas. ?Eu descobri enquanto ele estava no hospital, então nunca cheguei a ler nenhuma. A minha cunhada diz que sabe de informações sobre ele, mas como não nos damos bem ela não me diz nada?, diz Tereza, emocionada.
Apesar de tantas tentativas frustradas, Teresa ainda acredita que a sua maior tristeza chegará ao fim e que seu irmão ainda será encontrado. ?Eu tenho fé e esperança de que isso vai acontecer?, conclui a irmã.
Edição 1383
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