Relembre a história do hino de Gaspar - Jornal Cruzeiro do Vale

Relembre a história do hino de Gaspar

17/03/2025

O hino de Gaspar tem um valor imensurável. Neuza Cavallari, autora da bela canção, faleceu no dia 8 de fevereiro de 2025, prestes a completar 81 anos. Seu falecimento gerou muita tristeza ao povo gasparense que, com gratidão, sempre admirou a grande compositora que ela foi.

Natural de Piracicaba, em São Paulo, com 10 anos já demonstrava grande aptidão pela música. Em certo dia, durante férias em Gaspar, passou em frente à Igreja Matriz São Pedro Apóstolo e se encantou pela paisagem. O cenário a inspirou e foi aí que nasceu a canção ‘Saudando Gaspar’, que se tornou o hino oficial da cidade em 1973, por meio de lei sancionada pelo então prefeito, Osvaldo Schneider.

Devido à morte de Neuza, a prefeitura de Gaspar decretou luto oficial de três dias. “É uma grande perda para nossa cidade e principalmente para a nossa história. Que Deus conforte o coração dos familiares e amigos”, disse o prefeito Paulo Koerich na época.

Mas dona Neuza Cavallari será eterna. Ela escreveu uma letra forte, verdadeira e emocionante como presente para Gaspar. “Salve Gaspar, terra de alegria. Teus filhos jamais se esquecem de ti. És a luz que ilumina noite e dia. O grande e belo Vale do Itajaí”, diz o refrão.


Registro fotográfico de Neuza Cavallari na Câmara de Vereadores de Gaspar, onde recebeu o título de cidadã honorária, no ano de 2017.

Na oportunidade, ela foi homenageada pela autoria do Hino de Gaspar, canção que emociona a comunidade pela forma que descreve o Coração do Vale, município acolhedor e solidário.


“Guardo com carinho. É parte da nossa história”

A sabedoria de Claudette Bohn, artista gasparense de coração, é a soma de vivências incríveis. Boa parte delas em Gaspar. Exemplo de compromisso com a música, ela construiu uma trajetória de dedicação ao aprendizado, assim como ao dom de repassar seus conhecimentos. É justamente na gentileza de compartilhar tais princípios que, dia após dia, seu legado ganha força.

Com o marido Egon Bohn, dona Claudette não mediu esforços para trabalhar em prol da música. E foi nessa caminhada que a partitura original do hino de Gaspar, ainda escrita à mão, chegou até seu lar. “Na época, Marlita Terezinha Vailatti, organista do Coro Misto Santa Cecília, deixou conosco a partitura para que adaptássemos. O arranjo a mais vozes foi feito pelo maestro Emanoel Paulo Peluzzo e o arranjo para banda, com instrumento, foi feito por João Bohn”, relembra.

A partitura é conservada dentro do envelope pelo qual foi entregue. “Guardo com muito carinho. É parte da nossa história. Poder compartilhar a história desse documento é bastante especial, já que ele representa tão bem a cidade Coração do Vale. Tê-lo é uma grande responsabilidade”, destaca com lágrimas nos olhos.

A emoção toma conta quando o assunto é arte. “Nos dedicamos à música e diversos outros trabalhos artísticos por toda vida. Fico honrada de poder compartilhar essa história com a comunidade”.

O papel, já frágil e amarelado pelo tempo, continua com os dizeres claros e nítidos, escritos com toda delicadeza. Junto do envelope endereçado ao casal Bohn, a partitura é admirada também pelos seus sucessores. Afinal, o casamento de dona Claudette e seu Egon resultou na construção de uma linda e talentosa família. “Minhas filhas e netos também são apaixonados por arte e sabem o valor imensurável que esse documento tem. É história!”, reflete.

 

 

 

Edição 2193 - Especial 91 anos de Gaspar

 

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