Greve geral na Venezuela tem adesão abaixo da esperada - Jornal Cruzeiro do Vale

Greve geral na Venezuela tem adesão abaixo da esperada

28/10/2016
Greve geral na Venezuela tem adesão abaixo da esperada

Algumas lojas foram fechadas e o trânsito estava mais leve, mas a maioria dos residentes da capital da Venezuela ignorou os pedidos para ficarem em casa nesta sexta-feira para protestar contra o presidente Nicolás Maduro, informa a agência de notícias Associated Press.

A greve foi convocada pela oposição durante as manifestações desta quarta em todo o país para pressionar o governo contra a decisão de suspender o processo de convocação de um referendo que poderia tirar Maduro do poder.

Mas a paralização de 12 horas não teve a adesão esperada. O transporte público funcionou normalmente em Caracas e algumas fábricas e empresas estavam operando.

“Esta é uma mensagem aos líderes de direita: a greve de vocês fracassou”, disse Tareck El Aissami, governador do estado de Aragua. “Ninguém vai apoiar um golpe”.

Nesta quinta, Maduro anunciou um aumento de 40% no valor do salário mínimo e disse que as empresas que parassem sofreriam intervenções. Oficiais das Forças Armadas, cujo alto comando declarou nesta semana "lealdade incondicional" ao presidente, devem inspecionar 720 empresas para verificar suas atividades.

Ele destacou que responderá energicamente à "sabotagem" e "golpe parlamentar", como chama a greve e o plano da maioria opositora na Assembleia Nacional de declará-lo em "abandono de cargo", por considerar o presidente responsável pela crise política e econômica.

A oposição também convocou convocou uma marcha até o palácio presidencial de Miraflores para o próximo 3 de novembro.

Tensão política

A Venezuela vive um momento de alta tensão política após a suspensão, pelo poder eleitoral, do processo liderado pela opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) para submeter Maduro a um referendo revogatório de seu mandato, que termina em 2019.

A partir da decisão do poder eleitoral, o Parlamento, que tem maioria opositora, aprovou no domingo uma resolução que considera o freio ao referendo o auge de um "golpe de Estado" do governo. Na sessão, que foi interrompida por manifestantes pró-governo, os parlamentares também anunciaram que formalizarão uma denúncia no Tribunal Penal Internacional (TPI) contra os juízes regionais e os reitores do Conselho Nacional Eleitoral, classificados como os "responsáveis" pela suspensão do processo.

Nesta terça, o Parlamento aprovou a abertura de um julgamento sobre a responsabilidade política do Nicolás Maduro, o que o presidente classificou como "golpe parlamentar". O Parlamento não tem o poder de promover um julgamento que leve à destituição do chefe de Estado, mas dependendo de seu veredito pode pedir esse tipo de julgamento aos organismos correspondentes.

Nesta quarta, dezenas de milhares de pessoas se mobilizaram em Caracas e outras cidades da Venezuela, em uma demonstração de força contra a decisão do poder eleitoral.

 

Edição 1774

Comentários

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.