Um incêndio deixou mortos e feridos nesta quarta-feira (8) em abrigo para menores na Guatemala. De acordo com a agência France Presse, 19 pessoas morreram. A agência Efe, que reporta 15 mortos, diz que o incêndio também deixou 38 feridos. Ainda não há confirmação de se todas as vítimas eram menores internos.
O defensor de infância e adolescência da Procuradoria de Direitos Humanos Abner Paredes explicou aos jornalistas que, segundo as primeiras investigações, o fogo foi originado pelas próprias meninas em colchões do abrigo Hogar Seguro Virgen de la Asunción, situado no município de San José Pinula.
Elas protestavam contra os abusos sexuais e físicos que sofrem pelos responsáveis do centro, como agressões e má alimentação. O abrigo recebe crianças e adolescentes de até 18 anos que sofrem de violência doméstica e que foram retirados das ruas. O centro, que está sob a responsabilidade da Secretaria de Bem Estar Social da Presidência, esteve envolvido em vários escândalos por denuncias de abusos contra os internos e por várias fugas.
Os feridos, com queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau, foram levados a hospitais da capital.
Cerca de 100 pessoas se aglomeraram nos arredores do local e cobraram das autoridades a identificação das vítimas, afirma a Efe.
A procuradora de direitos Humanos da Infância, Hilda Morales, anunciou aos jornalistas que solicitará o fechamento do estabelecimento devido à incapacidade da Secretaria de Bem-Estar Social da Presidência para administrá-lo.
"Nós vamos pedir o fechamento imediato do centro e uma investigação para determinar as responsabilidades administrativas e criminais do centro por ter deixado de cumprir com o seu mandato", disse.
Ela lembrou que desde o ano passado foram solicitadas medidas cautelares à Comissão Interamericana de Direitos Humanos em nome de vários adolescentes que relataram assédios e abusos sexuais dentro do abrigo.
Por sua vez, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Guatemala condenou o incidente em uma mensagem postada em sua conta no Twitter. "Unicef repudia a tragédia no Lar Virgen de la Asunción. Estas crianças e adolescentes deveriam ser protegidas", apontou.
O responsável pela Infância na Procuradoria-Geral da Nação (PGN), Harold Flores, afirmou que desde o ano passado foram apresentadas queixas contra o abrigo após a fuga de adolescentes que relataram violações sexuais. Ele também disse que iniciará uma investigação para atribuir a responsabilidade pela tragédia.
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