O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse no domingo (6) que o ataque a uma base militar perto da cidade de Valência foi cometido por um grupo de cerca de 20 "mercenários", e que dois deles foram mortos pelas forças militares.
O presidente também garantiu que os combatentes anti-governo vão ser condenados à "pena máxima", sem especificar do que se trata. Dos 20 combatentes, dois foram mortos, um ferido, sete capturados e 10 escaparam. "Nós sabemos para onde eles estão indo, e todos os nossos militares e forças policiais estão deslocados", comentou.
Ainda segundo o relato do presidente, os 20 homens entraram na base e conseguiram acesssar o depósito de armas, mas em seguida um alarme alertou para a invasão. Durante a fuga, algumas armas foram roubadas.
Um homem que se identificou como Juan Carlos Caguaripano, ex-capitão da Guarda Nacional, anunciou a rebelião em um vídeo, na manhã de domingo: "Exigimos a formação imediata de um governo de transição". Ele estava rodeado por uma dúzia de homens com uniformes militares.
"Isso não é um golpe de Estado", afirmou o homem. "Esta é uma ação cívica e militar para restabelecer a ordem constitucional".
Uma testemunha na área de uma base militar na cidade de Naguanagua informou ter ouvido tiros antes do amanhecer, mas autoridades venezuelanas afirmaram ter controlado a situação.
Dezenas de pessoas se manifestaram em apoio ao grupo de militares que se rebelou. O ato começou após a notícia da invasão do quartel. Os primeiros manifestantes começaram a pedir a pedestres que passavam pelas imediações da base para que se unissem a eles. Os participantes foram dispersados pelas forças de segurança enquanto cantavam o hino nacional e gritavam palavras de apoio aos militares insurgentes.
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, afirmou que "ações urgentes" devem ser tomadas na Venezuela, para impedir que a situação política no ppaís se deteriore ainda mais. Por meio do seu porta-voz, a líder britânica pediu que o país sul-americano repeite a democracia e os direitos-humanos.
Cerca de 120 pessoas foram mortas durante quatro meses de protestos contra o governo. "É uma tragédia que tantas pessoas tenham perdido suas vidas nos protestos da Venezuela. Estamos certos de que medidas urgentes devem ser tomadas, para impedir que a situação fique ainda pior".
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