Mais de 3 mil migrantes foram retirados de um acampamento em Paris, nesta sexta-feira (4), e levados para centros de acolhida na região da capital francesa. Uma vastidão de barracas e de colchões, onde as pessoas dormiam ao relento, estavam espalhados no local.
O número de estrangeiros, que se concentraram entre as estações de metrô Jaurès e Stalingrad, disparou após o fechamento do imenso campo da cidade portuária de Calais conhecido como "Selva" na semana passada, de acordo com a agência Reuters.
O total estimado de cerca de 3 mil pessoas no campo de Paris é aproximadamente o dobro do que era só uma semana atrás, quando a "Selva" foi desocupada e demolida.
Centenas de homens foram levados um pouco antes das 6h (3h de Brasília) por um cordão policial, em uma parte do campo habitada por migrantes afegãos, segundo a France Presse.
Durante a manhã, vários ônibus transportaram os migrantes para abrigos na região de Paris. Os migrantes receberam com gritos de alegria e alívio os primeiros ônibus. "Estou feliz de ir embora. Aqui é terrível. É a primeira vez em que vivo em condições similares", explica Anarzalah, um engenheiro afegão de 28 anos, segundo a France Presse.
"Não tenho ideia de para onde vamos. Paris, mais longe. Tudo bem. O mais importante é ter documentos. Estou há um mês aqui, em uma barraca. Tudo bem ir embora", disse Khalid, de 28 anos.
Seis horas depois, a operação havia terminado e os serviços de limpeza começaram a retirar das calçadas as barracas, os colchões e cobertores com os quais os migrantes tentavam se aquecer em meio a temperaturas de até 2 graus durante a noite.
O acampamento insalubre já havia sido esvaziado, em julho e setembro, mas foi reerguido sistematicamente, estendendo-se por várias centenas de metros.
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