A prefeitura de Adis Abeba, a capital da Etiópia, elevou nesta terça-feira (14) para 72 o número de mortos no deslizamento ocorrido no sábado à noite em um grande depósito de lixo situado nos arredores da cidade, após o qual o parlamento decretou três dias de luto nacional.
Nas últimas horas, os serviços de emergência recuperaram mais corpos entre as toneladas de lixo do imenso depósito e o número de mortos chegou a 72, segundo explicou aos veículos de imprensa o prefeito de Adis-Abeba, Diriba Kuma.
O prefeito acrescentou que 300 famílias que viviam na área foram realocadas em outros lugares mais seguros e que os serviços médicos temporários foram mobilizados para fazer frente a possíveis focos de doenças.
Dezenas de pessoas ainda seguem desaparecidas, por isso não se descarta que o número de mortos continue subindo nas próximas horas.
No momento do deslizamento, mais de 150 pessoas se encontravam no lixão de Repi, o mais antigo da capital, alguns deles catadores de lixo em busca de algo de valor e outros que viviam em casas improvisadas no local, segundo a Anistia Internacional (AI).
"O governo etíope é responsável por este desastre totalmente evitável. Tinha consciência de que o depósito estava completamente cheio, mas, mesmo assim, continuou utilizando-o", denunciou ontem o diretor regional da AI, Muthoni Wanyeki.
A organização também criticou que as autoridades permitissem que centenas de pessoas vivessem perto do lixão, aonde muitas pessoas vão todos os dias para coletar lixo como meio de vida.
A AI exigiu uma investigação para esclarecer as causas do ocorrido e que seja oferecido aos sobreviventes uma moradia digna, já que suas casas ficaram totalmente cobertas por toneladas de resíduos.
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