Opinião
Por Oberdan Barni
Presidente Republicanos Gaspar
Todo agente público, qualquer que seja a sua função, para honrar a tarefa a que se propôs, deve ter como norteadores das suas decisões e condutas os princípios da administração pública. Para quem não conhece ou não se recorda desses princípios constitucionais, honra-me enumerá-los:
Fossem esses princípios estruturantes observados rigorosamente, não teríamos reclamações dos nossos munícipes, já que o interesse público estaria quase totalmente resguardado por eles. Em momentos de agitação e de incertezas, é preciso ter sabedoria para lidar com o futuro das pessoas. Ousaria juntar a esses princípios outros dois elementos que deveriam estar presentes nas decisões e no comportamento dos homens públicos, que é a sensibilidade social e a sensibilidade administrativa. Explico-me: Chamo de sensibilidade social a capacidade do gestor em geral de ser atento e receptivo às demandas que se originam nos movimentos sociais e a partir da vida cotidiana das comunidades. Saber ouvir e saber dialogar é uma qualidade fundamental ao gestor. Entendendo que, os movimentos sociais são protagonistas. Para mim seria natural que nossos gestores tivessem também o olhar atento e o coração comprometido com as bases constitutivas e organizadas. E, mais além, nesse momento em que a sociedade nos apresenta novas formas de organização, novos jeitos de reivindicar e se manifestar, em que os jovens reassumem o protagonismo social, gestores precisam desenvolver a habilidade de dialogar com todos os segmentos da sociedade. O gestor não pode limitar-se a constatar erros e dificuldades da máquina, ele precisa sentir e perceber até que ponto essa máquina atende às demandas e expectativas do povo para a qual foi criada, lembrando que o gestor público não é um ser especial, mas parte integrante e senhor de direitos da cidadania. Por isso, ele deve sentir firmeza no administrador, e este deve atuar para conscientizar os membros de sua equipe de que são agentes públicos que propiciam e asseguram direitos gerais que são deles também. Assim atuando, o gestor deve necessariamente combater os desvios éticos, danos patrimoniais, desrespeitos ao público e atuar para que a máquina seja um todo azeitado e sensibilizado para as questões, demandas e expectativas da sociedade. Enorme desafio. Mas o gestor precisa acumular experiencias bem sucedidas de governar, invertendo a lógica das administrações dos mais fortes, atuando sempre com transparência e compromisso social, ter ideais, motivação, quadros e precisa melhorar sua sensibilidade para ver mais, ouvir mais e dialogar mais para dentro e para fora da máquina.
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