"Sou a favor de sistema preventivo" - Por Oberdan Barni - Jornal Cruzeiro do Vale

"Sou a favor de sistema preventivo" - Por Oberdan Barni

17/05/2024

Opinião
Por Oberdan Barni
Presidente Republicanos Gaspar

 

“As recentes catástrofes no Rio Grande do Sul nos lembram brutalmente das consequências da negligência e da falta de infraestrutura adequada no nosso município. Enquanto enfrentamos essa dolorosa realidade no estado vizinho, outro drama, por enquanto mais silencioso mas potencialmente tão devastador, se desenrola: o desmatamento descontrolado que ameaça não só a biodiversidade local, a disponibilidade de água e as comunidades que delas dependem, mas também o equilíbrio climáticos. Pela crônica falta de governança do passado e do presente, mesmo quando havia medidas construídas coletivamente para evitar impactos socioambientais, motivado por um plano diretor sem atualizações e totalmente abandonado. O déficit de infraestrutura básica em Gaspar é grave. Tal negligência gera silenciosamente problemas nas áreas da saúde, educação, emprego e renda. É preciso assumir que a futura gestão deve ser precedida por estudos suficientes para uma tomada de decisão com base técnica — muitas vezes, ao longo do tempo, definidas a partir de interesses políticos e de setores econômicos diretamente envolvidos.

Diante desse cenário, é imperativo intensificar e diversificar as ações para proteger o bioma com responsabilidade. É essencial promover um diálogo constante entre o governo, organizações da sociedade, movimentos sociais e outros atores para criar políticas públicas eficazes e mecanismos de decisão transparentes e inclusivos. Uma estratégia de atuação efetiva deve ter em vista a proteção da floresta, dos sistemas hídricos e, ao mesmo tempo, respeitar as comunidades e beneficiar a economia regional e a vida no planeta em termos de biodiversidade e equilíbrio climático. É necessário ainda que as decisões sejam precedidas de estudos robustos de riscos socioambientais, viabilidade econômica e de análises de alternativas de custo-benefício social, ambiental e econômico. Alternativas que devem considerar prioritariamente as necessidades de fortalecimento de uma economia regional sustentável e as necessidades das pessoas, em especial dos grupos mais vulneráveis. Também urge uma comunicação simplificada e bem direcionada, que consiga chegar aos diversos segmentos da sociedade para que, assim, a população de Gaspar possa contribuir com o processo de tomada de decisão.

A tragédia no Rio Grande do Sul deve servir como um alerta para todos: é hora de repensar nossos modelos de desenvolvimento e infraestrutura. Não podemos permitir que a busca por progresso econômico imediato continue a sacrificar o meio ambiente e a segurança das atuais e futuras gerações. Agir agora é fundamental para evitar que as cenas de destruição que chocaram o país se tornem cada vez mais comuns.

 

 

Edição 2153

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