Segunda-Feira, 12 de Maio de 2025
Na quinta-feira, 24 de fevereiro, comemoramos o Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil. Em 2022, esse marco histórico completa 90 anos. Nessas nove décadas, a presença das mulheres no cenário político, seja como eleitoras, candidatas ou eleitas, cresce cada vez mais. Mas a luta por direitos continua! Na cidade Coração do Vale, a representatividade inspira e ganha força.
Pela primeira vez na história, Gaspar tem uma mulher na presidência da Câmara de Vereadores: Franciele Back. Inclusive, foi a candidata ao Legislativo mais votada nas últimas eleições. Ela sempre foi apaixonada por política, está no seu segundo mandato como parlamentar e fala sobre a importância da mulher se engajar politicamente.
Segundo Back, a semana em alusão à Conquista do Voto Feminino no Brasil serve como reflexão. “Para mim, são dias para pensar o que estamos fazendo para que essa história, essa conquista nunca seja em vão. Comemoro trabalhando naquilo que mais gosto: participando da política!”, destaca a vereadora gasparense.
Ela reitera que pessoas já tentaram diminuir seu trabalho pelo simples fato de ser uma mulher na política. “Sempre tem quem acha que não entendo de política, que não entendo sobre os partidos, conjunturas, etc. É desagradável, né? Mas ignoro, pois eu sei quem sou, como cheguei aqui e quem esteve ao meu lado dando apoio. Geralmente, quem faz esse tipo de coisa nunca ajudou em nada. É só preconceito!”.
De acordo com a vereadora, o preconceito ocorre de maneira muito sutil. “Pego nas entrelinhas”, resume. Ela pontua que atitudes preconceituosas são observadas no dia a dia. “No momento que tenho minha fala interrompida quando estou colocando alguma opinião/ perguntando/ me expressando; quando falo no mesmo tom que a maioria e questionam se eu não dormi bem a noite (ironicamente dizendo que não estou de bom humor) ou quando tentam “ensinar” algo que já sei só para ser o último a falar”.
Franciele reforça: “Talvez seja difícil para algumas pessoas compreenderem que eu e qualquer outra parlamentar mulher é tão eleita quanto qualquer um que está nesse processo político”.
A jovem explica que, para alguns, ainda existe ‘assunto de mulher’ e ‘assunto de homem’. “Compreendo que o machismo é estrutural, é histórico. Cabe a nós, em especial a nossa geração, cortar isso conforme os anos passam. Para mim, existem assuntos que um político deve cuidar/ estudar como um todo: desde a patrola à vaga em creche. A melhor forma de lidar com esse tipo de comportamento é se posicionando, mas sempre com muito diálogo, que é disso que a política é feita”.
E qual a importância da mulher se engajar politicamente? Franciele Back incentiva mulheres a questionarem, darem suas opiniões, estudarem e ocuparem seus espaços como cidadãs. “Torço para que venham mais mulheres para a câmara de Gaspar, para a política do Brasil. Torço para que mais mulheres ocupem esses espaços - tão cheios de homens. Que a gente lembre da história e da conquista ao voto feminino como um combustível de coragem para seguirmos em frente e de que não é preciso ter medo de nada!”
A partir do movimento sufragista brasileiro, no início do século XX, a demanda de mulheres em busca do direito de votar e de serem eleitas ganhou força. Porém, foi no ano de 1932 que o exercício de direitos políticos passou a ser aplicado, ano em que o novo código eleitoral entrou em vigou no país. Dois anos mais tarde, o voto feminino passou a ser previsto pela Constituição.
A primeira eleitora do país foi a professora Celina Guimarães Viana. Na lista de pioneiras, que lutaram pela conquista do direito ao voto, está Leolinda de Figueiredo Daltro, uma das fundadoras Partido Republicano Feminino; e a zoóloga Bertha Lutz, uma das criadoras da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino.
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