Eleições 2020: alternativa de campanha digital traz desafios aos candidatos de Gaspar - Jornal Cruzeiro do Vale

Eleições 2020: alternativa de campanha digital traz desafios aos candidatos de Gaspar

14/08/2020

A campanha política de 2020 traz uma novidade e um desafio para todos os candidatos. Com a limitação de aglomerações em virtude do cenário da pandemia do Coronavírus, é recomendado evitar comícios, discursos ou o popular corpo a corpo dos candidatos pelos bairros. Até mesmo reuniões segmentadas, com as bases eleitorais, serão reduzidas a pequenos grupos. A alternativa deve ser mesmo o uso massivo das redes sociais, por meio de campanha digital.

Essa realidade já é vislumbrada pelos pré-candidatos ao cargo de prefeito de Gaspar. Pedro Celso Zuchi, pré-candidato pelo Partido dos Trabalhadores, diz que infelizmente essa realidade muda a relação dos políticos com seus eleitores, trazendo vantagens para quem souber utilizar as ferramentas digitais de comunicação. “Não gostaríamos de estar vivendo essa situação, com certeza, mas é algo que precisamos enfrentar. O novo cenário vai igualar a disputa que será concentrada nas redes sociais”, acredita o ex-prefeito.

Sérgio Almeida deve ser oficializado candidato a prefeito pelo PSL e garante que tanto o partido quanto os candidatos estão preparados para a disputa virtual pelo voto dos eleitores gasparenses. “Estamos trabalhando há dois anos e temos uma rede de contatos, uma equipe qualificada nos bastidores. Temos profissionais para produção de conteúdo nas redes sociais, vídeos, fotografia, arte, enfim, um time pronto para a disputa on-line, o que deve fazer a diferença nessas eleições”, avalia.

Marcelo Brick, do PSD, ainda não definiu a maneira como participará da disputa, mas deve compor a chapa com o atual prefeito Kleber Wan-Dall. Presente nas redes sociais, Brick também aposta numa campanha muito forte nesse formato e acredita que o conteúdo do candidato pode fazer a diferença. “É claro que nesse contexto os candidatos conhecidos pelos eleitores levam vantagem, mas quem souber usar melhor essa estrutura e preparar um conteúdo mais interessante para os grupos de Whatsapp, Facebook e Instagram principalmente vai se destacar”, acrescenta.

Wanderlei Knopp é outro pré-candidato que vê o crescimento da campanha virtual com as mudanças na forma de chegar ao eleitor em 2020. Ele se acha preparado para o modelo digital e deve investir em grupos de Whatsapp, Facebook e Instagram. “Não podemos esquecer da imprensa também, que tem um papel importante na divulgação de conteúdo, por isso pensamos em estratégias que envolvem assessoria e produção de conteúdo para os veículos locais”, diz Knopp.

Rodrigo Althoff, pré-candidato pelo PL, diz que a estratégia do diretório será eleger assuntos prioritários para a cidade e gravar vídeos curtos para divulgar nas redes sociais, com a linguagem apropriada para esse ambiente. “Vamos evitar o corpo a corpo pela preocupação com a saúde dos gasparenses e focar nas mídias digitais, nas redes sociais. Acredito que quem está em evidência, quem está no poder tem vantagem sobre os outros concorrentes, e por isso vamos investir em conteúdo digital de qualidade”, revela Rodrigo.

Redes sociais devem impulsionar campanhas

Se levarmos em consideração a notoriedade de quem ocupa o cargo de prefeito e tenta a reeleição, as redes sociais reforçariam a imagem de quem está em evidência, mas tornariam possível a qualquer candidato produzir e publicar material e chegar a milhares de eleitores de maneira eficiente. São possibilidades e oportunidades que se abrem em meio às limitações de uma campanha atípica.

O colunista do Cruzeiro do Vale Herculano Domício lembra, antes de tudo, que estamos numa eleição municipal. Segundo ele, o modelo baseado essencialmente nas redes sociais, com o disparo de mensagens por grupos de Whatsapp, e que deu a vitória a Bolsonaro e Moisés, ainda não foi testado, o que deve ocorrer agora.

Herculano acredita que a mídia digital, mas muito principalmente os aplicativos de mensagens, serão cabos eleitorais e influenciadores, de ondas e da última hora. “Eles serão os verdadeiros cabos eleitorais. Entretanto, Gaspar e Ilhota, assim como em outros grotões, penso, pela proximidade, cultura, respeito e medo, os tradicionais cabos, lideranças - inclusive religiosas - continuarão a ter papel importante no corpo a corpo, mas não decisivo”, avalia o colunista.

De acordo com Herculano, as pesquisas qualitativas em outros municípios e de outros estados as quais teve acesso até agora mostram que há uma busca quase cega por mudanças e punição aos políticos tradicionais e nomes conhecidos da política local. “Entretanto, em Gaspar, há máquinas de votos tradicionais de três décadas constituídas e agora unidas. E a dúvida é se elas conseguirão se impor pela estrutura e tradição, mesmo usando o mundo digital para projetar suas lideranças no ambiente do palanque eletrônico”.

 

Edição 1964

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