A sala da Procuradoria Especial da Mulher na Câmara de Vereadores de Gaspar agora e chama ‘Marli Aparecida de Lima’. A solenidade de nomeação aconteceu na terça-feira, dia 2 de abril, na presença de autoridades e familiares da homenageada, que foi morta pelo ex-companheiro há quase 10 anos, em agosto de 2014.
A indicação do nome foi feita pelas vereadoras Franciele Back, Mara Lúcia Xavier e Zilma Benevenutti, que integram a bancada feminina da Casa. “Nossa intenção ao dar o nome de Marli para a sala é homenagear e lembrar de todas as mulheres que já foram vítimas de feminicídio e de todos os tipos de violência em nosso município”, disse a vereadora Zilma.
Vivian Panzenhagen, filha de Marli, agradeceu a homenagem e disse que as mulheres precisam de acesso à informação e que espera que o trabalho de todos os envolvidos nos projetos de assistência às mulheres tenha continuidade.
Marli Aparecida de Lima nasceu em maio de 1973 na cidade de Xanxerê/Sc. Mudou-se para Gaspar em 1992, trabalhava como diarista e morava no bairro Coloninha.
Ela foi vista pela última vez no dia 28 de agosto de 2014, quando saiu de casa sem os documentos, apenas informando que iria dar uma volta. Sem notícias, a família realizou diversos protestos em busca de informações. Depois de sete meses, em fevereiro de 2015, um exame de DNA confirmou que a cabeça encontrada em setembro de 2014 às margens do rio Itajaí-Açu em Navegantes era de Marli.
Com a confirmação, as investigações partiram para a localização do assassino, que foi identificado como Joaquim de Souza, ex-namorado da vítima, que foi preso no dia 13 de fevereiro de 2015 após cinco horas de interrogatório.
O casal havia se separado cerca de três anos antes do crime acontecer. Joaquim confessou que matou Marli em sua casa, no bairro Gasparinho. Depois de cometer o assassinato, ele cortou a cabeça da vítima e a colocou dentro de uma sacola. Depois, enrolou o corpo em uma lona. Na madrugada, ele colocou as partes do corpo dentro do carro e seguiu até a ponte Hercílio Deeke, onde pagou e jogou no rio.
Joaquim foi a Júri Popular em novembro de 2016. Depois de sete horas de julgamento, ele foi condenado a 22 anos e quatro meses, em regime inicialmente fechado.
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