A Vara Criminal da Comarca de Timbó realiza nesta quinta-feira, dia 16 de novembro, o julgamento da mãe e do padrasto acusados de matar a menina Luna Gonçalves, de 11 anos, em abril do ano passado. O caso teve ampla repercussão nacional e chocou a comunidade por conta da crueldade.
O julgamento começou às 9h e os réus são julgados por homicídio qualificado por motivo torpe, motivo fútil, meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio, tortura, cárcere privado, estupro de vulnerável e fraude processual. Além do casal, outras cinco testemunhas serão ouvidas.
Na tarde de 13 de abril de 2022, o padrasto de Luna Gonçalves, de 11 anos, foi até sua escola para tentar transferi-la. Como não conseguiu, voltou para casa frustrado e agrediu a menina com socos, chutes, cotoveladas e um objeto para domar cavalo. A criança ficou com marcas no corpo e as agressões seguiram até que ela ficasse desacordada. O homem era professor de artes marciais e saiu de casa para dar aula. Quando voltou, continuou as agressões, que resultaram na morte de Luna.
Já na madrugada do dia 14 de abril, mãe e padrasto acionaram o Corpo de Bombeiros com a informação de que a menina havia caído da escada. Ela foi levada ao Hospital Oase, de Timbó, e a informação inicial era de que ela teria morrido a caminho do hospital. Porém a perícia apontou que a morte aconteceu na casa da família.
A menina tinha diversos ferimentos pelo corpo e também sangramento na genitália. Mãe e padrasto foram chamados para depor e, primeiro, sustentaram a versão de que Luna havia caído da escada. No segundo depoimento, a mulher mudou a versão e disse que havia matado a filha sozinha. Depois, as investigações apontaram para a participação do padrasto.
Segundo denúncia do Ministério Público, Luna era submetida a tortura e uma série de castigos. Além disso, as investigações apontaram para um estupro sofrido no dia da morte.
Os policiais conversaram também com professores da menina, que afirmaram desconfiar de possível situação de violência, o que motivou o pedido de transferência. A menina ficou o mês de abril todo sem frequentar as aulas.
O casal está preso preventivamente desde o dia 15 de abril de 2022.
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