Santa Isabel é responsável por 96% dos transplantes de fígado - Jornal Cruzeiro do Vale

Santa Isabel é responsável por 96% dos transplantes de fígado

26/03/2012

Santa Catarina tem muito a comemorar. E o Hospital Santa Isabel (HSI), de Blumenau, também. O Estado encerrou 2011 confirmando-se como líder nacional do ranking de doadores por milhão de população. Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes, publicado em dezembro do ano passado pela ABTO (Associação Brasileira de Transplantes), SC atingiu a marca de 25 doadores para cada milhão de pessoas (pmp). A média nacional é de 10 doadores pmp.

Os transplantes renais e hepáticos são os principais procedimentos feitos no Brasil. Em ambos, Santa Catarina é destaque, com mais de 260 doações de rim e 100 de fígado. O resultado torna o Estado o quarto da federação em que mais se faz transplante de fígado e o quinto em transplante de rim. E a maior parte deles é realizada no Hospital Santa Isabel.

Do total de transplantes feitos em SC, quase 96% das cirurgias de fígado e 40% das de rim acontecem no HSI. O índice chega a 100% no caso do transplante de pâncreas/rim. Os nove realizados no Estado ocorreram pelas mãos da equipe de transplantes do Santa Isabel.

Ao todo, o Estado tem contabilizado pela ABTO a realização de 107 transplantes hepáticos. E o Hospital Santa Isabel é responsável por 103 destes transplantes, ou seja, apenas quatro cirurgias não aconteceram no hospital de Blumenau. 

Os números são ainda mais significativos por ser a primeira vez que o HSI atinge e também ultrapassa a marca de realização de 100 transplantes renais e 100 hepáticos no período de um ano. Em 2011 foram feitos no Hospital Santa Isabel 102 transplantes renais. Em todo o Estado aconteceram 263 cirurgias como esta. 

Os transplantes de fígado e de rim atingiram o marco de 100 cirurgias cada no mesmo ano, mas o começo da história de ambos no Santa Isabel tem uma diferença de 20 anos. O primeiro transplante de rim no HSI aconteceu em 1980. Foi a segunda cirurgia deste porte em Santa Catarina. Já o primeiro transplante de fígado ocorreu em 2002. Pela primeira vez o procedimento era realizado no Estado.

O transplante de fígado é considerado uma das mais complexas cirurgias que existem. E o êxito conseguido pelo Hospital Santa Isabel nestes procedimentos o torna o terceiro principal hospital transplantador de fígado do país. 

Uma conquista que também se deve à CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante) do HSI. A Comissão, entre outras funções, dedica-se à captação de órgãos e à sensibilização das pessoas para consentir a doação. ?O nosso papel não é convencer a família a doar órgãos para transplante, e sim informar e esclarecer sobre a possibilidade de doação, além de oferecer apoio e conforto diante da perda?, esclarece a enfermeira Charlene Verusa da Silva, membro da CIHDOTT.

São os familiares que autorizam a doação dos órgãos do parente falecido, muitas vezes em respeito à vontade de doar expressa pelo familiar em vida. Desejo que foi atendido por 64% das famílias entrevistadas sobre a possibilidade da doação. O percentual coloca Santa Catarina novamente em destaque nacional por ser o estado brasileiro com o menor índice de recusa familiar, principal causa da não concretização da doação de órgãos de potenciais doadores. Por isso, o passo principal para uma pessoa se tornar um doador é conversar com a família e deixar bem claro o desejo de ser doador. Não é necessário deixar nada por escrito.

A maior parte dos órgãos doados é de pessoas falecidas, do sexo masculino, com idade entre 41 e 60 anos, vítimas de AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Texto: Diane Ziemann | Assessora de Comunicação

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